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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) já superou nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023 o número de classificações olímpicas de atletas e equipes alcançado em Lima 2019. O país tem até o momento 35 vagas asseguradas em Paris 2024 por meio do evento continental, após carimbar o passaporte em sete modalidades: boxe, handebol, hipismo, pentatlo moderno, natação, tênis e tênis de mesa. Na última edição, foram 29 vagas para Tóquio 2020.

"Esse era o principal objetivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB) aqui nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023: garantir o maior número possível de atletas e equipes classificados para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ficamos satisfeitos de termos ultrapassado esse número, faltando ainda muitas modalidades para encerrarem sua participação. Entendo que o primeiro passo foi dado, mas nossa ideia é continuar classificando. Só saberemos o número no final, mas estamos satisfeitos com o que estamos construindo", disse Rogério Sampaio, Diretor-Geral do COB e Chefe de Missão do Brasil em Santiago 2023.

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Na capital chilena, o país conta com a maior delegação de sua história em uma competição no exterior, com mais de mil pessoas, sendo 621 atletas (342 homens e 279 mulheres). O Brasil ocupa o terceiro lugar no quadro de medalhas, com 34 ouros, 42 pratas e 34 bronzes (total de 110), atrás apenas dos Estados Unidos e do México.

"Um dos objetivos do Time Brasil nos Jogos Pan-americanos é conquistar o maior numero de vagas olímpicas nos diferentes esportes, e os atletas têm correspondido. Já asseguramos um total de 35 vagas, além de dois atletas reserva do hipismo", destaca Mariana Mello, gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo e Sub-chefe da Missão do Brasil em Santiago 2023.

A mais recente vaga veio nesta segunda-feira, 30, com a dupla mista do tênis de mesa formada por Vitor Ishiy e Bruna Takahashi, que avançaram para a decisão ao superarem os canadenses Eugene Wang e Mo Zhang por por 4 a 2 (11/9, 11/5, 10/12, 11/4, 6/11 e 11/8). Os brasileiros disputarão o título nesta segunda, às 19h40, contra Jorge Campos e Daniela Fonseca, de Cuba.

Confira as 35 vagas olímpicas conquistadas pelo Time Brasil em Santiago 2023 até o momento

- Boxe (9): Caroline Almeida (50kg), Tatiana Chagas (54kg), Jucielen Romeu (57kg), Beatriz Ferreira (60kg), Barbara Santos (66kg), Michael Douglas Trindade (51kg), Wanderley Pereira (80kg), Keno Marley Machado (92kg) e Abner Teixeira (+92kg)

- Handebol feminino (14)

- Hipismo Adestramento (3)+1 reserva que não conta

- Hipismo CCE (3) +1 reserva que não conta

- Pentatlo moderno (1): Isabela Abreu

- Tênis (1): Laura Pigossi

- Natação (2 salvaguardas): 400m livre

- Tênis de mesa (2 nas duplas mistas)

Da assessoria do COB

Enquanto não define o substituto de Renan Dal Zotto, que pediu demissão da seleção após garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Paris, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) escolheu um "interino". Giuliano Ribas, o Juba, será o treinador do time brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, que começam no próximo dia 20. 

Formado em Educação Física e com quase 30 anos de experiência no voleibol, Juba já trabalhou na equipe brasileira masculina como assistente técnico, auxiliar, analista de desempenho e supervisor. 

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“Fico muito honrado com esse convite da CBV para representar o Brasil com essa equipe nos Jogos Pan-Americanos. Estamos levando um time que mescla atletas jovens e experientes. Alguns já estiveram no grupo em outras competições desta temporada e também temos destaques das seleções de base. A seleção masculina vai dar o seu melhor para ajudar o Brasil a ter um bom desempenho nessa competição tão importante”, afirmou.

Essa não será a primeira experiência de Juba à frente da seleção. Em 2019, comandou o time em dois amistosos contra a Argentina, em El Calafate, com uma vitória para cada lado.

“Já fiz diferentes funções, mas a essência é a mesma: dar 100% a todo momento, que é o que a seleção brasileira pede. O importante é poder contribuir com meu conhecimento, na função que precisarem. Já fui até cozinheiro em uma viagem, na qual fiz um feijão para o time”, brincou o treinador.

História nas quadras e na praia

Foi o trabalho como analista de desempenho que abriu o caminho da seleção para Juba, em 2001, quando foi auxiliar da estatística Roberta Giglio no Rexona/Ades (PR) comandado por Bernardinho.

