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O presidente Joe Biden prometeu nesta quinta-feira (26) represálias contra os autores dos atentados suicidas que mataram 13 militares americanos em Cabul e disse que os Estados Unidos não serão dissuadidos de sua missão de evacuar milhares de civis do Afeganistão até 31 de agosto.

"Para aqueles que realizaram este ataque, bem como para qualquer pessoa que deseja mal aos Estados Unidos, saibma disso: Não vamos perdoar. Não vamos esquecer. Vamos caçá-los e fazê-los pagar", declarou Biden.

Os Estados Unidos vão responder "com força e precisão", continuou Biden, depois que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) assumiu a responsabilidade pelo ataque mortal perto do aeroporto de Cabul.

Em um discurso solene à nação da Casa Branca, Biden chamou os militares americanos abatidos de "heróis" e disse que a missão de evacuação de Cabul continuará até a próxima terça-feira, prazo final para a retirada das tropas militares americanas.

“Não seremos dissuadidos por terroristas. Não permitiremos que interrompam nossa missão. Continuaremos a evacuação”, garantiu o presidente democrata.

Biden também reconfirmou que não mudará o prazo de 31 de agosto para concluir a saída do Afeganistão após duas décadas de guerra.

Ainda há uma "chance nos próximos dias, entre agora e 31, de conseguir retirá-los", declarou sobre os cidadãos americanos e afegãos considerados vulneráveis depois que o Talibã tomou o poder no Afeganistão em 15 de agosto.

“Conhecendo a ameaça, sabendo que é muito possível que tenhamos outro ataque, os militares chegaram à conclusão de que é isso que devemos fazer. Acho que eles estão certos”, completou.

Biden também disse não ter nenhuma indicação de que o Talibã tenha conspirado com militantes do EI para realizar o ataque mortal em Cabul.

"Até o momento, não há evidência dada por nenhum dos comandantes no terreno de que houve conluio entre o Talibã e o EI para o ocorrido hoje", disse.

Duas explosões atingiram a área próxima ao aeroporto de Cabul, de acordo com o Pentágono. Uma explosão ocorreu próximo ao Abbey Gate, um dos portões de acesso ao aeroporto, o outro próximo ao Hotel Baron, a 200 metros de distância.

Entre os militares mortos, de acordo com relatos da mídia americana, estavam 12 fuzileiros navais e um médico da Marinha.

Os militares americanos mortos são os primeiros a perder a vida no Afeganistão desde que Washington assinou um acordo com o Talibã em fevereiro de 2020 para se retirar do país.

Em troca do compromisso de saída, o Talibã concordou em não realizar ataques contra soldados americanos ou da Otan.

A entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial após o ataque à base de Pearl Harbor levou a um dos capítulos mais obscuros e desconhecidos de sua história, quando milhares de japoneses foram confinados como inimigos em campos de concentração.

Washington temia represálias internas depois de declarar guerra contra o império japonês um dia após o ataque no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, e colocou rapidamente em marcha medidas para proteger seu território.

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A medida mais radical foi a ordem executiva 9066 assinada pelo então presidente, Franklin D. Roosevelt, em 19 de fevereiro de 1942, que delimitava as zonas militares de exclusão onde os cidadãos de dupla cidadania americana e japonesa poderiam ser controlados.

Nestas áreas, o governo criou dez campos de concentração, em Califórnia, Utah, Idaho, Wyoming, Colorado, Arizona, Arkansas e Geórgia. No total, estes campos receberam mais de 112.500 nipo-americanos até 1945. "Fomos levados a esses campos como criminosos. Perdemos a nossa liberdade e tivemos que nos acostumar às condições horríveis", recorda Rosie Maruki Kakuuchi, uma sobrevivente, durante uma conversa com a AFP para marcar o 70º aniversário do lançamento da primeira bomba atômica sobre Hiroshima, em 6 de agosto 1945.

Como tantas famílias, a sua precisou deixar para trás uma vida dedicada à integração na sociedade americana. Mas depois de todos esses esforços, a decisão de Washington foi uma espécie de ducha fria. "Era o meu país, então eu acreditava que eles sabiam o que era melhor para nós. Mas ainda assim, senti-me totalmente decepcionada com o governo", afirma.

Sonhos interrompidos

Rosie e sua família passaram três anos em Manzanar, um campo localizado nas montanhas de Sierra Nevada, na Califórnia, uma região extremamente quente no verão e de inverno rigoroso.

Ela tinha 15 anos e sonhava realizá-los. Mas seus dias se faziam eternos ao ritmo do horário rigoroso do campo e do controle dos guardas. As mais de 10 mil pessoas que passaram por Manzanar construíram uma verdadeira cidade para sobreviver ao confinamento, com uma escola, uma creche, um hospital, várias lojas e até um cemitério.

A maioria dos adultos trabalhava e recebia um pequeno salário, com o qual podia comprar coisas por meio de catálogos. Também eram organizados bailes e sessões de cinema, e até mesmo um jornal foi fundado.

Mas as casas eram muito pobres e frágeis, sendo destruídas com frequência pelos ventos. As casas de banho comunitárias, compostas de fileiras de chuveiros e latrinas, eram, também, uma importante fonte de infecções.

O perdão

A existência desses campos passou quase desapercebida ao longo dos anos. Os nipo-americanos se tornaram uma questão de segurança nacional quando o país se concentrou em atacar as frentes inimigas na Europa e no Pacífico.

Sua ajuda vital para derrotar o regime nazista eclipsou o que estava acontecendo dentro de suas fronteiras, tanto dentro quanto fora do país. "Esses campos são, definitivamente, um dos capítulos mais vergonhosos da história americana recente", explica Alysa Lynch, uma das responsáveis por Manzanar.

O governo tenta há vários anos divulgar a sua história, mantendo principalmente o que resta de cada um. "Não sabia que isso tinha acontecido", diz à AFP Jason Adler, um americano de Ohio (norte), que visitou com seu filho o que restou do campo. "Eu acho que nós deveríamos fazer mais para recordar e contar o que aconteceu, as pessoas têm que saber que havia campos de concentração nos Estados Unidos", diz.

Washington terminou por reconhecer que a medida foi um erro, e pediu desculpas às vítimas. A administração de Ronald Reagan indenizou cada sobrevivente com 20.000 dólares em 1988. "Não foi o suficiente, mas, pelo menos, admitiram que estavam errados", diz Rosie.

Quando os portões dos campos foram finalmente abertos, em 1945, ela percebeu que sua vida passada tinha desaparecido. "Eles me deram 20 dólares e um bilhete de transporte. Mas eu não tinha para onde ir. Foi difícil recomeçar", lembra.

O deputado Antônio Moraes (PSDB) relatou nesta segunda (18), durante pronunciamento na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a suposta retaliação sofrida por um jornalista, devido à veiculação de uma notícia, em Carpina, na Mata Norte do Estado. Segundo o tucano, o comunicador Ramos Silva noticiou a ocorrência de atividades irregulares na Casa das Juventudes da cidade, o que teria provocado represálias por parte de um delegado e de um secretário municipal.

De acordo com o parlamentar, o jornalista repercutiu matérias de blogs da região e da capital, que noticiaram reclamações de moradores do município sobre a realização de festas noturnas na entidade. “O que era para ser um espaço de referência, com atividades educacionais e culturais, está motivando a desordem urbana e estimulando o uso de álcool e drogas”, afirmou o profissional no texto.

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Moraes contou que Ramos Silva foi convidado a ir à delegacia do município e, lá, pressionado a anunciar, nos mesmos veículos em que a notícia foi divulgada, que a informação era falsa, mas segundo o deputado o jornalista se negou. O tucano também defendeu o jornalista garantindo ser um profissional conceituado, que tem um jornal que circula há 15 anos na Mata Norte e um programa de rádio. “Ficamos surpresos com a atitude das autoridades e esperamos que a questão seja apurada. Coloquei-me à disposição do jornalista”, defendeu o parlamentar. 

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