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Após adiar o anúncio de 13 ministérios, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), admitiu que montar o governo "é mais difícil" do que ganhar as eleições. "Quero dizer para companheiros que ainda não foram contemplados, vamos contemplar quem ajudou. Esperem que a sua vez vai chegar", afirmou nesta quinta-feira.

Para os ministros já anunciados, ele enfatizou que é preciso "não ter vergonha da política", repetindo que é necessário montar um governo com "gente diversa". "Foi o legado político que deixamos (PT) que fez com que a gente ganhasse essa eleição. A gratidão do povo pelos governos que exercemos foi reconhecida nas eleições", completou.

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Lula repetiu que o bolsonarismo não quer reconhecer a derrota no pleito deste ano e chamou a militância a derrotar os apoiadores do atual presidente. "Além de governar com eficiência, vamos ter que derrotar o bolsonarismo. Precisamos derrotar o bolsonarismo para o País voltar a ser feliz", reafirmou.

Para o presidente diplomado, o novo governo precisa ter a competência para recuperar "a fraternidade, a solidariedade e o amor". "Só vamos recuperar isso se tiver eficiência (no governo) e cumprir cada palavra da campanha. Temos só uma missão, fazer o povo voltar a ser feliz, estudar, comer decentemente", completou.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) detalhou, nesta quarta-feira (16), novos nomes que integram os grupos temáticos da equipe de transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

O anúncio aconteceu na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde trabalha a equipe de transição. O vice de Lula estava acompanhado do ex-ministro Aloízio Mercadante e da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Governadores, senadores, deputados federais e estaduais, indígenas, ex-ministros e especialistas de diversas áreas foram nomeados.

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Entre os nomes, ele escalou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para a equipe de Transparência, Integridade e Controle; a deputada federal eleita, Marina Silva (Rede), para o grupo de Meio Ambiente; o senador eleito, Flávio Dino (PSB), para Justiça e Segurança; o deputado federal André Janones (Avante), para a Comunicação.

Veja a lista completa:

AGRICULTURA

Carlos Fávero;

Evandro Gussi;

Joe Vale;

Katia Abreu;

Luiz Carlos Guedes;

Neri Geller;

Silvio Crestana;

Tatiana de Abreu Sá.

 

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Alexandre Navarro;

André Leandro Magalhães;

Celso Pansera;

Ildeu de Castro Moreira;

Glaucius Oliva;

Ima Vieira;

Iraneide Soares da Silva;

Leoni Andrade;

Luis Manuel Rebello Fernandes;

Luiz Antônio Elias;

Ricardo Galvão;

Sergio Machado Resende.

 

COMUNICAÇÃO SOCIAL

André Janones;

Antonia Pelegrino;

Flavio Silva Gonçalves;

Florestan Fernandes Junior;

Helena Chagas;

Hélio Doyle;

João Brant;

Laurindo Leal Filho;

Manoela D'Ávila;

Otávio Costa;

Tereza Cruvinel;

Viviane Ferreira.

 

DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Célia Watanabe;

Elisangela Araújo;

Givanilson Porfírio da Silva;

João Grandão;

José Josivaldo Oliveira;

Luiz Henrique Gomes de Moura;

Maria Josana Lima Oliveira;

Miguel Rossetto;

Pedro Uczai;

Robervonia Nascimento;

Vanderlei Ziger.

 

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Camilo Santana;

Esther Bemerguy;

Helder Barbalho;

Jonas Paulo Neves;

Otto Alencar;

Randolfe Rodrigues;

Raimunda Monteiro;

Tânia Bacellar.

 

JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

Andrei Passos Rodrigues;

Camila Nunes;

Carol Proner;

Cristiano Zanin;

Flavio Dino;

Gabriel Sampaio;

Jacqueline Sinhoretto;

Marcio Elias Rosa;

Marco Aurélio Carvalho;

Marivaldo Pereira;

Marta Machado;

Omar Aziz;

Paulo Teixeira;

Pierpaolo Cruz Bottini;

Sheila Carvalho;

Tamires Gomes Sampaio;

Wadih Damous.

 

MEIO AMBIENTE

Carlos Minc;

Izabella Teixeira;

Jorge Viana;

José Carlos da Lima Costa;

Marilene Correia da Silva Freitas;

Marina Silva;

Pedro Ivo;

Silvana Vitorassi.

 

MINAS E ENERGIA

Anderson Adauto;

David Barcelar;

Fernando Ferro;

Giles Azevedo;

Guto Quintela;

Ícaro Chaves;

Jean Paul Prates;

Magda Chambriard;

Mauricio Tomasquin;

Nelson Hubner;

Robson Sebastião Formica;

William Nozaki.

 

PESCA

Altemir Gregolin;

Antonia do Socorro Pena da Gama;

Carlos Alberto da Silva Leão;

Carlos Alberto Pinto dos Santos;

Cristiano Ramalho;

Ederson Pinto da Silva;

Flavia Lucena Fredou;

João Felipe Nogueira Mathias.

 

POVOS ORIGINÁRIOS

Ashaninka;

Celia Nunes Correia;

Celia Xakriaba;

Davi Yanomani;

João Pedro Gonçalves da Costa;

Joenia Wapichana;

Juliana Cardoso;

Marcio Meira;

Marivelton Baré;

Sonia Guajajara;

Tapir Iwalapiti.

 

RELAÇÕES EXTERIORES

Aloysio Nunes Ferreira;

Aldo Faleiro;

Celso Amorim;

Cristovan Buarque;

Monica Valente;

Pedro Abramovay;

Romênio Pereira.

 

SAÚDE

Alexandre Padilha;

Arthur Chioro;

Humberto Costa;

José Gomes Temporão;

Fernando Pigatto;

Lucia Souto;

Ludhmila Hajjar;

Maria do Socorro de Souza;

Miguel Srougi;

Nísia Trindade Lima;

Regina Fátima Feio Barroso;

Roberto Kalil Filho.

 

TRABALHO

Adilson Araújo;

André Calistre;

Clemente Lúcio;

Fausto Augusto Junior;

Laís Abramo;

Miguel Torres;

Patrícia Vieira Trópia;

Ricardo Patah;

Sandra Brandão;

Sergio Nobre.

 

TRANSPARÊNCIA, INTEGRIDADE E CONTROLE

Ailton Cardoso;

Claudia Aparecida Trindade;

Cleucio Santos Nunes;

Eugênio Aragão;

Jorge Messias;

Juliano José Breda;

Luiz Navarro;

Luiz Carlos Rocha;

Manoel Caetano Ferreira Filho;

Mauro Menezes;

Paulo Câmara;

Vania Vieira.

 

TURISMO

Arialdo Pinho;

Carina Câmara;

Luiz Barreto, Marcelo Freixo;

Veneziano Vital do Rego;

Marta Suplicy;

Orsine Oliveira Junior;

Chieko Aoki.

 

 

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta terça-feira, 6, em coletiva de imprensa após sair do Comando da Marinha, em Brasília, que pode anunciar novos nomes para compor o futuro governo até sexta-feira. Ele também voltou a dizer que o quadro ministerial final pode contemplar 17 pastas.

De acordo com Bolsonaro, já há conversas sobre quem virá a ocupar os ministérios de Relações Exteriores, de Infraestrutura, de Agricultura e Meio Ambiente. Sobre estes dois últimos, ele disse que a tendência é não haver fusão.

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"O próprio setor do agronegócio nos procurou e nós repensamos a fusão. Não é recuo, não. Nós podemos ser convencidos do contrário", disse.

Bolsonaro disse também que, nas discussões sobre como compor a equipe ministerial, apenas um partido pequeno o procurou. "E eu descartei", afirmou. Ele enfatizou que quer nomear pessoas com capacidade técnica conhecida na área.

Sobre a possibilidade de o senador Magno Malta (PR-ES) ser indicado para a eventual pasta da Família, que irá abrigar diferentes secretarias e ministérios ligados a questões sociais, o presidente eleito se limitou a dizer que "é possível".

GSI

Bolsonaro afirmou ainda que o general Augusto Heleno pode ser indicado para ocupar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). "No que depender de mim, Heleno pode ir para o GSI", afirmou. "Vou pensar."

O general Heleno havia sido inicialmente indicado para o Ministério da Defesa. Porém, como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, o desejo do presidente eleito é mantê-lo próximo ao núcleo duro do Palácio do Planalto. O chefe do GSI fica lotado no Palácio do Planalto.

Na mesma coletiva, quando perguntado se Heleno aceitaria ir para o GSI, o general se esquivou. "Também vou pensar", disse.

Para o presidente, caso Heleno seja deslocado para o GSI, "alguém da Marinha pode ocupar a Defesa".

Exército

O presidente eleito, que já esteve hoje no Ministério da Defesa e na Marinha, chegou nesta tarde ao Quartel General (QG) do Exército, onde irá se reunir com o comandante da Força, general de Exército Eduardo Villas Bôas. Bolsonaro usou uma entrada privativa, porque no momento chove muito na capital federal. Amanhã, ele deve se reunir com o comandante da Aeronáutica.

Quando Olívia Santana (PCdoB), de 51 anos, tomar posse, em 2019, será a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira a Assembleia Legislativa da Bahia, o Estado mais negro do País, com 81,4% da população autodeclarada descendente de africanos (60% pardos e 21,4% pretos). Quando questionada sobre a importância de sua eleição, riu da forma "como as pessoas se chocaram", mas disse esperar o dia em que isso mude. "Queremos ser o comum, não o inusitado", afirmou.

"Espero que essa polêmica toda sacuda a sociedade baiana. O racismo está no Brasil todo, mas na Bahia deveria ser comum que mulheres negras ocupem espaços de poder na política. Mas o que vemos é que isso é incomum".

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Gastando R$ 150 mil na campanha, sendo R$ 80 mil do fundo partidário, R$ 35 mil do fundo eleitoral e o restante de doações, a ativista obteve 57.775 votos no domingo, dia 7, e ficou em 31º na lista dos 63 eleitos para a próxima legislatura baiana.

Até então, sua única experiência no Legislativo foi como vereadora de Salvador. Ficou 10 anos na Câmara Municipal, por dois mandatos e meio, e criou o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, homenagem a uma ialorixá morta após ataques de evangélicos.

Começou a carreira política no movimento estudantil, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde cursou pedagogia e fundou a União de Negros pela Igualdade (Unegro) - entidade que tomou corpo e virou braço antirracista do PCdoB, único partido no qual Olívia militou.

Em 2001, em nome da entidade, discursou no Fórum das Noções Unidas, em Durban, e foi também a Nova York defender a pauta racial. Em outras oportunidades, visitou a China e a Alemanha representando o PCdoB.

Foi secretária de Educação e Cultura de Salvador em 2005, onde implantou o estudo da cultura afro-brasileira nas escolas. No primeiro mandato do governador Rui Costa, reeleito no domingo, esteve à frente de duas pastas: Política para Mulheres e Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). Chegou a ser cotada para concorrer à prefeitura de Salvador em 2016.

"A educação para mim é a porta. Todo negro e toda negra precisa ter oportunidades educacionais", diz. Nascida em uma família pobre que morava em favela de palafitas em Ondina, Olívia começou a trabalhar aos 14 anos - sua mãe, aos 9 anos, e nunca foi à escola. Ela, porém, queria outro rumo. "Decidi que não ia repetir a história."

A reportagem entrevistou Olívia Santana. Veja abaixo os principais trechos:

O que precisa mudar para as mulheres negras terem mais espaço na política?

Só se consegue fazer isso reduzindo o poder econômico para garantir equilíbrio. Você não consegue se fazer visível sem dinheiro. Quem tem chega.

A reserva de 30% dos recursos para as mulheres não resolveu?

Foi importante, mas ainda é pouco. A mesma lei beneficiou o candidato rico, porque pode usar recursos próprios na campanha.

Os negros deviam ter mecanismo parecido?

Tem que ter mecanismos étnico-raciais de divisão do bolo. A negrada não tem network, rede de relacionamento rica. Você vai pedir dinheiro para o vizinho que tem menos que você?

O PT está em busca de renovação. Para isso, aposta firmemente no lançamento de candidaturas novas nas eleições municipais deste ano. Na estratégia para atingir essa meta, cidades consideradas estratégicas como São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto serão o palco dessa experiência que, segundo o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antonio Carvalho Teixeira, é uma necessidade para "o partido se manter competitivo". As novas caras do PT, no entanto, enfrentam um desafio comum: tornarem-se conhecidas do eleitor. Em contrapartida, têm a vantagem de registrar pouca rejeição devido a essa falta de conhecimento público.

É o caso do candidato petista em São Paulo, Fernando Haddad. Por mais que tenha 7% das intenções de votos, de acordo com a última pesquisa Datafolha, sua rejeição ficou em 12%. Pouco mais da metade do eleitorado afirma conhecer Haddad. Seu principal adversário, o candidato do PSDB, José Serra, ex-prefeito e ex-governador, é conhecido por 99% dos eleitores, registrou 30% das intenções de votos, mas sua rejeição chegou aos 37%. O tucano já foi prefeito da Capital paulista e governador do Estado.

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Em Campinas, o PT lançou a candidatura de Márcio Pochmann, que nunca concorreu a cargos eletivos. Ele atribuiu o lançamento da candidatura de um estreante a um "novo contexto" social, criado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Os quadros foram constituídos ao longo dos últimos 30 anos. Vivemos um movimento diferente com a emergência de novos segmentos (sociais). O perfil dos filiados (atual) é muito diferente dos criados na década de 80. É um partido que está buscando a renovação enquanto está no auge", defende o petista.

Pochmann, que já presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ainda é pouco conhecido da população e afirma que esse está sendo "o maior desafio" de sua vida. Apesar de ainda estar se apresentando ao eleitorado como candidato, ele ressalta: "Tenho espaço para crescer."

Em Ribeirão Preto, o ex-juiz João Gandini também concorre à sua primeira eleição. Gandini afirma que, por ser juiz, é conhecido do público. "Meu desafio é mostrar que agora sou candidato", conta. Na opinião dele, o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão será um marco divisor da campanha. "Horário de TV será o início da campanha", afirma. Um de seus principais cabos eleitorais será o ex-presidente Lula, com quem terá sessão de fotos para a campanha.

Em Araraquara, terra do presidente estadual do PT, Edinho Silva, a candidata Márcia Lia já foi vereadora por um mandato e diz inspirar-se em Dilma Rousseff. "Vivemos um momento em que as pessoas estão cansadas da política, dos mesmos, o efeito Dilma foi extremamente positivo, uma mulher austera, firme, competente, e as pessoas prezam esses predicados. Renovação é a palavra de ordem. Acho que é positivo para mim, não carrego rejeição, não sou vidraça, quem vem de uma administração, sempre agrada uns e desagrada outros. Minha rejeição é não ser (muito) conhecida. Tenho um espaço para crescer muito bom", diz.

Reciclagem

O professor Carvalho Teixeira analisa que o escândalo do mensalão, suposta compra de votos de parlamentares pelo PT tornada pública em 2005 durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, "afetou as principais lideranças do PT no Estado de São Paulo". Para ele, isso criou uma "nova conjuntura", na qual "para o partido se manter competitivo, tem que renovar". Ele aponta a vitória de Dilma Rousseff para a presidência como um caso de sucesso dessa estratégia petista.

"A questão da Dilma é um investimento político interessante que responde a uma conjuntura, senão (o PT) corre risco de ir se asfixiando com o tempo, vejo isso sobretudo como um desgaste sofrido (pelos escândalos de corrupção). Os principais quadros são aqueles dos anos 1980. Dirceu, Genoíno, que não tem mais pretensões político-eleitorais. Esse processo é parte da estratégia de reciclar o partido e recuperar fôlego eleitoral."

O professor lembra que o PT já administrou e participou da administração das principais cidades do Estado, como São Paulo, Ribeirão Preto e Campinas e busca retomar esse capital político. "Em Ribeirão, o (Antônio) Palocci foi envolvido no mensalão, teve a questão de Campinas (casos de corrupção na Prefeitura que tinha o PT na vice), e o próprio Celso Daniel (ex-prefeito de Santo André que foi assassinado). Essas questões pressionaram o partido a lançar novos nomes", afirma.

O próprio PT tomou providências no quarto congresso do partido, realizado no fim do ano passado. Na ocasião, foi determinado que nenhum candidato do partido poderia ser reeleito para o mesmo cargo por mais de três mandatos consecutivos.

Marta

No caso específico de São Paulo, Carvalho Teixeira aponta a renovação de quadros como uma necessidade. "A rejeição da senadora Marta (Suplicy, ex-prefeita da Capital entre 2001 e 2005) é muito alta, por mais que ela tenha um ponto de partida alto, não sei se manteria os índices na campanha", argumenta. Em pesquisa Datafolha, divulgada no dia 1º de setembro do ano passado, a rejeição da senadora era da ordem de 30%.

Apesar de já ter administrado prefeituras estratégicas no Estado, Carvalho Teixeira afirma que o PT nunca teve "viabilidade política para (concorrer) ao governo do Estado (de São Paulo)", há cerca de 20 anos nas mãos dos tucanos e apontado como um dos principais objetivos do PT.

 

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