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Os cães Rambo e Spike conquistaram na Justiça, de forma inédita no País, o direito de serem autores de ações judiciais contra seus ex-tutores sob a alegação de maus-tratos. Por causa disso, a advogada da ONG Sou Amigo, de Cascavel (Oeste do Paraná), Evelyne Paludo, decidiu processar os antigos tutores e incluiu os dois animais como parte do processo. A 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) reconheceu de forma unânime - no dia 14 deste mês - o direito dos animais não-humanos serem autores de ações judiciais.

O caso deve ter desdobramento e em novembro deve ocorrer nova audiência, no Fórum de Cascavel, para que sejam ouvidas testemunhas e os ex-tutores. Antes de ser julgado pelo TJ, o caso havia sido levado para a 3ª Vara Cível de Cascavel, mas o processo não foi acatado.

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Após o resultado, a advogada Evelyne Paludo - que atua juntamente com a advogada Waleska Mendes Cardoso - chegou a citar nas redes sociais que o resultado "é uma quebra de paradigma". Segundo ela, a decisão é importante em vários aspectos, principalmente na defesa dos direitos animais. "Depois de serem questionados, os ex-tutores alegaram que estavam cuidando, mas não houve essa comprovação. Felizmente os desembargadores tiveram essa compreensão sobre os direitos dos animais e foram unânimes", disse.

Para Ana Karla Martins, que atua como voluntária na ONG, "essa decisão fortalece a causa animal por demonstrar que a defesa deles não é só por compaixão, mas também por direito". A indenização aos animais deverá ser utilizada para alimentação e higiene e o uso dos recursos deverá ser comprovado.

O resgate dos animais foi realizado após denúncias de vizinhos. "Os vizinhos que denunciaram a situação do Spike e Rambo afirmaram para a ONG e perante a Justiça que os animais choravam bastante, uivavam e, como eles não estavam assistidos por ninguém no imóvel, começaram a alimentar e dar água pelo muro, enquanto avisaram os ex-tutores", comentou.

Segundo informações da ONG Sou Amigo, Rambo e Spike ficaram 29 dias sozinhos. Eles foram resgatados dia 25 de janeiro e a ação foi distribuída em agosto do ano passado. Nesse período, foram acolhidos pela ONG e levados para um local de acolhimento de animais.

Os ex-tutores Elizabeth Meriva e Pedro Rafael Echer se manifestaram por meio de nota à imprensa local. "Houve sim uma denunciação caluniosa, não haviam somente Spike e Rambo no imóvel, mas somente estes foram levados, os fatos não foram totalmente expostos e nem a forma como tudo ocorreu", informa um trecho da nota.

O desembargador Clayton Coutinho Camargo, de 67 anos, presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, renunciou nessa segunda-feira (23), ao cargo e entrou com pedido de aposentadoria em meio a investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre denúncias de venda de sentença na corte. Mas, numa decisão liminar, o corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, suspendeu a tramitação do pedido de aposentadoria.

Segundo o Ministério Público, Camargo, que exerceria a função até o fim de 2014, estaria antecipando o pedido de aposentadoria para tentar fugir de um eventual processo disciplinar.

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Censura

O desembargador chegou a ajuizar ação que proibia a publicação de denúncias contra ele pelo jornal Gazeta do Povo. O pedido de liminar foi aceito pelo TJ, que proibiu que o jornal publicasse notícias que ofendam "a honra, a boa fama e a respeitabilidade" de Camargo. Após a repercussão negativa, a censura prévia sobre o jornal foi suspensa a pedido do próprio desembargador, mas os processos contra os três jornalistas que apuraram a matéria, assim como um dos diretores do jornal, continua na Justiça. O desembargador pede indenização de R$ 1 milhão por danos morais.

Em junho passado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Polícia Federal investigava o envolvimento de desembargadores do TJ-PR com um esquema de manipulação da administração de processos de falências em todo o Estado. Camargo era um dos nomes constantes do inquérito da PF.

Tráfico de influência

 

Segundo a Corregedoria do CNJ, o processo envolvendo Camargo deve ser debatido na pauta do dia 8 de outubro. Além da suposta venda de sentenças, o desembargador também é investigado pelo CNJ por tráfico de influência - ele teria feito campanha para que seu filho Fábio Camargo assumisse uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o que ocorreu em julho passado. O Ministério Público do Estado abriu inquérito, mas o procedimento foi arquivado.

Camargo renunciou logo após retornar de uma licença médica de 12 dias. No período em que presidiu interinamente o tribunal, o desembargador Paulo Vasconcelos revogou um edital de licitação de R$ 80 milhões para reforma do prédio do TJ-PR. O motivo alegado seria a análise de "possíveis falhas no processo".

Até o início da noite desta segunda-feira, a assessoria do TJ não havia se manifestado. Segundo fontes no tribunal, a eleição do novo presidente deve ocorrer no dia 3 de outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Clayton Coutinho Camargo, suspendeu, nesta quarta-feira, 4, ação que proibia notícias de denúncias contra ele pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), que publica o jornal Gazeta do Povo. Camargo é investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suposta venda de sentença.

Camargo ressaltou que o grupo produzia "factoides" contra ele. "Em um dado momento me vi compelido a utilizar a medida judicial para fazer cessar a interminável prática de criação de factoides contra minha pessoa", e para justificar sua decisão, disse que sua carreira "impõe sacrifícios".

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O presidente do TJ disse que nunca teve intenção de coibir as ações da imprensa. "Jamais foi minha intenção atacar um dos valores do qual sou ardoroso defensor, a liberdade de imprensa, e agora verifico que para continuar minha caminhada frente ao Poder Judiciário do Paraná a providência judicial que adotei é dispensável, razão pela qual desisto a esse direito", afirmou.

O diretor executivo do grupo, Guilherme Döring Cunha Pereira, disse que o jornal sempre manteve uma postura de independência e fez seu trabalho com isenção. "Nós publicamos as reportagens privilegiando a informação, dando os fatos de forma jornalística e isso que aconteceu nos entristece, pois partiu de quem deveria justamente garantir esse direito, a liberdade de imprensa", comentou. Pereira aguarda o desfecho de um recurso proposto pela empresa. "Vamos levar esse caso até o fim, para que prevaleça a liberdade de imprensa que sempre defendemos", comentou.

O corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, e o juiz auxiliar da Corregedoria Geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Jefferson Luis Kravchychyn, confirmaram na manhã desta sexta-feira, durante entrevista coletiva, que o órgão está apurando denúncias de tráfico de influência e vendas de decisões judiciais no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). "A atuação da corregedoria será rigorosíssima e vamos agir com 'mão de ferro', doa a quem doer", afirmou Falcão.

As denúncias atingem o presidente do TJ-PR, Clayton Camargo, e o desembargador Rafael Augusto Cassetari, aposentado no início do ano. O caso teve início após uma disputa pela guarda de filhos, na qual a denunciante afirmou que Clayton e Rafael teriam recebido R$ 200 mil para beneficiar uma das partes.

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TJ-BA

Em abril, o corregedor nacional de Justiça determinou também a abertura de sindicâncias para apurar suspeitas de irregularidades no TJ da Bahia, entre as quais, erros no cálculo de precatórios e extravio de um processo, que teriam provocado excesso de R$ 448 milhões nos pagamentos.

O presidente da corte baiana, desembargador Mário Alberto Simões Hirs, um dos investigados, negou, no dia 17, a existência de qualquer irregularidade. Ele ainda ameaçou instaurar ações contra a União pela divulgação das suspeitas.

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