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O velório de Pelé, morto no dia 29 de dezembro após batalha contra um tumor no cólon, foi cercado de polêmicas. Campeões mundiais foram criticados por não comparecerem no último adeus ao Rei do Futebol, velado entre segunda e terça-feira no gramado da Vila Belmiro, em Santos. Em 1983, reportagem publicada pelo Estadão noticiou que Pelé foi alvo de críticas por não ir ao enterro de Mané Garrincha, seu maior parceiro na seleção brasileira, com quem venceu as Copas de 1958 e 1962.

O enterro de Garrincha aconteceu em Pau Grande, distrito de Magé, na Baixada Fluminense, terra natal do ídolo do Botafogo. O "Anjo das Pernas Tortas" faleceu aos 49 anos em decorrência de problemas relacionados ao alcoolismo. O velório foi acompanhado por cerca de oito mil pessoas, depois de um percurso de 63 quilômetros do Rio de Janeiro. Segundo a publicação do Estadão, o público que se despedia de Mané se indignou ao perceber a ausência de Pelé. Uma coroa de flores enviada pelo Rei do Futebol foi retirada por um amigo de Garrincha.

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Entre os antigos companheiros de Garrincha que compareceram ao seu velório estavam Nilton Santos, Bellini, Ademir, Gilmar e Félix. O zagueiro Brito foi o que mais demonstrou revolta com a ausência de Pelé. "Dava tempo de Pelé aparecer. De madrugada, na hora em que só estavam no velório a família e os amigos mais chegados, o Pelé poderia ter aparecido que não seria molestado e não haveria tumulto. Acho que o Pelé pisou na bola", disse à reportagem do Estadão em 1983.

Ídolos da época, como Zico - principal jogador do futebol brasileiro naquele momento -, também não marcaram presença no enterro de Garrincha. Dos atletas em atividade, apenas Robertinho, recém-contratado pelo Flamengo, e Luisinho, atacante do América, estiveram na solenidade. "Isso mostra que a classe é desunida", completou Brito.

Ainda de acordo com a matéria, Pelé passou a noite em uma festa na casa do seu amigo Alfredo Saad, no Rio. Ele foi avisado da morte de Mané, mas optou por não aparecer. Em entrevista à revista Época, em 2000, ele afirmou que não foi ao velório de Garrincha por "não gostar de enterros", além de não estar tão próximo do ídolo botafoguense à época de sua morte. Seis anos depois, à Folha de S. Paulo, ele afirmou novamente não ter o costume de ir a velórios ao comentar a ausência na despedida da filha Sandra Regina, de quem não tinha proximidade e só descobriu a paternidade anos depois.

DESPEDIDA DO REI

Apenas dois jogadores campeões mundiais com a seleção brasileira foram ao velório de Pelé: o companheiro do tricampeonato Clodoaldo (1970) e o volante Mauro Silva (1994), vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF). Por outro lado, cerca de 230 mil pessoas passaram pelo gramado da Vila para se despedir do Rei.

Ronaldo Fenômeno, pentacampeão em 2002, e Romário, tetra em 1994, enviaram coroas de flores ao velório. Entre os jogadores convocados para a Copa do Mundo do Catar, nenhum compareceu. Neymar foi representado por seu pai. O técnico Tite, que recentemente deixou o cargo de técnico da seleção, também não foi a Santos.

Cafu e Rivaldo, craques do penta, justificaram a ausência através das redes sociais. Enquanto o capitão da conquista de 2002 disse que não pôde ir porque estava fora do Brasil e não conseguiu antecipar o voo. Por sua vez, o ex-atacante do Barcelona e Milan disse que não foi ao enterro de Pelé porque fez a sua homenagem enquanto o Rei ainda estava em vida. Marcos, goleiro do título no Japão e ídolo do Palmeiras, se defendeu dizendo que ninguém havia ido no velório de seus pais.

Com o fim do velório de Pelé e de todo o cortejo pela cidade de Santos, a ausência dos jogadores que conquistaram o pentacampeonato mundial para o Brasil saltou aos olhos. Através das redes sociais, Cafu e Rivaldo explicaram a razão que fez com que não estivessem no último adeus ao Rei do Futebol.

Capitão da seleção brasileira na Copa de 2002, Cafu explicou, através de um longo vídeo em seu instagram, que estava em Frankfurt e não conseguiu antecipar sua volta para o Brasil para chegar a tempo para o velório de Pelé.

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"Infelizmente e com todo pesar eu não pude estar no velório do Pelé, estou do outro lado do mundo, a trabalho, meus voos de volta ao Brasil iniciaram nesta madrugada com algumas paradas que me farão chegar no Brasil apenas amanhã. Tive total compreensão para ir embora antes, mas não consegui antecipar os voos ou até mesmo diminuir as paradas com voos mais diretos, infelizmente não consegui. Isso muda o que sinto por Pelé, ou o que ele representa para mim e para o futebol? Jamais!", diz o texto da publicação de Cafu.

Já Rivaldo usou um vídeo de uma entrevista do próprio Pelé para explicar o motivo que o deixou longe do último momento com o Rei do Futebol. De acordo com a postagem, o camisa 10 do Brasil na Copa do Mundo de 2002 assumiu que não gosta de fazer homenagem neste momento.

"Gostaria de passar a limpo essa história que estão falando na mídia que nenhum jogador do penta foi no velório do Pelé . Eu falo por mim, que mesmo se eu estivesse no Brasil não tenho certeza se iria ao velório mesmo sabendo que o Pelé foi o melhor de todos os tempos. Não gosto de fazer homenagem nesta hora, não sou contra quem quer fazer. Eu conheci o Pelé, tive várias vezes com ele e tive a oportunidade de honrar e homenagear ele em vida. Mostrei meu carinho e admiração por ele em cada momento e ele sempre agradeceu por isso. Ninguém vai mudar o meu respeito e admiração que eu tinha e continuo tendo por ele por não ir no velório. A melhor homenagem é em vida e isto eu fiz e estou com a consciência bem tranquila."

