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Forçados a recorrer à imaginação devido à pandemia, um número crescente de museus oferece passeios virtuais pagos, uma nova fonte de renda de escala ainda desconhecida.

Visitas interativas, videogames, podcasts: desde o início da pandemia de Covid-19, os museus competem em iniciativas para mitigar os efeitos do confinamento.

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A oferta é quase sempre gratuita, embora algumas instituições agora ousem cobrar.

Desde janeiro, Graceland, a casa-museu do falecido cantor Elvis Presley, oferece uma visita guiada com a especialista Angie Marchese, que por US$ 100 por pessoa revela os segredos do lugar por duas horas.

Cerca de 300 pessoas, o máximo previsto, se inscreveram para cada uma das duas primeiras visitas virtuais.

No final de dezembro, Barbara Brown-Abolafia e alunos da universidade Bergen Community College, em Nova Jersey, fizeram um tour virtual pelo Metropolitan Museum de Nova York para descobrir a exposição "Um Novo Olhar para os Antigos Mestres".

Desta vez, a especialista não visitou o museu, como em Graceland. "Foi um formato com imagens, parecia mais um curso", lembra Brown-Abolafia.

Mas a qualidade da apresentação, o fato de ser personalizada e interativa para que os alunos pudessem fazer perguntas, valeu a pena, afirma a professora de inglês que cresceu em Nova York e visitou o Met pessoalmente em várias ocasiões.

"É o mesmo que estar dentro do Met? Não, claro que não. Mas foi estimulante do ponto de vista intelectual", sustenta.

Antes da visita, ela explicou à especialista o perfil de seus alunos "e ela se adaptou, não foi muito longe, mas também não simplificou muito". "Foi interessante que tínhamos uma hora e passamos o tempo por 20 minutos."

"Algo único"

O Met se lançou nesse nicho em junho e, entre julho e dezembro, realizou 116 tours virtuais para mais de 2.800 visitantes, a US$ 300 para até 40 adultos ou US$ 200 para estudantes.

Além de adultos, o Met já recebeu 4.000 alunos virtuais entre julho e dezembro, incluindo estudantes estrangeiros, e a demanda está aumentando, disse o museu à AFP.

Outros museus nova-iorquinos, como o Guggenheim, a Frick Collection ou mesmo o museu 11 de setembro, também investiram nessa proposta.

O Louvre, o museu mais visitado do mundo em 2019, ainda não oferece passeios virtuais pagos, embora "reflita" sobre o assunto, segundo uma porta-voz.

Apesar da oferta de passeios virtuais pagos, o Met explica que "é importante que o museu continue oferecendo programas gratuitos, para todos".

Com a pandemia, Zoom, Teams e outras plataformas de videoconferência se tornaram lugares-comuns, destaca Michael Burns, diretor de design da Quatrefoil, empresa especializada na instalação de exposições.

"A ideia de viver algo único, o lado privado, acho que é algo que as pessoas estão dispostas a pagar", diz ele.

A pandemia "criou um nicho que antes não estava estabelecido", ressalta, embora insista que nada substitui o contato visual com a obra quando estamos em sua presença física.

Em um mundo cada vez mais globalizado, onde a demanda por cultura não para de crescer, o potencial da oferta paga à distância é consistente.

"As visitas pessoais sempre estarão no centro de nossa oferta", explica Debbie Miller, gerente de marketing da Elvis Presley Enterprises, que administra Graceland. Mas "levamos em consideração o fato de que muitas pessoas não podem viajar para Memphis", onde Graceland está localizado.

Miller espera que "a demanda continue assim que as coisas voltem ao normal, porque isso oferece uma maneira prática e acessível para os fãs de Elvis em todo o mundo conhecerem Graceland", pelo menos virtualmente.

A partir desta quarta-feira (9), internos que cumprem pena no Centro de Progressão Penitenciária, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento, e nas unidades prisionais do Complexo da Papuda, em Brasília, passarão a contar com a visita virtual. O novo formato de visita foi implementado no mês passado na Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

As visitas presenciais estão suspensas em razão da pandemia de covid-19. Para a juíza da Vara de Execuções Penais, Leila Cury, a implementação da medida é uma forma de aproximar o interno de familiares e amigos. “Não dá para abrir mão desse formato neste momento. Quando falamos que a visita será virtual, [isso] nos remete a algo frio, pois será feita por meio de máquinas, mas, diante deste cenário pandêmico, é imprescindível”, disse a juíza, em comunicado.

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Cada penitenciária recebeu cinco tablets, exceto o Centro de Detenção Provisória 2, em que o número de internos é menor. O local é destinado aos detentos com covid-19 e àqueles que cumprem a quarentena de 14 dias. As ligações de vídeo, por meio do aplicativo WhatsApp instalado em tablets, serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h. A previsão é que diariamente sejam realizadas até 30 ligações, de 3 minutos cada uma, por unidade prisional.

O agendamento será feito após indicação do interno sobre o parente ou amigo cadastrado e autorizado como visitante. O cadastro precisa estar ativo e atualizado. A data da visitas online e a atualização dos dados, estarão disponíveis no site da Secretaria de Administração Penitenciária.

Os 40 tablets que serão usados durante as visitas foram doados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, como resultado das tratativas do Ministérios Público do Distrito Federal e Territórios e da Vara de Execuções Penais.

Mensagens de texto

Em abril, o governo já havia disponibilizado um canal para troca de mensagens entre familiares e internos, por meio do link do cadastro de visitantes. O familiar ou amigo cadastrado acessa o mesmo link em que retira senhas para realizar visitas.

A mensagem é impressa e entregue ao interno, que poderá respondê-la. Internos em quarentena ou contaminados por covid-19 também estão contemplados com a medida. De acordo com o governo do DF, independentemente das mensagens, as informações sobre o estado de saúde de cada um são repassadas às famílias por meio das equipes das unidades prisionais.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) iniciou a distribuição de tablets e smartphones que serão usados nas visitas familiares por videoaudiência nas unidades prisionais de Pernambuco. A medida atende a uma Resolução Conjunta do Departamento Penitenciário Nacional – Depen e o Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, da Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej), aprovada nesta quarta-feira (6). O intuito é minimizar os impactos do distanciamento das famílias nesse período de pandemia pelo novo coronavírus.

A Seres recebeu a doação de dez tablets e 30 smartphones e estão sendo destinados, inicialmente, às unidades da Região Metropolitana do Recife. As videochamadas ocorrerão uma vez por semana, com a duração de até três minutos, numa sala reservada, e sob supervisão. Caso o detento tenha vontade de falar com um familiar, a comunicação será estabelecida no dia e horário marcados e o visitante receberá o link a ser utilizado. Cada estabelecimento prisional definirá a programação de acordo com a sua rotina.

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Em Pernambuco, entre outras medidas preventivas, as visitas foram suspensas há mais de um mês para evitar a aglomeração de pessoas e a disseminação da Covid-19. “Estamos seguindo as diretrizes traçadas pelas autoridades sanitárias no sentido de combater a pandemia e resguardar vidas, tanto dos servidores quanto das pessoas privadas de liberdade e seus familiares”, explica o presidente do Consej e secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

A Gerência de Tecnologia da Informação da Seres é responsável pela instalação, coordenação e suporte das videoconferências. 

Da assessoria

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