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Um homem subiu no altar da Igreja do Menino Jesus de Praga, no município de Juazeiro do Norte, localiado no Ceará, e criou a maior confusão no santuário. Antes de iniciar a celebração desse domingo (16), ele entrou no local aparentemente embriagado, com um capacete e ameaçou efetuar disparos contra os fiéis. O tumulto foi registrado.

Após perceberam que o homem não possuía arma de fogo, algumas pessoas o detiveram com uma cadeirada. Ele reagiu, quebrou objetos do altar e agrediu um agente da pastoral. Encaminhado à Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, o autor do tumulto não revelou sua motivação, segundo O Badalo.

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A Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré foi erguida em 1909 no mesmo lugar em que foi achada a imagem da Santa pelo caboclo Plácido José de Souza, no século XVII. O inicio foi com uma ermida, uma espécie de capela pequena, construída por Plácido, às margens do igarape Murutucu. O caboclo tomou essa decisão depois que a imagem sumia toda vez que ele a levava para casa e a encontrava no mesmo lugar onde a havia visto pela primeira vez. A devoção se estendeu com o tempo e, por intermédio do Arcebispo de Belém na época, Dom Santino Maria Coutinho, os padres Barnabitas ficaram com a responsabilidade da construção de um local mais organizado para os fiéis.

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Dentro da Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré funciona a Pastoral do Turismo (Pastur), responsável por mostrar a história do local para os milhares de visitantes o ano todo. “Nós recebemos não somente durante a quinzena do Círio, mas durante o ano todo, vários romeiros e devotos que vêm pagar suas promessas e é o local da casa da mãe. Quando eles chegam ao santuário eles ficam emocionados e motivados. Muitos peregrinos veêm caminhando de cidades que ficam a 200, 300 quilômetros daqui de Belém, então ao chegar é uma sensação que só quem vivencia para poder descrever”, conta Thayná Carvalho, coordenadora da Pastur.

A Pastur da Basílica é aberta ao público. “A Pastoral do Turismo surgiu em 2014 e tem como objetivo evangelizar através do turismo. Nós temos monitores que recebem capacitação durante o ano, principalmente nesse segundo semestre, buscando atender os turistas e romeiros, fazendo as visitas monitoradas para contar as histórias do Círio, do Santuário, do Memória de Nazaré, da Casa de Plácido e da Capela Bom Pastor. É um circuito que nós realizamos. São visitas gratuitas pré-agendadas e recebemos grupos de escolas, de turistas, de idosos”, conta a coordenadora da Pastur.

Um dos locais visitados pelos turistas é o Memória de Nazaré, que reúne diversos objetos deixados por devotos ao final da procissão do Círio. “Aqui nós vamos ter os principais ícones do Círio, como a berlinda, uma réplica da imagem peregrina, a corda, 13 mantos originais que foram utilizados nas romarias oficiais do Círio, os barquinhos (brinquedos de miriti), objetos em cera, os ex-votos (objetos doados como forma de agradecimento por um pedido atendido) e as casas (brinquedos de miriti) que representam essa devoção, essa fé do povo paraense que vem agradecer as suas graças alcançadas”, comenta Thayná Carvalho.

A Basílica de Nazaré foi a terceira Basílica do Brasil, ao lado da Basílica da Sé, na Bahia, e da Basílica de São Bento, em São Paulo. Ela também é a única Basílica da Amazônia Brasileira. Em 31 de maio de 2006 foi elevada a Santuário Mariano Arquiodiocesano pelo então Arcebispo Metropolitano de Belém Dom Orani João Tempesta.

Por Bruno Amâncio. Com apoio de Karolainy Lima e Isabela Viana.

 

Sair da cadeia e continuar fora dela não é uma tarefa fácil para muitos ex-detentos. Embora o trabalho e o estudo sejam algumas das chaves da ressocialização bem sucedida, apenas 20% dos cerca de 574 mil presos no país trabalham e 8,6% estudam. É o que a última  parte da série Prisões Brasileiras – um Retrato sem Retoques, do Repórter Brasil, mostra nesta sexta-feira (28), a partir das 21h, na TV Brasil.

A reportagem conheceu o trabalho feito no Paraná, onde quase todos os detentos da Colônia Penal Agroindustrial de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, trabalham. Alguns detentos saem da unidade durante o dia para trabalhar, enquanto outros trabalham lá dentro, em fábricas montadas na colônia.

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A cada três dias de trabalho, o preso tem descontado um dia na sua pena. O pagamento, que deve ser, no mínimo, 75% de um salário mínimo, é depositado em conta aberta pelo Estado. O detento pode sacar todo o dinheiro quando for libertado ou autorizar alguém da família a movimentar a conta. “A gente vê que eles têm uma vontade muito grande de aprender e se empenham ao máximo para ajudar no dia a dia da fábrica”, diz Miguel Pires, supervisor da fábrica instalada na colônia.

A Pastoral Carcerária, entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), deu início a um projeto piloto, o Projeto Recomeçar. Atualmente apenas em São Paulo, o projeto dá assistência psicológica, jurídica e ajuda ex-detentos a regularizar seus documentos. Além disso, assistentes sociais encaminham currículos dos egressos do Sistema Penitenciário para vagas de empregos e os ajudam a procurar cursos de qualificação.

“A gente tem uma massa de pessoas saindo em condições muito piores em relação a que elas entraram. Sem qualquer perspectiva de conseguir um trabalho registrado, de conseguir um trabalho que seja com qualificação mínima”, avalia Catarina Pedroso, psicóloga do Projeto Recomeçar. Na opinião dela, o Estado deveria intervir mais no problema. “É preciso que o Estado se volte em relação a isso. Estratégias como uma porcentagem de vagas no próprio Poder Público destinadas a egressos do sistema prisional; 5%, 10% dos postos de trabalho. Já é uma medida que absorveria um pouco essa população que está saindo”.

O estudo e a leitura têm dado esperanças de vida melhor para detentos como Edson de Oliveira, preso no Paraná. Ele descobriu muito mais benefícios na leitura e no estudo do que apenas a redução de pena. “No início, é pela remissão dos quatro dias. Mas você acaba gostando, se envolvendo. Você melhora não só a dicção, mas a maneira de escrever, sem errar o português e também se expressar. Até porque eu tenho filho pequeno e quero incentivá-lo a ler, além de corrigi-lo, não é?”.

Trabalhando, estudando e tendo oportunidades de voltar a colaborar com a sociedade. Embora muitas vezes ignorados, esses são elementos essenciais da própria pena cumprida pelo condenado, de acordo com o juiz da 1ª Vara de Execução Penal de Pernambuco, Luiz Gomes Neto. “É parte de um processo de ressocialização que vem associado justamente com a punição, com a pena. Porque a pena, o acúmulo de seres humanos dentro de uma unidade prisional, por si só, não resolve. Não ressocializa, não reeduca e nem prepara o cidadão para se reinserir no seio da sociedade”.

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