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O comentarista e ex-jogador de futebol Walter Casagrande endossou as críticas a jogadores do penta e do tetra que não compareceram ao velório do Pelé nesta terça-feira (3), na sua coluna do portal UOL. Além disso ele parece ter uma justificativa para a indiferença dos campeões do mundo: uma possível mágoa com o Rei.

Casagrande, que também não compareceu ao velório, disse que quando Pelé virou comentarista na copa de 94 criticou alguns jogadores, que não gostaram. Em 2002, ele também teria feito críticas, mas em entrevistas. Os jogadores também não gostaram e se criou uma mágoa.

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Parte da imprensa e de torcedores nas redes sociais teceram duras críticas pela ausência dos campeões mundiais. Um deles, o ex-goleiro Marcos, justificou que ninguém compareceu ao enterro dos seus pais. Já Cafú justificou que não teria conseguido adiantar o voo.

Outros nomes começam a ser citados, como o de Marta, ausência também notada no velório. Ela está nos Estados Unidos treinando com seu time e não comentou o assunto.

Durante o velório de Pelé, uma das ausências mais sentidas foram a dos jogadores brasileiros campeões da Copa do Mundo de 2002. O não comparecimento dos pentacampeões mundiais foi motivo de fortes críticas por parte da mídia esportiva e de torcedores brasileiros.

Em suas redes sociais, o ex-goleiro Marcos, ídolo do Palmeiras e titular na campanha vitoriosa do Mundial da Coreia e do Japão, justificou sua falta relembrando a morte dos pais.

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Acompanhado de uma foto dos progenitores, o texto do ex-atleta afirmou que "ninguém aqui das redes foi (no velório deles). Eu fui pra chorar, orar e sofrer por saber que nunca mais iria vê-los, mas não pedi homenagem de ninguém, não julguei ninguém, não dei entrevista, e pra mim não foi um show".

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O ex-goleiro também disse que entende a cobrança feita por terceiros devido ao que Pelé representa para o futebol brasileiro, mas afirmou que "ao Edson, hoje, só posso fazer uma oração e não preciso me aparecer para isso!".

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou à "Santos TV" que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, "não é comparável" a ninguém. O mandatário participou do funeral do astro, que faleceu no dia 29 de dezembro, nesta terça-feira (3) em Santos.

"A gente não pode ficar comparando Pelé a ninguém porque não tem ninguém comparável a Pelé em se tratando de jogador de futebol e de ser humano - e de comportamento, fino e educado, como o Pelé tinha. Ele foi muito para o Brasil, para o Santos, para a cidade de Santos, para São Paulo e foi muito para o Lula também", disse à emissora online.

Lula voltou a lembrar das atuações do jogador na época que enfrentava seu time de coração, o Corinthians, e disse que Pelé "tinha obsessão" em derrotar seu clube.

"Pelé obrigava a gente a ir a qualquer lugar assistir futebol porque, muitas vezes, a gente não gosta só do nosso time, a gente gosta de alguém que dá espetáculo. O Pelé simboliza tudo aquilo que é a ascensão da espécie humana", pontuou ainda.

*Da Ansa

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O velório de Pelé se encerrou às 10h desta terça-feira no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, em Santos. Com 24 horas de duração, a cerimônia contou com a presença de mais de 230 mil fãs de todas as partes do País, conforme números divulgados pela assessoria de imprensa do Santos, com intensa cobertura da imprensa internacional e aparição tímida de autoridades, ex e atuais jogadores.

Na manhã desta terça, durante as últimas horas, o fluxo de fãs prestando homenagens ao Rei Pelé foi intenso. Centenas de coroas de flores foram dispostas nas arquibancadas do estádio. Entre personagens importantes que enviaram a homenagem ao ídolo do futebol brasileiro estão o atacante do Paris Saint-Germain Neymar, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno e o narrador Galvão Bueno.

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O presidente Lula chegou ao velório às 9h, acompanhado pela primeira-dama, Janja Silva, e pelo Ministro dos Portos e Aeroportos Márcio França (PSB). Algumas pessoas presentes no velório saudaram Lula e fizeram elogios a Janja. Lula percorreu o mesmo corredor especial de outras autoridades pela lateral do gramado em direção ao centro do campo onde está a estrutura principal montada para o velório. Logo após a chegada de Lula, foi iniciada uma breve missa católica. O presidente ficou no local até o fim da celebração e saiu sem falar com a imprensa.

Na segunda-feira, os súditos do Rei do Futebol enfrentaram filas de aproximadamente duas horas, além de um calor de mais de 30°C. Esta terça-feira, no entanto, tem clima mais ameno na cidade de Santos. Os termômetros marcam 26°C. A expectativa é que o sol apareça com mais forte durante o cortejo do corpo pelas ruas da cidade.

O caixão com o corpo de Pelé saiu do gramado às 10h15 e foi colocado em cima do caminhão dos bombeiros às 10h19. Deixou a Vila Belmiro pelo portão 4, partindo às 10h25 para dar início ao cortejo fúnebre sob aplausos dos fãs.

A marcha fúnebre em Santos começou no canal 2, passa pelo canal 6, onde mora em condomínio de casas a mãe do Rei, Celeste Arantes, que recentemente completou 100 anos, e terminará no Memorial Necrópole Ecumênica. Ele será sepultado no mausoléu no primeiro andar dentro do cemitério mais alto do mundo.

O trajeto é feito com escolta especial, incluindo batedores da Polícia Militar e do segundo Batalhão da Polícia do Exército. Sob um sol escaldante, os fãs não se importaram com o forte calor - faz mais de 30 graus em Santos - e gritaram repetidas vezes o nome de Pelé e algumas músicas alusivas ao Santos antes e assim que começou o cortejo.

O velório aberto do ex-jogador de futebol Pelé durou cerca de 24 horas com início na manhã da última segunda-feira, dia 2, e ainda pela manhã desta terça-feira, dia 3, vários famosos apareceram para dar o último adeus ao ex-atleta na Vila Belmiro, em Santos.

Mas a falta de Neymar Jr. ao evento foi o que realmente chamou a atenção. O pai do camisa dez do Paris Saint-Germain já havia revelado que o filho não teria sido liberado pelo time parisiense para vir ao Brasil prestar as últimas homenagens a Pelé, por isso ele seria o representante do jogador na cerimônia.

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No entanto, o fato parece ter incomodado alguns internautas e até mesmo Datena. Enquanto apresentava o Brasil Urgente, o jornalista direcionou fortes críticas a Neymar, dizendo que o craque tinha a obrigação de se apresentar para o cortejo.

- Se aperta, ele viria. Se o Neymar quisesse ser liberado, ele viria... O Neymar podia muito bem ter pressionado o PSG para vir para cá. Ele já pressionou várias vezes para vir em festas, por que não pressionar para dar um adeus ao Pelé? [...] Acho que o Neymar, como jogador brasileiro, tinha como obrigação pelo menos passar pelo caixão do Pelé para se despedir. Seria uma imagem muito legal para reestruturação do futebol brasileiro, se é que ela existe com esses personagens que esquecem das origens e da [própria] história.

 

O velório de Pelé atraiu mais de 200 mil pessoas na Vila Belmiro, em Santos, e mobilizou autoridades e personalidades do esportes. No entanto, nenhum dos principais jogadores da atualidade nem ex-jogadores pentacampeões mundiais foi pessoalmente à cerimônia dar o último adeus ao rei.

Do grupo do tetra, apenas Mauro Silva marcou presença. Mas o ex-meio-campista é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e esteve representando a entidade que comanda o futebol paulista.

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No Catar, onde acompanhou a Copa do Mundo, Kaká disse que os brasileiros, no geral, não valorizam os ídolos do esporte que Ronaldo, no Brasil, era "só um gordo andando pela rua". No entanto, nem ele nem outro ex-jogador do penta foi ao velório, bem como a um evento organizado pela Conmebol durante o Mundial em homenagem ao Rei.

Ronaldo, Romário e Neymar foram ausências sentidas. Os três mandaram coroas de flores, mas os dois primeiros não explicaram porque não puderam estar na solenidade. Neymar, astro do Paris Saint-Germain revelado pelo Santos, não pôde comparecer à Vila Belmiro, porque, segundo o pai do atleta, Neymar da Silva Santos, que o representou na solenidade, não foi liberado pelo Paris Saint-Germain.

"Não, não, não consegue", respondeu o pai de Neymar, em tom de irritação, ao ser perguntado se o filho estaria na cerimônia. "Meu filho pediu para que eu estivesse aqui no lugar dele e trouxesse apoio à família". Também era esperado que o técnico Tite, comandante da seleção brasileira nas últimas duas Copas do Mundo estivesse na Vila Belmiro.

Essas ausências, sobretudo dos principais nomes do penta, incluindo também Ronaldinho Gaúcho e Cafu, provocaram críticas aos ausentes e geraram estranhamento. Amigos, ex-atletas históricos do Santos e a família de Pelé não entenderam algumas das ausências.

Por outro lado, ídolos do Santos e companheiros de Pelé, como Manoel Maria, Clodoaldo, Lima, Lalá, e Aguinaldo, goleiro que carregou o Rei no colo quando ele anotou o seu milésimo gol, foram dar adeus ao amigo e se emocionaram. Outras figuras importantes do Santos, como Narciso, Leo, Elano, Zé Roberto e Serginho Chulapa foram se despedir do Rei. Chulapa, em particular, chorou muito. Zé Roberto carregou com Edinho, filho de Pelé, o caixão.

Atual técnico do Santos, Odair Hellmann também esteve presente, além do coordenador de futebol Paulo Roberto Falcão. Do atual elenco do Santos, foram ao velório o zagueiro Messias, o meio-campista Vinícius Zanocelo e os atacantes Soteldo, Ângelo e Marcos Leonardo. Atletas do time sub-20 que irá disputar a Copinha também deram adeus ao Rei.

"O Rei foi o mais emblemático entre os Meninos da Vila. Todo mundo sonha em ser um pela grandeza do Pelé. O Rei me lembra títulos, Copa do Mundo e genialidade. O maior de todos", declarou o garoto Ângelo, que vestia uma camisa com a imagem de Pelé. O único ex-jogador que não atuou no Santos a comparecer até o momento foi Emerson Sheik, ex-Corinthians.

Entre a madrugada e a manhã de terça-feira passaram pelo velório do Rei Pelé mais alguns ex-jogadores, entre eles Neto, Careca, Aranha e Marcelinho Carioca, todos que defenderam o Santos. "O que está acontecendo é muito pouco. As pessoas precisavam entender quem foi Pelé", criticou Neto, hoje apresentador da Band, em depoimento à Santos TV.

Entre os clubes, o São Paulo foi representado pelo presidente Julio Casares. Corinthians e Palmeiras não mandaram representantes, nem mesmo dirigentes. Os atletas não foram à cerimônia porque essas equipes argumentaram que o início da pré-temporada foi o impeditivo.

Se faltaram atletas e ex-atletas de peso, sobraram autoridades importantes no velório do maior nome da história do futebol. Os presidentes da Fifa, Gianni Infantino, da Conmebol, Alejandro Domínguez, e da CBF, Ednaldo Rodrigues, além do ministro do STF, Gilmar Mendes, do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e dos prefeitos da capital paulista, Ricardo Nunes, e de Santos, Rogério Santos, apareceram na Vila.

Infantino foi que mais exaltou o Rei e disse que a Fifa pedirá a todos os países-membros da entidade que batizem pelo menos um estádio em cada país com o nome de Pelé. "Vamos homenagear o Rei como ele merece. Por esse motivo, pedimos um minuto de silêncio em todos os estádio e agora também vamos pedir a todas as federações no mundo inteiro que batizem um estádio de cada país com o nome de Pelé, porque os jovens têm que saber e lembrar quem ele era".

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou, na manhã desta terça-feira (3), do velório de Pelé, no Estádio Urbano Caldeira, em Santos (SP). Ele estava acompanhado da esposa, Janja, e do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB). 

Lula assistiu à missa celebrada em memória do jogador, em área reservada a familiares e autoridades próximas ao caixão. A cerimônia durou cerca de 20 minutos. O presidente deixou o local do velório às 9h34. Ele parou para tirar foto com uma apoiadora no gramado e saiu sem falar com a imprensa.

