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Em um mês, mais de 310 assaltos a ônibus foram registrados em Pernambuco, risco constante e medo generalizado sentido pelos que precisam utilizar o coletivo. Além de estarem na mira dos bandidos, as vítimas ainda podem ter perdas materiais, doendo no bolso de quem sua o mês inteiro para adquirir o tão sonhado celular, relógio e outros pertences. Depois dos danos, fica o prejuízo, afinal, a possibilidade de ressarcimento é um resultado sob dependência de bom senso. 

Rayana Souza é uma das tantas vítimas das ações dos bandidos e contabilizou a perda de um celular, levado durante um assalto no mês de agosto de 2016, na linha TI TIP (Derby). Ela voltava da faculdade, à luz do dia, por volta das 13h15, quando homens entraram no coletivo, anunciaram o assalto e levaram os pertences dos passageiros. Ela contou que soube da possibilidade de ressarcimento, mas por medo de se expor fez apenas o Boletim de Ocorrência (B.O) pela internet. “Não sei direito o procedimento, mas pelo telefone 190 eles falaram para ir à delegacia e entrar em contato com a empresa. As informações foram soltas e eu não segui adiante”. 

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Assim como não ficou claro para Rayana, também foi um assunto ouvido vagamente e sem profundidade pela administradora Mariana Cavalcanti. Vítima de um assalto dentro do coletivo da linha CDU/Boa Viagem/Caxangá, por volta das 20h, em agosto de 2015, ela teve seu celular levado pelos bandidos. “Nunca procurei informações sobre isso, mas se eu fosse pedir indenização, seria por algo superior ao valor do aparelho, afinal, ficou o trauma causado pelo assalto”.

Dúvidas. Esta é a situação dos usuários de transporte público. Apesar de especular a opção de ressarcimento ou algum tipo de indenização, vale lembrar que essa possibilidade é um processo árduo e, na maioria das vezes, sem sucesso. De acordo com Roberto Campos, gerente de fiscalização do Procon-PE, este tipo de ação é considerada “fato imprevisível e as empresas não gozam de qualquer obrigatoriedade de ressarcimento das vítimas (passageiros) por assaltos e furtos”. Ele ainda esclarece que o motorista e cobrador são as únicas pessoas a terem direito a esta indenização “por força da Convenção Coletiva dos Trabalhadores da Categoria”. 

Campos explica duas exceções em que a vítima pode ser ressarcida. São elas: quando a pessoa é assaltada ou roubada nas dependências de uma instituição financeira – isto inclui estacionamento, e em caso de acidentes em coletivos. Nesta última situação, a empresa tem obrigação junto ao passageiro. 

No entanto, o advogado e professor da Estácio, Leonardo Moreira, aponta para a responsabilidade do Estado em disponibilizar transporte público à população. “No momento em que este tipo de serviço é oferecido, deve ser mantido o mínimo de segurança para o passageiro”. Em Pernambuco, o serviço é feito pelas empresas concessionárias e, por isso, elas assumem o risco e devem garantir a segurança de quem é transportado. Apesar do grande número de assaltos a coletivos e as evidências de insegurança dos passageiros, ele esclarece que, de acordo com o Código do Consumidor, não há legislação específica que abarque isto. 

Opção para o passageiro

Como não há normas dando direito de ressarcimento ao passageiro, ele pode apelar para o bom senso da empresa e do Estado. Moreira aponta para a necessidade de prestar queixa imediatamente após o crime. É importante ter em mãos um comprovante que demonstre o valor real do objeto roubado. “Portando todos os documentos, e levando à empresa de ônibus e ao Estado, há uma pequena possibilidade de indenização, no entanto, vai depender da razoabilidade das companhias”. 

Por outro lado, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) explica que não cobre o prejuízo pois “constitui causa excludente de responsabilidade da empresa transportadora o fato inteiramente estranho ao transporte em si, como é o assalto ocorrido no interior do coletivo”. A entidade alega que as operadoras são vítimas dos assaltos nos coletivos da Região Metropolitana do Recife (RMR) assim como a população. 

Quanto ao cenário de violência, a Urbana-PE informou sobre o reforço das empresas em enviar “relatórios detalhados com os registros dos assaltos às autoridades competentes de forma a permitir o planejamento da ação policial”. São destacados os sistemas de bilhetagem eletrônica e o investimento de câmeras para inibir as ocorrências.

