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A emissora oficial do Egito anunciou que o ex-presidente Mohamed Morsi, destituído e detido pelo Exército no dia 3 de julho, será julgado, com outras 14 lideranças e membros da Irmandade Muçulmana, por incitação ao assassinato e a violência, sem fornecer a data do processo.

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O presidente islamita deposto deverá responder pela morte de pelo menos sete manifestantes em dezembro de 2012, durante as grandes manifestações em que era acusado de querer islamizar a legislação do país mais populoso do mundo árabe, após a publicação de um decreto constitucional.

Forças do Egito devem agir, nas próximas 24 horas, contra manifestantes a favor do presidente deposto Mohamed Morsi, reunidos em dois acampamentos no Cairo, informaram fontes oficiais de segurança. Um oficial sugeriu, inclusive, que a ação contra as manifestações pode ocorrer no início desta segunda-feira, dia 12.

O governo informou, na última semana, que a decisão de esvaziar as manifestações era "irreversível". Apoiadores de Morsi, contudo, dizem que não vão desistir de protestar a favor do presidente, deposto em uma ação popular no dia 3 de julho deste ano. Fonte: Associated Press.

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O novo primeiro-ministro do Egito, Hazem al-Beblawi, chegou mais perto de formar um gabinete neste sábado, ao mesmo tempo que os partidários de Mohamed Morsi prometeram continuar lutando pela reintegração do presidente islamita deposto com novos protestos.

Al-Beblawi, que foi nomeado na última terça, disse que conversaria com candidatos para postos ministeriais neste sábado e domingo, em comentários publicados pelo jornal estatal Akhbar al-Youm.

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As principais prioridades do novo gabinete serão a restauração da segurança, garantia de fluxo de bens e serviços e preparação para eleições parlamentares e presidenciais, disse Al-Beblawi. O primeiro-ministro está trabalhando de acordo com um roteiro estabelecido pelo Exército que depôs Morsi no dia 3 de julho após milhões de pessoas tomarem as ruas para exigir sua renúncia.

Morsi, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, foi acusado de concentrar o poder nas mãos da Irmandade Muçulmana, levar a economia para uma queda livre e fracassar na proteção das minorias. Mas seus apoiadores argumentam que sua saída do poder foi um violação flagrante dos princípios democráticos e dezenas de milhares de pessoas foram à ruas para exigir sua reintegração.

"Haverá outra grande manifestação na segunda-feira, disse Tareq al-Morsi, porta-voz da Irmandade Muçulmana neste sábado, um dia após dezenas de milhares de partidários de Morsi protestarem no Cairo. Também são esperadas manifestações na segunda-feira na sede da Guarda Republicana, que foi cenário de confrontos violentos na semana passada, disse o porta-voz, acrescentando, que elas serão pacíficas. Fonte: Dow Jones Newswires.

Durante discurso feito no Palácio do Itamaraty, em homenagem ao presidente egípcio, Mohamed Morsi, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira "o papel mediador" do Egito no conflito entre Israel e Palestina e pregou a superação da "paralisia" que domina o processo de paz entre os dois países. Segundo Dilma, o Brasil pode estender a mão para que, junto com os egípcios, se possa trabalhar para a "superação negociada do conflitos e construção de um mundo de paz". Morsi, por sua vez, elogiou a posição brasileira de apoio ao povo palestino.

Em sua fala, Dilma destacou ainda da necessidade de crescimento das relações comerciais e econômicas entre Brasil e Egito. Ela citou a importância do seminário que reunirá empresários dos dois países nesta quinta-feira, 9, em São Paulo, onde se espera que negócios sejam ampliados. Já o presidente egípcio pregou a necessidade de o seu país encontrar novos parceiros e comentou a importância da parceria com o Brasil, lembrando que os brasileiros também têm a mesma vontade de estreitar as relações econômicas com novas nações.

