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Neurocisticercose é uma palavra que, recentemente, tem sido bastante comentada, aliada ao caso do ex-jogador do Sport Clube do Recife, Leonardo, que se encontra internado, em estado grave. Por conta disso o consumo da carne suína começou a ser questionado. 

“Ao contrário do que muitos dizem, o cisticerco não é transmitido pelo porco. O animal é vítima do ser humano”, explica o médico veterinário e pesquisador, Nelson Batista. O profissional esclarece que a contaminação acontece em um ciclo em que o suíno ingere fezes do ser humano contaminada com os ovos da Tênia Solium - conhecidas por parasitarem o intestino delgado do homem -, ficando o animal contaminado com o cisto. Sua carne passa a apresentar uma espécie de verruga, “conhecidas no interior como carne com 'pipoquinha' ou carne de pérola”, explica.

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“A carne mal cozida irá provocar a tênia, mas não o cisto. Já o que causa a cisticercose [atinge os músculos] ou a neurocisticercose [atinge o cérebro] é a ingestão de alimentos regados por água contaminada com fezes humanas, afinal o homem infectado com a tênia transmite a cisticercose”. O médico veterinário ainda explica que também há a forma de contaminação vertical, em que o próprio ser humano pode se contaminar, caso ele mesmo tenha contato com suas fezes com tênia por via oral. 

O profissional esclarece: qualquer animal pode ser contaminado com o cisto, caso ingira ovos de tênia oriundos das fezes humanas, o que significa que essas características apresentadas na carne dos suínos pode aparecer nas bovinas. “A carne contaminada pode causar a tênia, mas somente os ovos ou larvas podem causar o cisto e isto só é encontrado na água ou fezes”, esclarece.    

Quais cuidados devem ser tomados na hora de comprar carnes 

Apesar disso, a médica veterinária Naiara Nascimento explica que é possível comer carnes sem correr risco, mas reafirma a necessidade de consumir o produto de procedência. “O primeiro passo é verificar se o produto está embalado adequadamente e se há selo da fábrica ou etiqueta do comércio atacadista”, esclarece. A profissional explica que neste rótulo é necessário conter informações como qual é o produto, marca, data de fabricação e validade. “Além dessa característica, é muito importante que sejam verificadas a cor da carne [descartar as pálidas ou esverdeadas], textura e se há líquido dentro da embalagem, pois ele é um local propício para acumulo e proliferação de bactérias”. 

A médica deixa claro que é importante primar pela certificação das carnes, afinal, toda indústria e abatedouro legal possui este tipo de registro de inspeção, seja ele federal [Serviço de Inspeção Federal – SIF], estadual [SIE] ou municipal [SIM]. “Esses cistos presentes em algumas carnes se configuram, geralmente, em carnes de feiras ou provenientes de abatedouros clandestinos, pois em abatedouros certificados este tipo de carne é condenada, não sendo possível ser vendida”, pontua.

O combate ao Aedes Aegypti tem se intensificado a cada dia e, com isso, novas medidas estão sendo elaboradas e já utilizadas na efetivação dessa briga. Como forma de ação contra o mosquito está o uso de peixes em reservatórios de água.

De acordo com o Departamento de Endemias da Secretaria de Saúde do município de Riacho das Almas, agreste de Pernambuco, um estudo divulgado na última terça-feira (1) afirmou que a cidade apresentou redução no índice de infestação, de 7.9 para 1.9 com a adoção de peixes em reservatórios de água. Segundo o pesquisador e médico veterinário, Nelson Batista, o processo realizado pelos peixes nesta medida é de alimentação das larvas. “Os mosquitos depositam os ovos na água e, quando eclodem, as larvas são comidas pelos peixes”, explica.

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Diretor de endemias de Riacho das Almas, Dilson Pinangé diz que o Governo Federal não estava fornecendo os larvicidas de forma regular. Por conta disso, foi detectado o aumento significativo no índice de infestação que precisava ser combatido. “Testamos o uso de guarus e piabas nos reservatórios e o resultado foi bastante positivo. Superou as nossas expectativas”.

O município realiza a captura dos peixes em açudes da cidade por funcionários da prefeitura e os distribui gratuitamente nas residências e pontos comerciais que possuam reservatórios com água limpa e parada. Esses animais são usados em cisternas, tanques e caixas d’água. Em Riacho das Almas, são distribuídos no máximo dois peixes por reservatório. Para o departamento de endemias, essa quantidade de peixes já é suficiente para um combate seguro às larvas do mosquito.

Ao todo, já foram distribuídos aproximadamente 12 mil peixes. O pesquisador ainda afirma que diversos estudos estão sendo realizados sobre o assunto, inclusive, por que os peixes são predadores naturais das larvas. Sendo assim, a medida é bastante eficaz no combate ao mosquito Aedes Aegypti, além de não poluir a água já que não há uso de produtos químicos.

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Foi no município de Garanhuns, Agreste do estado de Pernambuco que o médico veterinário e geógrafo Nelson Batista resolveu realizar seu sonho de ter uma terra onde pudesse plantar, colher e cultivar bens para as futuras gerações, semeando árvores. Mas até então, a história parece bem normal, até saber que tudo o que é produzido no local é sustentável. “Sempre quis ter um lugar para plantar frutas e verduras sem usar agrotóxicos e aqui eu posso fazer tudo isso, além de poder criar animais soltos dentro da minha propriedade sem que a produção de frutas e verduras seja comida pelo gado”. Atualmente, procura-se cada vem mais o cultivo de alimentos sem agrotóxicos, por causa dos males à saúde, tanto de quem os aplica como de quem consome o produto final. "É ideal o cultivo de alimento sem agrotóxicos porque quem os cultiva fica livre da exposição a esse tipo de agente, que é altamente cancerígeno. Os resíduos que chegam pro consumidor são poucos, quem trabalha com os agrotoxicos é que fica exposto a maior quantidade. Na minha profissão já vi muitos casos de pessoas que desenvolveram câncer por trabalharem com esses produtos. Além disso, os consumidores também saem ganhando, pois o produto chega mais natural, sem alteração do sabor e livre de agentes cancerígenos", é o que explica a enfermeira e mestranda em saúde da criança e do adolescente, Lívia Novaes. 

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No local, o sistema de cerca é feito ao contrário, pois o animal permanece solto por toda a extensão do terreno e o que fica preso são os cultivos. A contenção é feita através de um fio que conduz uma eletricidade de oito mil volts, estendido por todo o perímetro da propriedade, isolando um local de mil metros de comprimento por 60 metros de largura onde ficam distribuídas as plantações de milho e outros produtos. “Essa voltagem é o que faz barrar o animal e o impede de comer o alimento plantado, no entanto, o animal não corre o risco de morrer com esse choque, pois no fio só corre voltagem e não possui amperagem”, explica Nelson. De acordo com o parceiro da WSPA e professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Mateus Paranhos, o sistema utilizado na propriedade é totalmente aceitável para a finalidade, pois possui finalidade educativa. "Esse tipo de cerca elétrica não traz problemas para o animal, pois a corrente funciona por impulso, ela não é contínua, ou seja, não transmite choque a todo tempo. O impacto negativo ao animal é bem pequeno e nem todos os animais levam o choque, pois o método funciona de forma educativa e uma vez que o animal leva a carga ele aprende e os outros também, evitando que todos passem pelo processo", assegura o professor.

Mas o mais interessante é que toda essa carga conduzida pelo fio não chega à propriedade através da companhia de energia elétrica, afinal, quando começou a funcionar, há alguns meses, a energia elétrica nem chegava ao local. Toda a energia utilizada é conseguida através de uma placa fotovoltaica, capaz de captar a energia solar e transmiti-la para uma bateria de 12 volts que alimenta um eletrificador de cerca apropriado e, por fim, conduz a corrente para todas as necessidades da fazenda. 

Além de eletrificar a cerca das plantações, o sistema fotovoltaico também capta energia que faz a bomba de água trabalhar para irrigar toda a plantação existente na sementeira, também dentro da propriedade. “Foi construído um tanque abaixo do nível do riacho que corre dentro da propriedade, onde acumula-se água através de gravidade. A partir daí, a bomba alimentada pela energia solar, enche uma caixa localizada num ponto alto da sementeira e irriga as mudas e a plantação”. A irrigação é feita com mangueiras hidráulicas descartadas por bombeiros, que conduzem água por toda a área da sementeira e cultivo.

A propriedade também possui a intenção de ser uma área de reflorestamento. “A iniciativa de plantar para arborizar é pouco vista pela sociedade civil, ficando geralmente nas mãos de empresas com política verde ou mesmo daquelas que também fazem extração, mas aqui eu quero plantar para o futuro”, conta o geógrafo que explica que quando adquiriu o espaço, já existiam algumas árvores e ele quis mantê-las, inclusive, criando rotas por dentro da fazenda que não precisasse destruí-las.

Nelson resolveu plantar árvores nativas, frutíferas e não frutíferas, e outras espécies exóticas, como é o caso da madeira de lei Pau Ferro, Nin, None, Moringa, Jatobá, Sucupira e Murici. Algumas delas também possuem propriedades medicinais e são cultivadas para fins não só de reflorestamento, como também para pesquisas.

Além dessa iniciativa, na propiriedade também se cultiva a Moringa, com a finalidade de distribuir mudas da árvore para a população, que pode usar a semente macerada (amassada) dessa planta, para decantar água, podendo substituir o sulfato de alumínio, usado atualmente, e que alguns pesquisadores já afirmam ser um agente cancerígeno.

Apesar de tantas inovações, o geógrafo e veterinário tem se dedicado às iniciativa há cerca de apenas um ano, mas já possui mais ideias para colocar em prática. Além disso, hoje tenta aperfeiçoar o que já implantou e espera ver o crescimento das já incontáveis grandes árvores em sua propriedade. “Já tenho três filhos, já plantei tantas árvores que nem me falta mais escrever um livro”.

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