Tópicos | metais pesados

Os metais pesados são substâncias sólidas que podem prejudicar o organismo, afetando rins, estômago, pulmões e o cérebro. Nem todas as vítimas conhecem as ações que essas substâncias químicas criam no terreno biológico, e só percebem os danos no momento em que são afetadas.

A advogada Andréia Cabral, 45 anos, do Rio de Janeiro, começou a sentir os efeitos dos metais pesados a mais de um ano, quando detectou cansaço e falta de disposição. "Depois que comecei a fazer o tratamento, minha vida mudou. Passei a ter uma maior disposição, meu intestino começou a funcionar melhor e minha pele melhorou muito", relata.

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Os metais que contaminam o organismo podem ser alumínio, chumbo, mercúrio, arsênio, cádmio e flúor. Esses elementos são ingeridos no organismo de maneira diária, por meio da água potável, produtos agrícolas cultivados e expostos a agrotóxicos e pesticidas, utensílios de cozinha, como panelas de alumínio, pastas de dentes e produtos de higiene que contenham derivados do cloro. "Já o mercúrio está presente no atum, cação e tubarão. Esse metal tóxico deve ser evitado principalmente por mulheres em idade reprodutiva e que desejam ser mães", explica a cirurgiã dentista Cristiana Andrade.

Os metais causam um processo degenerativo silencioso. O flúor, por exemplo, pode causar danos na tireoide, como hipotireoidismo e tireoidite de Hashimoto, além de problemas na hipófise. "O alumínio pode gerar doenças autoimunes, degenerativas e deficiências nutricionais que causam inúmeros problemas", descreve Cristiana.

cirurgiã dentista aconselha evitar água não filtrada ou de fontes que contenham flúor e alimentos que contenham grandes quantidades de pesticidas, como morangos e tomates. "Também devemos usar utensílios de cozinha que não sejam de alumínio ou, caso seja difícil, utilizar colher de pau para não raspar fundo das panelas", recomenda.

Qualquer disfunção ou problema no organismo pode ser o alerta de alguma intoxicação. Além disso, para se manter saudável, é necessário buscar por um profissional especialista no assunto. "Dessa forma uma consulta será necessária e exames específicos para detecção, tratamento e limpeza do terreno biológico", finaliza Cristiana.

Interessados em reconstruir o histórico das concentrações de chumbo e outros metais pesados na poluição atmosférica paulistana, pesquisadores foram procurar os dados que precisavam nos arquivos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Não encontraram. Então, resolveram perguntar às árvores.

Elas contaram uma boa história: que as concentrações de chumbo no ambiente decaíram rapidamente a partir de 1989, com a proibição do uso dessa substância na gasolina. E também caíram as concentrações de cádmio, cobre, níquel, sódio e zinco, conforme a cidade foi se "desindustrializando" nos últimos 30 anos. Um relato fidedigno com a história, segundo os especialistas.

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Não se trata de nenhuma pesquisa esotérica, mas de um trabalho publicado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na revista Environmental Pollution. As árvores, de fato, guardam nas células um registro histórico das substâncias químicas que estavam presentes no ambiente ao longo do seu crescimento. Dessa forma, funcionam como "arquivos naturais" da qualidade do ar na cidade.

Para acessar esse arquivo, os cientistas recolheram amostras do tronco de árvores às margens da Avenida Doutor Arnaldo, zona oeste de São Paulo, uma das mais movimentadas da capital. As amostras, chamadas baquetas, são pequenos cilindros de madeira, extraídos com um broca.

"É como se tirássemos uma biópsia da árvore", explica o pesquisador Giuliano Locosselli, pós-doutorando do Instituto de Biociências da USP.

A espécie escolhida como doadora foi a tipuana, uma árvore muito comum na paisagem urbana de São Paulo - apesar de ser originária da Bolívia -, que tem anéis de crescimento muito bem definidos.

Cada anel corresponde a um ano de vida da árvore, e guarda uma amostra dos elementos químicos que ela "respirou e bebeu" naquele período, por meio de suas folhas e raízes.

Análises

As baquetas coletadas na Doutor Arnaldo foram enviadas para o laboratório do pesquisador Marco Aurelio Zezzi Arruda, do Instituto de Química da Unicamp, onde foi possível detectar e quantificar a presença desses seis metais nas células de cada anel.

São substâncias que não são monitoradas regularmente pela Cetesb, porque as análises são caras e não é possível fazê-las de forma automatizada, como ocorre com outros poluentes.

Confirmada a eficácia da técnica, os cientistas vão agora vasculhar os arquivos de outras tipuanas, de diferentes regiões da cidade, para comparar os resultados e entender melhor a história desses poluentes na vida da metrópole, incluindo suas origens, persistência e impacto na saúde pública. "São lições do passado que podemos usar para nos preparar melhor para o futuro", diz o orientador da pesquisa, Marcos Buckeridge, da USP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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