Tópicos | 2º trimestre 2014

A região Nordeste foi responsável pela geração de dois terços dos novos postos de trabalho criados no País no período de um ano, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados nesta quinta-feira, 06, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O mercado de trabalho nordestino abriu 999 mil vagas do segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em todo o País, foram criadas 1,495 milhão de vagas.

##RECOMENDA##

A região também registrou forte aumento na formalização. O número de empregados com carteira assinada no setor privado aumentou 10,4% no segundo trimestre ante o segundo trimestre de 2013, o equivalente a mais 582 mil trabalhadores formais. No total do País, a alta foi de 5,1%, com a entrada de 1,799 milhão de empregados para a formalidade.

"Foi o cenário econômico que favoreceu essa geração de postos de trabalho", explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Azeredo lembrou que as regiões que apresentaram maior recuo na taxa de desemprego no segundo trimestre foram Nordeste e Norte. "Dado o desenvolvimento econômico dessas regiões ser menor que o das demais, elas têm um nível de ocupação menor. Entretanto, principalmente na Região Nordeste, foi verificado crescimento expressivo da população ocupada. Nessa regiões também foi observado crescimento expressivo da população empregada com carteira assinada", disse.

Cenário

De acordo com Azeredo, a queda na taxa de desocupação na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2014 foi menos intensa do que a verificada no mesmo período de 2013. No entanto, o cenário do mercado de trabalho é favorável, com geração substancial de vagas e aumento na formalidade, afirmou ele. "Essa queda na desocupação é uma resposta a um movimento sazonal, que se deu de forma menos intensa que no ano passado. No primeiro trimestre, muita gente perde emprego por conta da dispensa de temporários", explicou Azeredo.

A taxa de desocupação recuou 0,6 ponto porcentual na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2013, de 8% para 7,4%. No mesmo período deste ano, a queda foi de apenas 0,3 ponto porcentual, de 7,1% para 6,8%, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

"A taxa de desocupação está caindo, mas em ritmo menor", disse o pesquisador. "O que a Pnad Contínua mostra é que o mercado de trabalho segue favorável em termos de geração de postos de trabalho, a desocupação vem caindo. O resultado é favorável", completou.

Embora o cenário do mercado de trabalho ainda seja muito desigual entre homens e mulheres, foram elas que puxaram a taxa de desemprego para baixo no segundo trimestre de 2014, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto a taxa de desemprego entre as mulheres recuou de 8,7% no primeiro trimestre para 8,2% no segundo trimestre de 2014, a taxa de desemprego entre os homens ficou praticamente estável, passando de 5,9% no primeiro trimestre para 5,8% no segundo trimestre. No mesmo período, a taxa de desocupação no País caiu de 7,1% para 6,8%. "Parte expressiva na queda da desocupação foi provocada pela inserção das mulheres no mercado de trabalho", confirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Desemprego do IBGE.

##RECOMENDA##

No entanto, o nível da ocupação das mulheres permanece muito aquém do nível de ocupação dos homens: 46,4% contra 68,4%. "Quer dizer o seguinte, se você separar todas as mulheres com 14 ou mais de idade, apenas 46,4% estão trabalhando", apontou Azeredo. O pesquisador lembrou que as mulheres têm mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho, embora tenham escolaridade maior. Na fila da desocupação, as mulheres são maioria, 52%.

A Associação Brasileira da Indústria Grande Consumidora de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) divulgou nesta sexta-feira (29) nota para criticar duramente o governo pelo resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre. Para a entidade, a queda de 11,2% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no segundo trimestre, divulgada hoje pelo IBGE, comprova que a indústria perdeu a capacidade de investir.

Na nota, a Abrace acusa o governo de fazer uma politica anti-industrial energética. A associação também avalia que a retração do PIB 'é resultado do que classificou de "mais uma demonstração da inadequação da política com foco exclusivo em melhorias diretas na renda da população".

