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Neste sábado (8), o Shopping Patteo Olinda, na Região Metropolitana do Recife, ganha uma unidade da Estação Turma da Mônica. O espaço, que se denomina como um Centro de Entretenimento Familiar, é o segundo do país e conta com atrações inspiradas no mundo das histórias em quadrinhos e, são desenvolvidas com base em conceitos temáticos, interativos e educativos.

Em 2019, a criação de Maurício de Souza completa 60 anos e o primeiro personagem a ser um ‘sessentão’ é o cachorro Bidu junto com Franjinha, que surgiram em 1959, 11 anos antes da ‘Turma da Mônica’ ser oficializada - a princípio, a série foi chamada de ‘Mônica e sua turma’. Com o passar do tempo, os traços de Bidu e dos outros personagens foram se modificando, invadiram outros formatos e ganharam séries animadas, filmes e produtos dos mais diversos. Além disso, a turma também cresceu, virou ‘Turma da Mônica Jovem’ e em breve irá se tornar adulta.

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Para relembrar os primeiros traços da ‘Turma da Mônica’, o LeiaJá fez uma retrospectiva da evolução dos personagens. Confira:

Na década de 1960, Biju e Franjinha ganharam novos amigos, e os personagens Cebolinha (60), Cascão (61), Mônica (63), Magali (63) e Sansão (63), foram criados. Com cara de mau e um coelhinho de estimação, Mônica nasceu após a produção de Mauricio ser criticada pela ausência de uma figura feminina e foi inspirada na filha do autor. No início, a personagem usava sapato, tinha uma expressão muito emburrada (traço que foi suavizado com o tempo), o vestido tinha bolsos e os cabelos escorriam para todos os lados. Cascão também tinha uma aparência bem mais ‘suja’ do que a atual.

Em 1970, a primeira revista da ‘Turma da Mônica’ foi lançada, pela editora Abril e a personagem, que antes era secundária, virou a protagonista principal. Na mesma década, os personagens estariam na televisão com o comercial de extrato de tomate da Cica Elefante, com o Jotalhão e a turminha.

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 Durante os 1980, os traços dos personagens começaram ficar mais parecidos com o que conhecemos hoje e a partir desta década os quadrinhos de Maurício de Souza começaram a ser publicados em outras línguas. Atualmente, a série tem gibis e outros produtos licenciados em 40 países e com 14 idiomas. A partir de 1986 foram criados curtas-metragens e séries animadas, filmes e especiais, foram exibidos na televisão e lançados em outras mídias. Entre a infinidade de produtos da marca, a série também ganhou jogos eletrônicos.

 

Em 2008, os personagens ficaram adolescentes e foi lançada a ‘Turma da Mônica 

Jovem’, com traços estilos mangá. Na edição nº 50 da série, publicada em 2012, Mônica e Cebolinha deixaram as intrigas de lado e se casaram. Com um traço fofo e que remete às origens, em 2013, quando Mônica completou 50 anos, foi lançada a série animada Mônica Toy, um desenho animado em 2D, produzido pela Mauricio de Sousa Produções (MSP). Os episódios com menos de um minuto são postados na página do Youtube da Turma da Mônica. Na última terça-feira (4), a animação, que está em sua 7º temporada, ganhou um episódio em em homenagem ao filme “X-Men Fênix Negra”. Assista:

Clodoaldo Santana de Souza tem 45 anos e desde 2016 vive dos desenhos que faz ao ar livre, no bairro do Derby / Foto: Rafael Bandeira

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Entre rios e pontes, o Recife guarda seus encantos. Artistas de rua muitas vezes passam despercebidos entre os horários de pico e o vai e vem cotidiano. O bairro de Derby, localizado no Centro do Recife, presenteia os transeuntes com os desenhos de Clodoaldo Santana de Souza, de 45 anos. Intitulado como o "Artesão do Povo", Clodoaldo exibe todos os dias suas obras na parada de ônibus do Derby, próximo à praça do local. Mas não foi sempre assim, antes de se dedicar totalmente à arte, o artesão passou por grandes desafios em sua trajetória.

Talentoso com a ponta do lápis desde pequeno, o menino Clodoaldo foi levado ao psicólogo por passar a maior parte de seu tempo desenhando. Na consulta, o médico foi preciso no diagnóstico, estava diante de um caso típico de artista. O garoto cresceu e logo se tornou homem, devido às circunstâncias da vida teve que procurar um emprego e deixar a arte um pouco de lado.

Começou a trabalhar na Refinaria Abreu e Lima, Litoral Sul de Pernambuco. Porém, mesmo na Refinaria não conseguiu abandonar os desenhos, entre uma folga no expediente e uma parada para o almoço, colocava seus dons em prática e espantava os colegas de trabalho, que logo reconheceram o grande talento de quem estavam diante. A partir daí, as demandas de Clodoaldo só fizeram aumentar, o artesão começou a vender suas obras para os companheiros de trabalho, que compartilhavam com amigos, familiares e parentes a perfeição dos detalhes postos em prática.

Ex-militar, o artesão também esculpia brasões de famílias tradicionais e visitava os quarteis à procura de compradores. Suas vendas duplicaram ao ponto de Clodoaldo participar, em 2015, da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), realizada no Centro de Convenções, em Olinda. O resultado não foi como esperado e as vendas não surtiram efeito.

Atravessando um período difícil em sua trajetória, Clodoaldo viu o desemprego bater na sua porta no ano de 2016. Determinado, o artista não desistiu, mediante a necessidade, decidiu ganhar a vida levando seus materiais de trabalho para as ruas do Recife e é nesse momento que sua jornada ganha contornos especiais.

Desenho como meio de vida

Residente do bairro de Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, Clodoaldo, à época desempregado, começou a desenhar nas ruas, usando a necessidade como inspiração. Com o passar dos anos viu que a arte era o seu verdadeiro trabalho e desde então, os desenhos são toda fonte de renda do artista. “Minha inspiração é a necessidade, a necessidade é que me inspira. Hoje eu vivo dos meus desenhos. Sou casado e tenho filho, toda minha renda vem da arte. Sustento minha casa e minha família fazendo aquilo que mais gosto e que nasci para fazer: desenhar”, afirmou.

Talentoso desde pequeno, os desenhos sempre fizeram parte da vida de Clodoaldo / Foto: Rafael Bandeira

Ainda segundo o recifense, de todos os bairros onde já se estabeleceu, o Derby - onde trabalha desde 2016 - é o que mais se identifica com suas obras. “As ruas do Recife têm particularidades que me encantam. O Derby é o bairro onde todo mundo está de passagem. O pessoal passando, o dia a dia, as pessoas mesmo apressadas param alguns segundos para olhar aquilo que eu estou fazendo. Isso é muito gratificante, volto para casa feliz e cada novo dia de trabalho é único”, destacou animado. 

Clodoaldo tem mais de mil obras de sua autoria, atualmente faz cerca de quatro peças por dia, todas realizadas no Derby, à luz do dia. Com um pequeno ateliê em sua casa, onde recebe alguns alunos para aulas de desenhos, o artista revela que prefere trabalhar na rua e que se sente mais à vontade e mais inspirado com os traços cotidianos. “Aqui eu me distraio, enquanto trabalho converso com vendedores ambulantes, faço novas amizades, converso com meus clientes, escuto aquilo que eles falam sobre as telas, muitas das vezes recebo sugestões, a interação com o público é essencial para o meu trabalho”, falou.

As mãos do artista retratam rostos sorridentes, sorrisos abertos e abraços fraternos. O desenhista releva que prefere realizar pinturas de pessoas, pois os detalhes expressos em cada afeição o inspiram e emocionam. “Já desenhei algumas paisagens do Recife, alguns casarões que são lindos. Mas o que eu gosto mesmo é de desenhar gente, as pessoas têm os detalhes mais específicos que são únicos de cada um. Retratando isso, eu me emociono e emociono o meu cliente, isso para mim é tudo”, destacou emocionado.

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Sobre valores cobrados pelos desenhos, o trabalhador não quis informar para a reportagem. Garantiu que revela presencialmente aos clientes. O atendimento é realizado de segunda à sexta-feira, das 8h ás 17h.

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