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Em mais uma operação de fiscalização dos protocolos de combate a Covid-19, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PE) autuou dois bares e interditou a cozinha de um deles, no roteiro turístico de Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco. De acordo com a entidade, até essa terça-feira (16), 31 estabelecimentos foram interditados no estado.

Sem distanciamento mínimo entre mesas, que acomodavam mais de 10 pessoas, o Bar do Neném e o Itaoca foram notificados. A fiscalização destaca que os clientes circulavam sem máscara pelos estabelecimentos.

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) participou da operação e identificou que a cozinha do Itaoca não atendia aos critérios de higiene. Além do desrespeito ao uso de máscaras também por parte dos funcionários, o estabelecimento oferecia música ao vivo e os consumidores foram flagrados dançando.

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Uma equipe do Corpo de Bombeiros encontrou nesta segunda-feira (27) o corpo da 25ª vítima da tromba-d'água que atingiu Itaoca, o Alto Ribeira (SP), no dia 13. A identificação do corpo de Camila Carla Barbosa Franco, de 19 anos, que estava na lista dos desaparecidos, foi feita por familiares.

Restam ainda duas pessoas desaparecidas: Maikon Antonio de Oliveira Mota, de 13 anos, e José Gonçalves da Mota Neto, de 5. Um dos corpos localizados na região da tragédia ainda não foi identificado. A Defesa Civil Estadual permanece no município para auxiliar na recomposição das regiões atingidas.

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A tragédia de Itaoca, atingida por uma tromba dágua no último dia 13, pode afetar de forma drástica a atividade pesqueira no Vale do Ribeira e litoral sul do Estado de São Paulo. Amostragens realizadas por docentes do Curso de Engenharia de Pesca da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Registro, constataram perdas em 17 espécies de peixes e uma de camarão em razão da grande quantidade de resíduos lançada pelo fenômeno nas águas do rio Ribeira. O presidente da Colônia de Pescadores Z 7 de Iguape, Rafael Ribeiro, vai pedir ao governo estadual o repovoamento do rio com as espécies mais atingidas, como curimbatá, robalo, jundiá e mandi.

O estudo da Unesp foi realizado entre as cidades de Registro e Sete Barras, banhadas pelo rio após a passagem por Itaoca, uma semana depois do temporal. As espécies mais abundantes entre os peixes mortos foram manjuba, com 34,3%, curimbatá, com 22,6%, e mandi, com 7,8%, sendo o restante dividido entre as demais espécies. Os peixes mortos foram observados flutuando no rio ou retidos nas margens. Havia acúmulo de peixes próximo de Sete Barras e Registro, o que levou à conclusão de que, uma semana após o temporal, os peixes ainda rodavam pelo rio, e que a mortandade fora causada pelos deslizamentos de terra ocorridos 60 quilômetros à montante.

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De acordo com os pesquisadores, embora o nível do prejuízo para a atividade pesqueira ainda seja incerto, a grande quantidade de peixes mortos aponta para menor abundância das espécies atingidas nos próximos anos. É o caso do curimbatá, espécie comercial pescada praticamente o ano todo, cujo ciclo de vida se restringe às águas doces do Ribeira. Também pode ter sido afetado o ciclo de reprodução da manjuba, espécie importante do ponto de vista comercial e ecológico. O peixe migra do mar para o rio nesta época do ano para a reprodução. Com o fenômeno, os cardumes podem ter sido dizimados ou se refugiado no mar num período em que as fêmeas deveriam estar desovando no rio.

Incerteza - Para o presidente da colônia, que reúne 1,8 mil pescadores de Registro, Iguape e Ilha Comprida, o futuro da atividade é incerto. Nesta sexta-feira, 24, terminou o período de defeso (proibição) e a pesca da manjuba será retomada neste fim de semana. "O estuário todo de Iguape foi afetado pela lama e ainda não dá para saber se os cardumes vão aparecer." Ele acredita que o dano também foi grande na população de robalos. "O peixe que escapou da mancha de sujeira fugiu para o mar." Também morreram muitos exemplares de lagostim preto e amarelo. "É uma espécie que já estava ameaçada de extinção", afirmou.