##RECOMENDA##

Para a associação, os efeitos dessa política têm trazido perdas, principalmente para a indústria que é grande consumidora de energia. "Evidentemente que não temos nada contra a melhoria da renda das famílias, muito pelo contrário. Mas isso deve ser feito sem que a sustentabilidade do próprio objetivo fique ameaçada, como indicam os números de hoje", avalia o presidente-executivo da Abrace, Paulo Pedrosa. Na sua avaliação, esse processo também é verificado no custo da mão-de-obra e na política cambial.

A entidade afirma que a percepção de muitos dos seus associados é que o País teria até mesmo uma política anti-industrial energética. "Como se a energia para a produção fosse menos digna da atuação pública do que a que chega às pessoas", alfineta a entidade. Para a Abrace, esse política do governo pode ser evidenciada na opção de não se destinar às grandes indústrias cotas de energia das concessões antigas. A entidade critica também os preços elevados do gás natural e da energia elétrica que são, na sua avaliação, há muito tempo, fatores de perda de competitividade e desestímulo a investimentos na produção.

A associação também argumentou que a indústria, grande consumidora de energia, tem que assumir riscos e custos que "caberiam a outros", como o aumento recente no custo da transmissão da ordem de 70% devido ao atraso de obras de geradores e risco de consumidores livres terem de assumir boa parte da dívida de Santo Antônio Energia no mercado de curto prazo. A entidade também atacou a substituição de contratos antigos por outros, muito mais caros.

A retração de 0,6% no PIB do segundo trimestre em relação ao primeiro deflagrou uma onda de revisões nas projeções para o crescimento da economia. Uma pesquisa feita com 20 instituições do mercado financeiro pela Agência Estado mostra que, na média, os analistas esperam uma alta de 0,35% no PIB neste ano e nenhuma das projeções ultrapassa os 0,8%. Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou que o governo irá revisar sua projeção, que hoje indica um incremento de 1,8%. Antes da divulgação nesta sexta-feira (29) do PIB, o Boletim Focus, pesquisa do Banco Central (BC) com cerca de 100 instituições, apontava projeção média de crescimento de 0,7% neste ano.

Para o terceiro trimestre, o cenário traçado pelos 20 analistas financeiros pesquisados também não é dos mais animadores. As previsões preliminares vão de uma queda de 0,1% a uma expansão de 0,8% em relação ao segundo trimestre - alta de 0,2% na média.

##RECOMENDA##

Entre a maioria dos economistas consultados, a perspectiva para o PIB no segundo semestre é um pouco melhor do que a observada no primeiro, quando houve expansão de 0,5% em relação a igual período de 2013, mas o cenário esperado seria insuficiente para reerguer a economia.

"A expectativa é de alguma retomada leve da atividade em agosto devido basicamente a mais dias úteis", comentou o economista Henrique Santos, da gestora ARX Investimentos, lembrando do efeito da Copa do Mundo.

Para o último trimestre, a ARX trabalha com estimativa preliminar de expansão entre 0,50% e 0,60% ante o terceiro trimestre, mas isso não seria suficiente para recuperar o resultado do acumulado de 2014, que deverá ser de apenas 0,10%.

Após os dados do PIB do segundo trimestre, a consultoria Tendências revisou a projeção para 2014, de um crescimento de 0,6% para avanço de apenas 0,3%. "Teria que haver uma recuperação muito forte da economia, o que não me parece factível, dado que os indicadores (já divulgados) não apontam isso", argumentou o economista Rafael Bacciotti.

Segundo a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), o crescimento das vendas de em julho sinaliza uma recuperação da economia, após três meses consecutivos de desempenho negativo. O papelão ondulado é usado nas embalagens de diversos produtos e suas vendas costumam indicar avanços e retrações na economia.

O economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, está no piso do levantamento da Agência Estado. Para Oliveira, a confiança em queda reforça a percepção de baixa até no atual trimestre. Para o último quarto do ano, o banco espera avanço de 0,20%, o que levaria a crescimento zero em 2014.

