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O traficante de armas russo Viktor Bout, que foi recentemente liberado por Washington em uma troca de prisioneiros com a Rússia, propôs nesta sexta-feira (7) ao ex-presidente americano Donald Trump obter refúgio na Rússia.

"Acredito que sua vida está em perigo", escreveu Bout em uma mensagem enviada a Trump e que exibiu à imprensa em Moscou. "O governo (do presidente Joe) Biden não vai se conformar em apenas arrastá-lo ao complexo industrial tribunal/prisão".

"Eles preferem acabar com sua vida do que deixar que você apareça no caminho deles", acrescentou Bout a Trump.

"Você é bem-vindo na Rússia. Aqui encontrará um refúgio seguro e poderá liderar a luta pelo povo americano", acrescenta a carta.

Viktor Bout foi detido em 2008 na Tailândia e condenado a 25 anos de prisão nos Estados Unidos.

O traficante de armas foi entregue à Rússia em dezembro do ano passado em troca da jogadora de basquete americana Brittney Griner, que havia sido condenada por tráfico de drogas.

Moscou e Washington realizaram várias trocas de prisioneiros nos últimos anos.

A Rússia ainda tem pelo menos três cidadãos americanos em suas prisões, incluindo o jornalista Evan Gershkovich, detido na semana passada pela acusação de espionagem.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conversou nesta sexta-feira, 29, com o chanceler russo, Serguei Lavrov, e aumentou a pressão para que Moscou aceite uma troca de presos: a estrela do basquete Brittney Griner e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, americanos presos na Rússia, pelo traficante de armas Viktor Bout, vivido no cinema pelo ator Nicolas Cage no filme O Senhor das Armas, de 2005, que está trancafiado em uma prisão de Illinois.

Blinken confirmou o diálogo com Lavrov, mas não deu detalhes sobre a receptividade da proposta. Antes da conversa, o chanceler russo disse que estava "aberto para negociar". "Pedi que Lavrov considerasse a proposta", disse Blinken. "Não vou falar sobre a resposta e não posso dizer se acho que as coisas são mais ou menos prováveis."

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Na versão da conversa divulgada pelo Kremlin, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que, ao falar sobre uma possível troca de presos, Lavrov sugeriu a Blinken retornar ao procedimento conhecido como "diplomacia silenciosa", para evitar especulações.

De fato, a ideia parece ter sido seguida à risca pelo governo russo. Questionado sobre o assunto, Dimitri Peskov, porta-voz do Kremlin, se esquivou de perguntas sobre o tema. "Sabemos que este tipo de assunto é discutido sem revelar qualquer informação à imprensa. Geralmente, as pessoas ficam sabendo sobre o assunto quando o acordo já foi selado", disse.

Acidente

Griner, de 31 anos, é uma estrela do basquete americano. Em 2014, foi campeã da WNBA, a liga americana feminina, pelo Phoenix Mercury, e bicampeã olímpica pelos EUA, nos Jogos do Rio, em 2016, e de Tóquio, em 2021.

No dia 17 de fevereiro - antes da invasão russa da Ucrânia -, ela desembarcou em Moscou para disputar o campeonato russo de basquete pelo UMMC Ekaterinburg. É comum que jogadoras americanas participem de outras ligas durante a intertemporada da WNBA, para complementar os salários, bem mais baixos do que os pagos na liga masculina, a NBA.

Funcionários da alfândega do aeroporto de Moscou descobriram dentro de sua bagagem cartuchos de cigarros eletrônicos com óleo de haxixe - que é ilegal na Rússia. No julgamento, Griner se declarou culpada e disse que embalou acidentalmente uma pequena quantidade da substância, usada sob orientação médica para controle da dor causada por lesões. Agora, ela pode pegar até 10 anos de prisão.

O outro americano envolvido nas negociações é Paul Whelan, ex-executivo da Marinha e de segurança corporativa. Ele foi detido em 2018 em um hotel de Moscou, onde estava hospedado para o casamento de um amigo. Em 2020, um tribunal russo o condenou a 16 anos de prisão por espionagem, acusação que ele nega.

Para o Departamento de Estado dos EUA, Whelan e Griner estão "detidos injustamente". Para resolver o problema, que vem atormentando o presidente americano, Joe Biden, a Casa Branca parece disposta a pagar um preço alto: abrir mão de Bout, um dos maiores traficantes de armas do mundo.

'Senhor das armas'

Bout, hoje com 55 anos, nasceu no Tajiquistão e fez carreira no Exército soviético. Especialista em línguas, fala russo, português, inglês, francês, árabe e farsi, tornou-se um oficial da Força Aérea, onde descobriu sua verdadeira vocação: o tráfico de armas.

Após o colapso da União Soviética, com equipamentos militares e um arsenal escorrendo pelo mercado negro, Bout construiu um império logístico, entregando armamento para gente da pior espécie, rebeldes, militantes e terroristas - incluindo Al-Qaeda, Taleban e milícias de Ruanda.

Depois de escapar de várias armadilhas americanas, durante duas décadas, Bout foi preso em Bangcoc, na Tailândia, em 2008, quando aceitou se encontrar com agentes disfarçados da DEA (agência antidrogas dos EUA), que diziam ser representantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Extraditado para os EUA, ele foi condenado a 25 anos de prisão. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O traficante de armas russo, conhecido como mercador da morte e que inspirou o filme senhor das armas, Viktor Bout, foi condenado a 25 anos de prisão nos Estados Unidos. Ele havia sido condenado em novembro do ano passado e só faltava a sentença que saiu hoje.

O mercador da morte escapou da prisão perpetua. Antes de se tornar o chefe da maior rede de tráficos de armas do mundo, Bout foi piloto do Exército da antiga União soviética.

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Segundo as autoridades americanas depois da Guerra Fria ele passou a usar os aviões de cargas de uma empresa da qual era dono para fornecer combustíveis e armas para ditadores, rebeldes e terroristas. Na lista de países para onde ele vendia armas estão Angola, Afeganistão, Serra Leoa, Sudão, Congo, Libéria e Ruanda.

Ele foi preso em 2008 na Tailândia depois de ter sido pego em uma armadilha do Serviço Secreto Americano. Os agentes se passaram por narco guerrilheiros das FARC (Formas Armadas, Revolucionárias da Colômbia) e fecharam com ele a compra de metralhadoras e de mísseis.

As armas seriam para matar soldados americanos na Colômbia. No julgamento em Nova York ele foi condenado apenas pela negociação com os agentes americanos.

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