Tópicos | Luiz Paulo Dominguetti Pereira

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou que teve um convite para representar a venda de doses da vacina russa Sputnik V no Brasil. Ele é ouvido nesta quinta-feira (1º), na CPI da Covid por ter dito que recebeu um pedido de propina do Ministério da Saúde quando ofertou 400 milhões do doses da AstraZeneca ao Ministério da Saúde.

Dominguetti se apresentou como representante informal da Davati Medical Supply durante a negociação. Questionado pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), ele confirmou que efetivamente trabalhou apenas para a Davati também nas ofertas a municípios.

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Marcos Rogério apresentou documentos e afirmou que Dominguetti ofertou doses da empresa Johnson e Johnson, fabricante da Janssen. O vendedor, porém, negou ter representado a companhia. De acordo com Marcos Rogério, o governo federal, Estados e municípios foram alvo de uma tentativa de golpe na oferta de vacinas contra o novo coronavírus. Após as perguntas do senador, a reunião foi suspensa para um intervalo de 20 minutos.

Em março, o presidente Jair Bolsonaro sancionou uma lei permitindo a compra de vacinas pela iniciativa privada, Estados e municípios. No caso das empresas privadas, porém, as doses precisam ser doadas integralmente as doses compradas ao Sistema Único de Saúde (SUS) até a vacinação nos grupos prioritários no País. Durante o depoimento, o policial negou ter relação ou apoio ao presidente da República.

Propina

Após ter recebido um suposto pedido de propina do Ministério da Saúde, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira disse que prontamente afirmou que a negociação não iria seguir daquela forma. O pedido, de acordo com ele, foi feito pelo ex-diretor de Logística em Saúde da pasta, Roberto Ferreira Dias, no dia 25 de fevereiro.

Dominguetti se apresentou como representante informal da Davati Medical Supply durante a negociação. A denúncia veio à tona com uma entrevista do policial ao jornal Folha de S.Paulo. De acordo com o depoente, o representante da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, foi quem passou seu contato à reportagem do jornal. "De repente eu recebi ligação dele, com ele já dizendo da jornalista", disse. "Ela (repórter) parecia já saber da denúncia." "O Cristiano me falou: conta tudo, fala tudo."

Ele foi questionado por senadores por que, como policial militar da ativa, não deu voz de prisão ao diretor do Ministério da Saúde na ocasião. De acordo com ele, isso não ocorreu devido à "complexidade" da situação. Ele afirmou ter avisado o representante oficial da empresa sobre o pedido. Durante o depoimento, Dominguetti foi acusado de ter cometido crime de prevaricação.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve, nesta quinta-feira (1º), Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply. Questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre o valor da propina pedido na negociação de vacina da AstraZeneca, Dominguetti Pereira confirmou que Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, solicitou a "majoração" de US$ 1 por dose.

A proposta inicial da Davati, segundo Dominguetti, era de US$ 3,5 por unidade, mas o acordo não foi fechado. Seriam 400 milhões de doses: "O pedido dessa majoração foi exclusivamente do senhor Roberto Dias", apontou o depoente, confirmando o que havia dito em entrevista à Folha de S. Paulo.

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Na CPI, Dominguetti afirmou que sempre foi colocada uma oferta "justa e comercial" para o Ministério da Saúde. Segundo ele, o diretor de Logística Roberto Dias não era visto como facilitador do negócio. 

"Nunca se buscou uma facilidade por parte dele. Essa facilidade não ocorreu porque ele sempre colocou o entrave no sentido de que, se não se majorasse a vacina, não teria aquisição por parte do ministério", disse.

Contato com o governo

Segundo Dominguetti, o primeiro contato com o Ministério da Saúde foi feito por meio do ex-diretor substituto do Departamento de Logística coronel Marcelo Blanco. De acordo com ele, o ex-funcionário da pasta já vinha fazendo tratativas com a Davati para a aquisição de vacinas da AstraZeneca.

Acordo verbal

Ao responder a primeira pergunta do relator, Renan Calheiros, Luiz Paulo Dominguetti Pereira disse que tinha feito um acordo verbal com o CEO da Davati, Cristiano Alberto Carvalho, que lhe deu consentimento para representar a empresa em negociações com o Ministério da Saúde. 

*Da Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid antecipou para esta quinta-feira (1º) o depoimento do representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que afirmou ter recebido pedido de propina para fechar um contrato de vendas de vacinas com o Ministério da Saúde. A informação foi confirmada ao Estadão/Broadcast Político na noite dessa quarta-feira (30), pelo presidente do colegiado, Omar Aziz.

A oitiva de Pereira substituirá a de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, que estava marcada para esta quinta, mas foi adiada pela cúpula da CPI após o empresário obter no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar em silêncio. "Vamos recorrer da decisão", disse Aziz à reportagem.

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Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que Roberto Ferreira Dias, então diretor do Departamento de Logística da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, pediu propina de US$ 1 por cada dose de vacina da AstraZeneca/Oxford a ser vendida pela empresa ao governo. Diante da repercussão negativa, que se somou a outras suspeitas de irregularidades, o servidor foi exonerado.

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