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Na manhã desta terça (29), a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado estadual Amauri Ribeiro (UNIÃO), em Goiás. A atuação é referente a 15ª fase da Operação Lesa Pátria, que apura os envolvidos nos ataques à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro.

O deputado admitiu que doou dinheiro e mantimentos à acampamentos antidemocráticos em Brasília e que teria chegado a acampar no local. "Mandem me prender, eu sou um bandido, um terrorista, um canalha, na visão de vocês", afirmou na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

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Ao g1, o advogado Demóstenes Torres informou que as ordens judiciais foram cumpridas em Goiânia e Piracanjuba e que celular de Amauri foi apreendido.

"A defesa pedirá acesso aos autos que originaram a medida cautelar de busca e apreensão", disse.

Em nota, a Polícia Federal resumiu o objeto da investigação: “Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”.

O deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil-GO) disse que participou do acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na frente do quartel do Exército em Goiânia e que "faria tudo de novo". Na terça-feira, 6, Ribeiro afirmou em discurso na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) que "deveria estar preso" por ter financiado acampamentos contrários ao resultado da eleição presidencial.

O parlamentar relatou que deu dinheiro, água e comida para os participantes das manifestações a favor de Bolsonaro. Na sexta-feira, 9, a defesa do deputado protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar um "eventual pedido de prisão preventiva" pela Polícia Federal.

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"Minha fala era retórica, falava da porta do quartel em Goiânia onde estive presente até 31 de dezembro, distorceram e levaram para o 8 de janeiro", afirmou Ribeiro ao Estadão. No dia 8 de janeiro, manifestantes invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília e deixaram um rastro de destruição no Congresso, STF e Palácio do Planalto.

"O último dia em que estive em Brasília foi 7 de setembro de 2022. Do restante estive presente e faria tudo de novo, pois participei de um movimento pacífico e ordeiro na porta de todos quartéis do Exército brasileiro", disse o deputado estadual.

No discurso na Assembleia de Goiás, Ribeiro respondeu a uma declaração do colega Mauro Rubem (PT), que anteriormente havia defendido a punição daqueles que estimularam os atos antidemocráticos. O parlamentar bolsonarista também se referiu à prisão do coronel Benito Franco, ex-comandante da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas). O policial foi preso pela PF em abril, na décima fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele foi solto na quarta-feira, 7.

"A prisão do coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem deste Estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso, respondendo ao senhor deputado Mauro Rubem", disse, irônico. "Eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro, eu acampei lá e também fiquei na porta. Porque sou patriota."

Neste sábado, 10, Ribeiro afirmou ao Estadão que ajudou a alimentar famílias, idosos e crianças. "Se isso for crime, realmente mereço ser preso", escreveu ele em mensagem. "Minha ajuda se estendeu enquanto eu estava no quartel em Goiânia, dali para frente não havia mais sentido!"

Para ele, os ataques golpistas de 8 de janeiro deturparam "meses de movimentos pacíficos". "Todos que estavam acampados na frente (dos) quartéis, repudiaram tal ato em 8 de janeiro", afirmou. Quando questionado pela reportagem sobre se não haveria uma contradição nessa alegação - já que as pessoas presas nos atos de vandalismo em Brasília também estavam acampadas -, o deputado disse que não tem nem "um conhecido sequer" que tenha sido preso na invasão.

O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil) disse, na terça-feira (6), que "também deveria estar preso" por financiar acampamentos bolsonaristas contrários ao resultado das eleições. Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o parlamentar afirmou que, além de ter dado dinheiro para manifestantes favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro, participou de um acampamento e levou comida e água.

No discurso, o deputado respondeu a uma declaração do colega Mauro Rubem (PT), que anteriormente havia defendido a punição daqueles que estimularam atos antidemocráticos. O parlamentar bolsonarista também se referia à prisão do coronel Benito Franco, ex-comandante da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas). O policial foi preso pela Polícia Federal em abril, na décima fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.

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"A prisão do Coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem desse Estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso, respondendo ao senhor deputado Mauro Rubem", disse, irônico. "Eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro, eu acampei lá e também fiquei na porta. Porque sou patriota."

Ribeiro acrescentou que o dinheiro para financiar os protestos contra o resultado das eleições "não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação e que defende esse País e que não concorda com o governo corrupto e bandido".

PF investiga financiadores dos atos golpistas

A Polícia Federal deflagrou uma investigação sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro com foco nos executores, financiadores, incitadores e organizadores dos ataques. Em 23 de maio, a corporação abriu a 12ª fase da Operação Lesa Pátria, que focou em agentes que teriam se omitido no controle de manifestantes extremistas em Brasília. A 11ª fase, no início do mês passado, mirou sobretudo em financiadores, entre eles empresários e produtores rurais.

Durante as diligências, os investigadores apreenderam um verdadeiro arsenal - cinco armas foram encontradas na casa de um só alvo, em Mato Grosso do Sul. Na residência de um investigado de Bauru, no interior paulista, a PF apreendeu R$ 48.850 e US$ 142.600 - o equivalente a R$ 704.444 mil.

Além da PF, uma CPMI no Congresso e uma CPI na Câmara Distrital, em Brasília, investigam os ataques antidemocráticos.

Reprimenda do partido

Em entrevista à CNN, o presidente do União Brasil e deputado federal Luciano Bivar (PE) afirmou que vai submeter o caso à análise da direção nacional do partido para que o correligionário seja repreendido. "Fomos surpreendidos com essa inominável declaração", disse Bivar. "O União repudia veementemente qualquer ato ou manifestação que agrida a democracia."

Um fato curioso marcou a cerimônia de posse dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), no último dia 1º, e chamou a atenção nas redes sociais. O deputado Amauri Ribeiro (PRP), empossado na ocasião, ficou com a esposa no colo durante a cerimônia. Normalmente, familiares dos parlamentares têm lugares reservados nessas ocasiões. A imagem, que ganhou a internet, dividiu opiniões. 

 Entre os que criticaram, houve quem mencionou o machismo e a falta de cumprimento das regras protocolares: "É muito triste ter que ver uma mulher submetida a esse papel no meio do plenário em pleno 2019"; "Parece uma cena daqueles coronéis do passado com a mulher submissa afff, tomara que o meteoro venha logo!";"Não tem protocolo nessa zona não? Até na zona de verdade tem regras".

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Já na página oficial do deputado, a atitude dele rendeu elogios. Inclusive, há publicações de fotos de eleitores e aliados dele com as esposas no colo ironizando as críticas. Em um vídeo, ele explicou que a esposa sentou no seu colo para ceder a cadeira em que estava para uma senhora de 80 anos. Amauri deixou claro ainda "faria de novo" se necessário.

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Ex-prefeito da cidade de Piracanjuba, esta não é a primeira polêmica que Amauri se envolve. Ele já foi acusado, em 2015, de ter espancado a filha de 16 anos, na época. Ela teve lesões na boca e nas costas e o agora deputado alegou que surra foi um "corretivo" por ela ter tirado foto de um momento íntimo. Ele viu a imagem no celular dela e admitiu ter perdido a cabeça na ocasião. 

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