Tópicos | Abertura do ano legislativo

A partir desta terça-feira (2), com a volta das atividades no Congresso, o governo retoma esforços para fazer avançar, na Câmara, matérias prioritárias para equilibrar as contas do país. A articulação com parlamentares da base governista tem, no topo da lista, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 4/15 que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2019 e a PEC 140/15, que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Horas antes da sessão de abertura do Ano Legislativo, marcada para as 15h, em que a presidente Dilma Rousseff lerá a mensagem do Executivo para senadores e deputados, os líderes de partidos alinhados com o governo se reúnem com os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). O objetivo é traçar estratégias e prioridades de votação para os primeiros meses de 2016. Mas será amanhã (3), na primeira reunião do Colégio de Líderes deste ano, agendada para as 10h, que aliados conseguirão medir a dificuldade que terão pela frente para emplacar os temas.

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Para o governo, a CPMF precisa ser aprovada até maio para que produza os efeitos esperados este ano (arrecadação de R$ 10 bilhões). A proposta só passa a valer três meses depois de virar lei e, para isso ocorrer, a PEC precisa passar pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para depois ser analisada por uma comissão especial e, se aprovada, submetida à votação em dois turnos no plenário da Câmara e em outros dois turnos no plenário do Senado. O relator do trexto na CCj, deputado Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que vai apresentar parecer ainda este mês.

Além da resistência já anunciada pela oposição, como o DEM, que declarou que “a bandeira do partido será impedir a criação de impostos”, segundo o líder Pauderney Avelino (AM), ainda há uma previsão de ritmo mais lento nas primeiras semanas. Para que as comissões voltem a funcionar, é preciso que ocorra novas eleições para compor os colegiados, mas o processo está suspenso porque o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai esperar uma resposta do Supremo Tribunal Federal (STF) aos recursos que apresentou para modificar o julgamento no qual a Corte decidiu invalidar, em dezembro do ano passado, a eleição da chapa avulsa para formação da comissão especial da Câmara que conduzirá o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Pauta trancada

Independentemente dessa articulação, aliados e oposição voltam ao trabalho com a pauta trancada por três medidas provisórias (MP) e dois projetos de lei (PL) que, enquanto não forem apreciados, impedem que outras matérias entrem na pauta do plenário. Para Cunha, essas votações podem começar ainda amanhã, na primeira sessão da Casa, mas tudo dependerá de um acordo das lideranças partidárias.

Dias antes do feriado do carnaval, se conseguirem consenso no Colégio de Líderes, os deputados podem apreciar a MP 692/15, que eleva o Imposto de Renda da Pessoa Física sobre o ganho de capital, a MP 695/15, que autoriza a loteria instantânea Lotex a também explorar comercialmente eventos de apelo popular e licenciamentos de marcas e de personagens e a MP 696/15, conhecida como MP da Reforma Administrativa, que modifica a estrutura e as competências de ministérios e de órgãos da Presidência.

Na pauta, ainda estão os projetos de Lei (PL) 3.123/15, que cria regras para o cálculo do teto salarial de servidores públicos, e o PL 2.016/15, que define o crime de terrorismo e estabelece penas de até 30 anos de prisão.

Com atraso de quase uma hora, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) apresentou, nesta segunda-feira (1), um balanço da gestão em 2015 na Câmara dos Vereadores. Durante a leitura do relatório, que aconteceu durante a sessão de abertura dos trabalhos legislativos, o socialista fez críticas às deficiências da gestão anterior - administrada pelo PT - e pontuou os investimentos feitos.

Ressaltando que os investimentos efetuados por ele "já superam tudo o que foi feito na década anterior", Geraldo listou intervenções nas áreas de saúde, educação, mobilidade e projetou as entregas para 2016. "Inauguramos a Via Mangue, maior obra das últimas décadas. Encheu-nós de emoção na sua inauguração. Somamos a ideia inicial à prioridade para o pedestre, ciclovia e faixa azul. Nada disso existia antes no Recife, há apenas três anos atrás", exemplificou o socialista.

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Segundo Geraldo, a sua gestão "reinaugurou" a forma do recifense "pensar a longo prazo". "O Recife agora trilha um novo caminho, não o mais fácil, mas o necessário. Devemos fazer um governo para todos, mas olhando para os menos favorecidos", frisou. "Estamos trabalhando para contrastar as notícias difíceis do noticiário cotidiano", complementou se referindo a crise econômica nacional.

Com uma dose eleitoral no discurso, o prefeito que tentará a reeleição em outubro frisou a necessidade de uma união entre os parlamentares e o Executivo para a melhoria da cidade. "Queremos trabalhar para unir a cidade em torno de um só projeto", complementou. Geraldo Julio ainda anunciou a entrega de oito novas escolas e creches-escolas, os Compaz, as duas bibliotecas e equipamentos de cidadania, obras nos morros e nas ruas, cinco novas feiras, mais de mil unidades habitacionais, oito novas upinhas e unidades de saúde, além Hospital da Mulher.

Veja o discurso completo:

Boas vindas tem confusão entre governo e oposição

Fazendo um balanço de 2015, o presidente da Casa, Vicente André Gomes (PSB), pontuou a atuação positiva do legislativo recifense. "O trabalho que vem sendo desenvolvido nesta casa tem um brilho especial nesta legislatura. Travamos debates e conseguimos aqui ter excelentes resultados", disse. Segundo ele, os vereadores "cumpriram a essência da democracia" e " da luta pelo Recife".

Seguindo um rito previsto pela Lei Orgânica, os líderes da bancada de governo e da oposição também discursariam durante a sessão de abertura, que contou com a presença de Geraldo. No entanto, em manobra para evitar uma contestação da oposição ao relatório apresentado, o presidente da Casa suspendeu a reunião por dez minutos, o que fez com que o prefeito deixasse o plenário, e evitou um pronunciamento da oposição. 

“Já começamos 2016 muito ruim. A gente trata com muita urbanidade as pessoas. Aprendi a ser educado”, cravou o líder da oposição, Jurandir Liberal (PT). “Foi combinado que teríamos as duas falas, mas não foi dito que isso aconteceria sem a presença do prefeito. Claro que iria contestar o relatório. Ele fala da parceria com o governo do estado, mas não cita o federal. A via Mangue , por exemplo, começou com João Paulo, depois João da Costa”, acrescentou.

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