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A partir de uma avaliação de “grande potencial” de crescimento e valorização da MPX - empresa de energia do Grupo EBX, de Eike Batista, que teve o controle vendido para a E.ON -, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou, na quinta-feira, 22, o aporte de R$ 82 milhões na operação de aumento de capital da empresa.

A alemã E.ON, que detém 36,5% das ações da companhia, já investiu R$ 289 milhões e deve elevar sua participação após o término da capitalização, marcado para a próxima terça-feira, 26. O aumento de capital previsto é de R$ 800 milhões.

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A operação do banco foi realizada por sua empresa de participações, a BNDESPar, que detém 10,3% das ações. O objetivo era manter a participação, temendo uma diluição das ações com o aumento de capital. Na avaliação do banco, a empresa possui bons ativos, que podem se valorizar nos próximos anos com a execução do plano de investimentos.

Fontes da instituição indicam que a companhia “tem bastante futuro” e “vale mais do que o investimento feito”. Em nota, o BNDES afirmou que o aporte buscou “preservar o interesse econômico” do banco. Os recursos investidos serão destinados ao caixa da companhia para a manutenção do plano de investimentos.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, reforçou os “bons fundamentos” da empresa. “A análise fundamental do banco mostra um grande potencial. É uma empresa que tem um portfólio de projetos muito interessante”, disse Coutinho, após participar de um evento de comércio exterior no Rio.

Grupo ‘X’

O braço de participações do BNDES também possui ações nas empresas MMX, de mineração, e OGX, de petróleo. Questionado se a análise vale para outras empresas do Grupo EBX, Coutinho respondeu: “Lembre-se que a MPX hoje é uma empresa da E.ON”.

A ênfase no novo controle da empresa reforça a estratégia da MPX de se desvincular do empresário Eike Batista para evitar a contaminação com a crise financeira e de credibilidade que atinge seus negócios. Em julho, o empresário comunicou a saída do conselho de administração e o “controle compartilhado” com a E.ON.

Executivos da empresa alemã já atuam na diretoria da MPX, que vai mudar de nome para se dissociar completamente do grupo EBX. Eike deve ter sua participação limitada a 15%, mas ainda pode ajudar a administração. “Eike está muito desgastado. A saída tira a companhia dos holofotes de notícias negativas e dá mais tranquilidade para os trabalhos”, afirmou a fonte do BNDES.

Para a fonte, a empresa alemã ainda tem “apetite para aumentar sua exposição”. Em comunicado divulgado na quarta-feira, a E.ON informou que subscreveu R$ 289 milhões em ações. A estimativa, em julho, era de que a empresa chegasse a investir até R$ 366 milhões. Uma nova rodada para aquisição de ações foi iniciada na quinta-feira, 22.

Até agora, cerca de 80% dos acionistas minoritários participaram da capitalização. Segundo a MPX, ainda há quase 35 milhões de ações ordinárias disponíveis, que poderão ser negociadas a R$ 6,45 cada. Caso as aquisições não alcancem o valor de R$ 800 milhões, previsto para a realização do plano de investimentos, o banco BTG garantirá o aporte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à crise de confiança que assola o grupo X e vem derretendo o preço das ações das empresas do empresário Eike Batista, a Gávea Investimentos ainda avalia se irá participar do aumento de capital da MPX Energia.

Detentora de participação acionária relevante na empresa, mas inferior a 5%, a gestora de recursos do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga aguarda os desdobramentos dos problemas do grupo X para tomar uma decisão. "Vamos esperar para ver o que vai acontecer de fato. Porém, a tese do investimento é muito sólida e gostamos muito do ativo", comentou o sócio-fundador da Gávea Luiz Henrique Fraga.

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A Gávea Investimentos entrou na MPX em maio de 2012 depois da conversão em ações de debêntures no valor de R$ 200 milhões. Com a operação, a gestora passou a ter um assento no Conselho de Administração da geradora, sendo hoje representada por Christopher Meyn, o sócio responsável pela gestão do Gávea Investment Funds. Nesse contexto, a empresa adota um tom de cautela em relação à MPX e à operação de aumento de capital que pretende levantar R$ 1,2 bilhão.

Para o também sócio-fundador da Gávea Investimentos Armínio Fraga, a MPX está sendo 'vítima' do mau momento vivido em virtude das dificuldades enfrentadas pela petrolífera OGX, situação que tem contaminado a percepção dos investidores em relação às demais companhias X, mesmo aquelas vistas como mais sólidas pelo mercado, como a geradora de energia.

Como prova de confiança nesse ativo, o executivo citou a presença da alemã E.ON como sócia estratégica da MPX, uma das maiores empresas de energia da Europa. "A MPX tem um sócio estratégico global", disse. Hoje, a E.ON detém 36% da MPX.

O aumento de capital que a MPX, empresa de energia do grupo de Eike Batista, pretende efetivar no mês que vem deve contar com aporte direto de, no mínimo, R$ 125 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco estatal, acionista da empresa com 10,34%, tende a acompanhar a operação, que terá garantia do BTG Pactual e foi decidida depois do aumento de participação da alemã E.ON, em 28 de abril.

A avaliação no BNDES, segundo fontes, é de que a MPX é a empresa mais saudável do grupo EBX e que o aporte poderá ficar bem acima dessa cifra. É a única na qual o banco participa diretamente do capital, por meio da BNDESPar. A decisão do banco, segundo fontes, será aderir, "se for um bom negócio", o que dependerá do preço da oferta. O banco se diz "tranquilo" em relação à exposição ao grupo EBX por meio de sua empresa de energia. O próprio presidente da instituição, Luciano Coutinho, já declarou isso publicamente.

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No final de março, a E.ON, que detinha 11,73% de participação na MPX, elevou sua participação para 36,20% comprando uma fatia pertencente a Eike que, por sua vez, teve sua parcela de ações reduzida de 50,08% para 25,61%.

Com base nos dados fornecidos pela empresa sobre a operação de aumento de capital, o coordenador de cursos de pós-graduação da Fundação Instituto de Administração (FIA) Marcos Piellusch, calcula que para manter a mesma participação, o BNDES terá se subscrever 12.410.434 novas ações. Ao preço de R$, 10,00, como foi divulgado no primeiro anúncio da operação, isso leva aos R$ 125 milhões.

O professor Piellusch parte também do princípio de que, não acompanhando a oferta, a posição de Eike como acionista seja diluída para, no máximo, 21,21%. Isso contando que a MPX terá aportes correspondentes a R$ 367 milhões, já anunciado pela E.ON, e de R$ 708 milhões que caberia à participação acionária hoje detida por "outros", o que inclui as ações negociadas no mercado por minoritários.

Segundo fontes, a MPX foi avaliada tecnicamente pelo BNDES como uma empresa bastante firme no fornecimento de energia térmica. A empresa opera hoje cinco usinas, com um total de 1.082 megawatts (MW) de capacidade instalada. Seu planejamento estratégico prevê chegar ao fim do ano com 2.838 MW. A companhia anuncia "para os próximos" anos, mais 10 mil MW em geração térmica de novos projetos.

Na semana passada, o gerente para carvão da E.ON, Gustavo Fernandez, em evento no Rio disse que a empresa alemã já investiu cerca de 1 bilhão de euros na MPX e disse que novos aportes vão depender do andamento e da necessidade de capital dos projetos. Ele também se disse tranquilo em relação aos riscos e generalizou: "Todos os investimentos tem riscos envolvidos", disse.

Dificuldade de crédito

Os maiores valores liberados pelo BNDES ao grupo X se deram em forma de empréstimos. Ainda segundo fontes, todos têm como garantia fianças bancárias, o que diferencia o crédito liberado a Eike por outras instituições financeiras, que tiveram ações do próprio grupo como garantia. Na última terça-feira, 30, o presidente da mineradora MMX, Carlos Gonzalez, admitiu, durante teleconferência com analistas para detalhar resultados do primeiro trimestre, que o grupo tem enfrentado dificuldade de crédito no mercado."Há uma prioridade na preservação do caixa (...) é de conhecimento de todos que o grupo passa por dificuldade de crédito", afirmou.

No mês passado, a MMX divulgou duas vezes o mesmo empréstimo obtido do BNDES para o Porto do Sudeste. O anúncio provocou alta das ações em dois momentos diferentes. O banco não divulgou a liberação da primeira parcela do financiamento, de R$ 935 milhões, porque já havia tornado pública, no ano passado, a aprovação do projeto e não é praxe da instituição divulgar cada etapa do processo.

A MPX Energia anunciou que seu acionista controlador, Eike Batista, e a alemã E.ON firmaram um acordo de investimento na quarta-feira (27). A E.ON vai adquirir 141.544.637 ações detidas por Eike, que representam aproximadamente 24,5% do capital social da MPX. O preço base por ação é de R$ 10, o que totaliza R$ 1,415 bilhão. Com a aquisição, a participação da E.ON no capital da MPX aumentará para 36,2%.

Conforme o fato relevante divulgado nesta quinta-feira, na data de aquisição das ações da MPX, a E.ON e Eike celebrarão um acordo de acionistas, que regulará o exercício dos direitos de voto e restrições às transferências de ações detidas por eles. Após a compra, terá início a captação de recursos, por meio de oferta pública primária registrada junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no valor de, pelo menos, R$ 1,2 bilhão, com garantia firme da totalidade do valor a R$ 10,00 por ação, a qual deverá ser efetivada no segundo trimestre deste ano.

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A companhia explica que o preço por ação no âmbito do aumento de capital será determinado com base em procedimento de coleta de intenções de investimento (bookbuilding), sujeito, entretanto, a um compromisso firme de subscrição da totalidade do aumento de capital a um preço por ação de R$ 10,00.

O aumento de capital estabelecerá um período de prioridade para que os acionistas da MPX manifestem sua intenção de participar da oferta pública. A E.ON comprometeu-se a subscrever o equivalente a R$ 366.717.350,00 em novas ações emitidas em razão do aumento de capital, pelo preço de R$ 10,00 por ação.

O Banco BTG Pactual foi contratado pela MPX para executar a oferta pública em regime de garantia firme de colocação pelo preço de R$ 10,00 por ação, sendo que, conforme o fato relevante, "outros acionistas e investidores financeiros manifestaram intenção de subscrição na oferta pública".

O preço base da aquisição da fatia de 24,5% da MPX pela E.ON, de R$ 10,00 por ação, poderá ser ajustado para até R$ 11,00, conforme o valor por ação que vier a ser apurado em dois momentos: na liquidação da oferta pública e no período de 180 dias após a conclusão dessa oferta. Ou seja, o montante pode aumentar para R$ 1,557 bilhão.

Ainda segundo o comunicado, uma vez concluída a oferta pública, será submetida à aprovação dos acionistas a incorporação pela MPX, pelo valor patrimonial, da MPX E.ON Participações, joint venture entre a companhia e a E.ON.

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