Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Governo se comunica mal

Magno Martins, | sab, 19/04/2014 - 00:00
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Não seria difícil para o PT e aliados explicarem a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, desde que o governo, a presidente Dilma Rousseff e a estatal não tivessem cometidos tantos erros de comunicação. Essa avaliação ganhou força entre os deputados da base governista após o ex-presidente da Petrobras José Gabrielli ter dado explicações à bancada do PT na Câmara dos Deputados.

O ex-dirigente apresentou valores detalhados dos gastos da Petrobras com o negócio e muniu os deputados petistas com argumentos para defender o governo no Congresso Nacional e enfrentar a provável Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras.

"Por falhas de comunicação da Petrobras e do governo essa história não está sendo contada corretamente. E ficam espalhando esses valores falsos da aquisição de Pasadena", disse ao blog um petista que participou da reunião. 

O ex-presidente da estatal disse aos parlamentares que a compra da refinaria em Pasadena foi um ótimo negócio, considerando o cenário mundial de refino naquele momento. "A referência para saber se o preço de uma refinaria é ‘barato ou caro' é o custo em dólar por barril processado por dia", diz um trecho da apresentação de Gabrielli à bancada.

"Em 2006, a Petrobras pagou por 50 por cento da refinaria de Pasadena, 3.800 dólares por barril de capacidade de processamento/dia. O valor médio das aquisições em 2006 foi de 9.734 dólares por barril/dia", compara outro trecho da apresentação.

Mas argumentos favoráveis ao negócio entre a estatal e a Astra Oil, na avaliação de petistas, são difíceis de serem levados adiante depois que a presidente Dilma Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da Petrobras à época, emitiu uma nota informando que a decisão foi tomada com base num documento “técnica e juridicamente falha”.

A presidente disse ainda, ao responder a denúncias de supostas irregularidades, que se soubesse de todas as cláusulas do contrato não teria autorizado à negociação. "Esse foi um erro crasso dela. Ela não precisava ter feito nota alguma. Se não toda, a maior parte da bancada tem essa avaliação", disse um deputado petista, pedindo anonimato.

O deputado disse que a entrevista da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, dias antes do seu depoimento ao Senado, informando que desconhecia partes dos contratos entre a estatal e a Astra Oil, também foi avaliada como desastrosa para o governo. "Aquilo mostrou que nem a presidente Dilma e nem a nova presidente da Petrobras sabiam do que estavam falando", criticou o mesmo deputado petista.

MANOBRA– Poucos dias após a divulgação da nota da presidente Dilma, a oposição já havia conseguido recolher assinaturas suficientes para a criação de uma CPI no Senado. O governo ainda manobra junto aos aliados para evitar a instalação da CPI ou para ampliar o escopo da investigação para incluir supostas irregularidades envolvendo trens e metrôs em São Paulo e do Distrito Federal, que poderiam respingar em partidos de oposição.

Ladeira abaixo– A criação de uma CPI para investigar a estatal já está causando dificuldades políticas adicionais à Dilma, que irá disputar a reeleição e tem sofrido com a queda das intenções de voto e da avaliação positiva do governo, de acordo com pesquisas do Vox Populi e do Ibope divulgadas nos últimos dias.

Olho no calendário– Candidato da oposição ao Governo do Estado, o senador Armando Monteiro aproveita o feriadão para fazer uma avaliação interna desta fase pré-campanha e traçar novos rumos até a convenção, em junho. O próximo passo agora é fechar a chapa com ou sem o PDT, que deve anunciar de que lado ficará esta ou na próxima semana.

Mais empregos- O governador João Lyra Neto acompanhou o primeiro envase da cerveja Itaipava em garrafa de 600 ml, quinta-feira passada, na fábrica de Itapissuma. Investimento da ordem de R$ 600 milhões, quando estiver funcionando plenamente no segundo semestre deste ano, a fábrica produzirá 600 milhões de litros por ano, gerando mil empregos diretos.

Fechando 100%- Com a chegada de mais um grupo de 22 profissionais nesta semana, Pernambuco passa a ter 100% da sua demanda atendida pelo programa Mais Médicos, voltado para atenção da saúde básica, totalizando 569 médicos. Segundo cálculos do Governo Federal, o programa beneficia no Estado mais de 1,9 milhões de pessoas.

CURTAS

E A ÁGUA?– O deputado Pedro Eugênio foi à tribuna afirmar que a presença da presidente Dilma no Sertão do Pajeú trouxe obras importantes, como a Adutora do Pajeú, que tem capacidade, segundo ele, de salvar vários municípios do colapso de água. O parlamentar só esqueceu-se de acrescentar que muita está reclamando que não recebe água em casa.

SEM CANDIDATO- Como o presidente da Câmara de Garanhuns, Audálio Ramos, não é mais candidato a deputado, o prefeito Izaias Régis (PTB) está por enquanto sem nome para apoiar na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa. O petebista não apoia a vice-prefeita Rosa Quidute, já em campanha.

Perguntar não ofende: Quando a Conab volta a liberar o milho subsidiado em Pernambuco?

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