Em 2004, migrou para a praia para trabalhar com Gilmário Ricarte, o Cajá, e a dupla Ricardo/Emanuel, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas.

Em 2010, voltou para o vôlei de quadra. Na comissão técnica de Bernardinho, como auxiliar técnico, foi novamente campeão olímpico nos Jogos Rio 2016.

“Foram dois Jogos Olímpicos bastante significativos. Em 2004, por ser a minha primeira experiência olímpica e por ter a equipe que a gente teve. Em 2016, tivemos uma caminhada difícil, jogando em casa, mas isso ajudou a conseguir o objetivo. Mas nos dois o processo foi o mesmo. Chegar e sentir que você merece estar ali, que está bem-preparado, que trabalhou e deu seu melhor ao longo dos anos de preparação. Isso faz com que você se sinta seguro, pela capacidade que adquiriu. Faz com que tenha condição de brigar sempre”, disse Juba.

Ele esteve em cinco Jogos Olímpicos (dois na praia – Atenas 2004 e Pequim 2008 - e três na quadra – Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020), e participou das conquistas de títulos da seleção adulta como o Campeonato Mundial de 2006, o Pan-Americano de 2011, a Copa dos Campeões de 2013, a Copa do Mundo de 2019 e a Liga das Nações de 2021.

Com informações do site da CBV

O rugby sevens feminino brasileiro carimbou o passaporte rumo à Olimpíada de Paris e será uma das 12 seleções a disputar a principal competição esportiva mundial. As Yaras, como é conhecida a seleção feminina, foram contempladas com a vaga olímpica neste domingo (18), ao conquistarem de forma antecipada o título do Campeonato Sul-Americano, em Montevidéu (Uruguai), mantendo uma invencibilidade de 21 anos na competição.

Já campeãs, após derrotarem o Chile por 45 a 7 nesta manhã, as brasileiras voltarão a campo contra a Colômbia, às 17h40 (horário de Brasília) deste domingo (18), apenas para cumprir tabela. Além das Yaras,  já asseguraram vaga olímpica as equipes da França, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Estados Unidos.

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A campanha invicta no Sul-Americano, competição de pontos corridos, começou com vitória do Brasil na estreia por 17 a 5 contra a Argentina. Na sequência derrotaram Paraguai (27 a 0), Uruguai (48 a 0) e hoje o Chile. A Colômbia, última adversária,  perdeu os últimos jogos para Chile (22 a 0) e Uruguai (17 a 12) e não tem mais chances de colar no Brasil.

O 21º título sul-americano coroa uma trajetória soberana das Yaras desde o início da competição: a equipe venceu todas as edições, exceto a de 2015 (Pré-Olímpico para Rio 2016), pois já tinham vaga garantida como país-sede.

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Outros garantidos em Paris 2024 

Além das Yaras, o  Brasil estará em Tóquio com Paola Reis (ciclismo BMX), Tatiana Weston-Webb (surfe), Daniel Nascimento (maratona), Caio Bonfim (marcha atlética), Philipe Chateaubrian (tiro esportivo) e seleção brasileira feminina de futebol.

O Brasil poderá contar com a primeira atleta indígena a disputar uma Olimpíada, em 2024. A pernambucana Mirelle Leite, de 21 anos, pode ter seu nome escrito na história ao entrar na pista de atletismo do Stade de France, maior e mais emblemático estádio dos Jogos da França. Para a tão sonhada classificação nos 3.000 metros com obstáculos, a filha da etnia indígena Xucuru, localizada no distrito de Cimbres, no município de Pesqueira, tem treinado diariamente em busca dos resultados. A intenção da bicampeã sul-americana sub-23 é disputar o maior número de competições possíveis para pontuar e avançar no ranking nacional, o qual ocupa a terceira colocação.

Diante do maior desafio que já enfrentou na carreira, buscar uma vaga em uma Olimpíada, Mirelle Leite ganhou um reforço de peso. A Neoenergia, líder do setor energético no Brasil, decidiu entrar na pista junto com a pernambucana e vai correr e saltar com ela até Paris. A empresa vai patrocinar a indígena, inclusive, com o custeio de viagens e treinos até os Jogos Olímpicos.

