As mortes em decorrência do consumo de drogas aumentaram em todo o mundo e o mercado ilegal continua a registrar recordes. É o que conclui o novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o documento, as mortes vinculadas ao consumo de drogas chegaram a 585 mil em 2017, ano que 271 milhões de pessoas – o equivalente a 5,5% da população mundial – com idades entre 15 e 64 anos consumiram entorpecentes. Desses usuários, os mais sensíveis são os que sofrem de toxicomania, que chegam a 35 milhões de pessoas.
##RECOMENDA##A droga mais popular é a cannabis, com 188 milhões de consumidores em todo o mundo, porém as que mais causam mortes são os opioides (psicoativos), responsáveis por dois terços das vítimas fatais atribuídas ao consumo de entorpecentes. Estima-se que 4% dos americanos adultos tenham consumido algum tipo de ópio, pelo menos uma vez, em 2017. Das 70.237 mortes por overdose contabilizadas no país nesse ano, 47.600 foram devido ao uso de ópios, 13% a mais do que em 2016.
Em relação à produção, tanto o opioide quanto a cocaína bateram recordes. A produção mundial de cocaína atingiu um nível histórico em 2017, com 1.976 toneladas, 25% a mais do que no ano anterior. A ONU alerta sobre uma nova epidemia de ópios na África, causada por um analgésico chamado tramadol, na qual a produção está se ampliando rapidamente também pelo Oriente Médio.
O documento também destaca que a prevenção e o tratamento continuam a falhar em diversas partes do mundo e só uma a cada sete pessoas com problemas graves de dependência está em tratamento. No Brasil, nesta quarta-feira (26), o governo do estado de São Paulo anunciou uma nova campanha nas escolas para conscientizar os adolescentes sobre os malefícios das drogas.
"As campanhas de prevenção nas primeiras fases de vida são fundamentais para reduzir a dependência química no futuro. Apesar de culturalmente aceito na maioria dos países, o álcool é a porta de entrada para outras drogas. O poder público e a sociedade precisam discutir alternativas urgentes para dificultar que crianças e adolescentes tenham acesso às bebidas alcoólicas e outras drogas", afirmou o secretário estadual da Justiça e Cidadania, Paulo Dimas Mascaretti, em referência ao levantamento do Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que mostra que o primeiro contato dos adolescentes com o álcool costuma ocorrer por volta dos 13 anos.