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Dilma afirmou que Morsi é o líder de "um novo Egito", que está promovendo a reconstrução da democracia social no país e citou que ficou comovida com a sua disposição de levar o desenvolvimento àquele país. Ela defendeu também a importância do diálogo e da cooperação Sul-Sul e disse que Brasil e Egito poderão trabalhar juntos pela reforma da governança global.

Ao finalizar sua fala, Morsi fez questão de convidar Dilma a visitar seu país e desejou sucesso ao Brasil, na Copa do Mundo de 2014. Durante o almoço no Itamaraty não houve o tradicional champanhe para o brinde entre os presidentes e os convidados. Em respeito à tradição e à religião muçulmana, que proíbe que muçulmanos consumam bebida alcoólica, o brinde foi feito com suco de abacaxi com hortelã. Esta foi a primeira viagem de um presidente do Egito ao Brasil.

A presidente Dilma Rousseff recebe nesta quarta-feira, 8, o presidente do Egito, Mohamed Morsi. Os compromissos estão citados na agenda oficial da presidente divulgada nesta terça-feira pouco pelo Palácio do Planalto. Para as 11 horas, está marcada a cerimônia oficial de chegada de Morsi. Logo em seguida, às 11h20, haverá encontro de Dilma com ele. Para as 12h30, está programada cerimônia de assinatura de atos. Às 12h40, será realizada declaração à imprensa. Na sequência, às 13 horas, haverá almoço no Palácio Itamaraty. O último compromisso da agenda de Dilma para esta quarta-feira é uma reunião, às 16 horas, com a chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, Palácio do Planalto.

Quem entra na Faixa de Gaza pela fronteira israelense, primeiro passa pelos entulhos da guerra de 2008-2009 para, depois, começar a ver os sinais da ofensiva militar da última semana. A palavra "reconstrução" aqui tem sentido mais profundo: do aspecto físico, de recolocar tijolos e reerguer lugares arrasados, a uma dimensão econômica e espiritual, de retomar a vida como um dia ela foi.

No entanto, após o último ciclo de violência entre Hamas e Israel, boa parte dos moradores de Gaza parece "menos pessimista" ao falar sobre o futuro. Primeiro, em razão da solidariedade vinda de governos vizinhos durante os oito dias de conflito - Gaza recebeu um premiê e vários ministros do mundo islâmico -, algo impensável na guerra de quatro anos atrás, antes da Primavera Árabe. Segundo, o acordo de cessar-fogo prevê um abrandamento do bloqueio israelense, ainda que não esteja claro o que isso significa exatamente.

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Apesar da chuva, o tradicional mercado de peixes, na sexta-feira, estava cheio. Ontem, Israel relaxou as restrições a pescadores em Gaza como parte do cessar-fogo intermediado pelo Cairo. Agora, eles podem pescar a uma distância de 6,9 quilômetros, em vez de 4,8 quilômetros - o que ainda é pouco, segundo os palestinos. Em águas rasas demais, eles só trazem sardinhas, camarões e caranguejos. Os peixes maiores vêm do Egito.

"Esse mar é farto, costumava pegar até lagostas, mas preciso de pelo menos 20 milhas náuticas (pouco mais de 37 quilômetros)", reclama Ismail Ahlam, que desistiu de pescar e hoje revende em um carrinho peixes dos colegas. "Navios israelenses abrem fogo contra os pescadores - nos últimos meses, três foram mortos. Eu fiquei com medo e parei."

Fronteira aberta. A situação no Hospital Shifa, o maior de Gaza, também era bem diferente da vivida na guerra de quatro anos atrás. Shifa tem 500 leitos, mas atende uma área onde vive mais de um milhão de pessoas, explica o doutor Ahmad Jarou, um dos responsáveis pela UTI.

"Aqui, faltam sempre produtos descartáveis, como seringas, além de medicamentos. Nossos aparelhos de tomografia e ressonância magnética não funcionam há meses, pois não encontramos peças para eles."

