O Partido dos Trabalhadores (PT), que tem como um dos principais motes a defesa do trabalhador, vai ter que se explicar sobre uma ação trabalhista que tramita na 4ª Vara do Trabalho de Florianópolis (SC) por empregar uma funcionária sem assinar a sua carteira de trabalho.
A jornalista chamada Daisy Schio, que exercia a função de assessora de imprensa do Diretório do PT de Santa Catarina, ingressou com a ação após ter sido demitida, em julho de 2017, e ter ficado sem receber nenhum direito trabalhista como férias e 13º salário. Ela trabalhou no local durante um ano e meio.
Daisy foi contratada como pessoa jurídica e, para receber pelo seu trabalho, devia emitir nota fiscal como se fosse uma empresa. À revista Veja, Daisy disse que se submeteu porque não tinha condições de negar o trabalho, mas que se sentiu “decepcionada” pela “incoerência” do PT. “Quando descobri [que seria pessoa jurídica] eu não tinha condições de dizer ‘não quero, vou embora’. Fui escolhida por unanimidade por quem fez as entrevistas, mas para receber tinha que entregar nota [fiscal]”, contou à revista VEJA.
Na Justiça, ela pediu com um pedido de indenização de R$ 150 mil. Na primeira audiência do caso, o PT tentou fazer um acordo oferecendo R$ 5 mil, mas Daisy negou. A advogada do diretório do PT, em resposta ao site “SC em pauta”, argumentou que a jornalista “não cumpria os requisitos para que fosse considerada a existência de vínculo conforme previa a antiga CLT”.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina se manifestou sobre o caso. “É no mínimo contraditório que, numa audiência de conciliação, representantes da sigla utilizem a ‘deforma’ trabalhista proposta pelo governo Temer – que o PT combateu publicamente – como argumento para sustentar sua posição contra a reclamatória da jornalista”, lamentou.
LeiaJá é um parceiro do Portal iG - Copyright. 2024. Todos os direitos reservados.