O Papa Francisco e o patriarca ortodoxo Bartolomeu fizeram um apelo ao mundo a fim de encontrar uma solução para o aquecimento global e os problemas do planeta, que afetam os mais pobres, em mensagem conjunta divulgada nesta sexta-feira (1°).
O apelo foi feito por ocasião do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, instituído há três anos, e tem caráter urgente ante as catástrofes naturais que provocaram muitas mortes recentemente, sobretudo entre os mais pobres da Ásia, África e América Latina.
"Fazemos um apelo urgente aos que ocupam cargos de responsabilidade social e econômica, assim como política e cultural, para que escutem o grito da Terra e atendam as necessidades dos marginalizados", afirmam na mensagem.
Os dois líderes também apelam à responsabilidade individual de cada pessoa, em um convite a uma "conversa ecológica", a qual o papa já havia solicitado em 2015 na encíclica 'Laudato Si'.
"'No princípio', Deus quis que a humanidade cooperasse na preservação e proteção do meio ambiente", recordam.
"Nossa dignidade e bem-estar humano estão profundamente conectados com o cuidado de toda a criação, mas a história do mundo revela um cenário moralmente decadente onde nossa atitude e comportamento em relação à criação obscurecem nossa vocação como colaboradores de Deus", advertem.
"Nossa propensão a interromper os delicados e equilibrados ecossistemas do mundo, nosso desejo insaciável de manipular e controlar os recursos limitados do planeta, e nossa ganância ilimitada com os lucros nos mercados, todo isto nos afastou do sentido original da criação", afirmam.
As consequências são "trágicas". "O impacto da mudança climática afeta, em primeiro lugar, os que vivem na pobreza em todos os cantos do mundo", reiteram, antes de pedir que todos trabalhem por um "desenvolvimento sustentável e integral".
Francisco e Bartolomeu convidam "todas as pessoas de boa vontade" a dedicar neste 1° de setembro um tempo de oração pelo meio ambiente.
"Estamos convencidos de que não pode existir uma solução sincera e duradoura ao desafio da crise ecológica e da mudança climática caso não aconteça uma reposta coordenada e coletiva, se a responsabilidade não for compartilhada, se não dermos prioridade à solidariedade e ao serviço", admitiram.
Em várias ocasiões o papa já denunciou o modelo econômico vigente e o capitalismo selvagem que arrasa a natureza e aumenta a brecha entre ricos e pobres.