Tópicos | objetos obrigatórios

Os resquícios da pandemia da Covid-19 atingiram a educação brasileira em vários aspectos. Um deles, sem dúvidas, diz respeito à organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que após polêmicas e reclamações, definiu as datas da prova para janeiro e fevereiro do próximo ano. A doença também repercutiu de forma significativa nas exigências do processo seletivo, como no caso da obrigatoriedade do uso de máscaras durante a aplicação do Exame. 

Com a exigência do uso de máscaras, os candidatos do Enem precisam redobrar a atenção quanto aos objetos obrigatórios para os dias do Exame. Se antes as principais orientações eram para que os estudantes levassem caneta esferográfica na cor preta, em material transparente, documento oficial com foto, além do cartão de inscrição, agora a máscara para combate à Covid-19 passa a ser um dos objetos essenciais em prol da saúde dos concorrentes e para a realização da prova.

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No edital do Enem impresso, o termo “máscara” aparece por, no mínimo, 18 vezes. A primeira orientação do documento informa que “é proibida a entrada do participante no local de prova após o fechamento dos portões e sem a máscara de proteção à Covid-19”.

O documento da seleção também alerta que o candidato que descobrir o nariz e a boca no momento da prova será eliminado do certame. Entretanto, há, segundo o edital, um determinado instante em que a retirada do objeto do rosto é permitida. “Durante a identificação do participante, será necessária a retirada da máscara de proteção à Covid-19, sem tocar sua parte frontal, prosseguida da higienização das mãos com álcool em gel próprio ou fornecido pelo aplicador, antes de entrar na sala de provas”, informa o edital. É importante lembrarmos que, no Enem 2020, as provas terão fotos dos candidatos.

E na hora do lance? Até o momento, o edital do Exame não traz informações sobre se os candidatos poderão retirar a máscara para se alimentarem. Desde o dia 31 de julho, o LeiaJá solicitou um esclarecimento à assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – órgão responsável pela organização da prova -, mas, até o fechamento desta matéria, não tivermos retorno.

A estudante Maria Eduarda da Silva, de 17 anos, reside na cidade de Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco. Ela é uma dos 5,8 milhões de candidatos que devem atentar para utilização da máscara durante o processo seletivo. “É mais uma coisa para ser anotada em minha lista do que não devo esquecer”, brinca a jovem que almeja aprovação em fisioterapia.

Maria Eduarda está no terceiro ano do ensino médio e fará a prova do Enem pela segunda vez. Ainda sobre a máscara, a estudante teme desconforto na hora da avaliação, mas entende que o objeto é importante para o combate à Covid-19.

Para evitar problemas, ela pretende utilizar a máscara enquanto estiver estudando em casa, na tentativa de adaptar-se à obrigatoriedade. “Passar cinco horas com uma máscara no meu rosto vai ser bastante sufocante”, acrescentou a candidata.

Obrigatoriedade esperada

De acordo com a professora de história, sociologia e filosofia, Thais Almeida, o uso obrigatório de máscaras no Enem já era algo esperado. Nesse sentido, ela indica que os estudantes intensifiquem a utilização do objeto para a sua saúde e também como uma estratégia de adaptação à exigência da prova.

“Entendo a atitude do Inep como correta, porque a gente não pode esquecer que esta prova está sendo feita em um contexto de pandemia mundial e considerando que o Brasil está entre os países com maiores números de casos e de mortes, seria uma irresponsabilidade absurda se o Inep não exigisse o uso obrigatório. A gente já está nessa rotina há um tempo. A máscara já está como uso obrigatório de um modo geral”, comentou a docente em entrevista ao LeiaJá.

A professora entende que a utilização da máscara pode gerar alguns desconfortos entre os estudantes, como um óculos que pode ficar com as lentes manchadas por causa do ar que sai das brechas da máscara. Porém, a educadora alerta que é necessário se acostumar com o objeto e entender que esses desconfortos não podem se sobressair em relação aos riscos do novo coronavírus.

“Os inconvenientes não se sobrepõem ao risco de contágio. O aluno deve procurar máscara que se encaixe melhor no rosto, que seja mais confortável”, alerta Thais Almeida.

A docente ainda critica o fato de o Inep não ter esclarecido, até o momento, como será o procedimento para o momento dos lanches dos candidatos, já que o edital não permite descobrir o nariz e a boca na hora da prova. “Por um lado o Inep acerta, quando impõe o uso da máscara, mas por outro, mais uma vez, não esclarece em detalhes como vão ficar essas questões – do lanche –“, diz a professora.

O Enem impresso será realizado nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Já a prova digital está prevista para 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Outros detalhes informativos podem ser vistos no site do Exame.

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