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O Ministério da Educação (MEC) vai publicar no próximo dia 24 duas portarias que avançam no cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE). A data marca um ano de vigência do plano e o fim do primeiro prazo estipulado na lei. As portarias criam o fórum de acompanhamento do piso salarial dos professores e uma comissão, com representantes de estados, municípios e da União, para tratar das metas do plano. O anúncio foi feito no 15º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, pelo secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC, Binho Marques.

O PNE foi sancionado na íntegra pela presidenta Dilma Rousseff após quase quatro anos de tramitação no Congresso Nacional. A lei estabelece metas e estratégias para melhorar a educação nos próximos dez anos. Entre elas, estão a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar dos 4 aos 17 anos. Está também o investimento de pelo menos 10% do Produto Interno Bruto até o fim da vigência.

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O fórum de acompanhamento do piso vai ser formado pelo MEC, pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) - que representam os estados -, e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Por lei, o piso salarial dos professores é ajustado anualmente. Atualmente está em R$ 1.917,78.

"Se você quiser saber hoje quem paga o piso, ninguém sabe. Porque nós não temos um acordo nem sobre os conceitos. Como é a hora-atividade, como funciona? Ninguém sabe", diz Marques. Segundo ele, a intenção é que seja criado um portal onde se possa consultar dados de todo o país de cumprimento ou não do piso salarial. "A gente vai ter reuniões regulares para atualizar a informação de quem paga e quem não paga e para discutir assuntos relacionados ao piso. Por exemplo, ninguém concorda com o modelo atual [de cálculo do reajuste], mas não temos consenso quanto a um modelo", acrescenta.

A criação do fórum está prevista no PNE e o prazo para que isso seja feito é de um ano. Perguntado se o governo deixou para a última hora, o secretário diz que a questão está sendo discutida há mais tempo.

Além do fórum, será criada uma instância para discutir o PNE com estados, municípios e a União. "Como somos uma federação, sem um sistema nacional, todo mundo tem muita autonomia, mas é uma autonomia que beira a soberania e isso não é bom porque a gente não consegue trabalhar de maneira articulada. Todo sistema nacional que se preze tem uma comissão tripartite. É uma instância de pactuação entre governo estadual, municipal e federal", diz. A instância servirá de base para a criação de um Sistema Nacional de Educação, articulando os três entes, que também é previsto no PNE e deve ser criado até meados do ano que vem.

As portarias, segundo o secretário, serão publicadas no dia 24, quando o PNE completa um ano de vigência. "É um ato de comemoração do primeiro ano do plano, que para nós é uma grande vitória", diz.

Outros pontos deverão avançar. Também no dia 24, o governo, segundo Marques, vai fazer uma audiência para discutir uma política de formação de professores. Pelo PNE, no dia, termina o prazo para garantir a política de formação docente. Em seis meses deve começar a ser discutido o Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi), mecanismo criado pela Campanha Nacional de Direito à Educação para medir quanto é necessário por aluno para garantir a qualidade na educação básica. Pela lei, o CAQi deve ser implementado até o ano que vem, com dois anos de vigência do plano.

Para o coordenador da campanha, rede que envolve mais de 200 grupos e entidade no país, Daniel Cara, o governo não trabalhou com seriedade no plano e pouco se avançou em direção ao cumprimento. "Esse é o aspecto que fica evidente. O governo tinha que ter chamado a sociedade, inclusive, porque esse é um princípio do plano, há um ano atrás, para discutir o planejamento para cumprir cada uma das metas. Isso não foi feito. Agora lança uma série de medidas e diz que está cumprindo com algo que para ser sério deveria ter sido feito muito antes".

O 15º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação começou ontem (16) e vai até sexta-feira (19), no município Mata de São João (BA). Paricipam 1.687 representantes de 1.067 muncípios.

*A repórter viajou a convite da Undime

Um dos itens da Ordem do Dia, desta terça-feira (11), na Câmara Municipal do Recife, é o Projeto de Lei do Executivo nº 01/2014, que reajusta o valor da hora-aula para os professores, monitores e instrutores da Secretaria de Educação do Recife. O PL foi encaminhado há oito dias para a Casa, com o pedido de análise em urgência, e já passou pela análise das comissões. O reajuste médio é de 8,3% e terá efeito retroativo para 1º de janeiro.

“Reitero a importância de sua aprovação, classificando-o como matéria de relevante interesse para a Administração Pública Municipal”, disse o prefeito na justificativa. A proposta foi lida em plenário no mesmo dia que chegou e distribuída às comissões. “Importa informar que os valores propostos suprem o índice divulgado pelo Ministério da Educação, no que tange ao piso salarial do Professor, para o ano de 2014, em cumprimento ao regramento disposto na Lei federal nº 11.738, de 16 de julho de 2008”, argumentou o prefeito Geraldo Júlio, na justificativa do projeto.

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Para viabilizar o aumento salarial na próxima folha de pagamento, os vereadores agilizaram a tramitação. De imediato, as comissões passaram a analisar o projeto, que recebeu pareceres favoráveis de Legislação e Justiça; de Finanças e Orçamento; e de Educação, Cultura, Turismo  e Esportes. O projeto de lei tem em anexo várias tabelas mostrando os valores já reajustados para o grupo magistério e quadro suplementar.

 

Na manhã desta segunda-feira (12) o prefeito do Recife, João da Costa, anunciou a elevação do piso salarial dos professores da rede municipal de ensino. O reajuste foi de 22,22%, respeitando o valor estipulado pelo Ministério da Educação (MEC). De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, o aumento no piso salarial da categoria representa um acréscimo anual na folha de pagamento dos servidores de R$ 15 milhões.

O anúncio foi realizado no gabinete do prefeito no edifício-sede da Prefeitura. João da Costa também realizou a assinatura de posse dos 650 novos professores aprovados no último concurso público, realizado no mês de janeiro deste ano.

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Para o prefeito, o aumento representa um avanço na educação recifense. “A gente está dando um passo a mais na política de construir uma educação de qualidade, que é condição essencial para o futuro de qualquer cidade”. Segundo o mandatário municiapal, o reajuste também serve para valorizar o trabalho dos professores. “Estamos valorizando a titulação e qualificando o ensino com um plano de cargos e carreiras e, uma vez que estamos oferecendo salários bastante atrativos, vamos trazer os melhores professores para a nossa rede pública,” frisou o gestor. 

“A gente está dando um passo a mais na política de construir uma educação de qualidade, que é condição essencial para o futuro de qualquer cidade. Para isso, é preciso que haja três coisas: informação, inovação tecnológica e educação de qualidade acessível a todos, que é o que estamos proporcionando com essas ações", disse o prefeito.

O Executivo ainda enviará a proposta à Câmara Municipal, com o objetivo que o reajuste seja repassado aos educadores o mais rápido possível. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, o pagamento será retroativo ao mês de janeiro, da forma que o MEC determina.

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