Tópicos | presos

A tentativa de golpe de Estado que destruiu a Praça dos Três Poderes completa um ano nesta segunda (8). A violência contra a democracia se opunha à vitória do presidente Lula (PT) e tentou forçar a instituição de um governo militar. Mais de duas mil pessoas foram presas e uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) culminou no indiciamento de comandantes das Forças Armadas e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados por "patriotas” que não aceitaram o resultado das urnas. Ainda na Praça dos Três Poderes, 243 pessoas foram presas. Parte delas pela Polícia Legislativa do Senado, que ficou na linha de frente entre os salões do Congresso para evitaram um prejuízo maior.

##RECOMENDA##

Os golpistas que não foram detidos encontraram refúgio no acampamento que ficou montado por mais de dois meses em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. No dia seguinte, 1.927 pessoas foram presas no local e encaminhadas à Academia Nacional da Polícia Federal. Dessas, 775 foram liberadas por serem idosos, mães de crianças menores ou atender a outros casos que permitissem a liberação.

Bolsonaristas acampados no QG do Exército, em Brasília. Valter Campanato/Agência Brasil

Ao todo, 1.152 presos em flagrante passaram por audiência de custódia e 938 foram mantidos nos Presídios da Papuda ou na Penitenciária Feminina Colmeia. Os demais foram postos em liberdade mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Atualmente, 66 pessoas estão presas preventivamente por suspeita de financiar o ato golpista e incitar os crimes e 1.354 ações seguem em aberto. Trinta réus foram condenados pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado e deterioração do patrimônio público, 33 foram apontadas como executores, duas dessas foram transferidas para hospital psiquiátrico. Ao todo, cerca de 200 processos aguardam julgamento.

Afastamento da alta cúpula do Distrito Federal

Após a atuação controversa das forças de segurança do DF, o govenador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por pouco mais de dois meses. O magistrado também determinou o fim dos acampamentos espalhados no entorno de quartéis do Exército no Brasil e a apreensão do ônibus que levou bolsonaristas à Brasília.

A Justiça ainda concedeu a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública de Ibaneis, que estava nos Estados Unidos no dia do ataque. Policiais federais que realizaram buscas na sua casa acharam a "minuta do golpe". O decreto previa a imposição do Estado de Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar o resultado das eleições. O comandante da PMDF, o coronel Fábio Vieira, também foi preso por omissão dolosa.

Anderson Torres e Ibaneis Rocha (MDB). Renato Alves/Agência Brasília

Ainda no dia 9, o presidente Lula (PT), chefes do Legislativo, ministros do STF e governadores se reuniram no Planalto para verificar a condição dos prédios destruídos. Em São Paulo, manifestantes caminharam na Avenida Paulista como uma resposta ao ato golpista. Mobilizações do mesmo gênero ocorreram em outras capitais.

Os presidentes do Executivo, Legislativo e Judiciário também assinaram uma nota em defesa da democracia e repudiaram o que foi classificado como "atos terroristas de vandalismo, criminosos e golpistas". No dia 10, o Congresso aprovou o decreto de intervenção federal na segurança do DF.

Os parlamentares conservadores defenderam os criminosos e cobravam a revisão das prisões. A oposição também estimulou uma campanha nas redes sociais para a criar de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e, assim, culpabilizar o atual governo pelo ocorrido. Outro pleito dos deputados e senadores ligados a Bolsonaro era derrubar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, pela sua postura "amistosa" com os vândalos.

O deputado Arthur Maia (UNIÃO), a senadora Eliziane Gama (PSD) e o senador Magno Malta (PL) nos trabalhos da CPMI dos Atos Golpistas.  Geraldo Magela/Agência Senado

Em maio, a CPMI foi aprovada com a participação de 16 senadores e 16 deputados. A Presidência ficou para o deputado Arthur Maia (UNIÃO), que teve Cid Gomes (PDT) e Magno Malta (PL) como vices, e a senadora Eliziane Gama (PSD) na relatoria.

Durante a convocatória para as oitivas da comissão, o ministro Kassio Nunes Marques, do STF, - indicado por Jair Bolsonaro - autorizou o não comparecimento da delegada federal Marília Alencar, então subsecretária de Inteligência do DF. A medida abriu precedente para outros pedidos de não comparecimento e a relatora Eliziane Gama apontou que Nunes Marques obstruiu os trabalhos da CPMI.

Foram convocados à CPMI:

. O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime;

. O empresário George Washington Sousa, preso por colocar uma bomba em um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília na véspera de Natal de 2022;

. Os peritos da Polícia Civil do DF, Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, que fizeram exames nas proximidades do aeroporto e no caminhão usado por George;

. O diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro;

. O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, sobre as blitzes ilegais feitas no Nordeste, no segundo turno das eleições;

. O coronel Jean Lawand Júnior sobre as mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente, que incitavam uma tomada de decisão do presidente derrotado;

. O ex-diretor-adjunto da Abin, Saulo da Cunha;

. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, mas ele seguiu a orientação da defesa e não respondeu às perguntas. O tenente-coronel foi preso em maio por fraudar cartões de vacinação;

. O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, Anderson Torres;

. O fotógrafo da Agência Reuters Adriano Machado por aparecer em imagens ao lado de invasores. Ele relatou que cumprimentou um dos vândalos depois que foi obrigado a excluir fotos;

. O hacker Walter Delgatti Neto. Ele disse que Jair Bolsonaro lhe prometeu indulto caso fosse preso por invadir urnas eletrônicas e assumir um suposto grampo do ministro Alexandre de Moraes, do STF;

. O sargento Luis Marcos dos Reis, que integrava a equipe da Ajudância de Ordens do ex-presidente. Ele esteve na Esplanada dos Ministérios no dia 8 de janeiro;

. O ex-comandante da PMDF, Fábio Augusto Vieira. Ele apresentou habeas corpus e exerceu o direito de se manter calado;

. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias. Ele afirmou a PMDF descumpriu as determinações do planejamento da segurança contra as manifestações;

. A cabo Marcela Pinno, da PMDF, que foi agredida por vândalos durante o ato;

. A ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF, Marilia Alencar, foi convocada, mas a liminar do ministro Nunes Marques autorizou seu não comparecimento;

. O ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes; disse que o Exército não se omitiu no ato golpista nem no desmonte do acampamento no Quartel General do Exército;

. O ex-coordenador administrativo da equipe de ajudantes de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Osmar Crivelatti, foi chamado, mas se beneficiou com a decisão de Nunes Marques e também não compareceu;

. O general Augusto Heleno, que foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro. Ele chamou de “fantasia” o relato do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, de que teria havido reuniões no Palácio para esquematizar um golpe de Estado após a vitória de Lula;

. O empresário mato-grossense Argino Bedin, sócio de fazendas de soja acusado de financiar atos antidemocráticos.

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.  Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em agosto, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu por 120 dias a tramitação de 1.113 ações penais para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) negociasse Acordos de Não Persecução Penal. Desses, 38 réus confessaram os crimes e deixaram a prisão ao se comprometer a prestar 300 horas de serviços à comunidade ou a entidades públicas e pegar as multas. Eles também aceitaram participar, presencialmente, de um curso sobre Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado.

Bolsonaro estampa relatório final da CPMI

Após cinco meses de trabalho, a CPMI foi concluída e o relatório aprovado por 20 votos a 11. O documento pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro e outras 60 pessoas, entre elas ex-ministros e membros das Forças Armadas. O relatório foi encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para formalizar a denúncia.

A relatora considerou Bolsonaro como autor intelectual e moral dos ataques e o indiciou pelos crimes de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa violenta de depor o governo legitimamente constituído e emprego de medidas para impedir o exercício de direitos políticos. Somadas, as penas variam entre 16 e 36 anos.

A senadora ressaltou que o ambiente golpista foi incitado deliberadamente pelo ex-presidente ao longo do seu governo e baseou seu posicionamento nas agressões dele contra a Justiça Eleitoral, contra o STF e à imprensa, além da aproximação ideológica com setores das forças armadas de segurança e militares do país. Eliziane também citou o aparelhamento de órgãos de inteligência como um movimento golpista.

Foram indiciados:

. O ex-presidente Jair Bolsonaro;.

. O general Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa;

. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF;

. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

. General Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro;

. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;

. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;

. General Freire Gomes, ex-comandante do Exército;

. Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro;

. Filipe Martins, ex-assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro;

. Deputada federal Carla Zambelli (PL);

. Coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

. General Ridauto Lúcio Fernandes;

. Sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

. Major Ailton Gonçalves Moraes Barros;

. Coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;

. Coronel Jean Lawand Júnior;

. Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF;

. Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;

. General Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI;

. General Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI;

. Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI;

. Coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI;

. Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI;

. Capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI;

. Sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI;

. Coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI;

. Tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI;

. Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF;

. Coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF;

. Coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF;

. Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF;

. Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF;

. Major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF;

. Major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF;

. Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal;

. Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal;

. Maurício Junot, empresário;

. Adauto Lúcio de Mesquita, financiador;

. Joveci Xavier de Andrade, financiador;

. Meyer Nigri, empresário;

. Ricardo Pereira Cunha, financiador;

. Mauriro Soares de Jesus, financiador;

. Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador;

. Antônio Galvan, financiador;

. Jeferson da Rocha, financiador;

. Vitor Geraldo Gaiardo , financiador;

. Humberto Falcão, financiador;

. Luciano Jayme Guimarães, financiador;

. José Alipio Fernandes da Silveira, financiador;

. Valdir Edemar Fries, financiador;

. Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador;

. Joel Ragagnin, influenciador;

. Lucas Costar Beber, financiador;

. Alan Juliani, financiador;

. George Washington de Oliveira Sousa, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília;

. Alan Diego dos Santos, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília;

. Wellington Macedo de Souza, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília;

. Tércio Arnaud, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”;

. Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”;

. José Matheus Sales Gomes, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”.

General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; general Braga Netto, ex-ministro e vice de chapa de Bolsonaro; o ex-presidente Jair Bolsonaro; Almirante Almir, ex-comandante da Marinha; e o tenente-brigadeiro do Ar, Carlos de Almeida Baptista Jr, ex-comandante da Aeronáutica. Reprodução/Redes Sociais

Morte de preso

No dia 20 de novembro, Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, sofreu um mal súbito e morreu dentro da Papuda. O sistema penitenciário apontou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e tentou realizar a reanimação cardiorrespiratória, mas ele não resistiu. Cleriston estava preso preventivamente após ser capturado no Senado.

No Estado de São Paulo, 34.540 presos receberam o benefício da chamada "saidinha" de Natal e Ano Novo, a partir do dia 22 de dezembro. O período se encerrou às 18h desta quarta-feira, 3, mas ao menos 625 detentos retornaram antes às penitenciárias do Estado por descumprimento das regras que o regime impõe.

Em um dos casos, um detento de 30 anos foi preso no último dia 28 por violar o perímetro delimitado pela Justiça. O homem, que cumpre pena por tráfico de drogas, foi localizado pela Polícia Militar andando de jet ski na Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

##RECOMENDA##

Os agentes chegaram ao homem pela tornozeleira eletrônica usada por ele. O equipamento acusou que ele estava fora do limite territorial permitido pelo sistema judiciário e acionou um alerta sobre o descumprimento da medida.

Segundo a Polícia Militar, o infrator ainda teria tentado fugir com o veículo aquático para não ser detido.

Em outro caso, um dos presos foi pego na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, portando uma faca de fabricação caseira e uma tesoura.

Para serem contemplados com o benefício da "saidinha", previsto na Lei de Execução Penal, os presos precisam possuir comportamento adequado, ter cumprido ao menos 1/6 da pena (se for réu primário) ou 1/4 (se reincidente), comprovar endereço, entre outras exigências.

