Após uma reunião a portas fechadas, com duração de pouco mais de duas horas, a presidente Dilma Rousseff (PT) pediu uma mobilização nacional contra o mosquito aedes aegypti, transmissor do zika vírus, principal causador da microcefalia. Detalhando a necessidade de eliminar qualquer foco de proliferação do mosquito, após uma reunião que aconteceu na sede do Comando Militar do Nordeste, no bairro do Curado, zona oeste do Recife, a presidente destacou que a luta contra o mosquito terá que ser cotidiana e permanente, até que se encontre uma solução para as doenças causadas pelo Zika.
“É importante que a sociedade perceba que esta é uma ação de guerra contra o mosquito, não é um dia nacional. A ação precisa ser cotidiana e permanente, até que a gente chegue à vacina contra o Zika”, disse. “A sociedade tem que se mobilizar para acabar com todos os processos que levam à água parada. O combate é contra a reprodução do mosquito, que precisa de água parada e temperatura elevada para procriar”, acrescentou.
##RECOMENDA##Apesar do apelo, a presidente não anunciou a liberação de recursos para ajudar os estados e municípios no combate a endemia. “Não temos previsão [de destinação de recursos] porque não temos a dimensão total desta questão. Estamos fazendo um levantamento e por isso chamamos os governadores”, justificou. Segundo ela, uma reunião para discutir o assunto com os 27 gestores e os presidentes das Associações Municipalistas do país está marcada para a próxima terça-feira (8).
Diante do número de notificações, a presidente enfatizou também que o Brasil é o primeiro país a ter que lidar com o problema e que o governo vai incentivar pesquisas em busca da imunização. “Não é algo que tenha uma literatura e uma experiência internacional. Há estudos da Organização Mundial da Saúde, mas somos o grande e primeiro caso. Por isso, a dedicação de todos os pesquisadores vai ser muito importante”, argumentou.
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A petista apontou ainda a necessidade de tratar as pessoas que tiveram a doença e informá-las sobre os riscos que do vírus Zika. “Também vamos aumentar os exames de tomografia e de sangue para termos clareza de fato sobre a relação entre o vírus Zika e a microcefalia”, observou. No Brasil já foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia, sendo 646 em Pernambuco.
Participaram da reunião com a presidente no Recife o governador Paulo Câmara (PSB); os ministros da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), da Integração Nacional, Gilberto Occhi (PP), e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB); além dos prefeitos de 12 municípios nordestinos afetados pelo grande aumento de casos de microcefalia, o senador Humberto Costa (PT) e deputados federais.