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O velório começou na segunda-feira às 10h da manhã e terá duração de 24 horas.

Do estádio, o corpo será levado em cortejo até chegar ao cemitério Memorial Necrópole Ecumênica para o sepultamento. O percurso deve durar uma hora.

As ruas próximas ao estádio foram bloqueadas pela Polícia Militar para facilitar o fluxo de pedestres e autoridades e foram instalados batalhões de choques no local.

A Polícia Federal também marcou presença para a chegada de Lula. Diferentemente de ontem, a área da imprensa foi restringida por causa da vinda do presidente.

Pelé faleceu na última quinta-feira (29), aos 82 anos. Ele estava internado havia um mês para tratamento de um câncer no cólon.

Na segunda, Lula não pôde comparecer ao velório em decorrência de uma extensa agenda de reuniões com autoridades internacionais, mas enviou uma coroa de flores em homenagem ao jogador.

Não há um consenso sobre a contagem de gols de Pelé. Ele e o livro dos recordes contabilizam 1283, enquanto outros consideram 1281, números que englobam feitos jogos em campeonatos, amistosos e partidas festivas. A grande polêmica, que deixa muitos fãs em dúvida, fica por conta da contagem da Fifa, que anota 'somente' 767 para o Rei. O motivo para isso é que a federação não leva em conta jogos 'não-oficiais', como os amistosos. Neste quesito, o maior artilheiro de momento é Cristiano Ronaldo, com 819, seguido de Josef Bican (805) e Romário (772).

Apesar de apresentar uma desvantagem ao ídolo do Santos e da seleção brasileira, o critério da Fifa não leva em conta o peso de campeonatos da época. Hoje em dia, a Liga dos Campeões da Europa é a competição mais valorizada do mundo e a Copa Libertadores a mais cobiçada da América do Sul, mas nem sempre foi assim. Além disso, a falta de documentação também atrapalha, já que muitos não foram filmados devido à ausência de tecnologia daquele tempo.

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Muitos dos gols de Pelé em amistosos foram marcados nas famosas excursões internacionais, que eram comuns no futebol brasileiro na década de 60. O Santos tinha um elenco recheado de jogadores da seleção brasileira, como Coutinho, Pepe e Zito - além do Rei - e precisava de fundos financeiros para mantê-los, por isso, os amistosos contra grandes europeus traziam muito retorno de bilheteria. Até mesmo as viagens nacionais eram bem vistas para o orçamento. Algumas das ‘vítimas’ de Pelé em seus gols desconsiderados foram Barcelona, Inter de Milão e Real Madrid.

Por conta disso, o clube praiano até deixava de lado torneios importantes, como a libertadores. Ou seja, a quantidade de tentos em jogos oficiais não é por conta de fraqueza de adversários ou pelas partidas não terem o devido peso, mas justamente pelo contexto e o cenário do esporte na época. Os gols que muitos consideram não fazer sentido de faço são os marcados pelos times das Forças Armadas e do Sindicato dos Atletas, que totalizam 14.

Mesmo assim, a história no quartel é digna de relato. Imagine você montando um time para brincar nas horas livres do seu trabalho nas Forças Armadas do Brasil (todo jovem de 18 anos é obrigado a se alistar, mas nem todos são chamados para servir) e tem de escolher os times. Entre os candidatos, há Pelé. Recentemente, o jogador sul-coreano Son, que joga na Inglaterra, também serviu as Forças Armadas (obrigatória) do seu país.

Em meio a tantos gols, alguns gols viraram lenda na história de Pelé. Foram muitas ‘obras de arte’ assinadas pelo melhor jogador de todos os tempos, mas a principal delas não foi filmada ou registrada para a posteridade - ficou apenas no relato daqueles que presenciaram. Em 1969, durante uma vitória do Santos sobre o Juventus, na Rua Javari, em São Paulo, Pelé marcou, de acordo com os presentes, o gol mais bonito da carreira. A fama dessa história cresceu tanto que o lance chegou a ser reconstruído através de computação gráfica. Antes de marcar, ele deu quatro chapéus em rivais diferentes, inclusive no goleiro. E fez de cabeça.

Pela seleção brasileira, o Rei contabiliza 95 gols, mas, novamente, a Fifa considera um número maior pelo mesmo motivo de jogos oficiais. Se considerar apenas esse critério, ele teria 77, empatado com Neymar, que alcançou o recorde no jogo das quartas de final da Copa do Mundo de 2022 contra a Croácia.

Como os números ‘frios’ não levam em conta as nuances históricas de cada período do futebol, a discussão sempre estará presente, mas nada que diminua os feitos do maior jogador de todos os tempos.

No cair da noite desta segunda-feira (, alguns jogadores do Santos compareceram à Vila Belmiro, ao lado do técnico Od)air Hellmann, para prestarem suas últimas homenagens ao Rei Pelé.

Estiveram na Vila Belmiro Soteldo, Zanocelo, Messias, Lucas Barbosa, Ângelo, Rwan Seco e Alex. Os atletas ingressaram da mesma forma que autoridades e demais convidados. Eles entraram por um portão especial e puderem ficar na região central do gramado, onde está o corpo de Pelé.

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"Vestir a 10 do Santos se torna uma responsabilidade ainda maior. Tenho muito respeito por essa camisa e pelo clube. Vi com naturalidade (a possibilidade de aposentadoria da camisa 10 do Santos). Mas em um vídeo, Pelé disse para continuarmos representando", afirmou o venezuelano Soteldo.

A possibilidade de aposentar a camisa 10 fora trazida a público pelo presidente do Santos Andrés Rueda. Mais tarde, porém, o mandatário desistiu da ideia e o número seguirá em uso na equipe da Baixada.

"O Rei foi o mais emblemático entre os Meninos da Vila. Todo mundo sonha em ser um pela grandeza do Pelé. O Rei me lembra títulos, Copa do Mundo e genialidade. O maior de todos", disse o garoto Ângelo.