Uma vez liberado, o detento, entre outras obrigações, não pode consumir bebida alcoólica ou outras substâncias entorpecentes; não deve frequentar bares, casas noturnas ou casas de prostituição; e precisa usar o equipamento eletrônico de forma correta, desde que fornecido pelo Estado.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, desde junho já foram 1.001 detentos presos e levados de volta à prisão por descumprimento de regras.

Chefes do tráfico no Rio não voltam à cadeia após saidinha

O Disque Denúncia divulgou na terça-feira, 2, um cartaz para ajudar a Divisão de Busca e Recaptura (Recap) da Polícia Penal do Estado do Rio de Janeiro a obter mais informações para a prisão de três criminosos que não retornaram à penitenciária após serem beneficiados com os indultos do Dias das Crianças e do Natal. O prazo limite para voltarem às penitenciárias fluminenses depois do Natal era 22h do último dia 30.

A publicação do Disque Denúncia dá destaque para três nomes, todos condenados por associação para o tráfico de drogas, disputado na capital fluminense pelo Comando Vermelho e as milícias, e apontados como nomes de influência em diferentes regiões do Rio de Janeiro:

- Davi da Conceição Carvalho, vulgo DVD;

- Saulo Cristiano Oliveira Dias, vulgo SL;

- Paulo Sérgio Gomes da Silva, vulgo Bin Laden.

Conforme o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), não foi determinada a instalação de tornozeleiras eletrônicas nos apenados que tiveram o benefício da Visita Periódica ao Lar (VPL) porque, em períodos de sete dias, "o Estado não possui estrutura nos presídios para instalação em tempo hábil dos equipamentos".

No apagar de 2023, perto de completar um ano dos atos golpistas do dia 8 de janeiro em Brasília, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o veterinário César Guimarães Galli Júnior e o empresário Luiz Antônio Villar de Sena, presos na fase 19 da Operação Lesa Pátria.

Ambos foram colocados em liberdade provisória, com tornozeleira eletrônica, porque precisavam de cuidados médicos especializados que o Centro de Ressocialização de Várzea Grande, em Mato Grosso, onde estavam presos, não tinha estrutura para oferecer. A decisão é de 19 de dezembro.

##RECOMENDA##

"Atento a essas particularidades e considerada a presença de comorbidades, a necessidade de tratamento específico, e a informação de que o estabelecimento carcerário não teria condições de prestar o tratamento adequado para todas, é possível a substituição da prisão preventiva anteriormente decretada por medidas cautelares", escreveu Moraes.

Além da tornozeleira, eles precisam observar uma lista de exigências, como entregar passaportes e ficar afastados das redes sociais. Se as medidas cautelares forem descumpridas, eles podem voltar à prisão. A decisão atendeu a um pedido dos advogados Sérgio Gerges e Regilene Padilha, que representam o empresário.

Em 18 de dezembro, Moraes já havia mandado soltar outros 46 denunciados por participação nos atos do dia 8 de janeiro.

Quase um ano após os protestos violentos na Praça dos Três Poderes, cerca de 60 pessoas seguem presas, a maioria preventivamente. A prisão preventiva é uma modalidade de prisão processual, ou seja, decretada antes de uma eventual condenação. Elas não têm prazo definido, mas precisam ser revistas a cada 180 dias.

Todas as prisões foram avaliadas por Moraes no final do ano passado. No caso de suspeitos de incitação e financiamento, a Procuradoria-Geral da República foi contra a soltura. Outros presos já foram condenados e começaram a cumprir suas penas.

Sete detentos em regime semiaberto fugiram do Centro de Detenção Provisória I de Chácara Belém, na zona leste de São Paulo, na noite desta segunda-feira (25). O grupo conseguiu escapar após fazer uma abertura na cerca de arame que circunda a unidade. 

Durante a fuga, os presos também renderam um agente de segurança, e pegaram o rádio que o agente usava para se comunicar com outros guardas da penitenciária. 

##RECOMENDA##

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como evasão e roubo no 30º DP. 

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que ninguém ficou ferido. A pasta também destacou que os fugitivos, quando capturados, irão regredir ao regime fechado.

Sete detentos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP) Belém I, na zona leste de São Paulo, na noite da segunda-feira, 25, dia de Natal. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), a Polícia Militar ainda faz buscas na região. A ocorrência foi registrada por volta das 20h30.

Conforme as investigações, eles fugiram após danificarem parte de um alambrado, o ferrolho de um portão e uma janela.

##RECOMENDA##

"Eles renderam um segurança e fugiram com os tênis e o radiocomunicador da vítima. Os fugitivos eram do regime semiaberto", afirmou a SSP.

O caso foi registrado como evasão e roubo no 30º DP (Tatuapé) e conta com o apoio do 81º DP (Belém), área dos fatos.

A Polícia Civil também está investigando a ocorrência.

Dois suspeitos de assaltar motoristas no Viaduto Capitão Temudo, no bairo de Joana Bezerra, na área central do Recife, foram presos em flagrante na manhã desta sexta (22). A dupla foi apreendida com um simulacro de pistola e uma faca.

A prisão foi feita por policiais militares da Patrulha Escolar que se deslocavam na áreas e foram abordados por transeuntes. Os populares alertaram sobre a atuação dos criminosos e repassaram informações sobre a localização dos dois.

##RECOMENDA##

Os homens foram identificados e detidos embaixo do viaduto. Em seguida, foram encaminhados à Central de Plantões da Capital, no bairro de Campo Grande, onde serão tomadas as medidas cabíveis. 

Nessa semana, viralizaram imagens de uma dupla abordando um veículo nas imediações do local. Um dos suspeitos foi flagrado pela câmera interna do carro quando apontava uma arma para as vítimas. O caso ocorreu na manhã da terça (19). Apesar das semelhanças, a Polícia Militar ainda não confirmou se os presos nesta manhã são os mesmo que cometeram o crime no vídeo.