A contração na economia do Brasil no segundo trimestre ressalta desafios importantes que o próximo governo do País enfrentará, após a eleição presidencial de outubro, afirmou a agência de classificação de riscos Fitch, em relatório. As perspectivas econômicas de médio prazo dependerão muito das medidas tomadas pela próxima administração para restaurar a confiança, reduzir o custo de fazer negócios e facilitar uma transição mais rápida em direção ao crescimento liderado pelo investimento, disse.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,60% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano, informou na manhã desta sexta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A agência ressaltou que a queda em investimento foi o principal fator para a contração econômica no período. Além disso, o IBGE revisou a variação no primeiro trimestre deste ano. O recuo foi de 0,2% na comparação com o quarto trimestre de 2013. Inicialmente, o instituto havia apurado um avanço de 0,2%, como divulgado em maio.

##RECOMENDA##

"A leitura do segundo trimestre e a revisão do primeiro trimestre significam que o Brasil está em recessão técnica e que a desaceleração em 2014 será mais acentuada do que o previsto em nossa previsão do ano inteiro, de crescimento real do PIB de 1,5% (contra 2,5% no ano passado). Vamos, portanto, reduzir a nossa previsão de crescimento em 2014 na próxima atualização do nosso relatório trimestral 'Perspectivas da Economia Global', que será publicado em setembro", afirmou a agência.

Segundo a Fitch, o Brasil está passando por uma "desaceleração prolongada". "O crescimento médio em 2011 a 2013 foi de 2,1%, menos da metade da média de 4,5% no período de 2006 a 2010", afirmou. "O impacto do aperto monetário e do potencial aperto fiscal no próximo ano no crescimento significam que qualquer recuperação durante nosso período de previsão de ratings deve ser gradual." O declínio acentuado dos indicadores de confiança nos últimos meses, que pode refletir a "erosão" na formulação de políticas, a incerteza pré-eleitoral e competitividade fraca também apontam para uma recuperação lenta, diz a Fitch.

O espaço para estímulo da demanda do Brasil no curto prazo é limitado pela inflação elevada e dívida pública, disse a agência, ao ressaltar que a inflação anual do IPCA continua a pairar perto do limite superior do intervalo de tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo do Banco Central do Brasil, cujo centro da meta é 4,5%. "Nossas projeções básicas veem a dívida bruta do governo geral se estabilizando um pouco abaixo de 60% do PIB (o que é acima da média dos ratings 'BBB'). Estas presumem que algum ajuste fiscal ocorra no próximo ano e que o crescimento se recupere", afirmou.

"O principal risco para a trajetória da dívida seria mais quedas nos superávits primários e desempenhos fracos" contínuos no crescimento. Segundo a agência, o fraco crescimento do PIB já está afetando as finanças públicas através do crescimento da receita mais fraco. Em 12 meses até julho, o superávit do governo central ficou em 1,22% do PIB, o que ressalta os desafios crescentes para atingir a meta de crescimento de 1,9% do PIB para este ano, afirmou. A dependência de receitas não recorrentes vai continuar neste ano, o que reduz a previsibilidade das finanças públicas.

"A queda dos indicadores de confiança sugerem que os agentes econômicos querem ver ajustes adicionais de política para além dos já realizados, que incluem o aperto monetário, alguma flexibilidade da taxa de câmbio e tentativas para aumentar o investimento privado em infraestrutura." Para a agência, restaurar a confiança, fortalecer a credibilidade da política fiscal e econômica e reduzir os gargalos estruturais em áreas como infraestrutura e ambiente de negócios seriam favoráveis para o perfil de crédito soberano do Brasil se resultarem em um crescimento mais rápido sustentável. A capacidade das autoridades para ajustar a política de modo a corrigir os desequilíbrios econômicos e fiscais, portanto, "continua a ser um foco importante de nossa avaliação de ratings soberanos".

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira, 29, que há uma perspectiva positiva para o crescimento do País a partir do terceiro trimestre em função de vários fatores, entre eles o avanço da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), com destaque para os investimentos relativos a empreendimentos imobiliários. "Vão entrar vários investimentos em construção que vão puxar o PIB para cima", comentou.

"Além disso, o crédito vai aumentar porque foi liberado o compulsório (pelo Banco Central)", destacou o ministro. "A inadimplência está bem comportada e as famílias estão menos endividadas", disse, ressaltando que há um cenário bem mais favorável ao aumento do consumo no curto prazo.

##RECOMENDA##

Mantega destacou que "nunca tivemos" concessões de financiamentos tão escassas como no primeiro semestre deste ano. "As vendas de automóveis e bens duráveis vão aumentar", disse. "A política monetária do BC foi muito rígida, mas agora vai voltar a ter mais crédito", acrescentou.

Grau de investimento

Mantega diz não acreditar que "haverá revisão do grau de investimento" do Brasil em 2015. O Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, perguntou ao ministro se não aumentou o risco de o País perder esta avaliação das principais agências internacionais de rating, sobretudo devido ao crescimento muito baixo do PIB e resultados desfavoráveis do superávit primário.

"Está difícil, mas vamos fazer todo o esforço para cumprir a meta do primário neste ano. Estamos mantendo uma política para entregar o primário", comentou Mantega. Segundo ele, o ano de 2014 apresenta obstáculos para atingir esse objetivo, especialmente com um ritmo menor da arrecadação. "Mesmo com o primário um pouco menor agora (em julho), faremos um dos maiores do mundo", destacou. O ministro ressaltou que, apesar dessas condições, a dívida líquida apresenta estabilidade, perto de 34% do PIB. "Para 2015, temos condições de fazer um primário maior do que em 2014", disse Mantega.

Inflação

O ministro disse também que a inflação está baixa e que resultados favoráveis continuarão acontecendo. "A inflação está baixa e vamos continuar tendo resultados positivos", disse durante entrevista coletiva em que comentou a queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre.

De acordo com o ministro, o crédito começou a melhorar em função do controle da inflação. Para ele, a liberação do compulsório deve ajudar na recuperação da economia.

Os salários, de acordo com o ministro, continuam crescendo. "Temos condições de aumentar o consumo no segundo semestre. Isso vai melhorar gradualmente por causa do crédito", disse Mantega, acrescentando que a economia já está crescendo no terceiro trimestre. "Os indicadores são poucos, mas já começamos o terceiro trimestre com dados positivos", disse Mantega, citando a emissão de papelão e tráfego de veículos pesados nas estradas.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (29), que com o resultado do PIB no segundo trimestre, que apresentou queda de 0,6% na margem, "não será possível o Brasil crescer 1,8% em 2014". Segundo ele, a sua pasta deverá fazer uma revisão para baixo dessa previsão oficial em setembro.

Mantega, afirmou, porém, que "não dá para dizer que o Brasil está em recessão". Segundo ele, a queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre foi influenciada pela retração de 0,6% entre abril e junho, na margem. Na sua avaliação, como o País entre julho e setembro vai crescer, provavelmente haverá revisão do PIB nos trimestres anteriores, o que poderá acabar com a sequência de queda da economia por dois trimestres consecutivos.

##RECOMENDA##

"Recessão é parada prolongada da economia como ocorreu na Europa", destacou Mantega. "Estamos falando de no máximo dois trimestres no Brasil e sabemos que a economia está em movimento", destacou. "Recessão é quando há desemprego e renda da população caindo. Aqui é ao contrário. Para os trabalhadores é como se nem houvesse crise internacional", afirmou. "Eles têm tido há vários anos e no primeiro semestre de 2014 aumento do emprego e da renda."

Massa salarial

Mantega afirmou que a massa salarial continuou crescendo no primeiro semestre deste ano, com expansão de 2% a 3% em termos anualizados, junto com geração líquida de 500 mil empregos. "Teremos possibilidade de aumentar a demanda e o consumo no segundo semestre", comentou. Segundo ele, um outro fator que ajudará é que a inflação "está baixa e vamos continuar tendo resultados positivos" nos próximos meses".

"Teremos possibilidade de aumentar a demanda e o consumo no 2º semestre", comentou Mantega. "Começamos o terceiro trimestre de forma positiva", destacou. "Temos dados positivos em julho, como papelão ondulado e vendas do setor automobilístico", disse. "A perspectiva é que teremos crescimento moderado no terceiro trimestre."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira (29) que a queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre ficou aquém do esperado. "O PIB do segundo trimestre ficou aquém das nossas expectativas", disse Mantega.

De acordo com ele, a queda da economia no período se deu pelo desapontamento dos resultados da economia internacional e problemas pontais internos como os efeitos da estiagem. Para Mantega, isso levou a redução do mercado internacional para as exportações dos produtos brasileiros.

##RECOMENDA##

"Falta mercado e isso leva a uma tendência de desaceleração das economias emergentes. A economia internacional não causou os impactos esperados", disse.

O ministro acredita que o terceiro trimestre terá crescimento. Ele disse que a Fazenda fez uma simulação dos impactos da economia internacional, do menor número de dias úteis e da seca sobre o PIB. Ele ressaltou que se trata apenas de uma simulação, não são números efetivos, mas que dão uma noção do peso destas variáveis sobre a economia brasileira.

O impacto do baixo crescimento da economia internacional sobre o PIB foi de menos 0,6 ponto porcentual. Só o Fed, cuja atuação levou o câmbio a R$ 2,45, tirou do PIB brasileiro crescimento de 0,2 a 0,3 ponto porcentual. O menor numero de dias úteis tirou de 0,2 a 0,3 ponto porcentual do PIB no segundo trimestre.

"De qualquer forma, estes impactos não vão se repetir no terceiro trimestre. Estados Unidos e União Europeia já estão se recuperando e a seca já foi absorvida. Já causou seu impacto no segundo trimestre", disse Mantega.

Política monetária

O ministro comentou também que a política monetária restritiva adotada pelo BC para combater a inflação deve gerar um impacto negativo de 0,7 ponto porcentual do PIB em termos anualizados. "Mas a liberação de compulsórios pelo Banco Central deve ajudar a recuperação da economia", comentou, referindo-se ao segundo semestre. "O crédito começou a melhorar em função do controle da inflação."

"Além disso, a gente espera que a União Europeia também tenha algum sinal de recuperação", destacou o ministro. Ele também ponderou que a seca que atingiu o País no começo deste ano, que afetou expectativas de investimentos e elevou custos de energia para empresas, não vai causar mais impactos negativos entre julho e dezembro. "Problemas conjunturais não se repetirão", destacou.

A queda nos investimentos puxou para baixo o resultado das importações no segundo trimestre. As compras de bens vindos do exterior recuaram 2,4% na comparação com igual período de 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Isso se deve muito a bens de capital", citou Rebeca de La Rocque Palis, gerente de Contas Nacionais do instituto. Os destaques negativos das importações foram máquinas e tratores, indústria automotiva, equipamentos eletrônicos e material elétrico.

Por outro lado, as exportações aumentaram 1,9% nesta mesma comparação. "O setor extrativo mineral está crescendo muito", observou Rebeca. Além disso, aparecem como influências os produtos metalúrgicos, produtos agropecuários e a siderurgia. "A soja este ano, apesar de crescer menos do que no ano passado, ainda está crescendo, e é um produto importante na nossa pauta de exportações", explicou.

