Tópicos | setembro 2015

A renda média real dos trabalhadores em setembro encolheu pelo oitavo mês seguido em relação a igual mês do ano passado, informou nesta quinta-feira (22) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas seis principais regiões metropolitanas do País, as pessoas ocupadas recebem em média R$ 2.179,80.

O valor é 4,3% menor do que em setembro de 2014, já descontadas as influências sazonais. Essa queda é a maior para o mês desde 2003, quando houve retração de 13,1% neste mesmo tipo de confronto.

##RECOMENDA##

Taxa média

O IBGE também informou nesta manhã que a taxa média de desemprego no ano até setembro está em 6,7% e é a maior desde 2010. Naquele ano, a média dos nove primeiros meses ficou em 7,1% nas seis principais regiões metropolitanas do País. No ano passado, a média da taxa de desemprego no ano até setembro ficou em 4,9%.

O desemprego em setembro, que ficou estável ante agosto em 7,6%, veio um pouco melhor do que o esperado, mas isso já pode ser reflexo das contratações de fim de ano, segundo o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores. A estimativa dele era de 7,7%, enquanto a mediana dos analistas ouvidos pelo AE Projeções era de 7,80%.

"Precisamos tomar cuidado com esse número. No final de ano sazonalmente existe a tendência de começar a ter algum tipo de aumento no emprego temporário. Isso acontece primeiro na indústria, que antecipa a produção, e depois no comércio, serviços", explica.

##RECOMENDA##

O analista aponta que mesmo as contratações temporárias este ano devem ser menores, em função da crise econômica, e que o começo de 2016 será ainda mais difícil, já que o porcentual de trabalhadores efetivados também tende a cair.

Caparoz aponta que tanto a população economicamente ativa (PEA) quanto o volume de ocupados e desocupados caiu em setembro ante agosto, o que mostra que o mercado de trabalho como um todo está encolhendo.

"Isso é muito ruim, porque as pessoas estão saindo do mercado, deixando de ser produtivas. Além disso, o governo deixa de arrecadar impostos e a Previdência perde contribuintes. A população brasileira continua crescendo e os jovens precisam entrar no mercado", aponta.

O analista explica ainda que a queda da PEA, a segunda contração mensal consecutiva, pode indicar o começo de um processo de desalento, quando a pessoa simplesmente desiste de procurar trabalho. "Se for isso mesmo, está acontecendo muito rápido. Eu não esperava este movimento para este. Mas o noticiário tem sido tão negativo, as perspectivas econômicas são tão ruins, que pode estar acelerando o desalento", opinou.

No Rio de Janeiro, a taxa de desemprego subiu de 5,1% para 6,3% de agosto para setembro. Na visão do economista da RC Consultores, com o fim de algumas obras da Olimpíada, o setor de construção civil na cidade começa a demitir.

Mesmo assim, ele aponta que em alguns outros setores a expectativa de demanda maior em função da competição internacional pode estar evitando demissões. "A situação do mercado de trabalho no Rio era para estar muito mais grave, porque o Estado é muito afetado pela situação da Petrobras, que vem cortando fortemente seus investimentos".

Um aspecto positivo, do ponto de vista do custo de produção, é que a renda média real continua caindo. Em setembro, houve redução de 0,8% ante agosto e baixa de 4,3% na comparação com setembro do ano passado. "A mão de obra no Brasil é cara e não é eficiente. Os salários vinham tendo alta real nos últimos anos, sem aumento da produtividade. Agora a indústria começa a segurar o custo da mão de obra, e ainda tem a possibilidade de exportação com a melhora no câmbio".

O número de pessoas que estão atrás de emprego no País continuou a crescer em setembro, seja porque foram demitidas ou porque passaram a procurar uma vaga nos últimos 12 meses, segundo os dados anunciados nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, a população desocupada cresceu 56,6% ante igual mês de 2014, a maior alta da série da Pesquisa Mensal de Emprego, que tem dados desde março de 2003 neste confronto.

Isso significa que 670 mil pessoas engrossaram as filas à procura de trabalho nessas regiões no último ano - praticamente um terço dos 1,853 milhão de pessoas que estão desempregadas atualmente nas seis áreas investigadas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador.

##RECOMENDA##

Parte dessas pessoas seguiu tal caminho porque foi demitida no período. Segundo o IBGE, a população ocupada encolheu 1,8% em setembro ante igual mês do ano passado, repetindo a queda recorde já verificada em agosto ante agosto de 2014. Ou seja, 420 mil pessoas perderam o emprego nos últimos 12 meses.

Com essa combinação, a população economicamente ativa avançou 1,0% em setembro contra setembro de 2014, resultado de 250 mil pessoas que ingressaram ou retornaram ao mercado de trabalho - neste caso, abandonando a inatividade. A população inativa, por sua vez, cresceu 0,9% (+170 mil pessoas), uma taxa inferior ao observado até o fim do ano passado, quando avanços entre 3% e 4% eram bastante comuns.

Na comparação mensal, porém, a população desocupada mostrou a primeira baixa desde dezembro do ano passado. Em setembro ante agosto, 4 mil pessoas deixaram essa condição, um recuo de 0,2% no período. Mas não significa que elas conseguiram uma vaga, já que a população ocupada também encolheu 0,2%, ou seja, foram fechados 41 mil postos.

O resultado é explicado pela queda de 0,2% na população economicamente ativa (-45 mil pessoas) em setembro ante agosto e a alta de 0,1% na população inativa (+11 mil). O IBGE sinaliza, porém, que todas essas mudanças na comparação mensal são consideradas "estatisticamente estáveis".

A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil ficou em 7,6% em setembro, estável ante agosto, segundo dados sem ajuste sazonal divulgados na manhã desta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam taxa entre 7,40% e 8,10%, e abaixo da mediana de 7,80%.

##RECOMENDA##

A taxa de desemprego de setembro é a maior para o mês desde 2009, quando ficou em 7,7%. Em setembro do ano passado, a taxa de desocupação estava em 4,9%. O avanço de 2,7 ponto porcentual em base anual é o mais intenso já registrado na série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que tem dados desde março de 2003 neste confronto.

O rendimento médio real dos trabalhadores, por sua vez, registrou queda de 0,8% em setembro ante agosto. Já na comparação com setembro do ano passado, houve recuo 4,3%.

Massa de renda

A massa de renda real habitual dos ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País somou R$ 50,1 bilhões em setembro, o que significa queda de 0,6% em relação a agosto, informou o IBGE. Na comparação com setembro de 2014, o montante diminuiu 6,1%.

Já a massa de renda real efetiva dos ocupados totalizou R$ 50,3 bilhões em agosto deste ano, queda de 0,5% em relação ao mês de julho. Ante agosto de 2014, houve redução de 6,3% na massa de renda efetiva.

O rendimento médio real do trabalhador, já descontados os efeitos da inflação, foi de R$ 2.179,80 em setembro de 2015, segundo o IBGE. O resultado significa recuo de 0,8% em relação a agosto e redução de 4,3% ante setembro do ano passado.

As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram em agosto pelo 12º mês consecutivo e renovaram os maiores patamares desde 2009, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

No caso das pessoas físicas, novamente houve aumento nos juros em todas as seis linhas pesquisadas: juros do comércio (crediário); cartão de crédito rotativo; cheque especial; CDC bancos-financiamento de veículos; empréstimo pessoal - bancos; e empréstimo pessoal -financeiras). O juro médio subiu 0,09 ponto porcentual em setembro ante agosto, para 7,23% ao mês (131,10% ao ano), o maior nível desde junho de 2009.

##RECOMENDA##

No cartão de crédito, a taxa subiu 0,22 ponto porcentual, para 13,59% ao mês (361,40% ao ano) em setembro, o maior nível desde março de 1996. Em relação aos juros do comércio (crediário), houve alta em todos os 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,02 ponto porcentual, para 5,32% ao mês (86,26% ao ano). A taxa mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,42% ao mês (88,40% ao ano). Nos financiamentos de veículos, o prazo médio se manteve em 36 meses.

Entre as pessoas jurídicas, houve alta nas três linhas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida). O juro médio avançou 0,03 ponto porcentual no mês passado ante o anterior, para 4,12% ao mês (62,33% ao ano), o patamar mais alto desde maio de 2009. No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,04 ponto porcentual, para 7,03% ao mês (125,98% ao ano), o patamar mais elevado desde outubro de 1999.

Segundo a Anefac, as altas podem ser atribuídas a alguns fatores, como o cenário macroeconômico que aumenta o risco de elevação da inadimplência, o avanço das taxas de juros futuras por conta da turbulência política e econômica, a maior carga tributária e o rebaixamento da nota de crédito do País pela agência de rating Standard & Poor's. "A tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses", diz a entidade.

A Anefac lembra que, considerando todas as elevações da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve um aumento de 7,00 pontos porcentuais (ou alta de 96,55%) na taxa básica de juros, para o nível atual de 14,25%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 43,13 ponto porcentual (+49,03%). Já na pessoa jurídica houve uma elevação de 18,75 ponto porcentual (+43,02%).

A depreciação cambial foi determinante para o avanço dos três estágios da inflação do atacado no âmbito do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro, que passou de 0,28% em agosto para 0,95% este mês, avaliou nesta terça-feira (29), o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). "No IPA, que tem o maior peso, houve aceleração nos três principais estágios de processamento. E não foram acelerações discretas. Tem claro efeito da desvalorização do câmbio", disse, ao referir-se ao Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a inflação no atacado, e que ficou em 1,30% (ante 0,20%), e tem peso de 60% na composição do IGP-M.