 Na manhã desta quarta-feira (1º), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Polícia Civil cumprem mandados de prisão contra cinco pessoas em uma operação contra uma organização responsável por fraudes licitatórias que causaram um prejuízo ao Detran-PE (Departamento Estadual de Trânsito) superior a R$ 64 milhões. Quatro agentes públicos foram afastados. Os alvos não foram identificados.

O esquema também envolvia empresas de fachada e se baseava em contratos superfaturados. Em um deles, houve o sobrepreço de até 2.425% em alguns itens licitados. Apenas uma das empresas investigadas recebeu do Detran-PE mais de R$ 96.000.000 entre março de 2016 e maio de 2020.

##RECOMENDA##

Os crimes investigados são de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude à licitação. Além das prisões preventivas e dos funcionários proibidos de entrar no departamento, a Justiça proibiu cinco suspeitos de deixar o país e determinou o sequestro de R$ 64.636.943,19 de 36 pessoas físicas e jurídicas.

Também foram apreendidos 28 veículos e 30 pessoas foram proibidas de efetuar contratos com o poder público. A investigação destaca que a atual diretoria do Detran-PE não é alvo do inquérito e que a gestão contribui para o cumprimento das ordens judiciais.

No último domingo (29), foi aplicada a primeira fase do concurso da Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros da Paraíba. Na ocasião, 13 pessoas foram detidas por tentativa de fraude. De acordo com a PMPB, o grupo foi flagrado com ponto eletrônico, fone de ouvido, celular e ‘filas’.

##RECOMENDA##

As prisões aconteceram em João Pessoa, Cajazeiras, Campina Grande e Patos. Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sérgio Fonseca, antes das prisões foi realizado um trabalho de inteligência, "analisando e cruzando dados sobre os candidatos. Nos locais de prova, o uso da tecnologia, a exemplo dos mais de 300 detectores de sinais receptores ou transmissores, auxiliou bastante. Não se pode admitir que profissionais que vão atuar na garantia da lei e da ordem ingressem na corporação burlando a lei, por isso, quem tentou foi imediatamente conduzido para as delegacias ou eliminado do concurso”.

[@#galeria#@]

Concursos

Os certames da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros contou com 63.437 inscrições na disputa pelas 1.100 vagas ofertadas. A primeira fase registrou 13.574 participantes ausentes e 39 eliminados, além das 13 prisões. Os aprovados nessa etapa estarão aptos a participar do exame psicológico.

Três suspeitos de assassinar o juiz Paulo Pereira da Silva, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), foram presos na madrugada desta terça (24), em uma casa no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. O magistrado da 21ª Vara Cível do Recife foi morto a tiros dentro do próprio carro, na noite da quinta (19), em Jaboatão dos Guararapes.

Um veículo que teria sido usado no crime também foi apreendido por uma equipe da Polícia Civil. O trio foi levado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife.

##RECOMENDA##

A perícia apontou que o juiz de 69 anos recebeu um tiro na cabeça, a cerca de 300 metros de onde morava. Imagens registradas por câmeras de segurança nas proximidades do local do crime foram analisadas pela investigação.

LeiaJá também 

--> O que se sabe sobre o assassinato de juiz em Jaboatão?

--> Barroso considera gravíssimo assassinato de juiz em PE

O Complexo Prisional do Curado, localizado na zona Oeste do Recife, teve uma redução de 6,5 mil para menos de 2 mil presos em menos de um ano, segundo informações do Tribunal de Justiça de Pernambuco divulgadas nesta segunda-feira (16). Os dados são apresentados na véspera da visita ao local do ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, acompanhado de representações institucionais que compõem o Gabinete de Crise, grupo criado para formular soluções acerca da superlotação prisional. 

Menos de um ano após início do cumprimento de uma correição extraordinária, (ato administrativo exercido pelo corregedor), da Corregedoria Nacional de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Complexo Prisional do Curado, o Gabinete de Crise avalia pontos de avanço nas questões de lotação e reavaliação de sentenças. O grupo é formado por representantes do TJPE, da Corregedoria Geral da Justiça (CGJ), do Ministério Público do Estado (MPPE), da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), do Tribunal de Contas do Estado (TCE), da Defensoria Pública (DPPE) e da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos. 

##RECOMENDA##

Uma das principais ações foi chamada de “fechamento de porta de entrada”, que é a não permissão de novos presos no Complexo do Curado. Além disso, foi realizada uma espécie de “força tarefa” com 15 juízes, juntamente com magistrados das varas de execuções penais, para revisar os processos de pessoas em cumprimento de pena no Complexo. As apreciações dos processos resultaram em acertos como livramento condicional, progressão de regime, entre outros. Juntamente com as atividades exercidas pelo Judiciário, o Executivo tem viabilizado obras de infraestrutura.

Escassez de policiais penais

 Segundo apurou o LeiaJá, policiais penais alocados no Complexo do Curado afirmam que lá tem sido “o melhor lugar para fazer plantão”, tendo em vista a redução de presos, apesar de ainda não haver uma previsão para os agentes aprovados e concluintes do curso de formação serem nomeados para preencher o quadro de vagas no sistema prisional no estado.

Neste sábado (30), a Polícia Militar de Pernambuco prendeu dois suspeitos de praticar roubos na Zona Norte do Recife. Um deles roubava alianças e correntes de ouro e o outro, celulares.

Durante a operação, o primeiro homem escapou em uma moto após colidir com uma viatura descaracterizada e se livrando da arma de fogo que portava. Com a continuidade das buscas, ele foi localizado na rua da Harmonia, em Casa Amarela, por um trio de motopatrulheiros.

##RECOMENDA##

Com ele, foram apreendidos um revólver calibre 38, alianças e correntes de ouro. O suspeito foi levado para a Central de Plantões da Capital (Ceplanc) para adoção das medidas cabíveis.

