Tópicos | MP 656

Um dos nomes de oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT), o deputado federal e senador eleito Romário Farias (PSB-RJ) elogiou o veto da presidente ao artigo 141 da Medida Provisória 656/14, que previa regras para a renegociação das dívidas dos clubes brasileiros com a União.

"Eu quero dar parabéns à presidenta por ter vetado essa lei. Porque isso poderia ser uma das piores coisas que aconteceria com o esporte neste momento", considerou. "O Brasil tem que mudar sua mentalidade em relação ao esporte. Se profissionalizar. E os que devem, pagar suas dívidas", disse Romário nesta quinta-feira após fazer uma visita ao Parque Olímpico, no Rio.

##RECOMENDA##

De acordo com o artigo vetado, os clubes poderiam parcelar suas dívidas em até 240 vezes, com descontos de até 50% em juros e 70% nas multas, sem precisarem cumprir medidas de responsabilidade financeira e de gestão, que estão no projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), que tramita no congresso.

"Foi feita uma comissão que trabalhou quase onze meses para chegar em acordo com os clubes, ministérios da Casa Civil, Fazenda e do Esporte (sobre a LRFE). Aí vem um deputado e colocou um artigo dentro de uma MP (656/14) para que os clubes possam pagar sua dívida com 70% de desconto? E pior do que isso é não ter nenhuma contrapartida em termo de responsabilidade", criticou.

Durante o evento, Romário também se mostrou receptivo ao novo ministro do Esporte, George Hilton, com quem vai se reunir em breve. "Não o conheço ainda, mas mostrou-se bastante favorável ao diálogo. Vou ter uma audiência com ele para conversar sobre o esporte no Brasil. Ele realmente não é um homem do ramo. Espero que possa reunir grandes assessores, técnico para resolver o problema do esporte no Brasil."

O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), criticou nesta terça-feira, 20, a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar a emenda, apresentada por ele, que corrige em 6,5% a tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física, proposta na Medida Provisória 656.

A emenda de Mendonça Filho foi aprovada no fim do ano passado em votação simbólica na Câmara e no Senado. O valor corresponde à projeção da inflação para o período de 2014, que foi exatamente o teto da meta do governo.

##RECOMENDA##

"Vetar essa correção próxima ao valor final da inflação de 2014 é exigir que, mais uma vez, o trabalhador seja penalizado com a situação econômica do País. O governo retira mais gente da isenção para inchar ainda mais suas receitas do jeito mais fácil: apertando ainda mais o contribuinte", protestou o líder, em nota.

Em entrevista à reportagem, Mendonça Filho afirmou acreditar que há um "chance bastante razoável" para que o veto de Dilma seja derrubado pelo novo Congresso. O líder do DEM lembrou que a apreciação dos vetos agora é realizada em votação aberta e há, segundo ele, um clima de muita insatisfação política e na população, com a presidente tomando medidas ao contrário do que defendeu durante a campanha eleitoral.

"Ninguém está falando de algum absurdo, está se corrigindo a tabela pela inflação. Não é nem a atualização dos 60% de defasagem da tabela. O governo está aumentando a tributação sobre uma faixa do assalariado que não pagava imposto", disse.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 13.097, com vários vetos. A lei é resultado da aprovação da Medida Provisória nº 656, que ficou conhecida como MP das Bebidas Frias, por incorporar durante a tramitação no Congresso trecho para definir uma nova tributação do setor.

Entre os vários pontos rejeitados pela presidente está o reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda para a Pessoa Física (IRPF), proposto pelos parlamentares. Dilma justificou que "a proposta levaria à renúncia fiscal na ordem de R$ 7 bilhões, sem vir acompanhada da devida estimativa do impacto orçamentário-financeiro, violando o disposto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal." O Planalto deverá editar nova Medida Provisória sobre o tema. Na segunda-feira, 19, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que a proposta da Fazenda é de que a correção da tabela do IRPF seja de 4,5% este ano.

##RECOMENDA##

Dilma também rejeitou o artigo da MP que permitia o refinanciamento das dívidas dos clubes esportivos com a União, que é da ordem de R$ 4 bilhões, sem contrapartidas, como pagamento de multas em caso de atraso dos salários dos jogadores. Nas razões do veto enviadas ao Congresso, a presidente explica que "o governo vem discutindo há meses com representantes de clubes, atletas, entidades de administração do desporto e com próprio Congresso Nacional a construção de uma proposta conjunta que estimule a modernização do futebol brasileiro".