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O anúncio foi feito nesta quinta-feira (18), por meio das redes sociais do Grupo e da própria atleta. Com este sprint final em busca da vaga em Paris, a corredora poderá se dedicar exclusivamente ao esporte. Entre as principais competições que Mirelle já tem presença confirmada estão o Pan-Americano do Chile, em outubro.

“Este patrocínio é extremamente importante porque minha intenção é participar do maior número de competições nos próximos meses para pontuar no ranking e assim garantir a vaga para Paris. Posso dizer que esta é mais uma vitória em uma trajetória difícil como atleta, mulher, indígena e nordestina. Estou muito feliz e grata por fazer parte do Time Neoenergia. Isso me dá energia extra para superar desafios e fazer tudo que estiver ao meu alcance para honrar essa parceria”, conta Mirelle Leite.

Se no passado Mirelle Leite conciliava o esporte com o trabalho de diarista, agora, ela tem a oportunidade de elevar a qualidade dos treinos com equipamentos adequados e uma rotina mais intensa em pistas oficiais de atletismo em São Paulo, onde também tem se dedicado a melhorar suas marcas. Antes, a atleta tinha dificuldades para se deslocar de Pesqueira, cidade a cerca de 200 quilômetros da capital, e terminava se preparando para as competições em uma área improvisada.

Situado em frente ao Castelo de Pesqueira, o terreno do antigo jóquei clube da cidade, há mais de 40 anos, deixou de receber corridas de cavalos e parte da área foi ocupada por moradias. As medidas da pista, no entanto, resistiram ao tempo e ao crescimento urbano, permanecendo com dimensões semelhantes às raias de atletismo. Literalmente passando por cima das dificuldades, as mesas de concreto, instaladas na pracinha da cidade, serviam de barreiras para os treinamentos de saltos de corridas com obstáculos.

A atleta segue dedicada desde a infância, quando encontrou no esporte sua vocação. Apesar das dificuldades financeiras vividas ao lado de sua mãe e seus sete irmãos, além do luto pela perda do pai ainda jovem, Mirelle começou a participar de provas aos 11 anos, mesmo sem ter condições de comprar tênis e roupas apropriadas para as competições. “Minha mãe dava duro como artesã para garantir alimentação necessária para nossa casa. A situação melhorou um pouco assim que comecei a ter as primeiras vitórias com prêmios em dinheiro. Quando fui mãe, aos 14 anos, trabalhava durante o dia e treinava de madrugada enquanto meu filho dormia”, relembra.

Para a jovem indígena, a possibilidade de chegar aos Jogos Olímpicos de Paris representa um importante marco para ampliar a inclusão social dos povos originários no Brasil. Mirelle Leite é uma das promessas do atletismo brasileiro. Além do bicampeonato sul-americano (2021-2022), a atleta venceu o título brasileiro na categoria sub-18 (2019), e foi bicampeã brasileira sub-20, em 2020, e bicampeã brasileira sub-23, em 2022.

Neoenergia e o esporte feminino no Brasil

A chegada de Mirelle Leite reforça o Time Neoenergia que já conta com duas atletas: a campeã brasileira sub-23 de ciclismo de estrada e de contrarrelógio, Ana Vitória Magalhães, a Tota; e a tricampeã mundial de kitesurfe, Bruna Kajiya. Além de estimular a inclusão da mulher no esporte nacional, o patrocínio reafirma o fortalecimento e a humanização da marca no país. A Neoenergia também mantém contrato com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para patrocínio das Seleções Brasileiras Femininas de Futebol, tanto a principal quanto as de base, e do Brasileirão Feminino Neoenergia.

"Nosso objetivo é o de elevar o esporte feminino e utilizar a plataforma para nos conectarmos com o coração de todas as brasileiras e brasileiros. Dessa forma, consolidamos cada vez mais a Neoenergia como líder do setor no apoio ao esporte feminino e contribuímos para que nossas atletas conquistem seus objetivos com muita energia e determinação", afirma o diretor de marketing da Neoenergia, Lorenzo Perales.

O executivo explica que, durante a vigência do contrato, Mirelle Leite estará presente nas plataformas digitais da empresa, onde a Neoenergia se destaca.  “Hoje, somos a empresa do segmento que lidera a interação digital com os brasileiros, tendo, entre outros fatores, o maior número de seguidores no Instagram. O crescimento nessa plataforma chegou a 191% nos três primeiros meses do ano”, acrescenta. A atleta estará presente, principalmente, em eventos da companhia e em conteúdos nas mídias sociais. A marca da Neoenergia também será exposta pela atleta nos uniformes, em treinos e competições de relevância da modalidade.

Da assessoria

A contagem regressiva rumo à Paralimpíada de Paris chega a 500 dias neste domingo (16). O evento em solo francês começa em 28 de agosto de 2024 e segue até 8 de setembro, com expectativa de reunir 4,4 mil atletas, em 549 eventos de 22 modalidades.

O Brasil, por enquanto, está assegurado em três delas. A primeira foi o vôlei sentado, que tem a seleção feminina garantida, após o inédito título mundial, obtido em novembro passado, em Sarajevo (Bósnia e Herzegovina). A equipe disputará dois torneios em 2023 que valem vaga para os Jogos: o Campeonato Pan-Americano, em Edmonton (Canadá), em maio, e a Copa do Mundo do Cairo (Egito), em novembro. Como já está classificado, o time brasileiro utilizará as competições, basicamente, como preparação.

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“Tem hora que até eu mesmo não acredito que já conquistamos a vaga e que tem gente ainda correndo atrás. Agora, é treinar para buscar o título”, celebrou Janaína Petit, jogadora da seleção de vôlei sentado.

“Dá uma tranquilidade grande [ter classificado por antecipação], mas um ano e meio passa muito rápido. A gente vai testar [formações e jogadas], mas já tem na cabeça o que queremos. Acho que o time ficará mais forte. Entraremos em igualdade de condições para ganhar a medalha de ouro [em Paris]”, completou o técnico Fernando Guimarães, que também está à frente da seleção masculina, que disputará os dois eventos de 2023 para buscar vaga na Paralimpíada - apenas o campeão se garante.

A participação brasileira em 2024 também está confirmada no goalball masculino, graças à conquista do tricampeonato mundial pela seleção, em dezembro do ano passado, em Matosinhos (Portugal). O esporte é disputado por atletas com deficiência visual (total ou baixa visão) e é o único do movimento paralímpico a não ser uma adaptação de alguma prática “convencional”.

Outra modalidade que tem representação verde e amarela assegurada em Paris é o ciclismo. Em fevereiro, a União Ciclística Internacional (UCI) destinou duas vagas ao Brasil - uma por gênero - por conta da posição do país nos rankings das Américas masculino (líder) e feminino (segundo).

Considerando as três modalidades, o avião do Brasil rumo à Paris tem, neste momento, 20 lugares reservados: 12 para atletas do vôlei sentado feminino, seis do goalball masculino e dois do ciclismo. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) quer classificar, ao menos, 250 esportistas. Na edição de Tóquio (Japão), em 2021, o país teve 259 representantes, incluindo aqueles sem deficiência (atletas-guia de atletismo e natação, o timoneiro do remo, os goleiros do futebol de cegos e calheiros da bocha).

Vagas em vista

Ainda há vagas a serem conquistadas nos outros 19 esportes. Algumas serão definidas este ano, nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago (Chile), em novembro. No tênis de mesa, por exemplo, os campeões das 11 categorias (masculino e feminino) vão à Paris. Nomes como Cátia Oliveira (classe 2), Israel Stroh (7), Sophia Kelmer (8) e Bruna Alexandre (10) têm chances de classificarem via ranking mundial, que será fechado apenas em 2024, mas podem antecipar o passaporte se vencerem o Parapan.

Outra modalidade com disputa de vaga em Santiago é o rugby em cadeira de rodas. O campeão parapan-americano se assegura nos Jogos. A seleção brasileira tenta, pela primeira vez, classificar-se à Paralimpíada sem ser o país-sede. Para alcançar a classificação ainda em 2023, porém, a equipe terá de superar, principalmente, Estados Unidos (prata em Tóquio) e Canadá (onde o esporte surgiu).

“Pensando com os pés no chão, o caminho rumo à Paris é ficar entre segundo e terceiro no Parapan, porque terá um torneio classificatório, entre fevereiro e março de 2024, com oito seleções e três vagas. Nosso plano é chegar a esse classificatório e buscar uma dessas três vagas”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), José Higino.

Além do tênis de mesa e do rugby, o Parapan definirá vagas à Paris no goalball, bocha, tiro com arco, futebol de cegos e remo. Nestas três últimas, haverá, ainda, possibilidade de vagas por meio de Campeonatos Mundiais deste ano, que também servirão como classificatório para mais quatro modalidades: atletismo, natação, paracanoagem e tiro esportivo.