O segundo acusado foi preso depois que um homem informou a uma equipe de policiais que acabara de sofrer uma tentativa de assalto. As características do ladrão foram repassadas e ele foi localizado.

Nada foi encontrado com o segundo suspeito, mas ele confessou ter roubado alguns celulares no período da manhã, os quais já teria repassado. Durante a abordagem, uma das vítimas do suspeito compareceu ao local e o reconheceu. Ele também foi encaminhado para a Ceplanc para a adoção das medidas cabíveis.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comparou os presos no ataque golpista às sedes dos Três Poderes com as vítimas do Holocausto durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro nesta terça-feira, 26. Segundo o parlamentar, as prisões "foram feitas nos moldes nazistas". Em reação à declaração, o Instituto Brasil-Israel emitiu uma nota de repúdio. A entidade classificou a fala do parlamentar como uma "distorção negacionista que fere a memória das vítimas".

"A declaração feita por Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto. Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória", diz o Instituto Brasil-Israel em nota.

##RECOMENDA##

Holocausto refere-se ao genocídio realizado pela Alemanha nazista, em que mais de 6 milhões de judeus foram exterminados durante a Segunda Guerra Mundial.

O senador afirmou que as prisões dos golpistas foram feitas "aos moldes nazistas" durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno.

"As prisões de milhares de pessoas nos dias 8 e 9 de janeiro foram feitas nos moldes nazistas. (No Holocausto) a gente via pessoas com medo, querendo fugir do nazismo e sendo direcionadas para estações de trem de forma pacífica, com a falsa promessa que iriam entrar em um trem e fugir do regime, mas enquanto estavam nas estações, eram ligadas as câmaras de gás e as pessoas morriam aos milhares. Muito parecido com o que aconteceu aqui nos dias 8 e 9 de janeiro", afirmou Flávio Bolsonaro na sessão desta segunda-feira.

O Instituto Brasil-Israel rebateu a declaração e disse que "ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum". "Foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política", diz a nota.

Procurado pelo Estadão, o senador Flávio Bolsonaro não se pronunciou sobre o posicionamento do Instituto Brasil-Israel.

Dois homens que estavam sob custódia da Polícia Civil do Mato Grosso fugiram de dentro de uma viatura após o veículo ser aberto em frente à Cadeia Pública de Cáceres, nessa sexta (1º).

Os presos estavam dentro do compartimento traseiro da viatura e empurram os policiais no momento em que as portas foram abertas. Um deles pulou e saiu correndo, enquanto o outro aproveitou a desatenção dos agentes para fugir em outra direção.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Tiros de advertência foram dados, mas os homens conseguiram deixar o local. As Polícias Militar e Penal foram chamadas para auxiliar nas buscas. Um deles foi recapturado em uma região de mata no bairro Vila Real. Ele havia sido preso por um roubo no dia anterior. 

[@#galeria#@]

O sistema prisional de Pernambuco, considerado um dos mais superlotados e precários do Brasil, foi tema de conversa entre o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e a governadora estadual Raquel Lyra (PSDB), nesta quinta-feira (31), no Palácio do Governo Estadual. O chefe da pasta federal faz uma visita à capital pernambucana para levar questões locais ao Governo Federal e aumentar a cooperação pública entre as esferas.

##RECOMENDA##

Após a reunião no palácio, a introdução ao sistema carcerário pernambucano desencadeou a assinatura de um protocolo de intenções, sob iniciativa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), mirando a formação e a qualificação de egressos do sistema prisional. O documento foi assinado durante o evento Fórum Conexão IFPE Direitos Humanos e Igualdade, acontecido entre a manhã e a tarde desta quinta-feira (31), no Cais do Sertão, museu no Recife Antigo. 

“Aqui é o lugar natural de uma discussão como essa. Os institutos federais são parte de uma política nacional de Direitos Humanos, justamente porque acolhem essas pessoas [ex-presos]. A política de Direitos Humanos não é só feita pelo ministério ou por uma secretaria, é feita pela sociedade brasileira como um todo, todos os ministérios e governos, mas também por instituições como essa, que têm uma responsabilidade tão grande”, afirmou o ministro Silvio Almeida. 

Outros tópicos abordados pela governadora e o ministro foram a desigualdade regional, os problemas do estado de Pernambuco com a distribuição e o tratamento de água potável, e o transporte escolar para crianças e adolescentes em formação. Nesse último tópico, a gestora ressaltou a finalização de parte da PE-33, rodovia que dá acesso aos campi do IFPE e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URFPE), no Cabo de Santo Agostinho.

“A PE-33 começou bem, mas como não terminaram a obra, surgiu um buraco tão grande na obra que, certamente, agora caberiam uns dois caminhões dentro. O preço original da obra já não é mais o preço de agora, mas a gente vai resolver porque eu consegui um empréstimo com o Governo Federal, junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil. Estou refazendo o projeto para poder relicitar”, informou Raquel Lyra, na presença do reitor do Instituto, professor José Carlos de Sá.

Encontro com ministro

Entre esta quinta (31) e sexta-feira (1º), o ministro Silvio Almeida visitará diversas instituições no Grande Recife. O objetivo é conhecer os espaços que trabalham com a promoção dos direitos humanos, da igualdade racial e social, e com o combate à criminalidade.

A agenda começou com a visita ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo, e continuou no fórum que aconteceu no auditório do IFPE, que fica no Cais do Sertão. No evento, foram convidados, como palestrantes, a secretária de Justiça de Pernambuco, Lucinha Mota (PSDB); o babalorixá e Doutor Honoris Pela Causa (UFPE) Ivo de Xambá; a secretária da Mulher, Mariana Melo; a coordenadora de Políticas Inclusivas do IFPE, Laura Silva; e o reitor José Carlos; além da governadora e do ministro.

