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As greves na África do Sul se espalharam da indústria da mineração de platina para as minas de ouro, inspiradas pelo violento movimento que ocorreu na mina de Marikana, onde os trabalhadores grevistas conseguiram nesta semana um acordo com a empresa controladora da jazida, a Lonmin. Os trabalhadores da mina Kopanang, da AngloGold, começaram uma greve na noite da quinta-feira. A mina emprega cinco mil trabalhadores. Nesta sexta-feira, foi emitida uma ordem de prisão contra Julius Malema, político dissidente do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) que incitou à greve. Malema é acusado de fraude e corrupção.

A greve continua nesta sexta-feira na mina Kopanang. Alan Fine, porta-voz da AngloGold, informou que a empresa ainda não recebeu reivindicações dos grevistas. O porta-voz do Sindicato dos Mineiros da África do Sul, Lesiba Seshoka, disse que se reuniu com os trabalhadores de Kopanang nesta sexta-feira e que eles pedem um aumento salarial. Seshoka pediu aos mineiros que voltem ao trabalho.

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Nas últimas semanas, Julius Malema fez vários discursos incitando os milhares de trabalhadores das minas à greve. Nesta sexta-feira, a advogada do político dissidente confirmou que a Justiça emitiu uma ordem de prisão contra ele. "Sim, eu me encontrei com meu cliente e nós estamos ocupados com isso. Não tenho uma cópia da ordem de prisão e não conheço as acusações", disse a advogada Nicqui Glaktiou.

Nesta sexta-feira, mineiros de outra jazida de ouro, a de Carletonville, entraram no 12º dia de greve. A mina é da Gold Fields. Os 15 mil mineiros locais querem aumento salarial para 12,5 mil rands mensais (US$ 1,5 mil). O salário é o mesmo que os trabalhadores de Marikana reivindicaram e conseguiram da Lonmin. O Sindicato Nacional dos Mineiros faz o papel de intermediador entre a empresa e os trabalhadores. Os trabalhadores também querem que outros delegados sindicais sejam nomeados. Sven Lunsche, porta-voz da Gold Fields, disse que o pedido salarial está além das possibilidades de pagamento da empresa.

A greve na mineração da África do Sul, que teve início no começo de agosto, já deixou 47 mortos. Pelo menos 34 mineiros em greve foram mortos pela polícia a tiros em Marikana em 16 de agosto.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

A mineradora britânica Lonmin Plc anunciou nesta segunda-feira que suspendeu a exploração de uma nova mina na África do Sul, o que significará a perda de 1.200 empregos, no momento em que a sangrenta greve dos mineiros sul-africanos entra na quinta semana. A greve, que deixou pelo menos 45 pessoas mortas, 34 das quais abatidas a tiros pela polícia em meados de agosto, suspendeu os trabalhos em sete minas de ouro e platina na África do Sul, informou a agência de notícias do governo South African Press Association.

Nesta segunda-feira, a polícia impediu que o político dissidente Julius Malema fizesse um discurso a três mil mineiros em greve em um estádio em Marikana, perto de Johannesburgo, onde fica a mina de platina da Lonmin e onde teve início a paralisação. "Você está preso" disse um policial a Malema, que no entanto recebeu 20 minutos para deixar o local e não ir para a cadeira. O político obedeceu e foi embora, sob protestos: "Porque vocês estão me perseguindo? Vocês vão atirar em mim?" perguntou aos policiais antes de sair com seus partidários.

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Malena foi expulso do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA), do presidente Jacob Zuma, em abril, acusado de provocar a "desunião" no grupo. Ele tem pedido por uma greve nacional dos mineiros

A greve dos mineiros sul-africanos se alastrou nesta segunda-feira, com 15 mil trabalhadores da mina de ouro KDC iniciando uma paralisação e o comparecimento ao trabalho de apenas 6% dos 28 mil empregados da mina de platina de Marikana, a terceira maior produtora do metal no mundo. No total, o número de mineiros que estão parados é de 41.200. Em uma segunda mina de platina, Implats, os 15 mil trabalhadores compareceram ao serviço mas exigem um aumento de 10% nos salários.

Centenas de trabalhadores realizaram um protesto na mina de Marikana, da empresa Lonmin Plc, nesta segunda-feira. Muitos carregavam lanças e porretes. Eles marcharam sob supervisão de tropas de choque. Um confronto entre policiais e manifestantes deixou 34 mineiros mortos em 16 de agosto. Os grevistas ameaçam matar qualquer um que não respeitar a paralisação, convocada até que a Lonmin concorde em aumentar os salários para pelo menos 12,5 mil rands por mês (US$ 1,5 mil).

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A Gold Fields International, empresa responsável pela mina KDC, disse que a greve começou na noite de domingo. Mais de 12 mil mineiros querem a remoção dos atuais delegados sindicais e o aumento no salário mínimo para 12,5 mil rands mensais.

A Lonmin esperava que os mineiros voltassem ao trabalho em Marikana, após ter assinado na semana passada um acordo com a central sindical e dois outros sindicatos de mineiros. Trabalhadores não sindicalizados e uma dissidência sindical, contudo, rechaçaram o acordo e prosseguiram com a greve.

Mineiros disseram à Associated Press que estão ficando desesperados porque não têm mais dinheiro para alimentar suas famílias. Ainda assim, dizem estar resolutos a não voltar ao trabalho até que a demanda seja atendida. Eles se recusaram a informar os nomes à reportagem.

A porta-voz da Lonmin, Sue Vey, disse que as negociações entre os mineiros, os sindicatos e a empresa foram adiadas por 24 horas nesta segunda-feira porque representantes dos grevistas não sabiam que uma reunião havia sido marcada. Segundo ela, quando as negociações forem retomadas, deverão durar dias e serão baseadas em um documento que discutirá aumentos salariais.

Mineiros empregados pela Lonmin Plc que foram detidos há duas semanas, após a polícia abrir fogo e matar 34 trabalhadores grevistas, foram acusados de assassinarem seus colegas, disse nesta quinta-feira a promotoria de Johannesburgo. "O tribunal hoje acusou todos os trabalhadores de assassinato, sob a lei comum" disse o porta-voz da promotoria, Frank Lesenyego, à agência France Presse (AFP).

A greve na mina de platina de Marikana, na África do Sul, começou após 3 mil cavadores de rochas iniciarem um protesto por melhores salários. A greve foi considerada ilegal. Após vários dias de lutas entre trabalhadores e entre trabalhadores e guardas, que deixaram 10 mortos, incluídos dois policiais, a polícia abriu fogo contra uma multidão, durante um impasse em uma marcha que os mineiros tentavam fazer até uma cidade vizinha. Os disparos da polícia mataram 34 trabalhadores.

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As informações são da Dow Jones.

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