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A Polícia Civil do Paraná flagrou um cassino clandestino em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na segunda-feira (1º). Segundo a polícia, 17 pessoas estavam aglomeradas no local, a maioria idosa.

Além da prática de jogo ilegal, os presentes descumpriam as medidas preventivas estabelecidas em decreto publicado na sexta-feira (26). Denúncias recebidas pela polícia apontavam que o local atendia cerca de 50 pessoas por dia.

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"Na hora do almoço, os policiais civis ficaram um tempo em observação e constataram um fluxo de pessoas entrando e saindo, o qual chamava a atenção por possuir muitas câmeras de segurança, mas nenhuma indicação de atividade comercial", disse o delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Rodrigo Brown de Oliveira.

Muitos estavam sem máscara e o estabelecimento não oferecia álcool em gel. O local era fechado e sem ventilação.

"Aqui o movimento é maior à noite, mas quando tivemos conhecimento, preferimos cessar a atividade, justamente para evitar o risco de mais pessoas ficarem aglomeradas e precisarem ser conduzidas à delegacia, aumentando o risco de todos os policiais e dos presentes em relação à contaminação pela Covid-19", explicou o delegado.

Todas as pessoas que estavam no cassino foram encaminhadas à delegacia. Das 17, 15 assinaram termos circunstanciados e duas foram responsabilizadas pelo descumprimento de medidas sanitárias e prática de jogos ilegais. As máquinas, fichas, dados, baralhos e outros materiais foram apreendidos.

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) disse nesta terça-feira que "jamais" teve qualquer atuação no esquema de jogo ilegal do contraventor Carlinhos Cachoeira. Ao longo de duas horas de depoimento ao Conselho de Ética da Casa, Demóstenes tem feito questão de rebater uma a uma as acusações de que, como sócio oculto de Cachoeira, teria atuado em defesa dos interesses do contraventor.

"Eu jamais tive participação em qualquer esquema de jogo ilegal", disse. Em sua defesa, Demóstenes citou entrevista da subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques ao jornal O Estado de S. Paulo em que ela disse que não havia elementos para investigá-lo perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com jogos de azar, patrocinado por Cachoeira. Demóstenes admitiu ter recebido o Nextel do contraventor, mas, citando novamente a subprocuradora, disse que o fato "não é crime".

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O senador disse que nunca foi "lobista" da liberação dos bingos, proposta que está em tramitação na Câmara dos Deputados. Grampos telefônicos feitos na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, sugeriram a atuação do parlamentar. "O projeto continua onde sempre esteve", disse. "Digo aos senhores: que lobista sou eu que não procurei nenhum colega para aprovar a legalização de jogo?", disse.

Demóstenes afirmou que não voou em nenhum táxi aéreo pago por Cachoeira ou alguém do grupo dele. Um diálogo da PF aponta que um fretamento de R$ 3 mil teria sido pago por Cachoeira. Mas o parlamentar disse que a conversa, truncada, foi transcrita de "forma errônea".

O senador confirmou que esteve na Europa com o ministro do STF Gilmar Mendes. Segundo ele, os dois se encontraram em Praga e depois foram a Berlim, onde a filha de Mendes estuda. Ele negou ter viajado à custa de Cachoeira e admitiu ter usado o avião do empresário Rossine Aires Guimarães, quando retornou ao Brasil. "Utilizei aviões de diversas pessoas no estado de Goiás. Não do senhor Carlos Cachoeira, porque ele não tinha avião e não pagou para mim", afirmou.

Demóstenes admitiu ter atuado em defesa do laboratório Vitapan, da família de Cachoeira. Mas disse que fez lobby para todas as empresas do ramo farmacêutico do estado. "Jamais participei de esquema de jogo ilegal", disse Demóstenes. Ele também reconheceu ter pedido para que o colega tucano, Aécio Neves, empregasse uma prima de Cachoeira, Mônica Beatriz Silva Vieira, no governo de Minas Gerais.

Mas o senador fez questão de ressaltar que Beatriz é uma "pessoa extremamente qualificada". "Naquela época o senhor Cachoeira andava no meio de todos nós. A pena não passa da pessoa do criminoso. A família do criminoso não pode sofrer. E olha que eu nem sou criminoso e minha família sofre", disse.

O senador negou ser sócio oculto da Delta Construções e criticou o que chama de 'tiras hermeneutas'. "Eu não posso ser responsável pelo que os outros falam de mim", afirmou. O parlamentar disse que vai responder às perguntas dos senadores.

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