Nos oito dias da ofensiva, o presidente do Egito, Mohamed Morsi, abriu a fronteira e todos os pacientes em estado crítico foram levados a hospitais egípcios. Na sexta-feira, a UTI de Shifa abrigava apenas oito vítimas da violência.

"Agora, nós não temos mais aquela situação de corredores lotados com feridos, embora a nossa infraestrutura médica ainda seja bastante precária." A chave para melhorar o atendimento em Gaza, de acordo com o doutor Jarou, é a construção de mais hospitais.

Decadência. A indústria dos túneis clandestinos que ligam o território ao Egito já estava enfraquecida desde que Israel abrandou o bloqueio ao território, sobretudo após o incidente com a flotilha turca, há dois anos. Se o Egito ampliar o comércio, os contrabandistas devem decretar de vez a falência.

Um relatório da ONU publicado este ano sob o título de Gaza: um lugar onde será possível viver em 2020? alerta que dois fenômenos nefastos prejudicam a reconstrução: o desemprego, de 35% a 65%, que atinge principalmente jovens, e o fim da indústria local - 97% das fábricas fecharam ou operam com mínima capacidade desde o início do bloqueio. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Se alguém dissesse há alguns meses que Mohamed Morsi seria eleito presidente do Egito e logo assumiria as rédeas da transição política, enquadrando os militares, provavelmente viraria motivo de chacota na Praça Tahrir. Mais ainda depois que os generais, em junho, dissolveram o recém-eleito Congresso e, a um dia do segundo turno, emitiram um decreto limitando os poderes do futuro presidente.

Mas o improvável ocorreu: o político da Irmandade Muçulmana, sem carisma e ruim de palanque, firmou-se comandante em chefe do Egito. No domingo, Morsi destituiu a cúpula das Forças Armadas, que por seis décadas - e mesmo após a queda do ditador Hosni Mubarak - governou o Egito. Aguardou-se a hora em que os militares dariam o troco. Mas ele não veio.

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Foram para a reserva o marechal Mohamed Hussein Tantawi, ministro da Defesa (cargo que também ocupara sob Mubarak) e ex-comandante da junta militar, e o chefe do Estado-maior, general Sami Annan. As duas funções passaram a ser cumulativamente exercidas por um general mais jovem e tido como leal a Morsi, Abdel al-Sissi.

Os comandantes das três forças também caíram. O ministro da Inteligência e o chefe da polícia nacional - que fez o serviço sujo contra os manifestantes no levante iniciado em janeiro de 2011 - haviam sido demitidos na semana anterior.

Morsi nem mesmo foi a primeira escolha da Irmandade para disputar as eleições presidenciais. Ele entrou no páreo depois que a Justiça eleitoral, leal aos militares, vetou o nome Khairat el-Shater, um dos maiores empresários do Egito e figura querida entre os irmãos muçulmanos.

O primeiro presidente civil do Egito estudou engenharia nos EUA, foi preso pelo governo Mubarak e subiu na hierarquia da Irmandade atuando como burocrata, longe dos holofotes. As pesquisas de intenção de voto antes do primeiro turno colocavam Morsi em quarto ou quinto lugar na disputa - ele ficou de fora dos principais debates na TV.

Ao ser eleito, o político islamista indicou que trilharia o caminho do consenso. Prometeu relações respeitosas com Israel e melhores laços com os EUA. Seu gabinete não tinha nomes incômodos aos militares e várias figuras-chave do antigo regime foram inicialmente preservadas, incluindo Tantawi. Mas a crise na Península do Sinai, desatada após militantes islâmicos matarem 16 guardas egípcios, há duas semanas, chacoalhou o governo e deu ao presidente a oportunidade para derrubar os principais remanescentes da ditadura e reverter o decreto que limitava seus poderes.

"É importante notar que Morsi não pediu aos generais que renunciassem, ele mesmo os demitiu", disse ao Estado Mohamed Elmenshawy, colunista político do jornal egípcio Ashorouk. "E o fato de ter nomeado rapidamente os sucessores deixou mais claro o novo poder do presidente."

A vez dos jovens. Logo após as destituições, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que após a queda de Mubarak assumiu o poder no Cairo, emitiu o primeiro sinal de que aceitava as alterações. Em sua página do Facebook, afirmou que se tratava de uma "mudança natural". "A responsabilidade foi transferida a uma nova geração de filhos do Egito", saudou o conselho.

Analistas, então, começaram a debater por que os generais acataram passivamente as ordens do líder de um movimento islâmico que, até pouco tempo, era tratado nas academias militares como a maior ameaça ao Egito.

Em condição de anonimato, um oficial egípcio disse ao New York Times que os generais grisalhos e metidos em política haviam perdido o respaldo dos subalternos mais jovens. Estes, reunidos em torno de Sissi, viam em Morsi a oportunidade de retornar à caserna, conseguindo melhores soldos e equipamento.

Paul Sullivan, estudioso dos militares egípcios da National Defense University, dos EUA, diz que o descontentamento dos quadros mais jovens aparentemente isolou a velha guarda. "Mas há dúvidas sobre a ideologia desses 'novos' oficiais. Eles são vinculados com a Irmandade? São bons estrategistas e economistas?", disse ao Estado.

Outro elemento que contribuiu para a moderação na resposta dos militares foi a forma como Morsi os destituiu, diz Sullivan. "Os generais da cúpula conseguiram postos bons. Tantawi e Annan viraram 'conselheiros' do presidente - algo que demanda pouco, não há muito conselho a ser dado nessas circunstâncias. O ex-comandante da Marinha virou chefe da Autoridade do Canal de Suez, outro general chefiará a companhia de produção de armas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autores: ROBERTO SIMON

Cairo, 24/06/2012 - Mohamed Morsi, primeiro muçulmano a ser eleito presidente do Egito, disse neste domingo que será um governante "para todos os egípcios" e pediu a unidade nacional, informou a AFP. "Serei um presidente para todos os egípcios", disse Morsi poucas horas depois de ser declarado eleito após uma corrida presidencial acirrada contra Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro a governar com o presidente deposto Hosni Mubarak.

A eleição dividiu o país entre os que temiam o retorno do velho regime e os que desejavam manter a religião fora da política e que temiam que a Irmandade Muçulmana sufocasse as liberdades pessoais. Morsi, que renunciou à Irmandade para assumir o cargo, agradeceu os "mártires" dos levantes pela vitória e ressaltou que "a revolução continua".

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Ele também prometeu honrar os acordos internacionais. "Vamos preservar todos os acordos e internacionais (...) viemos em paz", disse. O Egito foi o primeiro país árabe a assinar um acordo de paz com Israel, em 1975. As informações são da Dow Jones.

Washington, 24/06/2012 - Os Estados Unidos parabenizaram Mohamed Morsi por sua vitória nas eleições para a presidência do Egito e pediu que seu governo faça jus ao papel de "pilar da paz regional" do país, informou a AFP.

"Acreditamos que é importante que o presidente eleito Morsi tome decisões neste momento histórico para levar adiante a unidade nacional comunicando-se com todos os partidos nas consultas sobre a formação de um novo governo", disse o porta-voz Jay Carney em nota.

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Ele também disse que "acredita ser essencial para o governo egípcio continuar a fazer jus a seu papel de pilar regional da paz, da segurança e da estabilidade", disse o porta-voz, numa referência velada às esperanças de que o país continue a cooperar com Israel. O Egito e a Jordânia são os únicos países árabes que assinaram acordos de paz com Israel.

Os EUA, que tem oferecido ajuda militar no valor de US$ 1 bilhão por ano ao Egito, também expressou preocupações com os direitos das mulheres e de minorias não muçulmanas no país. As informações são da Dow Jones.

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