O velório de Pelé começou nesta segunda-feira às 10h e prosseguirá até 10h de terça-feira. Em seguida, será feito um cortejo do corpo do Rei pelas ruas de Santos até a chegada no cemitério vertical em que será sepultado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai comparecer ao velório de Pelé, nesta terça-feira (3), às 9 horas, na cidade de Santos. A informação, antecipada ontem pela reportagem, foi confirmada há pouco pela equipe do petista.

"O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prestará seu respeito e homenagem a Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, e solidariedade para sua família na manhã de terça-feira, dia 3 de janeiro, na cidade de Santos", diz a assessoria de imprensa do presidente.

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Será a primeira vez que Lula deixará Brasília enquanto presidente da República.

Companheiro de ataque de Pelé na conquista do tricampeonato mundial da seleção brasileira na Copa de 1970 no México, Roberto Rivellino utilizou as redes sociais para se despedir de forma emocionada do amigo nesta segunda-feira.

O ídolo de Corinthians, Fluminense e da seleção brasileira optou por homenagear o Rei do Futebol com uma postagem repleta de fotos e de capas de jornais que traziam ele ao lado de Pelé.

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"O maior jogador do mundo, não vai existir outro. Obrigado por existir na minha vida. Você não morreu. Você é eterno. A bola está em pranto", escreve Rivellino.

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Rivellino ainda prestou outra homenagem ao Rei em sua conta oficial no Instagram, trocando sua foto de perfil para uma em que ele aparece, com a camisa do Corinthians, ao lado de Pelé, com a camisa do Santos. Ambos com o número 10 às costas.

O Rei do Futebol morreu na última quinta-feira, 29, em decorrência de complicações de um câncer de cólon. O velório começou na manhã desta segunda-feira, 2, na Vila Belmiro e seguirá aberto ao público até terça-feira.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cumpriu sua primeira agenda pública em Santos para se despedir do Rei Pelé. O chefe do Executivo paulista chegou por volta de 11h (horário de Brasília) à Vila Belmiro, onde o velório está sendo realizado, e se dirigiu para a tenda em que está o corpo do Rei do Futebol. Em contato com a imprensa, disse que vai estudar possíveis homenagens ao Atleta do Século e citou como exemplo a mudança do nome do Porto de Santos planejada pelo governo Lula.

"A gente já viu o governo federal anunciando um acréscimo ao nome do Porto, a estrutura mais importante de Santos, com o nome do Rei Pelé. Vamos pensar, toda homenagem que a gente fizer vai ser singela e insuficiente pelo o que o Pelé fez por nós", disse. "O Brasil deve muito ao Pelé por tudo que ele fez. A forma que ele se posicionou durante a vida inteira. A gente tem o maior jogador de todos os tempos, três das estrelas da camisa da nossa seleção foram colocadas por ele", disse o governador", concluiu.

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Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, também esteve na cerimônia e revelou a criação do Bolsa Atleta Pelé para 5 mil crianças da capital paulista."Hoje a gente tem um Bolsa Atleta, que começamos agora, e vamos expandir para o Bolsa Atleta Pelé. A gente tem um auxílio de aproximadamente R$750 reais, evidentemente com alguns critérios, com as crianças precisando estar na escola. Vou fazer uma ampliação grande, para pelo menos cinco mil crianças poderem usar o Bolsa Atleta Pelé. A gente vai usar a inspiração do Pelé para essa garotada. Quando você põe um sonho, vindo da periferia, você pode correr atrás do seu sonho, e aqueles que têm habilidade possam desenvolver essa habilidade no esporte", disse ao Estadão.

Claudio Cosme Pereira de Souza, prefeito de Três Corações, cidade onde nasceu o Rei Pelé, afirmou que o município mineiro vai homenagear o Rei mais um monumento. Ele não quis dar detalhes, mas avisou que a obra foi projetada pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer. Na cidade, já existem o Museu Pelé, a Casa Pelé e uma estátua. "Pelé não é de Três Corações, é do mundo", ressaltou o prefeito.

Os portões da Vila Belmiro foram abertos às 10h05 (horário de Brasília) para a entrada dos fãs. A maioria dos súditos do Rei do Futebol estão com camisas do Santos, da seleção brasileira ou carregando bandeiras e cartazes com dizeres, como forma de homenagear o ídolo.

Os torcedores percorrem um corredor que leva do portão ao centro do gramado do estádio santista onde está o corpo de Pelé. Os fãs param por cerca de 30 segundos no local mais próximo ao caixão. Muitos usam as câmeras dos celulares para registrar o momento. Seguranças instruem as pessoas a prosseguirem com a fila rapidamente, podando parar poucos segundos para fazer registros fotográficos

Autoridades, como os presidentes da Fifa, Gianni Infantino, e da Conmebol, Alejandro Domínguez, além do Ministro do STF Gilmar Mendes, entraram por um portão alternativo e foram acomodaados sob a tenda em que está o caixão, ao lado de familiares e ídolos santistas. No local, há algumas dezenas de cadeiras e muitas coroas de flores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda viajar para São Paulo nesta segunda à noite para comparecer ao velório de Pelé, que acontece em Santos. Segundo apurou o Broadcast Político, ele espera apenas tratativas finais junto à família do jogador de futebol.

Lula vai dedicar esta segunda-feira, seu primeiro dia de trabalho no comando do País, a reuniões bilaterais com delegações estrangeiras. De acordo com um interlocutor do petista, trata-se de um novo sinal do papel de destaque a ser oferecido à política externa pelo novo governo. Os encontros vão acontecer no Palácio do Itamaraty.

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Ao todo, serão 15 reuniões com líderes e funcionários de alto escalação estrangeiros. Os encontros começam às 9h30 e vão até às 18h. Entre os destaques, estão o Rei Felipe VI da Espanha, o presidente argentino Alberto Ángel Fernández, o presidente chileno Gabriel Boric, presidente português Marcelo Rebelo de Souza e o vice-presidente da República Popular da China, Wang Qishan.

Lula assumiu a presidência no domingo, 1, e, durante sua posse, a cerimônia contou com uma homenagem póstuma ao Rei do Futebol. O presidente do Congresso Nacional e senador Rodrigo Pacheco (PSD), que comandava o evento, pediu um minuto de silêncio pela morte de Pelé.

Em suas redes sociais, Lula já havia prestado suas condolências ao maior jogador de futebol de todos os tempos. "Poucos brasileiros levaram o nome do nosso país tão longe feito ele. Por mais diferente do português que fosse o idioma, os estrangeiros dos quatro cantos do planeta logo davam um jeito de pronunciar a palavra mágica: ‘Pelé’", escreveu em suas redes sociais.

O corpo de Pelé chegou à Vila Belmiro, em Santos, na madrugada desta segunda-feira (2) para o velório em que os fãs, amigos e convidados darão o último adeus ao Rei do Futebol. O carro com o caixão entrou por um dos portões do estádio às 3h55. A cerimônia será aberta ao público às 10h e se estende até as 10h de terça-feira.

O traslado começou às 2h, quando deixou o hospital Albert Einstein, no bairro do Morumbi, em São Paulo, e terminou às 3h55, com a chegada à Vila Belmiro em carro fechado da funerária. O trajeto, de 80 km, foi percorrido via rodovia Anchieta com escolta especial feita pela tropa de choque da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal.

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A chegada do corpo do Rei ao palco em que tanto brilhou foi acompanhada de perto por um grupo de fãs - alguns deles dormiram na fila - e torcedores organizados do Santos, que renderam homenagens com fogos de artifícios, bandeiras e aplausos, além de jornalistas brasileiros e estrangeiros. São mais de mil jornalistas credenciados, de todos os continentes. O Santos não faz estimativa de público. O carro preto da funerária com o corpo de Pelé entrou de ré pelo portão 4 do estádio.

Os acessos às ruas próximas ao estádio foram bloqueados para o tráfego de veículos a partir da meia-noite desta segunda, com abertura prevista para as 12h de terça.

O velório do maior jogador de futebol de todos os tempos tem início sob rígido protocolo de segurança em razão do grande fluxo de autoridades, convidados e fãs. Como no funeral da Rainha Elizabeth 2ª, no Reino Unido, não será permitido parar perto do caixão, nem fotografá-lo. O fato de o corpo ter sido embalsamado e ficado em área refrigerada no hospital permite que o caixão fique aberto durante a cerimônia.

Foram instaladas duas tendas no gramado do estádio. Uma menor, a principal, comporta aproximadamente 100 pessoas, e será destinada a familiares e ídolos eternos do Santos, como Pepe e Mengálvio.

O caixão com o corpo de Pelé ficará disposto embaixo da tenda menor, no centro do gramado, entre as cadeiras. Foram postos tablados dos dois lados de fora da tenda para a passagem de fãs, com distância de cinco metros para o caixão. A outra tenda, maior, vai receber autoridades e convidados, que poderão entrar na tenda principal caso a família libere.

A PM informou que disponibilizou estrutura "robusta" de meios e contingentes policiais para o velório e afirmou que, além do policiamento territorial de Santos, destinou equipes da Rota e do Batalhão de Choque para reforçar o patrulhamento na cidade, além de helicópteros Águia.

Também disse que destacou agentes do Comando de Policiamento da Capital, do Policiamento Metropolitano, do Policiamento do Interior-6 (Santos), do Policiamento de Choque, do Policiamento Rodoviário, do Policiamento de Trânsito, do Comando de Aviação da PM e do Corpo de Bombeiros.

Personalidades do esporte e ídolos dos Santos, como Pepe e Mengálvio, estarão presentes. Entre autoridades, Gianni Infantino, presidente da Fifa, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol já confirmaram presença.

Outras autoridades, entre chefes de Estado e convidados, também darão presencialmente o último adeus a Pelé. É esperado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaje de Brasília a Santos para o funeral, que será o primeiro evento da agenda oficial na presidência. A tendência é de que Neymar fique em Paris e não venha ao velório.

Terminado o velório na Vila Belmiro, o corpo será levado em cortejo fúnebre até o canal 6 (Avenida Joaquim Montenegro) onde mora a mãe de Pelé, Celeste Arantes, com o trajeto feito na ida pelo canal 2 e praia e retorno pela praia até o Canal 1, até chegar ao Memorial Necrópole Ecumênica, para o sepultamento, reservado a familiares.

A previsão é de que o corpo chegue ao cemitério às 12h e a cerimônia comece às 14h. Ele será enterrado no mausoléu que fica no primeiro andar do Memorial, homologado há mais de 20 anos como o mais alto cemitério do mundo.

Pelé morreu na última quinta-feira, 29. Seu atestado de óbito apontou insuficiência renal, insuficiência cardíaca, broncopneumonia e adenocarcinoma de cólon como causas da morte. Ele lutava contra o câncer de cólon havia mais de um ano.

O velório do maior jogador de futebol de todos os tempos começa nesta segunda-feira (2), às 10h, na Vila Belmiro, em Santos, sob rígido protocolo de segurança. É esperada a presença de personalidades do esporte e ídolo dos Santos, como Pepe e Mengálvio. Gianni Infantino, presidente da Fifa, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol já confirmaram presença.

Outras autoridades, entre chefes de Estado e convidados, também darão presencialmente o último adeus a Pelé. É esperado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaje de Brasília a Santos para o funeral, que deve ser o primeiro evento da agenda oficial desde que foi empossado. A tendência é de que Neymar fique em Paris e não venha ao velório.

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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que é torcedor do Santos, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também devem estar no velório do Rei, bem como o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Aberto ao público, o velório terá início às 10 horas de segunda-feira e seguirá ininterruptamente até às 10h de terça-feira. A entrada da imprensa na Vila Belmiro será autorizada apenas a partir das 6 horas, pelo portão 20 do estádio.

Toda a estrutura já está montada na Vila Belmiro. Foram instaladas duas tendas no gramado. Uma menor, a principal, comporta aproximadamente 100 pessoas, e será destinada a familiares e ídolos eternos do Santos, como Pepe e Mengálvio.

O caixão com o corpo de Pelé ficará embaixo da tenda menor, na área central, entre as cadeiras. Foram postos tablados dos dois lados de fora da tenda para a passagem de fãs. A outra tenda, maior, vai receber autoridades e convidados, que poderão entrar na tenda principal caso a família libere.

Como no funeral da Rainha Elizabeth 2ª, no Reino Unido, não será permitido parar perto do caixão, nem fotografá-lo. A família é que definirá se o caixão estará lacrado ou aberto. O público obedecerá a um rígido protocolo de segurança.

O público que vai se despedir do Rei do Futebol entrará pelos portões 2 e 3, com saída pelos portões 7 e 8. Autoridades, membros do Conselho do Santos e convidados terão acesso pelo portão 10, pelo Salão de Mármore, na rua Princesa Isabel.

Duas faixas estendidas no centro da arquibancada do estádio homenageiam Pelé: "Viva o Rei" e "Pelé 82 anos". Uma outra maior, colocada atrás de um dos gols, exalta ainda mais o camisa 10 eterno do Santos: "O único a parar uma guerra".

Todas ruas próximas à Vila Belmiro estão bloqueadas. Foram instalados banheiros químicos nos arredores do estádio. A organização colocou grades de proteção para controlar a fila do lado de fora. Não existe uma estimativa oficial, mas são esperadas milhares de pessoas.

No domingo, véspera do velório, o entra e sai de funcionários na Vila era intenso. Todos que trabalhavam na organização do evento passaram rápido e evitaram dar à reportagem mais detalhes da organização.

Não foi informado o horário da chegada do corpo do Rei do Futebol na segunda. É certo que será transportado de São Paulo a Santos em uma megaoperação coordenada por Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

A escolta fúnebre será realizada por batedores do 2º Batalhão de Choque em São Paulo e em Santos. Na Rodovia Imigrantes, os policiais militares do Policiamento Rodoviário estarão incumbidos da tarefa.

Terminado o velório na Vila Belmiro, o corpo será levado em cortejo fúnebre até o canal 6 (Avenida Joaquim Montenegro) onde mora a mãe de Pelé, Celeste Arantes, com o trajeto feito na ida pelo canal 2 e praia e retorno pela praia até o Canal 1, até chegar ao Memorial Necrópole Ecumênica, para o sepultamento, reservado a familiares.

A previsão é de que o corpo chegue ao cemitério às 12h e a cerimônia comece às 14h. Ele será enterrado no mausoléu que fica no primeiro andar do Memorial, homologado há mais de 20 anos como o mais alto cemitério do mundo.

Pelé morreu na última quinta-feira, 29. Seu atestado de óbito apontou insuficiência renal, insuficiência cardíaca, broncopneumonia e adenocarcinoma de cólon como causas da morte. Ele lutou contra o câncer de cólon por mais de um ano.

Horas depois de ser confirmada a morte de Pelé, Antônio da Paz, 67 anos, partiu de Santo André a Santos com a passagem só de ida. Vestido com um casaco todo decorado com a estampa da bandeira do Brasil, uma coroa na cabeça em homenagem ao Rei do Futebol e cartazes com frases de agradecimento ao ídolo, ele foi o primeiro a se colocar na fila do velório de Pelé.

O vendedor ambulante de estilo burlesco contou com a ajuda de amigos para pagar a passagem de ônibus até Santos e desde então tem dormido em frente à Vila Belmiro, local onde o corpo de Pelé será velado. No início da tarde deste domingo, ele chamava a atenção de quem passava perto do portão principal do estádio.

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"Vou dormir na fila. Almocei e vou voltar pra fila. Tenho que garantir um bom lugar", diz Antônio, exibindo com orgulho dois cartazes em ode ao Rei com a imagem do ídolo. O casaco verde e amarelo é chamativo, bem como a réplica caricata da taça da Copa do Mundo em suas mãos, mas não ofuscam a camisa branca que também homenageia o Rei.

"O Pelé é a maior referência do nosso País. Não tem para ninguém. Nunca vai haver igual. Pelé nasceu para jogar bola. Não tem homenagem que pague a obra dele. É o maior da história", afirma o ambulante, que vende água e alimentos em eventos em São Paulo e no ABC paulista.

Antônio da Paz é acompanhado do amigo não menos burlesco Saulo Duarte, 36 anos. Os dois se conheceram no velório de ex-apresentador Gugu Liberato, em novembro de 2019. Saulo, um ex-gari afastado do emprego por depressão, veste a camisa do Brasil com o nome de Neymar e o número 10 nas costas e tem um motivo especial para venerar Pelé, além do que o ídolo representa para o futebol.

"Eu amo o Pelé também porque quando ele foi ministro do Esporte (no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre janeiro de 1995 e maio de 1998) conseguiu mais de R$ 500 mil para a minha cidade, Juquiá", diz.

O recurso que o então ministro Pelé ajudou a viabilizar foi destinado para a construção da Vila Olímpica Dondinho, nomeada assim em homenagem ao pai de Pelé, em Juquiá, no Vale do Ribeira. Trata-se do maior complexo esportivo da cidade.

"Estava chorando até agora, foi como a morte do Senna, dos Mamonas Assassinas", afirma Saulo. O ex-gari diz ter dormido de sábado para domingo ao lado da estátua de Zito. O monumento fica em frente aos portões 2 e 3 da Vila Belmiro, pelos quais o público vai entrar no velório de Pelé.

Como o amigo Antônio, Saulo não tem dinheiro para voltar à sua cidade. Para comer, tem contato com a ajuda de pessoas vizinhas ao estádio. "Vou pedir ajuda pra voltar. Pela fé eu vim pela fé eu vou voltar."

Sob o sol forte em Santos, Rafael Ambrósio, de 33 anos, é o único ambulante que vende camisas alusivas ao Rei. As opção são cinza e branca, vendidas por R$ 60, e um modelo falsificado da camisa da seleção brasileira, que sai por R$ 60. Ele diz ter vendido só 50 unidades por enquanto, mas espera um fluxo grande assim que começar o velório.

"Decidi fazer de última hora. Trouxe setenta unidades hoje. Espero vender todas. Pra amanhã mandei rodar mais. Vou ficar até terça", diz ele.

O velório começa às 10h desta segunda-feira e se estenderá até as 10h de terça, quando o caixão sairá em cortejo pela cidade, com passagem na porta da casa de Celeste Arantes, mãe do Rei, que tem 100 anos, até chegar ao Memorial Necrópole Ecumênica, onde o corpo do maior jogador de todos os tempos será enterrado.

O empresário Carlos Eduardo Fernandes, o Carlinhos, estava apreensivo. Era 15 de novembro de 2011 e faltavam poucas horas pra inauguração da estátua de Pelé em Santos. Ele tinha convidado o Rei, mas havia ouvido de Clodoaldo, lendário meio-campista do Santos, que seu ídolo não viria.

"Eu insisti que ele viria. Liguei pro Pelé, ele disse que iria vir", conta Carlinhos. E Pelé foi mesmo. Aconselhado pela mãe, Celeste Arantes, que fazia aniversário naquele dia, cumpriu a promessa e apareceu na inauguração de seu monumento com o braço erguido, dando o soco no ar, uma simulação de sua mais famosa comemoração.

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"Encontrei o Pelé e comecei a chorar. Ele disse: ‘pô, vai ficar chorando aí? Tu não é homem’", recorda-se o comerciante, em conversa com o Estadão dentro de sua famosa padaria. Ele é dono de A Santista, tradicional reduto de torcedores e ex-jogadores do Santos.

O monumento foi erguido na praça em frente ao estabelecimento, na confluência das avenidas Almirante Cochrane e Epitácio Pessoa, entre a divisa dos bairros Aparecida e Embaré, no canal 5.

Partiu de Carlinhos a ideia de erguer a estátua. Chateado com as parcas homenagens a Pelé na cidade do time em que o astro fez história, o empresário convenceu dois amigos investidores a pagar pelo busto, que custou R$ 12 mil. "Cada um deu R$ 6 mil", conta.

O movimento na tradicional padaria sempre é intenso. Carlinhos é uma celebridade na cidade. Uma figura popular, amigo de todos, desde político aos clientes ébrios que só deixam o local expulsos. Mas nos últimos dias aumentou ainda mais por causa da morte de Pelé.

Ex-jogadores do Santos passaram a se reencontrar na padaria nos dias que sucederam a morte do Rei. O goleiro Carlos Pierin, o Lalá, e os ex-atacantes Serginho Chulapa e Aluísio Guerreiro, pai de Júnior Moraes, hoje no Corinthians, estiveram na padoca de Carlinhos para mais uma vez reverenciar o ídolo e amigo Pelé.

Carlinhos também tem recebido repórteres estrangeiros ávidos para saber curiosidades da vida de Pelé. Quando o dono da padaria está muito ocupado, escala um amigo para lhe ajudar. Foi o que aconteceu quando um jornalista francês o abordou.

As paredes da padaria de Carlinhos, um homem de estatura média e quase sempre vestindo o uniforme do Santos, do Boné ao calção, são todas decoradas com imagens alusivas ao Santos, entre fotos, pôsteres, faixas e símbolos.

Pelé raramente fazia aparições públicas não planejadas. Mas na padaria de Carlinhos ele foi mais de uma vez. Além do dia em que seu busto foi revelado, esteve na celebração de um aniversário duplo dos amigos Pepe e Dorval, outros ídolos do Santos. O local foi fechado para não haver tumulto.

"Foi há uns oito anos. Ele já estava de bengala. Veio, sentou, levantou a bengala e falou: ‘hoje não vou tomar whisky, só pingão, brincando’", diz Carlinhos. "Mas só tomou água. Ele não bebia em público, só em casa".

Depois daquela ocasião, a padaria não teve mais a honra de receber Pelé. Mas ele sempre fazia questão de passar perto do local quando ia visitar a mãe no Natal. "Ele passava em frente à padaria gritando: ‘é o Santos. Vamos, Carlinhos’. A padaria vinha abaixo. Gerava muito comentário. Até os bêbados levantavam".

Carlinhos é acelerado. Gosta de conversar, mas não por muito tempo. Sempre tem algo pra resolver e não para de trabalhar, ainda que seu semblante denuncie tristeza. Ele sofreu dois baques recentes. Há três anos, perdeu a filha, vítima de esclerose lateral amiotrófica. Agora, não tem mais o ídolo.

"Perdemos o futebol. Não tem mais alegria. O futebol parou", define enquanto algumas lágrimas escapam. "Não vai existir nada parecido. Ele era tudo. Humilde, gênio, fora de série".

Andrés Rueda, presidente do Santos, desistiu da ideia de aposentar a camisa 10 do clube em homenagem a Pelé. Após anunciar que respeitaria um pedido da família e pediria para que o conselho deliberativo do clube se organizasse para imortalizar a numeração, o mandatário do Alvinegro Praiano optou por respeitar o desejo do próprio Rei do Futebol, de acordo com o site ge.com.

Em 2017, em entrevista para o Canal Desimpedidos do Youtube, Pelé foi questionado pelo apresentador "Bolívia" sobre o que pensava do Santos imortalizar a camisa 10 do clube em sua homenagem e não demorou para falar o que pensava sobre o assunto. "É melhor deixar o número 10 porque assim o pessoal nunca vai esquecer", disse Pelé.

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Por conta disso, Andrés Rueda optou por não seguir com o processo para imortalizar a camisa 10 do Santos em homenagem póstuma ao Rei do Futebol. Além disso, o ato administrativo feito pelo presidente para que o uso da numeração fosse suspenso até a decisão do conselho deliberativo também foi retirado. Desta forma, o número 10 da equipe santista abrirá a temporada de 2023 disponível para o elenco.

VELÓRIO

Após um mês no hospital Albert Einstein, em São Paulo, Pelé morreu por falência múltipla dos órgãos na última quinta-feira (29). O velório do Rei do Futebol acontecerá na Vila Belmiro, estádio do Santos, na próxima segunda-feira (2). A cerimônia será aberta ao público a partir das 10h da manhã e seguirá assim até as 10h de terça-feira (3).

Após este período, o corpo de Pelé seguirá pelas ruas de Santos, passará pela casa da mãe do Rei do Futebol, que fica no canal 6 da cidade, e será enterrado no Memorial Necrópole Ecumênica.

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