Ocorrências em Pernambuco

Somente em janeiro de 2017, o número de assaltos a ônibus ultrapassou os 313 casos. O mês foi classificado como o mais violento, ultrapassando dezembro – considerado o de maior incidência de assaltos e roubos – com 226 registros. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, em 2016 foi contabilizada uma média de mais de dez assaltos por dia, totalizando 1.916 casos em todo o ano. 

De acordo com Benilson Custódio, presidente da entidade, o ressarcimento é aplicado para motoristas e cobradores de forma cordial. “Com a apresentação de todos os documentos, a empresa indeniza o funcionário que perdeu seu bem em assalto”. 

Na próxima sexta-feira (25), o Dia Nacional de Paralisações e Greves será realizada em todo o país e, em Pernambuco, diversas centrais sindicais promoverão manifestações. Mesmo havendo a expectativa de uma mobilização maior do que a ocorrida em 11 de novembro, desta vez os rodoviários informaram que não irão aderir à paralisação. 

O Sindicato dos Rodoviários do estado asseverou que a circulação de ônibus será mantida para a sexta-feira (25). “Foi decidido pela maioria, em reunião com a equipe diretora, por não aderir à paralisação”, informou Benilson Custódio, presidente do órgão. Apesar da não adesão ao movimento, ele aponta que é opção de cada profissional parar ou não. 

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Custódio explicou, ainda, que na manifestação anterior, a categoria possuía uma pauta de reivindicações, que inclua a melhoria da segurança nos coletivos; o pagamento das horas extras e a não retirada de cobradores e fiscais dos seus postos. 

Na última quarta-feira (23), o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) já havia emitido uma nota informando que irá garantir o pleno funcionamento dos ônibus. Além disso, solicitaram maior segurança nos coletivos, na data específica. 

Na tarde desta sexta-feira (28), o Sindicato dos Rodoviários se reuniu com a Secretaria de Defesa Social (SDS) a fim de discutir as questões de segurança nos coletivos. Diante do número de casos de assaltos e a recente morte de um cobrador, a categoria apresentou uma pauta de reivindicações.

“O secretário falou que vai investir na segurança dos ônibus e recolher os veículos que possuem equipamentos de imagens que não possam identificar os bandidos”, informou Benilson Custódio, presidente do sindicato da categoria. Ele aponta que algumas empresas não fazem investimento em bons equipamentos de câmeras e isso dificulta o trabalho da polícia no reconhecimento dos suspeitos.

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Custódio acrescenta que foi solicitada a retirada do bloqueio da porta dianteira. “Já houve três casos em que o motorista foi baleado porque o bandido pediu para ele abrir a porta e o sistema não permite que ela seja aberta enquanto o ônibus estiver em movimento”.

O presidente aponta que o encontro foi positivo e a categoria está satisfeita com o resultado, pois acreditam que o secretário de defesa social, Angelo Gioia, está empenhado a reduzir a violência nos coletivos.   

Após o julgamento realizado na última segunda-feira (19) sobre o agravo que engloba o reajuste no salário e tíquete alimentação, houve especulações de que a categoria iria realizar uma manifestação nesta terça-feira (20) e nos próximos dias. 

De acordo com Benilson Custódio, presidente do Sindicato dos Rodoviários e que está em Brasília, onde aconteceu o julgamento, por parte da associação não há convocatória para manifestações. 

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Custódio afirma que se algum ato for realizado, trata-se de um grupo que deseja atrapalhar a luta da categoria que ainda aguarda o julgamento do dissídio que deve acontecer no dia 16 de novembro. “Ficamos sabendo que um grupo pretende se reunir no T.I. Xambá nesta tarde para decidir o que pretendem fazer, no entanto, essas pessoas não correspondem ao sindicato”, esclarece.

Decisão do julgamento – Foi alcançado o reajuste de 9,3% no tíquete alimentação, no entanto, essa decisão pode mudar, podendo permanecer o mesmo percentual ou aumentando. O presidente do sindicato também explica que, por conta de algumas manifestações não realizadas pela associação, a categoria perdeu algumas conquistas. Era previsto o salário de R$ 1.933 para os motoristas, no entanto, foi fechado em R$ 1.929; para cobradores caiu de R$ 889 para R$ 887 e o salário dos fiscais ficou em R$ 1.242. 