Segundo ela, "o texto aprovado não respeita este processo e prevê apenas refinanciamento de débitos federais, deixando de lado medidas indispensáveis que assegurem a responsabilidade fiscal dos clubes e entidades, a transparência e o aprimoramento de sua gestão, bem como a efetividade dos direitos dos atletas". Ela assegura, no entanto, que o "governo retomará imediatamente o processo de diálogo, com o objetivo de consolidar, no curto prazo, uma alternativa que promova de forma integral a modernização do futebol brasileiro."

Inicialmente editada para zerar as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre a receita de vendas e na importação de partes utilizadas em aerogeradores, para prorrogar benefícios tributários a empresas e para dispor sobre a devolução ao exterior de mercadoria estrangeira com importação não autorizada, a MP 656 foi ganhando outros temas, como a própria tributação das bebidas frias e o reajuste do IRPF. Com isso, a lei sancionada trata de inúmeros outros temas.

Um dos assuntos introduzidos durante a tramitação foi a criação da Letra Imobiliária Garantida (LIG), instrumento que será emitido exclusivamente por instituição financeira sob forma escritural. A LIG é um título de crédito nominativo, transferível e de livre negociação. Ela estará vinculada à carteira de garantias, que pode conter créditos imobiliários e títulos de emissão do Tesouro Nacional, instrumentos derivativos e outros ativos. Veja a íntegra da nova lei e as razões do vetos ao texto no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 20.

As empresas fabricantes de bebidas frias - água, cervejas, refrigerantes e isotônicos - receberão um abatimento de tributos nos próximos três anos, para evitar que a mudança no modelo de tributação em 2015 provoque um aumento dos preços ao consumidor. A proposta fechada pelo governo com o setor, e incluída como emenda na Medida Provisória 656 que está no Congresso, prevê um aumento da carga tributária em torno de 10%. Ainda assim, a medida vai reforçar o caixa do governo em R$ 1,5 bilhão no ano que vem. As empresas aplaudiram o novo modelo porque ele acaba os reajustes periódicos de alíquotas e corrige distorções do modelo atual.

A nova tributação, negociada com o setor, estabelece uma alíquota de PIS e Cofins de 13% para a indústria e de 10,4%, para a distribuidora. Essa última poderá se creditar do imposto pago à indústria, de forma a neutralizar a tributação no fabricante. O modelo também estabelece alíquota de IPI de 6% para cerveja e de 4% para as demais bebidas.

##RECOMENDA##

A fonte do governo explicou que a cobrança de PIS e Cofins na distribuidora evita o subfaturamento na indústria. Esse tipo de sonegação no setor é uma prática conhecida pela Receita Federal. Como fabricantes e distribuidores, de forma geral, são empresas coligadas, elas se aproveitam para burlar o Fisco. O governo acredita que a fórmula encontrada garante a fiscalização da produção.

Também para evitar sonegação fiscal, a lei fixará alíquotas mínimas a serem cobradas das empresas, caso o valor de venda declarado resulte em uma tributação menor que o piso previsto na lei. Segundo a fonte, "em condições normais", sem subfaturamento dos preços, essas alíquotas nunca devem ser aplicadas.

Tabela

Os descontos para as empresas serão nas alíquotas de PIS e Cofins. Segundo o texto da emenda, cervejas de até 400 ml terão uma redução de 20% em 2015, 15% em 2016 e 10% em 2017. Acima de 400 ml, os descontos são de 10% no primeiro ano e de 5%, nos demais. O abatimento para as demais bebidas frias serão nos mesmos porcentuais, mas para embalagens de até 500 ml e aquelas acima disso.

A fonte do governo acredita que o novo modelo traz previsibilidade para o sistema e permitirá que a arrecadação acompanhe o crescimento da indústria, além de corrigir distorções na competição entre as empresas menores e os grandes fabricantes.

A tributação atual do setor de bebidas é complexa, baseada numa fórmula que leva em consideração uma pesquisa de preços de varejo para cada tipo de produto e embalagem da bebida, multiplicado por um redutor e uma alíquota do imposto. Dessa fórmula, é definido um valor em reais que incide sobre o produto tributado. Passará a ser apenas sobre o valor de venda.