O evento foi organizado pelo Instituto. Confira a íntegra dos destaques da reunião, de acordo com a governadora Raquel Lyra:

“Tivemos uma conversa no palácio, tratando primeiro sobre o sistema prisional e como o Ministério dos Direitos Humanos pode ser parceiro na construção das soluções. Falei um pouco sobre tudo que a gente vem construindo junto ao Ministério da Justiça e pedi o apoio dele pra que a gente possa avançar e permitir que Pernambuco deixe de figurar como o pior sistema penitenciário do Brasil. Avançamos também na discussão sobre parcerias possíveis para permitir o melhoramento de programas do ministério aqui; o Programa de Proteção às Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, o Programa de Proteção das Testemunhas e, ao lado disso, editais que o Governo Federal irá lançar e podemos transformar em parceria. Assinamos também o Termo de Adesão à Política Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o termo de adesão à criação do Fórum de Gestores de Direitos Humanos, e que a gente possa promover nacionalmente soluções para a desigualdade”, pontuou a chefe do Executivo local.

Agenda do ministro

Ainda nesta quinta-feira (31), o ministro Silvio Almeida deve se encontrar com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), no Compaz Governador Eduardo Campos, na Zona Norte da capital. O titular dos Direitos Humanos também deve conhecer o Lar Paulo de Tarso, casa filantrópica que acolhe crianças e adolescentes em vulnerabilidade, e que foi atingida por um incêndio de grande porte em abril deste ano. 

Estão previstas, ainda, visitas à reitoria da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e à comunidade de Nova Descoberta, em Casa Amarela, além de conferências e encontros com parlamentares.

 

Sete meses após os atos golpistas do 8 de janeiro, em Brasília, 128 extremistas continuam presos. Estão nesse grupo Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como "Fátima de Tubarão", Ana Priscilla Azevedo, que prometeu "colapsar o sistema", e Antônio Cláudio Alves Ferreira, que quebrou um raro relógio francês fabricado na época de Luís XIV na França - a peça ficava exposta no Palácio do Planalto.

Logo após a invasão aos prédios dos Três Poderes, 1.424 pessoas chegaram a ser detidas. Atualmente, a maior parte responde pelos atos em liberdade. Neste mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória para mais 162 detentos.

##RECOMENDA##

Os beneficiados têm de cumprir medidas cautelares. Eles não podem se ausentar do endereço que forneceram para a Justiça, devem se recolher durante a noite e aos finais de semana e precisam usar tornozeleira eletrônica. Além disso, estão proibidos de utilizar redes sociais e armas de fogo e tiveram os passaportes cancelados.

Novas prisões que envolvem os ataques de 8 de janeiro, porém, continuam. A Polícia Federal, a partir da Operação Lesa Pátria, investiga suspeitos de terem colaborado, financiado ou participado da invasão aos prédios dos Três Poderes. Neste mês, foram presas 15 pessoas, entre elas o comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Klepter Rosa Gonçalves, a cantora gospel Fernanda Ôliver, os influenciadores Isac Ferreira e Rodrigo Lima e o pastor Dirlei Paiz.

Enquanto a PF prende novos suspeitos, o STF avança em denunciar envolvidos nos atos antidemocráticos. Na sexta-feira passada, 18, a Corte decidiu tornar réus 70 bolsonaristas, elevando o total para 1.380, que devem começar a ser julgados a partir de setembro. A maioria dos que foram presos no acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, responde por crimes como incitação à animosidade das Forças Armadas e associação criminosa. Mais de duas centenas de indivíduos respondem por crimes mais graves, como deterioração de patrimônio tombado da União, tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada.

Fátima de Tubarão segue presa em Santa Catarina

Entre os 70 que se tornaram réus na sexta passada está Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, que ficou conhecida como "Fátima de Tubarão" após participar dos atos golpistas e confessar, em um vídeo gravado durante a invasão da sede do STF, que estava "quebrando tudo e cagando nessa bosta aqui". "Vamos pra guerra, vamos pra guerra. Vou pegar o Xandão agora", gritava a mulher, fazendo referência ao ministro Alexandre de Moraes.

Nascida em Tubarão, no sul de Santa Catarina, Fátima está detida desde 27 de janeiro na Penitenciária Sul de Criciúma, a 80 quilômetros da sua cidade natal, após ser presa na Operação Lesa Pátria. Em março, a defesa da bolsonarista entrou com pedido no Supremo para que ela pudesse responder ao processo em liberdade, sob alegação de problemas de saúde. O pedido foi negado pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Além de estar envolvida nos atos de 8 de janeiro, Maria de Fátima também é acusada de estelionato e falsificação de documentos, em um processo que está em andamento no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). Em 2014, a bolsonarista foi condenada a quatro anos de prisão por tráfico de drogas com envolvimento de menor de idade. Porém, segundo a Justiça catarinense, ela teve a pena reduzida para 3 anos e 10 meses com restrições de direitos e prestação de serviços à comunidade

O Estadão tentou entrar em contato com a defesa de Maria de Fátima, mas não obteve contato até a publicação desta reportagem.

Bolsonarista que prometeu 'colapsar o sistema' é uma das presas em Brasília

Nas penitenciárias do Distrito Federal, onde centenas de bolsonaristas foram levados após os ataques antidemocráticos, 49 detentos permanecem presos, sendo 47 homens e duas mulheres. Uma delas é Ana Priscila Azevedo que, três dias antes do início das invasões, anunciou o que ia ocorrer na Praça dos Três Poderes. "Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília, nós vamos tomar o poder de assalto, o poder que nos pertence", disse ela dentro do acampamento montado no entorno do Quartel General do Exército.

No dia dos atos golpistas, Ana Priscila gravou outro vídeo, dentro do STF, comemorando a depredação do prédio. Militares do Exército que estavam atuando no Palácio do Planalto chegaram a deter a extremista, mas ela foi presa de fato apenas no dia 10 de janeiro, em uma operação da PF em Luziânia, cidade goiana no entorno do Distrito Federal, após o Estadão revelar vídeos dela de incitação aos ataques.

Até o momento, Ana Priscila não é ré. No final de junho, ela testemunhou contra os integrantes das Forças Armadas. A bolsonarista prestou, em abril, um depoimento de 28 minutos à Justiça Militar em que afirma que, no dia 8, "o Exército botou os blindados e não deixou a Polícia Militar avançar na frente do QG. E, no outro dia de manhã, as pessoas foram avisadas para se retirar dali. Isso aí é fato", disse.

De acordo com Cláudio Avelar, advogado de Ana Priscila, um pedido recente de liberdade provisória da bolsonarista feito pela defesa não foi acatado pela Justiça. Avelar disse ao Estadão que, em breve, apresentará um pedido para que Azevedo saia da Penitenciária Feminina do Distrito Federal. "É um absurdo. Ela está presa há sete meses, ficar sete meses sem poder se defender é um atentado contra a democracia", disse.

Homem que quebrou relógio francês do século 18 está detido em Minas

Responsável por destruir um relógio francês do século 18, Antônio Cláudio Alves Ferreira permanece preso em uma penitenciária em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O radical, que usava uma camisa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atirou peça no chão.

O relógio teria sido fabricado na época de Luís XIV na França. Segundo relatos do Planalto, um século depois foi presenteado pela Corte francesa ao rei de Portugal, Dom João VI, que o trouxe para o Brasil em 1808 com a vinda da família real portuguesa ao Brasil.

Segundo o governo federal, existem apenas duas unidades do objeto no mundo. O outro relógio está no Palácio de Versalhes, na França, mas tem apenas a metade do tamanho do exemplar destruído no 8 de janeiro.

Em 19 de julho, Alexandre de Moraes decidiu manter a prisão preventiva de Antônio Cláudio, ao considerar a detenção "imprescindível" para identificar outros envolvidos nos ataques. O ministro ressaltou que o bolsonarista responde por crimes que podem ser punidos com até 30 anos de prisão. O investigado é réu por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O Estadão não localizou a defesa de Antônio Cláudio.

Candidato a deputado e pai que deixou esposa no Paraná estão na Papuda

Matheus Lima de Carvalho Lázaro, que deixou a mulher grávida no Paraná, onde morava, e disse que o Exército ia agir para promover uma intervenção militar após os terroristas "quebrarem tudo", está detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Outros detentos no mesmo presídio são Oziel Lima, mais conhecido como "Fuzileiro Oziel", que foi candidato a deputado estadual em Santa Catarina pelo Patriota, e Wellington Luiz Firmino, que gravou um vídeo no teto do prédio principal do Congresso Nacional.

Moraes soltou missionário e invasora que usava peruca rosa

Cinco dos 88 bolsonaristas que foram identificados pelo Estadão após os atos antidemocráticos deixaram a Papuda por determinação Moraes neste mês. Nas 48 horas depois do 8 de janeiro, a reportagem analisou cerca de 26 horas de transmissões ao vivo, listas de passageiros de ônibus, postagens em redes sociais e centenas de imagens que foram posteriormente utilizadas pela PF para encontrar vândalos.

Fabrício Quitito, que se autointitula "missionário" e gravou um vídeo durante os ataques afirmando que o ex-presidente Bolsonaro retornaria para a Presidência da República, foi uma das pessoas soltas. "Jair Messias Bolsonaro, você vai estar voltando para essa nação para continuar o seu governo", disse, no início do ano.

Também foi liberada Vanessa Harume Takasaki, que invadiu o Palácio do Planalto de peruca rosa e subiu a rampa interna até o terceiro andar, onde fica o gabinete presidencial. Moradora de Tupã, no interior de São Paulo, ela foi presa ainda no Planalto.

Publicitária radicada em Mato Grosso, Simone Tosato também foi solta. Ela gravou uma live durante os ataques antidemocráticos em sua conta pessoal no Instagram.

Foi solto ainda Luiz Fernando de Sousa Alves, que participou dos ataques ao Congresso Nacional e gravou um vídeo dizendo que estava "invadindo aquela bosta". Ele era mais conhecido como o "Sabugueiro de Mirassol d'Oeste", em referência à cidade do Mato Grosso onde mora. Outro mato-grossense liberado foi o engenheiro Leandro Alves Martins.

A batida da polícia pegou Iván Valera de surpresa, que disse estar conversando com um amigo quando foi preso. Ele é um dos 33 detidos em uma sauna LGBTQIA+ na Venezuela.

Valera enfrenta, entre outras, uma acusação de atentado ao pudor - crime referente a atos obscenos em público, com penas de 3 a 15 meses de prisão - em um caso considerado por ativistas como uma consequência de uma política de "homofobia de Estado".

"Em nenhum momento eles nos contaram o que estava acontecendo, o que nos disseram é que estávamos em flagrante de um crime", disse Valera, de 30 anos, em entrevista à AFP.

"Não estava ocorrendo nenhuma ação indevida", acrescentou o homem, do lado de fora do tribunal, onde foi buscar seu celular, apreendido no momento da prisão. Ele está em liberdade condicional.

"Os 33", como agora são conhecidos popularmente, foram presos em 23 de julho no Avalon Man Club, um spa privado em Valencia (estado de Carabobo, centro-norte).

Valera lembra que os policiais falaram que se tratava de uma operação de rotina, que teriam recebido uma denúncia anônima por "barulho" e atos públicos obscenos.

Durante a detenção, antes de ficar em liberdade condicional, ele denunciou que a linguagem dos policiais foi muito homofóbica, embora tenha ressaltado que garantiram o seu bem-estar.

O procurador-geral, Tarek Saab, disse na terça-feira que o caso ainda está sob investigação, mas pode ser arquivado.

- Ansiedade e frustração -

O Avalon Man Club, inaugurado em novembro do ano passado, é uma sauna voltada principalmente para a comunidade LGBTQIA+, embora seja aberta a qualquer público.

A imprensa local publicou que as prisões ocorreram por causa de uma "festa de sexo", o que Valera nega.

"A maioria de nós não se conhecia, estávamos nos conhecendo naquele dia lá", disse o ativista de direitos humanos. "Em nenhum momento o relatório policial indica que um ato sexual estava sendo praticado lá", acrescentou.

"Não teve nada além de uma conversa entre amigos (...). Algumas pessoas estiveram, para quem não sabe, em uma sauna, onde geralmente as pessoas vão para relaxar, para conversar", concordou Alfredo Rodríguez, outro dos homens que foram detidos.

"Eles querem criminalizar uma atitude e conduta que de forma alguma envolveu um ato criminoso", afirmou.

Alguns dos detidos mantinham em segredo a sua orientação sexual para se protegerem dos preconceitos neste país conservador, sem leis que protejam os direitos da comunidade, como o casamento homoafetivo ou a mudança de identidade de gênero. E, de repente, foram expostos na frente de familiares e colegas de trabalho.

Araujo conta que foi abordado por duas pessoas no supermercado que perguntaram se ele era um dos "33" e depois disseram que era uma "vergonha".

Embora os ativistas tenham dito que foram libertados, três homens continuam atrás das grades: o proprietário do local e dois funcionários, a quem a Justiça pede fiadores e não aceitou, até agora, nenhum dos apresentados por eles.

"Eles estão muito nervosos, muito frustrados", disse Jesús Araujo, funcionário do local, de 24 anos, também em liberdade condicional. "Se alguém tivesse cometido um crime, teria que cumprir, mas não é o caso".

A Polícia Civil da Bahia prendeu, no último sábado (22), seis homens que tentaram entrar na Arena Fonte Nova, sem pagar. Disfarçados de vendedores de Picolé,eles queriam assistir à partida entre Bahia e Corinthians, pela Série A do Campeonato Brasileiro.

Os homens, no entanto, acabaram sendo identificados e presos pela Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (Dreof). Além das roupas de sorveteiro, foram encontrados cartazes com eles. Os seis suspeitos foram autuados por estelionato e seguem à disposição da justiça.

##RECOMENDA##

O ingresso mais barato para Bahia x Corinthians era R$ 25 e o mais caro custava R$ 200.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) lamentou, em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (10), a situação enfrentada por presos envolvidos na invasão e ataque às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro deste ano.

O senador disse que ouviu relatos dramáticos de familiares e dos detidos de que há violações de direitos humanos nos presídios brasileiros, além da falta de acesso aos autos, audiências de custódia e a falta de individualização das condutas.

##RECOMENDA##

  — É perverso o que está acontecendo com a manutenção da prisão de pessoas inocentes por mais de seis meses, numa lamentável aplicação do padrão de dois pesos e duas medidas — afirmou. 

O senador citou o caso de duas crianças, de três e oito anos, que foram obrigadas a viver sem os pais durante seis meses, enquanto eles estavam presos, sem direito à defesa e sem acesso aos advogados. Girão ressaltou que a irmã das crianças trancou a faculdade e deixou o emprego para cuidar dos irmãos. De acordo com o senador, o tempo que essas crianças passaram longe dos pais nunca será reparado. 

— Cadê a turma dos direitos humanos, que enche a boca para dizer que defende os direitos humanos no Brasil?! Sumiu todo mundo? Sumiu o pessoal da esquerda, que sempre fala que são os grandes defensores dos direitos humanos. Nada. Zero de interesse com relação a esse caso— questionou. 

Para o parlamentar, é necessário fazer a distinção adequada de quem esteve lá para se manifestar pacificamente e de quem vandalizou, para não penalizar injustamente pessoas inocentes. 

— É importante perceber que, neste momento, pais e mães de família que no dia 8 de janeiro portavam apenas a bandeira do país, em defesa de valores como a família, o patriotismo e a liberdade, estão sendo tratados como golpistas e terroristas. Muitos deles sempre se manifestaram de forma ordeira e pacífica diante do quartel - não sei se vocês lembram, foram as próprias Forças Armadas do Brasil que fizeram uma nota conjunta dizendo que as pessoas poderiam ficar lá - de modo algum tiveram qualquer participação nas deploráveis depredações dos prédios públicos dos Três Poderes da República. Muitas pessoas não vieram de lá para cá, ficaram lá, mas quem ficou lá foi preso, foi humilhado também — observou. 

Girão também informou a realização de audiência pública na Comissão de Segurança Pública (CSP), dia 13 de julho, para debater a respeito das prisões realizadas em virtude dos atos do dia 08 de janeiro, assim como a violação às prerrogativas dos advogados que estão atuando nos casos supracitados. 

— Queremos contribuir para que em nosso país a Justiça não seja cega, surda, muda e desumana para alguns, enquanto é condescendente com outros. Basta de dois pesos e duas medidas. Basta de perseguição política. Que a verdade, a justiça e o bom senso prevaleçam em nossa nação — concluiu. 

*Da Agência Senado

Na última terça-feira (6), a Polícia Civil prendeu três homens pelo envolvimento no tiroteio que deixou uma criança de 1 ano e 2 meses e uma mulher de 47 anos mortas, além de outras três feridas na comunidade do Bode, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. As prisões foram efetuadas em Bezerros, no Agreste de Pernambuco.

O tiroteio ocorreu na Rua Oswaldo Machado. De acordo com o registro da ocorrência feito na Polícia Militar, por volta das 23h30, as vítimas estavam perto de um local que vendia espetinhos quando encapuzados chegaram e efetuaram os disparos.

##RECOMENDA##

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que um dos homens é acusado pela morte da criança, enquanto os outros dois foram presos por tráfico de drogas. Seus nomes não foram divulgados. Junto com o trio, os agentes apreenderam camisas da Polícia Civil de Pernambuco, balaclavas, munições, um revólver e entorpecentes.

 

 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando