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Na tarde desta quinta-feira (26), a Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco (Fiocruz PE) esclareceu através de nota a real contribuição do instituto em relação às pesquisas divulgadas na última quarta-feira (25). O estudo revelou a ligação entre o zika vírus e o desencadeamento na Síndrome de Gulliian-Barré, o que pode causar a microcefalia. 

O Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz PE) explica que a identificação de que tipo de comprometimento neurológico - se Síndrome de Gulliian-Barré ou outra qualquer outra - não foi feita pelos cientistas da Fiocruz e sim pelos médicos neurologistas da rede assistencial de saúde, Carlos Brito e Lúcia Brito. 

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Confira a nota na íntegra:

O Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz PE), a unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco, vem a público, por meio desta nota, esclarecer a sua real contribuição nas pesquisas que envolvem o zika vírus e algumas informações veiculadas pela imprensa a respeito do tema.

O primeiro ponto a ser esclarecido é que em 2014 não desenvolvemos qualquer estudo nem tão pouco realizamos testes para comprovação do zika vírus. Este ano, no entanto, dentro de um projeto de pesquisa voltado para o estudo da dengue – “Estudo prospectivo para a identificação de sinais clínicos, fatores virológicos e imunológicos preditivos da forma clínica severa da dengue”, aprovado no edital Programa de Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde – PPSUS Rede (3ª rodada)  – os pesquisadores encontraram, no universo de 224 casos suspeitos de dengue investigados laboratorialmente, dez amostras foram identificadas com detecção do material genético do vírus (diagnóstico molecular) positivas para o zika vírus. Dessas, ficou comprovado que sete amostras eram de pacientes com comprometimento neurológico. Salientamos que, a identificação de que tipo de comprometimento neurológico - se Síndrome de Gulliian-Barré ou outra qualquer outra - não foi feita pelos cientistas da Fiocruz e sim pelos médicos neurologistas da rede assistencial de saúde.

De fato, a única pesquisa da Fiocruz Pernambuco que envolve o zika vírus é o projeto “The emergence of Zika Virus in Brazil: investigating viral features and host responses to design preventive strategies”, recém aprovado no edital da Facepe, no último dia 03 de novembro de 2015. O projeto, que tem à frente o pesquisador do Deptº de Virologia e Terapia Experimental (Lavite) da Fiocruz PE, Rafael França, pretende produzir novos métodos para diagnóstico das infecções do zika vírus, realizar estudos epidemiológicos e biológicos do vírus através do estudo da interação vírus-células, usando modelos in vitro. O mesmo será desenvolvido no Lavite em parceria com o colaborador do Center of Virus Research – Universidade de Glasgow (Reino Unido) – e contará com apoio de pesquisadores da Universidade de São Paulo – USP.

Assim, qualquer outra atividade atribuída aos cientistas da Fiocruz Pernambuco não corresponde a verdade. Sugerimos aos profissionais da imprensa que, para maior segurança na veracidade das informações, busquem os contatos com nossos pesquisadores através da assessoria de comunicação da instituição.

Aproveitando o ensejo, ressaltamos que em relação aos recentes casos de microcefalia, todas as atividades da Fiocruz estão sendo desenvolvidas em consonância e em parceria com o Ministério da Saúde e com a Secretaria de Saúde de Pernambuco.

O vírus que agora é considerado o suspeito número um do surto de microcefalia registrado no Brasil traz no nome uma referência à área onde foi descoberto, em 1947: a floresta de Zika, na África.

Até há pouco tempo, ele despertava pouca atenção de autoridades sanitárias. A pouca preocupação tinha como justificativa suas características. Pacientes com a infecção apresentavam sintomas leves: febre baixa, manchas pelo corpo e coceira. "Até hoje, havia apenas um registro de surto provocado pela zika, em 2007, na Ilha de Yap", conta o professor da Federal do Rio Grande do Norte, Kleber Luz.

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Na ilha, com 29 mil pessoas, nunca houve uma relação entre a febre e o aumento de microcefalia. "Mas isso não quer dizer nada. O número de pessoas é pequeno. Talvez possa até ter havido aumento, mas não foi perceptível diante do pequeno impacto para a população."

O vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Uma vez inoculado na pele, ele se multiplica e, passados sete dias, vai para a corrente sanguínea, o período chamado viremia. Há três tipos de zika: o da Ásia, o da África do Leste e África Oeste. Não há um exame de diagnóstico para a zika por meio de anticorpos.

"É difícil de ser trabalhado, porque a viremia é de curta duração e pouco intensa", disse Luz. "Há pouca matéria-prima para se desenvolver o exame." Uma dificuldade que não existe com o vírus da dengue, considerado seu "primo". "Na chikungunya, a viremia é de três dias, mas considerada muito alta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O instituto Evangro Chagas (IEC) confirmou nesta segunda-feira (22) casos de Zika vírus em Pernambuco. De 11 exames, 4 deram positivo para a enfermidade e 7 foram descartados. As confirmações de Zika vírus foram nos municípios de Jaboatão dos Guararapes (mulher de 24 anos), Olinda (homem de 19 anos e homem de 61 anos) e Recife (criança do sexo feminino de 13 anos).

Todas as notificações aconteceram na primeira quinzena do mês de março. Os pacientes tiveram manchas vermelhas pelo corpo, febre, coceira e dor nos olhos, articulações e no corpo, sintomas também característicos dos casos de dengue. Ainda há 36 amostras em análise no laboratório Instituto Evandro Chagas.

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No Brasil, ainda não há sorologia disponível comercialmente para a realização em massa dos testes de Zika vírus. Atualmente, o Ministério da Saúde (MS) está estudando como será o protocolo e como fazer a disseminação do teste comprobatório para os Estados. Devido a isso, a recomendação é para que os profissionais médicos continuem notificando os casos suspeitos como dengue e façam o tratamento do paciente como determina o manejo clínico dessa doença.

O QUE É – Doença viral aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e caracterizada pelo aparecimento de manchas avermelhadas pela pele, febre, dores articulares ou musculares, dor de cabeça, coceira. Os sintomas desaparecem entre o 3º e o 7º dia. Geralmente não há complicações graves e não há registro de mortes. A taxa de hospitalização é baixa. De acordo com o Ministério da Saúde, na literatura, 80% dos casos das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas.

No Brasil, já há confirmações de Zika vírus na Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Alagoas, Roraima, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os casos foram comprovados pelo Instituto Evandro Chagas.

BOLETIM DENGUE 

A Secretaria Estadual de Saúde também divulgou, nesta segunda-feira (22), o novo boletim de dengue, referente à semana epidemiológica 23. Até o dia 13/06, foram notificados 65.085 casos de dengue (19.085 confirmações), distribuídos em 184 municípios (incluindo Fernando de Noronha – apenas São Benedito do Sul não notificou ainda). Isso representa um aumento de 493,95% em relação às notificações do mesmo período de 2014, quando foram notificados 10.958 casos suspeitos (4.510 confirmados).

Os municípios com o maior número de notificações são: Recife (14.017), Camaragibe (3.122), Jaboatão dos Guararapes (2.536) e Goiana (2.270), totalizando 21.945 casos suspeitos (33,72% do total do Estado).

Com informações da assessoria.

Dengue, chikungunya, zika vírus. A “doença misteriosa” que assola os estados nordestinos, desde o final de 2014, continua uma incógnita para os órgãos de saúde pública. Os sintomas, semelhantes, deixam o paciente com febre, manchas vermelhas, coceira. Especialistas da Região Metropolitana do Recife concordam em uma questão: o zika vírus precisa continuar a ser levado em consideração nas avaliações médicas. 

“Por enquanto, o zika vírus não pode ser descartado. Porque, para se ter uma epidemia, é precisa três elementos: ter o vírus circulante, o vetor e uma população suscetível. Destes, só não temos a confirmação do vírus, então é preciso continuarmos atentos”, afirmou o infectologista Luciano Arraes, do Hospital Oswaldo Cruz. O médico lembrou que a possibilidade da doença na Bahia ainda não foi confirmada pelo Ministério da Saúde. 

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Na última semana, a Secretária Estadual de Saúde de Pernambuco afirmou que nenhum caso da doença foi confirmado entre os notificados pelos agentes de saúde. Segundo a infectologista Martha Romeiro, da Unimed Recife, a doença precisa ser “cogitada e pesquisa”, pois há a possibilidade de introdução do vírus no país. “Provavelmente, com a possibilidade da doença na Bahia, o Ministério da Saúde intensificará as vigilâncias. Mas a população precisa entender que o zika vírus é alto limitada (de menor risco que a dengue) e a possibilidade de ocorrer complicações é bem mais baixo”, disse Romeiro. 

Ao iniciar os sintomas, é aconselhável que o indivíduo aguarde 48 horas até a evolução do quadro. “Lógico, se houver febre mais intensa, é necessário procurar o médico. Mas o ideal é esperar um pouco para ver a evolução e o especialista ter mais subsídios para investigar”, completou a infectologista.

Coordenadora da Vigilância e Controle da Dengue e Chikungunya em Jaboatão dos Guararapes, Elizabeth Jerônimo aponta a automedicação como grande problema e risco aos pacientes. “A possibilidade para o zika vírus existe, mas a população precisa se acalmar. O autodiagnóstico e a automedicação é um risco e pode agravar o quadro do paciente, pois há uma sorologia específica”, apontou.

Já para o médico infectologista consultor da rede hospitalar Hapvida, Vladimir Yuri, tomar medicamentos analgésicos mais usuais, como dipirona e paracetamol, não trará problemas aos pacientes. “o que não pode é fazer uso de antibióticos mais fortes, antialérgicos com uso indiscriminado”.

A preocupação, para o médico, deve ser outra. “Carecemos de informação. O que sabemos é que o vetor é mesmo, pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Portanto as pessoas devem continuar conscientes para evitar o acúmulo de água”, aponta Yuri. Sobre a dengue, a Secretaria Estadual confirmou que, até o dia 18 de abril, 26.666 casos da enfermidade foram notificados, com mais de 5 mil confirmados, em 174 municípios. 

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclareceu através de nota que não foram registrados casos de zika vírus em Pernambuco. Na quarta-feira (29), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) divulgou o resultado de um estudo apontando que o novo vírus que vem causando sintomas semelhantes ao da dengue é o zika vírus, que nunca havia sido detectado na América Latina.

Os testes foram realizados pelos pesquisadores Gúbio Soares e Silvia Sardi, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (ICS-UFBA). O zika vírus foi descoberto após coleta de amostras de sangue de pacientes de Camaçari-BA, um dos municípios baianos acometidos pelo surto.

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De acordo com o professor Gúbio Soares, o vírus causa um quadro parecido com o da dengue, em que o paciente pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores e manchas no corpo. O novo vírus, entretanto, é mais fraco, com sintomas mais brandos.  “Não é tão grave quanto dengue ou chikungunya, não leva o paciente à morte. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o tratamento é o mesmo”, explicou. O paciente também pode apresentar sinais de conjuntivite. O vírus é transmitido pela picada do mosquito aedes aegypti, aedes albopictus e outros tipos de aedes.

Segundo a SES, os casos de virose atípica, que apresentam manchas avermelhadas na pele, têm sido monitorados em todo o estado. A secretaria disse que a maioria tem dado positivo para dengue e que, quando há resultados negativos, testes para outras doenças são realizados, como chikungunya, rubéola, sarampo e zika vírus. Todas essas enfermidades não foram diagnosticadas em Pernambuco.

A Secretaria de Saúde também alegou que as amostras negativas são enviadas para novas análises no Instituto Evandro Chagas, no Pará, e no Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da FioCruz-PE, ainda não havendo confirmação de nenhuma outra doença além de dengue. A SES está realizando um estudo para entender a virose. Uma comissão foi criada especificamente para fazer a análise e monitoramento dos casos. O resultado desse trabalho ficará pronto até o final de junho.   

Surto – Até o dia 18 de abril, data do último balanço realizado, a Secretaria Estadual de Saúde registrou 26.666 caos de dengue distribuídos em 174 municípios, sendo 5.153 casos confirmados. Isso significa um aumento de 459,86% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram notificados 4763 casos e confirmados 1812 desses.

Os municípios com maior número de notificações são Recife (6633), Jaboatão dos Guararapes (1387), Camaragibe (1379) e Goiana (942), totalizando 10341 casos (38,78% do total do estado).

Atualmente, a SES contabiliza 41 municípios com alta incidência (número de casos por 100 mil habitantes). São eles: Itapetim (2.042,58), Sanharó (1.331,65), São José do Egito (1.319,75), Pedra (1.258,73), Venturosa (1.109,48), Limoeiro (949,66), Goiana (889,04), Calumbi (852,32), Condado (842,70), Itaquitinga (808,58), Surubim (740,44), Iguaraci (726,25), Ingazeira (723,21), Arquipélago Fernando de Noronha (658,81), Vertentes (633,87), Toritama (584,87), Belo Jardim (571,91), Casinhas (570,86), Jataúba (566,49), Camaragibe (530,62), Tuparetama (528,32), Iati (527,37), Lagoa do Carro (469,65), Macaparana (457,76), São Bento do Una (434,74), Santa Cruz do Capibaribe (433,33), Vitória de Santo Antão (433,01), Buenos Aires (423,92), Itambé (422,00), Brejinho (415,33), Alagoinha (414,04), Timbaúba (412,30), Pesqueira (409,00), Betânia (392,41), Afogados da Ingazeira (385,80), Taquaritinga do Norte (371,49), Ipojuca (358,02), Carpina (351,65), Tabira (338,40), Flores (305,32) e Igarassu (300,22).

Foram notificados 28 casos de dengue grave no ano de 2015, com 19 confirmações. No mesmo período do ano passado, foram 22 confirmações. Em relação aos óbitos foram 16 notificações com 1 descartado e os demais em investigação. No mesmo período de 2014 foram 22 óbitos suspeitos, sendo 18 confirmados.

Com informações da assessoria 

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