A proposta também traz incentivos para as fabricantes de cervejas especiais. Aqueles que produzirem até cinco milhões de litros por ano receberão uma redução de 20% na tributação de PIS e Cofins. Entre cinco e dez milhões de litros, o desconto será de 10%.

A comissão mista da Medida Provisória 656/2014 marcou para a próxima terça-feira (9), às 9 horas, uma reunião para apreciar o relatório do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). O relator, contudo, ainda não divulgou a íntegra do seu parecer, embora já tenha sinalizado que vai incluir uma série de medidas econômicas a pedido do Ministério da Fazenda.

Editada em outubro, a MP original zera as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre a receita de vendas e na importação de partes utilizadas em aerogeradores. O texto também dispõe sobre a devolução ao exterior ou a destruição de mercadoria estrangeira com importação não autorizada e sobre a prorrogação de benefícios tributários para empresas. A MP estende, por exemplo, incentivos da chamada Lei do Bem até 2018 e a dedução de IR da contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico até 2019.

##RECOMENDA##

O governo decidiu aproveitar essa MP para incluir medidas que considera importantes de serem votadas ainda este ano. Uma delas é a que prevê a mudança no regime de tributação de bebidas frias. Até o momento, a comissão mista da MP recebeu 386 emendas.

A MP foi prorrogada na quarta-feira, 3, por mais 60 dias, o que significa que só perderá validade, se não for votada, no início de fevereiro. A medida tem de passar pela comissão mista e pelos plenários da Câmara e do Senado para virar lei.

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), relator da Medida Provisória 656/2014, afirmou nesta quinta-feira (27) que a tendência é incluir na proposta autorização para que o Tesouro Nacional faça um novo aporte no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, do dia 30 de outubro revelou que o governo pretendia aproveitar o final da atual legislatura no Congresso para incluir medidas que considera importantes de serem votadas, como a capitalização do banco.

"Ainda não está fechado, mas estamos vendo como acrescentar", adiantou Eunício Oliveira, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político. Na terça-feira à noite, Eunício reuniu-se com o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que tem participado ativamente das negociações sobre o texto da MP.

##RECOMENDA##

No final do mês passado, Romero Jucá havia contado que o Ministério da Fazenda também sinalizou com a necessidade de fazer um novo aporte no BNDES para que o banco consiga fechar as contas deste ano. A autorização deve ser de R$ 20 bilhões. A expectativa é que a Fazenda apresente as sugestões de mudanças para se fazer na MP até segunda-feira (1º de dezembro) e o relator conclua um texto "mais global" para análise da comissão mista até a próxima quarta, dia 3.

Segundo Eunício, a base aliada tentará aprovar a medida provisória no Congresso ainda este ano, mas ele disse que ainda tem tempo hábil para votar a proposta no próximo ano. Ele não quis precisar quando a proposta será apreciada pela comissão mista.

Além de passar pela comissão mista, a MP terá de tramitar ainda pelos plenários da Câmara e do Senado. A MP perde a validade no dia 6 de dezembro, mas ela ainda pode ser prorrogada por 60 dias - ou seja, pode ser aprovada ainda pelo Congresso no início da próxima legislatura, no início de fevereiro de 2015.

O Ministério da Fazenda explicou que a Medida Provisória 656, publicada nesta quarta-feira (8), no Diário Oficial, criou a concentração dos atos de matrícula para imóveis. Segundo Paulo Rogério Caffarelli, secretário-executivo da pasta, todas as informações de compra e venda de um imóvel terão um registro único, semelhante ao Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Com a medida, o Ministério espera aumentar a segurança jurídica dos negócios, desburocratizar as operações de compra e venda e a facilitar a concessão de crédito.

Letra Imobiliária Garantida

##RECOMENDA##

A MP 656 criou também a Letra Imobiliária Garantida (LIG), um instrumento que será emitido exclusivamente por instituição financeira sob forma escritural. A LIG é um título de crédito nominativo, transferível e de livre negociação. Ela estará vinculada à carteira de garantias, que pode conter créditos imobiliários e títulos de emissão do Tesouro Nacional, instrumentos derivativos e outros ativos.

Caffarelli explicou que o instrumento beneficia o investidor que não quer correr o risco banco, já que, em caso de falência da instituição emissora, os ativos estão apartados do patrimônio da instituição. "Há ainda a isenção de IR sobre os rendimentos para pessoas físicas residentes no Brasil e para pessoas físicas e jurídicas estrangeiras."

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando