Neste sábado (23), Pelé completa 81 anos de idade. Recentemente esteve internado por um mês para retirada de um tumor e segue se recuperando, agora em casa. Ao longo da carreira, Edson Arantes do Nascimento passou a colecionar momentos históricos, seja dentro dos gramados ou fora deles. Para muitos amantes do futebol e até mesmo para instituições esportivas, como a Federação Internacional de Futebol (FIFA), este é o maior jogador de todos os tempos. O título não é em vão, e por isso o LeiaJá separou uma lista com os fatos mais impressionantes que provam o porquê Pelé é considerado o maior futebolista dentre todos.
A camisa 10 escolheu Pelé
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A Copa do Mundo de 1958 aconteceu na Suécia e os responsáveis pela delegação brasileira esqueceram de enviar as numerações dos jogadores para a FIFA. A partir disso, a organização precisou redefinir o número de cada jogador, de modo aleatório, e a camisa 10 caiu justamente com Pelé. Após a campanha histórica do jogador de apenas 17 anos que marcou seis gols ao longo desta edição da Copa do Mundo, a camisa 10 passou a ser vestida justamente pelo melhor jogador do time. Grandes lendas do futebol são conhecidos pela icônica numeração, como Diego Maradona (1960 – 2020), Michel Platini e Roberto Baggio, fato que se deve ao rei do futebol.
O jogador acima das regras
Em 1968, quando Pelé já estava mais que consolidado no futebol, a Seleção Brasileira disputou uma partida amistosa contra a seleção colombiana. O duelo aconteceu no Estádio El Campín, em Bogotá, que estava lotado para assistir mais uma performance de Pelé. Após uma confusão entre os jogadores, o árbitro Guillermo Velásquez resolveu expulsar o principal craque do Brasil, o que fez todo o estádio se revoltar e deixar o ambiente impossível de prosseguir com o jogo. Por conta disso, a federação local decidiu trocar o árbitro e o substituiu pelo bandeirinha. Após o retorno de Pelé, o jogo prosseguiu e a Seleção venceu por 4 a 2.
Símbolo contra o racismo
A grandeza de Pelé também se estabelece devido aos acontecimentos fora das quatro linhas e o fato de ser negro, o fez ser um símbolo na luta contra o racismo, preconceito que ainda existe nos dias de hoje, mas que possuía maiores dimensões no século passado. E assim, em meados dos anos 1950 surge o futebolista negro, considerado o maior de todos, que passa a ter seu nome ecoado em estádios lotados em todo o mundo. Vale lembrar que Pelé foi a primeira pessoa negra a ilustrar a capa de uma tradicional revista dos Estados Unidos, a Life Magazine. Além disso, o Rei também não sentia vergonha de sua cor, o que fez outros atletas a seguirem o modelo.
Interrupção de uma guerra
Entre os anos 1967 e 1970, dois grupos étnicos da Nigéria causaram um dos maiores conflitos da África no Século XX, que ficou conhecido como Guerra de Biafra e deixou mais de 2 milhões de mortos. Na época era muito comum haver excursões para outros países para disputar partidas amistosas, e assim aconteceu em 1969 com o Santos de Pelé. Para que o mini torneio pudesse ser realizado naquela região, o governo local decretou cessar-fogo, e assim, a equipe pôde competir com segurança no período que ficou no local. Após a realização dos jogos, em que Pelé foi artilheiro com oito gols, a equipe paulista retornou para o Brasil e o conflito recomeçou.
Revolução do futebol nos Estados Unidos
Já no final de sua carreira, em 1975, Pelé assinou contrato com o New York Cosmos, time dos Estados Unidos (EUA). A ida do rei do futebol para a América do Norte foi uma tentativa de despertar o interesse pelo futebol no país, e assim aconteceu. A média de público nos estádios antes da chegada de Pelé era cerca de 3 mil e após sua vinda passou a ser mais de 30 mil. Durante três anos, o rei jogou com outras lendas do futebol no time norte-americano, assim como o alemão Beckenbauer, o italiano Chinaglia, e Carlos Alberto Torres, o eterno “Capita”. Vale lembrar que a partir disso, o EUA voltou a disputar uma Copa do Mundo em 1990, e foi sede da competição em 1994.