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A paralisação dos motoristas de ônibus pegou de surpresa os moradores da Região Metropolitana do Recife (RMR). Os rodoviários suspenderam as atividades após decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reduziu o aumento da categoria de 12% para 9% e o diminuiu o valor do tíquete de 59,57% para 9%. Os coletivos devem voltar a circular a partir das 10h.

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Em entrevista ao LeiaJá, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benilson Custódio, disse que a paralisação já tinha sido decidida há alguns dias, mas a informação sobre ela foi guardada a sete chaves. "A decisão final é que a gente passa na véspera, em cima. É estratégia nossa", afirmou

Revoltado com a decisão do TST, Custódio disse que a decisão de parar foi do sindicato. "A gente da diretoria decidiu. Os trabalhadores queriam parar e nós demos essa condição para eles", disse o presidente. Questionado sobre o fato da paralisação coincidir com o primeiro dia de aula após o período de férias, Benilson Custódio perdeu as estribeiras e gritou com a reportagem ao telefone. "Não tem cabimento isso! O julgamento seria hoje (segunda), e foi julgado na sexta (dia 31 de julho) de última hora! Eles não se preocuparam com a gente, então porque vamos nos preocupar com eles? Isso aqui é rodoviários!", esbravejou o presidente, antes de desligar o telefone.

LeiaJá tambémPresidente dos rodoviários tem salário de R$ 15 mil

Enquanto isso, na Avenida Conde da Boa Vista, local normamelnte de muito movimento, tudo vazio. Apenas os carros particulares, além dos táxis, eram vistos trafegando pela via. A comerciante Shrley dos Santos precisou vir de carona do Ibura para chegar no trabalho a tempo. Além disso, ela reclamou que foi pega totalmente de surpresa. "Vim de carona com meu marido. Eu não sabia que iam paralisar, não vi nada na TV", comentou.

Já a comerciante Mirian Alves dos Santos precisou desembolsar do próprio dinheiro para chegar ao trabalho. "Moro no Ipsep e vim de taxi para o trabalho porque não gosto de me atrasar. Eu sei que a empresa não vai pagar o que gastei", explicou Mirian.

Há, também, quem tenha vindo de carro, moto, bicicleta ou até mesmo a pé, e garante não ter encontrado um ônibus passando. "Eu moro em Rio Doce e de lá para cá não vi nada, nenhum ônibus. Tenho sorte porque possuo uma moto e pude chegar a tempo no trabalho", disse o comerciante Henrique Santos.

No Terminal Integrado Joana Bezerra, a situação também ficou complicada. As paradas de ônibus, ao contrário da Conde da Boa Vista, estavam lotadas, mas de pessoas que não conseguiram iniciar a rotina diária de trabalho ou estudos. A recepcionista Gisele Oliveira veio de Moreno, na  RMR, e está tentando chegar o Pina, na Zona Sul da Cidade. Ela precisava chegar ao trabalho às 7h30, mas como não conseguiu transporte público, por volta das 9h15 ainda não tinha chegado do emprego. "Liguei para a empresa e eles estão vindo me buscar. É o jeito, porque não tem ônibus", explicou.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitanas da Mata Sul e Norte (STTREPE) tem um novo representante. Benilson Custódio, candidato da chapa, 3 foi eleito com 1.109 votos e representará a categoria pelos próximos cinco anos.

A decisão tira da presidência o candidato Patrício Magalhães, que estava a frente do STTREPE há mais de 30 anos, motivo de vários conflitos entre a categoria. Ele obteve 399 votos, enquanto Roberto Carlos, da chapa 2, obteve 709 votos.

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A apuração foi concluída às 2h05 desta quarta-feira (14), após 20 horas de votação. Dos 3.405 trabalhadores aptos a votar, 2.323 foram às urnas e 1.082 se ausentaram. A eleição foi medida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco. Todo o processo ocorreu com tranquilidade.

Um dia antes da eleição, Benilson conversou com o LeiaJá e apresentou suas propostas, que inclui o reajuste salarial; reintegração de funcionários demitidos; criação de departamento de formação sindical, reajuste do auxílio e assistência psicológica. Ele assume o cargo no próximo dia 24 de dezembro.

Com informações da assessoria

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