A alta de 0,95% do IGP-M de setembro superou o teto das expectativas do AE Projeções, que era de 0,91%. O piso era de 0,71%, com mediana de 0,79%. Com o resultado, o IGP-M acumula variação de 6,34% no ano e de 8,35% em 12 meses até setembro. Esta taxa é a mais elevada desde julho de 2011 (8,36%). Segundo Braz, a taxa em 12 meses pode romper 9% na leitura de outubro, já que no décimo mês de 2014 o IGP-M fora de 0,28%. Já a taxa mensal pode girar em torno da marca de 0,95% apurada em setembro. Segundo ele, efeitos cambiais mais significativos nos IGPs vão depender da definição do cenário político e da resistência ou não da economia em aceitar tais repasses.

##RECOMENDA##

De agosto para setembro, as matérias-primas brutas saíram de uma taxa de 0,64% para 2,26%. Neste caso, Braz citou com exemplo a alta de 0,84% em minério de ferro, depois da queda de 3,36%, a elevação de 6,96% da laranja (ante 1,19%), a taxa positiva de 0,10% em bovinos (ante queda de 2,92%), o aumento de 2,20% do trigo, na comparação com recuo de 0,60%, e da soja, com elevação de 5,84% (ante 5,76%). "E devem continuar captando os efeitos do dólar alto", estimou.

Dentre as pressões em bens intermediários (de 0,80% para 1,36%), o economista da FGV citou a inflação de 1,81% em ração, depois de uma elevação de 0,42%, e a alta de 6,92% em adubos e fertilizantes compostos, após 4,67%. "O IPA está cercado de pressões (do câmbio) que começam no início da cadeia e vão até bens finais", reforçou.

Outro segmento que sentiu os reflexos do dólar mais alto, que teve valorização de 9% entre agosto e setembro, conforme a FGV, foram os bens finais (de queda de 0,76% para alta de 0,47%). "Não tem só efeito do dólar, tem alimentos, especialmente in natura, que deram impulso para a aceleração e não tem câmbio. Tem ainda impacto da parte de produtos processados (de 0,16% para 1,39%), que é onde se percebe tais efeitos", avaliou. A taxa de alimentos em geral passou queda de 2,10% para alta de 0,74%, enquanto a dos in natura saiu de retração de 8,51% para baixa de 1,28%.

A batata-inglesa e o feijão foram os alimentos in natura que mais pressionaram a inflação no atacado, ao registrarem 14,91% (ante 31,12%) e 3,52% (ante queda de 7,11%), respectivamente. "São itens que pressionaram os bens finais e não tem impacto de dólar", considerou.

Na categoria de itens processados, o destaque foi a carne bovina (de 0,68% para 2,83%), o óleo de soja (de baixa de 2,50% para alta de 3,39%). De acordo com o economista do Ibre/FGV, enquanto o dólar caro tende a elevar as exportações, também acaba por diminuir a oferta interna, o que encarece o produto. "E já em um momento em que o preço normalmente sobe por causa das festas de fim de ano. Isso tudo vai ajudar a pressionar mais o preço da carne", disse.

Além da carne bovina, o frango inteiro (de 0,78% para 4,11%) também encareceu em setembro. "São repasses (câmbio) que ainda não se concluíram totalmente. Devem continuar em outubro", estimou. "A dúvida que fica é se vai aumentar ainda mais (o impacto), dada a economia mais fraca", completou.

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acelerou de 0,28% em agosto para 0,95% em setembro, divulgou nesta terça-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do IGP-M de setembro ficou acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, entre 0,71% e 0,91%.

Entre os três indicadores que compõem o IGP-M, o IPA-M saiu de 0,20% em agosto para 1,30% em setembro. Na mesma base de comparação, o IPC-M saiu de 0,24% para 0,32%. O INCC-M desacelerou de 0,80% para 0,22%. A variação acumulada do IGP-M em 12 meses até setembro é de 8,35%. No ano de 2015, o indicador acumula alta de 6,34%.

##RECOMENDA##

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 0,56% na primeira prévia de setembro, ante avanço de 0,10% na primeira prévia do mesmo índice em agosto, informou nesta quarta-feira, 9, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula aumentos de 5,93% no ano e de 7,94% em 12 meses.

A FGV comunicou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a primeira prévia do IGP-M de setembro. O IPA-M, que representa os preços no atacado, subiu 0,75%, em relação à queda de 0,06% na primeira prévia de agosto. O IPC-M, que corresponde à inflação no varejo, apresentou alta de 0,25% na leitura anunciada nesta quarta, após subir 0,14% no mês passado. Já o INCC-M, que mensura o custo da construção, teve elevação de 0,09%, após registrar aumento de 0,94% na mesma base de comparação.

##RECOMENDA##

O IGP-M é muito usado para reajuste no preço do aluguel. O período de coleta de preços para cálculo do índice foi de 21 a 31 de agosto.

[@#video#@]

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando