O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luíz Henrique Mandetta (DEM), concedeu uma entrevista à CNN dos Estados Unidos na qual fez críticas à maneira como o presidente brasileiro conduz a crise do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no país.
A entrevista foi ao ar pouco antes do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgar os exames realizados por Bolsonaro para detecção da Covid-19, que tiveram resultado negativo. Mandetta, portanto, ainda não sabia o resultado dos exames quando declarou que o presidente estava na “viagem do coronavírus”, referindo-se à ida de uma comitiva brasileira aos Estados Unidos.
##RECOMENDA##"O que eu sei é logo depois que ele fez uma viagem aos EUA, na qual todos eles [a comitiva presidencial] jantaram com o presidente [Donald] Trump e o cara da comunicação [o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten] voltou no avião com a doença. Das pessoas que viajaram com ele, 17 testaram positivo até 15 dias depois que ele chegou. Essa viagem foi uma viagem do coronavírus", disse Mandetta.
Nas palavras do ex-ministro, a influência de Donald Trump sobre Bolsonaro é apenas parcial, uma vez que o presidente dos Estados Unidos já voltou atrás em algumas de suas posições contrárias ao isolamento para combater o coronavírus, diante da grande mortalidade registrada no país.
“Infelizmente, ele é um dos poucos líderes mundiais que continua com esse posicionamento que a economia deve voltar a qualquer custo e que a perda de empregos será pior e que as pessoas deveriam se preocupar em como manter a economia ativa", disse Mandetta na conversa com a jornalista Christiane Amanpour. "Então é bem difícil dizer às pessoas que devemos que deixar a doença seguir seu curso natural e não nos expormos. O Trump ao menos voltou atrás", afirmou o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro.
Mandetta dirigiu o Ministério da Saúde antes e durante a crise sanitária causada pelo novo coronavírus, mas suas posições em nome do isolamento social contrariavam a vontade do presidente Bolsonaro, que segue defendendo o afrouxamento das medidas de contenção. O confronto direto levou à fritura e demissão do agora ex-ministro, que foi substituído pelo oncologista Nelson Teich.
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