Pelo menos 22 casas terão de ser demolidas após terem sido afetadas pela tromba-d'água que atingiu Itaoca, no sudoeste de São Paulo, no dia 13. Uma vistoria técnica na estrutura das construções concluída nesta quinta-feira, 23, pela Defesa Civil, com apoio de técnicos do Instituto Geológico (IG) do Estado, condenou os imóveis à demolição preventiva. Também foi recomendado que as áreas em que se localizam as moradias sejam interditadas para novas construções.

O embargo afeta, integralmente, o bairro do Guarda-Mão, na zona rural, o mais atingido pelo temporal - apenas nesse bairro, cinco casas foram levadas pela avalanche de água e pedras, causando a morte ou o desaparecimento de vinte moradores. Em todo a cidade, o fenômeno causou 24 mortes. Continuam desaparecidos três moradores. Os relatórios dos imóveis vistoriados foram entregues ao prefeito Rafael Rodrigues de Camargo (PSD). Camargo reivindicou ao governo federal uma verba a fundo perdido para a construção de moradias destinadas às famílias que perderam suas casas.

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A equipe de busca da Defesa Civil localizou nesta quarta-feira (22), a 24ª vítima da tromba d´água que atingiu o município de Itaoca, no sudoeste paulista, no último dia 13. O corpo, achado pelos bombeiros no leito do rio Ribeira, próximo da foz do rio Palmital, foi identificado como sendo de Márcio Fabrício Schavard, de 25 anos, que estava na lista dos desaparecidos. O corpo foi sepultado no início da tarde no cemitério municipal de Itaoca. As buscas prosseguem visando à localização de três pessoas que ainda estão desaparecidas: Maikon Antonio de Oliveira Mota, 13 anos, José Gonçalves da Mota Neto, 5, e Camila Carla Barbosa Franco, 19.

A Defesa Civil deve manter as buscas pelo menos até sexta-feira (24). A população continua recebendo ajuda humanitária na forma de doações. O Exército pode ajudar o município na construção de duas pontes provisórias para substituir as que foram levadas pelas águas. O município enviou solicitação para a reconstrução da ponte Nhá Caetana, na área central da cidade, e a ponte do Lajeado, no bairro do mesmo nome. Um representante do Exército estará na cidade esta semana para discutir as obras.

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A tromba d´água que atingiu Itaoca no último dia 13, causando a morte de 23 pessoas e deixando outras quatro desaparecidas, provocou também um desastre ambiental no rio Ribeira, um dos principais rios paulistas. Milhares de peixes morreram ao longo de 80 quilômetros do rio, entre as cidades de Iporanga, Eldorado e Sete Barras. A avalanche de água, paus, pedras e todo tipo de detritos que varreu os bairros Guarda Mão e Lageado e parte da área urbana de Itaoca foi carreada pelo rio Palmital até o Ribeira, do qual é afluente, formando uma mancha de dezenas de quilômetros. Na manhã desta terça-feira, 21, troncos e detritos ainda eram lançados no mar, na foz do Ribeira, em Iguape.

Moradores ribeirinhos constataram a morte dos peixes por asfixia. Bagres, tilápias, traíras e até cascudos foram encontrados boiando. Também foram parar no rio animais domésticos, como vacas, porcos, cães e até um cavalo, além de muitos animais silvestres, entre eles capivaras, porcos-do-mato e jacarés, abatidos pela força do aguaceiro. A qualidade do rio piorou e levou à suspensão da captação para abastecimento nas cidades cortadas pelo Ribeira. Morador de Eldorado, o professor José Milton Galindo relaciona a poluição aos depósitos abandonados de chumbo e produtos químicos deixados por mineradoras que exploram a região.

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"Esses materiais devem ter sido levados pelas águas e contaminado o rio." A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que as análises não indicaram a presença de chumbo e outros produtos químicos na água. A mortandade dos peixes ocorreu devido à alta concentração de partículas orgânicas - algas, folhas e nutrientes - e inorgânicas - silte e argila -, carreadas pelo temporal do dia 13. "Esse material em suspensão foi lançado no Ribeira através do rio Palmital, que passa por Itaoca", informou a Cetesb. Segundo os técnicos da companhia, o material era tão denso que chegou a ser confundido com uma mancha oleosa. Além de provocar a obstrução das brânquias, levando os peixes à morte por asfixia, a turbidez característica dessa concentração acabou por limitar a quantidade de alimento disponível no meio, ao reduzir a penetração da luz, afetando a cadeia alimentar. A Defesa Civil alertou a população para não consumir peixes mortos, não tendo sido notificado caso de intoxicação.

Quatro pessoas continuavam desaparecidas até a tarde desta segunda-feira (20), uma semana após o temporal que atingiu Itaoca, no sudoeste paulista, na madrugada do dia 13. Os corpos de 23 vítimas tinham sido localizados e sepultados até a noite de sábado. As buscas realizadas durante todo o domingo e nesta segunda foram infrutíferas, mas não serão interrompidas.

De acordo com a Polícia Civil, quatro pessoas ainda estão desaparecidas. O aposentado Antenor Gonçalves de Camargo, de 70 anos, continua internado no Hospital Municipal de Apiaí. Ainda há 34 pessoas desabrigadas e 180 desalojadas na cidade.

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Doações - A Secretaria da Educação do Estado começa a receber esta semana doações para os moradores e desabrigados de Itaoca. Os postos de coleta de roupas, mantimentos e produtos de higiene serão as 2,3 mil unidades do Programa Escola da Família, distribuídas por todo o Estado. Uma equipe foi para Itaoca para identificar as doações mais necessárias e organizar a distribuição dos donativos. A ação será realizada mesmo com as escolas em recesso por conta das férias escolares.

Mais um corpo foi encontrado na tarde deste sábado (18) em Itaoca (SP), cidade castigada por um temporal na última segunda-feira (13). A vítima foi identificada como Ziza Dantas Martins, de 44 anos, que estava na lista dos desaparecidos. Com isso, sobe para 23 o número de corpos de vítimas do temporal já identificados e sepultados. As buscas prosseguem por outras quatro pessoas desaparecidas.

Mais dois corpos foram sepultados neste sábado (18), em Itaoca, elevando para 22 o número de mortos no temporal que atingiu a cidade na última segunda-feira (13). De acordo com a Defesa Civil, uma das vítimas tinha sido encontrada na sexta-feira (17), mas só hoje foi identificada pelos familiares.

O outro corpo foi achado na manhã deste sábado. Ainda segundo a Defesa Civil, cinco pessoas continuam desaparecidas, por isso as buscas prosseguem. Dois dos feridos que estavam hospitalizados tiveram alta, mas uma pessoa permanece internada.

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Subiu para 20 o número confirmado de mortos em decorrência do temporal que atingiu o município de Itaoca, no sudoeste paulista, na segunda-feira (13). Os corpos de Arlindo de Jesus da Silva, de 39 anos, Samuel dos Santos Cardoso, 15, e Suelen dos Santos Pontes, 9, foram localizados e sepultados ontem. O número inclui o agricultor Dimas de Oliveira Mota, 45, que estava internado desde a manhã da tragédia e morreu na Santa Casa de Itapeva.

Outras três pessoas continuam internadas, mas duas estão fora de perigo. Há ainda seis pessoas desaparecidas e as buscas continuam a ser feitas por 15 homens do Corpo de Bombeiros com cães farejadores. No fim da tarde de ontem, mais um corpo foi encontrado em um local conhecido como Prainha, em Itaoca, mas até as 18h a vítima não havia sido identificada. "Calamidade.

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O estado de calamidade pública decretado pelo município foi homologado pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e reconhecido pela União. Dessa forma, a prefeitura enfrentará menos burocracia para contratar obras de emergência e se refazer dos estragos.

Pode chegar a R$ 13 milhões, valor equivalente a todo o orçamento do município previsto para 2014, o prejuízo deixado pela tromba d’água que atingiu Itaoca. De acordo com o prefeito Rafael Rodrigues de Camargo (PSD), a estimativa inicial dos prejuízos, feita nesta semana, leva em consideração os danos já levantados na rede urbana, em propriedades particulares e na zona rural, incluindo as seis pontes que foram levadas pelas águas.

O trabalho de limpeza prossegue na cidade e a rua principal foi liberada para o trânsito. Pelo menos 83 famílias continuam sem poder voltar para casa, pois os imóveis foram destruídos ou sofreram avarias. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Subiu para 20 o número confirmado de mortos, até o final da tarde desta sexta-feira (17), em decorrência do temporal que atingiu o município de Itaoca, no sudoeste paulista, na última segunda-feira (13). Os corpos de Arlindo de Jesus da Silva, de 39 anos, Samuel dos Santos Cardoso, 15, e Suelen dos Santos Pontes, 9, foram localizados. O número já inclui o agricultor Dimas de Oliveira Mota, de 45 anos, que estava internado desde a manhã da tragédia e morreu na Santa Casa de Itapeva nesta sexta-feira. Outras três pessoas continuam internadas, mas duas estão fora de perigo.

Há ainda seis pessoas desaparecidas e as buscas continuam sendo feitas por 15 bombeiros com cães farejadores. No final da tarde desta sexta-feira, mais um corpo foi encontrado num local conhecido como Prainha, em Itaoca, mas até as 18 horas a vítima não tinha sido identificada. O estado de calamidade pública decretado pelo município foi homologado pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB) e reconhecido pela União. O trabalho de limpeza prossegue na cidade e a rua principal foi liberada para o trânsito. Pelo menos 83 famílias continuam sem poder voltar para casa, pois os imóveis foram destruídos ou sofreram avarias.

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Morreu nesta sexta-feira (17), o agricultor Dimas de Oliveira Mota, de 45 anos, que estava internado desde a manhã de segunda-feira (13), após ser arrastado pelas águas do córrego Guarda Mão, durante o temporal que atingiu Itaoca, no sudoeste paulista. Mota estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Itapeva e não resistiu à gravidade dos ferimentos.

Nesta sexta-feira, mais um corpo foi encontrado num local conhecido como Prainha, mas até as 15 horas a vítima não tinha sido identificada. Com isso, o número de mortos na tragédia subiu para 18, dos quais 17 já foram identificados e sepultados. Há ainda pelo menos oito desaparecidos e as buscas continuam.

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Mais um corpo foi encontrado em Itaoca, no início da tarde desta quinta-feira, 16, elevando para 14 as vítimas já encontradas e identificadas do temporal que atingiu a cidade na madrugada de segunda-feira, 13. O corpo de Diocleciano José da Rocha, de 75 anos, foi localizado a 600 metros do local em que ele foi arrastado pelas águas, no bairro do Lageado. De acordo com a Polícia Civil, outros dois corpos que podem ser de vítimas do temporal estão aguardando identificação. Um deles foi achado boiando no rio Ribeira, próximo de Iporanga.

Pancadas de chuva que caíram na manhã e início da tarde desta quinta-feira (16) na região dificultavam as buscas pelas 13 pessoas que continuam desaparecidas em Itaoca, no sudoeste paulista. A cidade foi parcialmente destruída por um temporal na madrugada de segunda-feira (13).

Treze vítimas tiveram os corpos localizados e já foram sepultadas. O corpo de Luciano Rodrigues dos Santos, de 25 anos, último a ser reconhecido, foi sepultado esta manhã. No início da tarde, um corpo foi encontrado no rio Ribeira, em Iporanga, porém, a primeira análise indicou não se tratar de um dos desaparecidos - outros exames ainda seriam realizados.

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Com a chuva, foram acelerados os trabalhos de desobstrução do rio Palmital para evitar o risco de nova enchente. O bairro do Guarda Mão, um dos mais atingidos, pode ser interditado pela Defesa Civil.

"A gente achava que tsunami só acontecia na Ásia, mas veja isso", dizia nesta terça-feira (14), o aposentado Teodoro Vergílio de Almeda, de 74 anos, com barro até o joelho, na porta da casa da filha, no bairro Lageado, a três quilômetros do centro de Itaoca, no Alto Ribeira, a 343 km de São Paulo. Ao redor deles, móveis, colchões, roupas e utensílios se misturavam a montes de troncos, galhos e pedras sobre o que antes era uma rua. Até o final da tarde, os bombeiros tinham encontrado os corpos de 12 das 20 prováveis vítimas da tragédia.

Uma tromba d'água atingiu a zona rural, entre a noite de domingo (12) e madrugada de segunda-feira (13) e fez com que as águas do rio Palmital, que corta a cidade, descessem como uma avalanche, arrancando árvores, pedras, pontes e arrastando pontes, casas, carros e gente. "Ouvi barulho de pedras batendo, árvores quebrando e a luz apagou. Quando saí para ver meu carro, vi só o capô brilhar no escuro, no meio do redemoinho", contou Jean Carlos dos Santos, de 28 anos, morador de Sumaré que passava uns dias com a família na cidade. Quando amanheceu, ele achou o carro a trezentos metros, sobre uma pilha de troncos. "Graças a Deus a casa não foi atingida."

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Já a lavadeira Maria Aparecida Mota, de 60 anos, acordou com uma onda invadindo o quarto e levantando a cama. "Gritei para as minhas filhas, vamos pra fora." Ela se lembra que saiu com água quase no pescoço e viu o sobrinho Fernando ser atingido no peito por um tronco como um aríete. Ele puxava o pai, Diocleciano, e a irmã Valquiria, pelos braços para fora da correnteza quando foi atingido. "O pau deu no peito e ele afundou, mas conseguiu se recuperar, só que não alcançou mais os dois." O corpo de Valquíria era velado nesta terça na Câmara Municipal, mas o de Dió, como a família chamava o pai, ainda não tinha sido achado. "Fernando foi medicado, mas está como se tive morrido também", conta a mulher.

Na tragédia de Itaoca, não houve tempo para velório coletivo. Os corpos eram velados e enterrados à medida que iam sendo achados entre os montes de entulhos deixados pela torrente. No cemitério municipal, as covas eram abertas na terra e recebiam uma plaquinha em papel sulfite só com o primeiro nome do falecido. O coveiro Maurício Rosa Rodrigues, de 56 anos, ganhou o reforço de dois ajudantes. "Em 20 anos, nunca vi tanta morte junta", contou. "Já têm sete sepultados. Ali enterrei a mulher e a filha, Silvana, junto com a mãe. A cova vazia é para o marido dela que ainda não foi achado."

O agricultor João de Souza, de 40 anos, ganhou o respeito dos vizinhos depois que salvou a vida do aposentado João Dias da Rosa, de 87 anos, que é paralítico, e da irmã dele, Santina Dias da Rosa, de 61. O idoso estava no sofá quando a água invadiu. A mulher tentou correr, caiu e foi arrastada. "Já me contava como morta, quando ele nos levou pelos fundos." Na casa vizinha, Miriam de Almeida Gonçalves, de 44 anos, se abraçou às filhas Giovana, de 11, e Graziele, de 5, enquanto a água jorrava pela janela. "O fogão rodou, o armário caiu e entramos em desespero. Sorte que a força da água abriu a porta da cozinha e nos empurrou para fora."

Na cidade, o ambiente era de guerra. Caminhões, viaturas dos bombeiros, carros oficiais e veículos trazendo alimentos, água e roupas se juntavam num estranho congestionamento no que sobrou das ruas entre montes de galhos que lembravam desfiladeiros. Às 17h30, havia 56 bombeiros de Apiaí, Sorocaba e Capão Bonito em busca de pessoas ilhadas e de corpos, com a ajuda de cães farejadores e um helicóptero. O sargento Agnaldo Ferreira, de Sorocaba, contou ter retirado de barco um idoso de 95 anos que tinha mal de Alzheimer. Uma criança com febre também foi resgatada - duas pontes sobre o Palmital caíram e deixaram muita gente ilhada.

Havia ainda mais de trezentos desalojados e vinte desabrigados. A Defesa Civil contabilizava 19 casas destruídas, número que deveria crescer. As buscas por corpos se concentravam no bairro Guarda Mão, onde uma família inteira, com seis pessoas, estava desaparecida. De acordo com o coronel Marco Aurélio Alves Pinto, comandante da força-tarefa, além das buscas e resgates, já se iniciava o trabalho de reconstrução dos serviços públicos afetadas. A energia tinha sido restabelecida em 80% da cidade - mais de três quilômetros de rede, incluindo postes, caíram -, e o serviço de água voltava ao normal. Máquinas da prefeitura, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), empresas e outras prefeituras da região ajudavam a remover os entulhos.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que voltou à cidade na manhã de hoje - já havia estado no dia anterior -, anunciou a reconstrução das duas pontes destruídas e a construção de 90 casas para as famílias que perderam imóveis, além de um benefício social de R$ 300 durante seis meses e R$ 1 mil por família para a compra de materiais de construção. A triagem será feita pela prefeitura, com apoio de órgãos do governo. A esperança é de que, em uma semana, a cidade de 3.219 habitantes comece a voltar ao normal.

Subiu para dez o número de mortos já confirmados em decorrência do temporal que atingiu Itaoca, no Alto Ribeira, sudoeste do Estado de São Paulo, na madrugada de segunda-feira (13). Os corpos estão sendo levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Apiaí.

De acordo com a Defesa Civil, os bombeiros estão usando cães farejadores na busca por desaparecidos. Um helicóptero da Polícia Militar sobrevoa áreas que ainda estão isoladas no município.

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Cerca de 100 casas foram afetadas pelas cheias nos rios Palmital e Guarda Mão. A prefeitura contabiliza 332 pessoas desalojadas e nove abrigadas numa escola estadual. O município está em estado de calamidade pública.

Pelo menos seis pessoas morreram em consequência de um temporal que atingiu a cidade de Itaoca, no Alto Ribeira, a 343 km de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (13). Até o fim da tarde, 14 pessoas estavam desaparecidas, segundo a Defesa Civil. Os bombeiros vasculhavam os rios da região em busca de corpos ou sobreviventes. Duas das vítimas estavam num carro que rodou quando passava numa ponte coberta pelas águas do rio Palmital. Várias casas foram arrastadas pela enchente do córrego Guarda Mão. Numa delas estavam outras três vítimas, todas da mesma família. Os moradores de outras casas estão entre os desaparecidos. O sexto corpo foi encontrado durante as buscas.

Árvores, carros e trechos de ruas rodaram com a enxurrada. Pelo menos cem moradias na cidade de 3.219 habitantes foram inundadas e parte delas destruída pela cheia do rio Palmital, que corta a área urbana. Centenas de pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas. O prefeito Rafael Rodrigues de Camargo (PSD) decretou estado de calamidade pública. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou à cidade no final da tarde e prometeu ajuda para a reconstrução. Duas equipes da Defesa Civil e uma do Instituto Geológico se deslocaram para a área a fim de auxiliar no atendimento aos flagelados e levantar os danos à estrutura urbana.

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Serviços meteorológicos registraram até 130 milímetros de chuva num período de seis horas em algumas áreas do município. De acordo com o advogado da prefeitura, Carlos Pereira Barbosa Filho, as chuvas mais intensas ocorreram nas cabeceiras dos rios e de seus afluentes. "Os rios se encheram rapidamente e foram levando tudo, árvores, casas, carros, postes. É como se vê acontecer nas Filipinas", disse. A sede urbana ficou isolada até o início da tarde, quando máquinas de uma fábrica de cimentos fizeram a remoção de barreiras que obstruíam a rodovia de acesso. O bairro Guarda Mão, o mais atingido, continuava isolado no final da tarde.

Árvore - Em Ilha Solteira, noroeste do Estado, a chuva acompanhada de fortes rajadas de vento derrubou uma árvore no bairro Recanto das Águas. Uma família que passeava no local foi atingida. Uma mulher morreu e duas pessoas tiveram ferimentos. Em Apiaí, no sudoeste, pelo menos 50 calas foram inundadas no bairro Pinheiros. Os desalojados se abrigaram em casas de parentes. Em Miracatu, Vale do Ribeira, oito casas ficaram destelhadas pelo vento e uma desabou após ser atingida pela queda de uma árvore, mas ninguém ficou ferido.

Pelo menos cinco pessoas morreram em consequência das chuvas intensas que atingiram a cidade de Itaoca, no Alto Ribeira, na madrugada desta segunda-feira, 13. Parte das vítimas estava num carro que rodou com uma ponte, em razão do transbordamento de um rio. Outras pessoas morreram quando a casa em que estavam foram arrastadas pela enxurrada.

Pelo menos cem casas da cidade, de 3.219 habitantes, foram inundadas pelo rio Palmital, que corta a área urbana. Centenas de pessoas estão desabrigadas. O prefeito Rafael Rodrigues de Camargo (PSD) decretou estado de calamidade pública. Equipes da Defesa Civil se deslocam para a região a fim de auxiliar no atendimento aos flagelados.

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