Diante da aproximação do início das campanhas políticas, o Portal LeiaJá, em parceria com o Jornal do Commercio encomendou uma pesquisa ao Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau que constatou a baixa confiança da população em relação aos vereadores eleitos. Além disso, a memória dos eleitores em relação ao seu voto também foi um dos pontos aferidos na pesquisa.
Entre os dias 14 e 15 de junho mais de 600 pessoas de idade a partir de 16 anos e residentes do Recife foram entrevistadas e responderam a questionamentos ligados aos ocupantes da câmara municipal.
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Dentre as perguntas, os entrevistados foram instados a responder se admiram a Câmara Municipal. Dentre as respostas, 79,7% deles assinalaram que não há admiração pelos vereadores. Do contrário, 19,2% deles afirmaram que há aprovação. Apenas 1,1% dos questionados não responderam.
“A pesquisa mostra a falta de credibilidade da classe política. Isso mostra que a população não confia neles, refletindo em uma eleição diferenciada. Por ser uma eleição curta, enxuta – por conta do cenário econômico – isso pode favorecer, mesmo com a falta de confiança, àqueles vereadores de mandato, afinal, eles já têm como usar a máquina para ganhar voto. Vereador não ganha voto com sua imagem, ganha voto com a sua marca”, explica o cientista político Adriano Oliveira.
Diante do panorama apresentado, o sentimento de mudar as peças de dentro da Câmara pode ter sido refletido nas respostas dadas à pergunta sobre se os eleitores pretendem votar nas próximas eleições. O sim foi a alternativa escolhida por 69,1% dos entrevistados, enquanto 21,6% informaram que não irão votar. O percentual de 9,3% dos entrevistados não respondeu. “Nesse caso, há a cultura da obrigatoriedade, mas também, se as pessoas estão dizendo que vão votar, não quer dizer que elas estão dispostas a mudarem, mas pode ser pela obrigação de votar”, pontua o cientista.
Dentre essa parcela dos contrários à votação, 22,4% apontaram que não o farão por apontarem que os representantes não prestam; 17,2% apontam a descrença como fator; 15,7% pontuam que os representantes não trabalham. Outra parcela (13,4%) ainda alega que os vereadores são corruptos; outros não votam (7,5%); não confiam (4,5%); consideram que não haverá mudança (3%); apontam como irresponsáveis (1,5%) e outros motivos (2,2%) foram apontados, além de que 12,7% dos questionados não responderam.
Dos entrevistados, 55,5% falaram que os vereadores não contribuem para a melhoria da cidade. Enquanto 39% informaram que, sim, há influência positiva desses gestores. Por outro lado 5,5% deles não responderam.
Se os vereadores devem receber salário foi um questionamento feito pelo IPMN em pesquisa. Dentre a população entrevistada, 56,8% apontaram que o cargo deve ser assalariado, por outro lado 39,5% apontaram que a remuneração não deve existir. Não apresentaram respostas, 3,7% dos questionados. “Essa resposta é uma surpresa, principalmente diante da crise política e da imagem deles. Me menor parcela, faz referência à crise econômica”, pontua.
Eleição Municipal
A pesquisa também questionou sobre a população em relação à última eleição. Os dados mostraram que 47,4% dos entrevistados não lembram em quais vereadores votaram em 2012, enquanto 48,5% ainda conseguem afirmar para quem destinou o seu voto. Também houve 4,2% deles que não responderam ao questionamento.
Em relação à eleição municipal em outubro de 2016, 17,5% das pessoas afirmaram que não irão votar, para qualquer cargo, enquanto 77,4% apontaram que irão às urnas. Não deram respostas 5,1% dos entrevistados.