Integração das forças policiais e de serviços públicos. Esse é um dos objetivos do Planejamento Estratégico de Segurança para a Copa do Mundo Fifa 2014, divulgado nesta terça-feira (24) pelo Ministério da Justiça. O documento, elaborado pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge/MJ), já foi aprovado pela Casa Civil e apresentado aos estados no mês passado.
A proposta é unir ações entre as polícias Federal e Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Forças Armadas, polícias civis e militares dos Estados onde serão realizados os jogos, além de polícias estrangeiras, como a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Também estarão envolvidos outros órgãos federais, estaduais e municipais, como a Receita Federal, Anvisa, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, órgãos de trânsito e concessionárias de energia.
O planejamento integra também os governos do Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Além das cidades-sede, o raio de ação inclui os municípios vizinhos, que deverão ser também destino turístico durante o evento. O trabalho integrado será realizado também na Copa das Confederações Brasil 2013 e servirá de base para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
Para o secretário da Sesge, Valdinho Jacinto Caetano, a integração das instituições será o maior legado da Copa para a segurança no Brasil. "Se depois do grande evento, que é a Copa do Mundo, for embora todo o aparato do evento e os órgãos de segurança continuarem trabalhando e conversando dessa forma que pensamos, será sensacional para o país. A segurança se tornará mais eficiente na solução dos casos e haverá soma de equipamentos, esforços, decisões. O que acontece hoje, ordinariamente, é que os órgãos trabalham separadamente e aí nenhum deles tem a capacidade de prestar um trabalho de segurança completo para a população", afirmou.
Confira os principais pontos destacados no plano estratégico:
- Eixos de ação: Os trabalhos serão organizados de forma a prevenir ameaças externas e internas e proteger portos, aeroportos e fronteiras. Está previsto o compartilhamento de informações coma Interpol, ONU e países vizinhos, a fim de fiscalizar o tráfego internacional de pessoas, inclusive na fronteira do país. Os sistemas de comunicação e os bancos de dados de todos os Estados serão integrados, para facilitar a identificação de pessoas em ações de combate ao narcotráfico, tráfico de armas e pessoas e contrabando;
- Áreas estratégicas: As ações de segurança compreenderão quatro níveis: aéreo, terrestre, marítimo e cibernético, incluindo o trabalho nos transportes públicos, pontos turísticos, hotéis, estádios, centros de treinamento, além de proteção em hospitais, redes de abastecimento de água, esgoto e energia, serviços de emergência e sistemas de comunicações;
- Situações de risco - Combate ao crime organizado, controle das torcidas (que podem agir violentamente), combate à exploração sexual (especialmente ao abuso de crianças e adolescentes), monitoramento de possíveis catástrofes naturais (com ações previstas para a redução de dados), combate às ações terroristas, além de fraudes (falsificação de ingressos) e uso indevido de sistemas de TI;
- Capacitação: O governo federal irá desenvolver programas de treinamento específico para os profissionais das forças federais, estaduais e municipais.