O procurador-geral do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO-PE), Cristiano Pimentel afirmou, neste sábado (11), que apesar dos investimentos dos órgãos de controle e das polícias para investigar e punir políticos corruptos no país, ainda existe uma parcela da população que compactua com a corrupção.
Ao tratar do assunto durante um dos debates da Virada Política, que aconteceu na Faculdade de Direito do Recife, Pimentel defendeu que movimentos e grupos da sociedade que apoiam iniciativas como a Lava Jato se mobilizem mais para conscientizar a sociedade como um todo.
##RECOMENDA##“A Lava Jato mudou o país, não no sentido de acabar com a corrupção que é grande e vai durar muito tempo ainda no país, mas acabou com o sentido de impunidade. Entretanto, não adianta a Lava Jato mudar o cenário se a população não mudar a consciência. Existe ainda uma parcela da população que apoia, aceita e compactua com a corrupção”, declarou.
Sob a ótica do procurador do MPCO, que integra o Tribunal de Contas do Estado (TCE), “a parcela da população que não compactua com a corrupção está muito passiva”. “Precisamos despertar a consciência dos que ainda aderem a práticas de corrupção, principalmente com a venda de votos”, disse.
Cristiano Pimentel ainda salientou que não é “entusiasta de perseguição ou do endeusamento de procuradores”, mas “antes de operações como a Lava Jato era impensável ter um senador preso durante o mandato, como foi o caso de Delcídio do Amaral; um ex-presidente da Câmara em regime fechado, como Eduardo Cunha”.