Diferentemente do tênis de mesa, no qual as vagas dos campeões parapan-americanos são dos próprios atletas, as demais pertencem ao país, que definirá os critérios para convocação. Nos Jogos de Tóquio, por exemplo, o CPB definiu que os medalhistas de ouro nos Mundiais de atletismo e natação de 2019 teriam lugar garantido na Paralimpíada. Os parâmetros para 2024 ainda serão anunciados.

“Eu sou muito ansiosa [risos]. A gente tem que entender que cada passo é um passo. Por isso, temos nossa psicóloga, com quem fazemos um bom trabalho, para chegar bem e calma no Mundial. E aí conseguir essa vaga será consequência do trabalho”, projetou Marcelly Pedroso, velocista da classe T37 (paralisia cerebral), que sonha com a primeira Paralimpíada da carreira em Paris.

Os nadadores brasileiros devem entender que a conquista de uma vaga olímpica é uma etapa da preparação, não o objetivo principal, e desenvolver uma mentalidade competitiva mais "feroz", como a dos americanos e australianos. Isso é o que Bruno Fratus, medalhista olímpico com bronze nos 50m livre em Tóquio-2020, vê quando olha o azul das piscinas nacionais. Para ajudar com algumas braçadas, o nadador de 33 anos assinou contrato com o Esporte Clube Pinheiros, seu clube de formação, depois de sete anos. Ele vai continuar morando nos EUA, mas fará treinos e competições pontuais no País.

"Temos atletas que treinam para se classificar - a gente romantiza e prioriza o índice -, mas a molecada se assusta nas competições principais. A mudança de mentalidade é o que mais me motiva dentro do maior clube formador olímpico do País. Quero começar a implantar essa mentalidade que o índice não é uma vitória, mas parte do processo", diz o nadador em entrevista exclusiva ao Estadão.

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Na visão do nadador, falta uma mentalidade mais feroz para o Brasil nos torneios internacionais. "A gente tem o talento dentro da água, na borda da piscina e a estrutura - a estrutura do Pinheiros é melhor do que tenho nos Estados Unidos -, mas falta um quê da mentalidade competitiva dos americanos e australianos de chegar lá fora para 'matar'", diz.

A volta de Fratus ao Brasil tem um asterisco. O nadador não voltará a treinar diariamente por aqui e vai continuar morando nos Estados Unidos. Sua rotina, portanto, não vai mudar. Ele continua tendo como treinadora a mulher Michelle Lenhardt. Ele virá ao Pinheiros para treinamentos pontuais e algumas competições. A reestreia de Bruno deve acontecer no Troféu Brasil, classificatório para o Mundial e Pan, entre os dias 30 de maio e 3 de junho, no Rio de Janeiro.

O cronograma ainda não está definido porque ele está se recuperando de uma cirurgia no ombro direito. Foi um procedimento para tratar uma antiga lesão a tempo de se recuperar para pensar nos torneios deste ano. O próximo Mundial está previsto para julho, em Fukuoka, no Japão. "O foco da temporada é resolver meu ombro. Se a recuperação fosse uma barra de download dos computadores, estou em 97%, quase lá. Preciso completar os 100%. Não estamos apressando nada. É perigoso apressar uma volta de cirurgia. Não tenho mais 19, 20 anos. Tudo tem de ser feito com mais cuidado. Menos testosterona e mais raciocínio", diz o dono de quatro medalhas em Mundiais (três pratas e um bronze) e sete em Jogos Pan-americanos (cinco de ouro e duas de prata).

Fratus voltou a sentir essa antiga lesão no Campeonato Mundial de Budapeste, a principal competição do ano passado. Depois de nadar as eliminatórias dos 50 metros nado livre em 21s71, o nadador sentiu uma dor no aquecimento. Na semifinal, empatou em oitavo lugar com 21s83 e ainda disputou o desempate nadando para 21.62 perdendo para o francês Maxime Grousset por três centésimos.

A exemplo do diagnóstico que faz sobre o momento atual da natação brasileira, Fratus está olhando lá na frente em sua própria trajetória pessoal. "O foco e o objetivo final são os Jogos de Paris, em 2024. Qualquer coisa que não sejam os Jogos Olímpicos é apenas parte do processo. Mundial e Pan, ganhamos medalha em todos esses eventos. Ficou acordado que o trabalho e foco seriam feitos para os Jogos, com o intuito de conseguir a medalha de ouro. Falta ganhar", afirma.

Pela primeira vez o Recife recebe uma etapa do STU National, o circuito nacional de skate. O evento decisivo da competição teve início nesta sexta-feira (16), na rua da Aurora, e vai até o domingo (18).

A reportagem do LeiaJá esteve lá e conversou com o atual líder do ranking de street do STU, o skatista João Lucas Alves, de Porto Alegre. É a primeira vez do jovem de 21 anos em Recife, mas ele trouxe à competição muita vivência e animação para compartilhar com os pernambucanos.

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‘’Achei a cidade muito irada, gostei porque tem um clima bem quente. De onde eu venho todo mundo sabe que é frio pra caramba (risos), então tô achando muito irado poder competir aqui em Recife’’, disse.

Foto: Júlio Gomes

O Skate é amplamente conhecido por criar vínculos fortes entre os seus praticantes. E não seria diferente com João Lucas, que vê nesses eventos uma oportunidade de não só andar de skate, mas de confraternizar com os parceiros de pistas.

‘’Aqui nós já nos conhecemos uns aos outros, porque estamos sempre competindo e viajando juntos para esses eventos. O melhor de tudo isso é ficar perto dos amigos ao mesmo tempo em que estamos andando de skate’’, afirmou.

‘’Não é nem tanto pela competição, é pela diversão, pelo desafio que levamos entre nós. O que eu posso dizer é que um leva o outro, um torce pelo outro dentro da própria competição’’, complementou.

João Lucas não está satisfeito apenas com o sucesso nacional, dado que ele possui o sonho de representar o Brasil nas próximas Olimpíadas. Com os pés em Recife, o jovem skatista contou ao LeiaJá que está mirando Paris em 2024. 

‘’Tô oficialmente na corrida para as Olimpíadas de 2024. Está sendo muito irado, pois nesse ano eu já participei de uma etapa que aconteceu em Roma e fiquei em 17º no ranking mundial, e sigo na luta para chegar em Paris’’, finalizou.

Darlan Romani conseguiu o 4º lugar no arremesso de peso nas Olimpíadas de Tóquio, mas conseguiu o pódio do coração dos brasileiros. Uma vaquinha virtual para custear seu preparo para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 arrecadou mais de R$ 270 mil, valor superior, por exemplo, ao prêmio que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) dá aos medalhistas de ouro, estimado em R$ 250 mil.

Durante a pandemia, Darlan perdeu seu técnico e ficou sem lugar para treinar, mas mesmo assim, não perdeu o foco e conseguiu excelente desempenho em Tóquio.

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As dificuldades só trouxeram mais força para Darlan e junto com seu carisma, rendeu milhares de torcedores para lhe ajudar no seu projeto de ser medalhista olímpico, a meta do atleta é vencer em Paris 2024.

Terreno baldio e técnico distante

Em março de 2020, já com a pandemia, Darlan precisou improvisar diante das restrições impostas em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, onde mora. O atleta pediu para um pedreiro montar em um espaço, em um terreno baldio ao lado de sua casa, para que pudesse treinar.

Por conta das restrições de viagens, seu técnico Justo Navarro Despaigne, que é cubano, não conseguiu voltar ao Brasil.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) determinou como será o programa de esportes das Olimpíadas de Paris em 2024. Na decisão desta segunda-feira (7), o breakdance foi inserido como modalidade assim como surfe, skate e escalada que farão sua estreia nas olimpíadas de Tóquio em 2021 e já estão garantidos para França. O COI também afirmou que espera atingir número inédito com a igualdade de gênero.

Entretanto a chegada de modalidades novas acontecem para que outras saiam, casos do caratê e do softbol. As olimpíadas de 2024 na França também promete alcançar em números ainda maior do previsto para olimpíada de Tóquio no próximo ano no tocante a igualdade de gênero, com 50% das atletas mulheres e 50% de atletas homens no evento. A edição também será menor e terá cerca de 592 atletas a menos. 

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“Com este programa, estamos tornando os Jogos Olímpicos de Paris 2024 adequados para o mundo pós-corona. Estamos reduzindo ainda mais o custo e a complexidade de hospedar os Jogos. Embora alcancemos a igualdade de gênero já nos próximos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, veremos pela primeira vez na história olímpica a participação exatamente do mesmo número de atletas femininas e atletas masculinos. Também há um grande foco na juventude ”, disse o presidente do COI, Thomas Bach.

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