##RECOMENDA##

Diante desses resultados, o setor externo deu uma contribuição positiva ao Produto Interno Bruto (PIB), que, mesmo assim, recuou 0,9% no segundo trimestre em relação a igual período de 2013.

Os cultivos de soja, mandioca e arroz foram os destaques do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário no segundo trimestre de 2014 em relação a igual período do ano passado. A atividade ficou estável no período (0,0%), mas as três culturas registraram aumentos na quantidade produzida, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No caso da soja, houve expansão de 6,0% no volume de produção em relação ao segundo trimestre do ano passado. Também avançaram mandioca (10,4%) e arroz (4,4%). Por outro lado, tiveram reduções o milho (-4,4%) e café (-6,5%).

##RECOMENDA##

"Além disso, tivemos queda de produtividade na maior parte dessas culturas", explicou Rebeca de La Rocque Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE.

"A soja, que é nossa maior cultura individual, cresceu mais de 20% no ano passado e com ganho de produtividade. Isso reflete positivamente no valor adicionado. Agora, além de crescer numa taxa bem menor, na verdade o aumento na área foi maior. Mas como houve estiagem no início do ano, isso prejudicou o grão da soja, então cresceu menos do que a área", detalhou.

No caso do café, o que prejudicou foi o preço do grão no mercado internacional, que desestimulou produtores a investir no cultivo. "Além disso, a parte da pecuária, silvicultura e extrativa vegetal tiveram crescimento fraco", acrescentou Rebeca.

O Produto Interno Brasileiro (PIB) da indústria da transformação recuou 5,5% no segundo trimestre de 2014 ante o segundo trimestre de 2013, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a construção civil teve retração de 8,7% no período. "O emprego na construção civil também caiu, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE", lembrou Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Dentro da indústria de transformação, o setor automotivo figurou entre os destaques negativos. "A indústria automotiva concedeu férias coletivas, e a exportação de veículos automotores está baixa. A gente exporta muito para Argentina e Venezuela, que estão com problemas, então a exportação caiu muito, e a renovação da frota aqui não está ocorrendo muito", explicou Rebeca.

##RECOMENDA##

As perdas no segmento automotivo afetaram a parte de bens duráveis, mas também de bens de capital, devido à menor produção de caminhões, o que teve reflexo nos investimentos. "Como nesse trimestre a produção da indústria automotiva caiu muito, também influenciou nessa parte de investimentos", acrescentou Rebeca.

Ainda para o resultado negativo registrado pela indústria de transformação no segundo trimestre, houve influência da menor produção de máquinas e equipamentos, mobiliário, máquinas e aparelhos elétricos e metalurgia. Por outro lado, houve contribuição positiva de alimentos e bebidas, perfumaria e indústria farmacêutica.

No restante do PIB da indústria, as taxas foram positivas. O segmento da extrativa mineral registrou um salto de 8% no segundo trimestre, ante o segundo trimestre do ano passado. "A extrativa mineral cresceu puxada tanto pela extração de petróleo quanto pelo minério de ferro", contou a gerente do IBGE. A produção e distribuição de eletricidade, gás e água teve aumento de 1%, impulsionada pelo crescimento no consumo residencial, contou Rebeca.

A gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palisa, evitou falar em recessão técnica quando perguntada diretamente sobre o assunto, na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre. Nesta sexta-feira (29), o IBGE informou que o PIB do segundo trimestre recuou 0,6% ante o primeiro e revisou o resultado de janeiro a março ante o quarto trimestre de 2013, de 0,2% para -0,2%.

Rebeca também refutou uma comparação com a retração na virada de 2008 para 2009, auge da crise internacional. "As taxas são bastante diferentes. As quedas de 2008 e 2009 são bastante pronunciadas", afirmou Rebeca, em entrevista. Após a apresentação dos dados, a gerente do IBGE reforçou que o instituto considera as variações entre -0,5% e 0,5% como estabilidade.

##RECOMENDA##

Além disso, as revisões estatísticas das variações do PIB na comparação com ajuste sazonal, entre um trimestre e o outro imediatamente anterior, são feitas a cada divulgação trimestral. Assim, a variação de -0,2% no primeiro trimestre de 2014 ante o último de 2013 pode passar novamente ao terreno positivo.

"As variações muito grandes, tanto para cima quanto para baixo, são revistas, mas não mudam de sinal. As variações muito próximas do zero, como esse -0,2%, podem modificar (de sinal) no trimestre seguinte", afirmou Rebeca.

A revisão da variação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano sobre o quarto trimestre de 2013, de +0,2% para -0,2%, decorreu de um tratamento estatístico realizado para o ajuste sazonal. "Não fizemos nenhuma revisão neste trimestre dos dados primários", afirmou Rebeca de La Rocque Palis, gerente de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 29.

"Como precisamos fazer previsões à frente para conseguir fazer a série, então por isso (a série) fica sujeita a revisões para trás", disse. "Isso significa que, no trimestre seguinte, dependendo do que acontecer, essas taxas podem ser revisadas novamente", acrescentou.

##RECOMENDA##

Com a revisão, o PIB brasileiro teve duas quedas consecutivas na margem: -0,2% no primeiro trimestre deste ano e -0,6% no segundo trimestre. A última vez em que isso ocorreu foi no auge da crise financeira mundial, quando o PIB caiu 3,9% no quarto trimestre de 2008 e recuou 1,6% no primeiro trimestre de 2009.

"Mas temos de tomar cuidado com taxas muito próximas de zero. Nem se fala em crescimento quando está no intervalo de -0,5% a +0,5%. Então, essa taxa pode oscilar, dependendo do resultado do próximo trimestre", disse Rebeca.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,60% no segundo trimestre em relação ao primeiro deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas de 53 instituições consultados pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 1,30% até estabilidade (0,00%), com mediana negativa de 0,40%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2013, o PIB recuou 0,90% no segundo trimestre deste ano. O resultado ficou dentro das estimavas dos analistas de 48 casas, que previam desde queda de 1,80% até alta de 0,20%, com mediana negativa de 0,60%.

##RECOMENDA##

Com o dado divulgado hoje, o PIB avançou 0,5% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2013, e acumula alta de 1,4% em 12 meses até o segundo trimestre de 2014.

O Indicador de Atividade Econômica (PIB Mensal), divulgado nesta segunda-feira, 18, pela Serasa Experian, registrou queda de 0,9% no segundo trimestre de 2014 ante os três primeiros meses do ano, na série com ajustes sazonais. Na comparação entre junho de 2014 com igual mês do ano passado, a retração foi de 1,0%. No acumulado do ano, a atividade econômica avançou 0,7% sobre o primeiro semestre de 2013.

Na avaliação dos economistas da instituição, o recuo da atividade econômica durante o segundo trimestre deste ano está relacionado à conjuntura econômica adversa, marcada pela queda dos níveis de confiança de consumidores e de empresários, pelos juros altos e pelo menor número de dias úteis, especialmente em junho deste ano, devido aos feriados e paralisações relacionados à Copa do Mundo.

##RECOMENDA##

Na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano, do ponto de vista da demanda agregada, as contribuições negativas partiram dos investimentos (-6,5%) e do consumo do governo (-0,9%). Por outro lado, houve avanço no consumo das famílias (0,7%), nas exportações (2,6%) e queda de 1,0% nas importações, segundo números da Serasa Experian.

A análise pelo viés da oferta agregada revela, segundo a Serasa, que a contração da atividade econômica entre abril e junho só não foi maior porque o setor agropecuário registrou elevação de 2,9% de sua produção frente o período de janeiro a março de 2014. No mesmo período, a indústria apresentou retração de 2,7% e o setor de serviços teve crescimento nulo. Estes dois setores pesaram mais sobre a atividade econômica, determinando seu resultado agregado.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando