Tópicos | Cérebros

Hafiz Saeed, um dos suspeitos dos ataques que deixaram 160 mortos em Mumbai em 2008, foi condenado a cinco anos e meio de prisão no Paquistão, nesta quarta-feira (12), por "posse ilegal de propriedade" e por integrar uma "organização terrorista" - disse seu advogado à AFP.

Descrito como "terrorista internacional" pelos Estados Unidos, Saeed foi considerado culpado de "fazer parte de uma organização terrorista proibida" e de "posse ilegal de propriedade", relatou o advogado Imran Gill.

O acusado passou anos sob diferentes formas de detenção, às vezes em prisão domiciliar, às vezes brevemente preso e depois libertado pelas autoridades, sem ser condenado até agora pela Justiça paquistanesa.

Preso novamente em julho de 2019, permanecerá em uma prisão em Lahore, completou seu advogado.

"Realmente não há nada neste caso", acrescentou Gill, reforçando que "é apenas por causa da pressão do GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional)".

Esse órgão intergovernamental, que luta contra a lavagem de dinheiro e contra o financiamento do terrorismo, deve decidir em breve uma possível inclusão do Paquistão em sua lista negra. A decisão terá impacto econômico para o país.

Hafeez Saeed dirige o Jamaat ud Dawa (JUD), um grupo islâmico classificado como organização terrorista pelas Nações Unidas. Para Nova Délhi, o JUD é uma fachada da Lashkar e Taiba (LET), a organização acusada de estar por trás dos ataques de Mumbai.

Os cérebros de uma emboscada que deixou 58 mortos em 2009 nas Filipinas foram condenados nesta quinta-feira em Manila a 30 anos de prisão, ao fim do julgamento sobre o maior massacre cometido por rivalidade política no país.

Em 23 de novembro de 2009, 58 pessoas, incluindo 32 jornalistas, que viajavam em um comboio na província de Maguindanao, na ilha de Mindanao, foram assassinadas e seus corpos jogados em uma vala comum.

O clã Ampatuan, uma poderosa dinastia política local, foi acusado de planejar o massacre para frustrar a candidatura de um membro de uma família rival ao cargo de governador da província.

Nesta quinta-feira, Andal Ampatuan Jr, que em 2009 aspirava suceder o pai como o governador da província, e outros quatro membros da família foram declarados culpados pelo assassinato de 57 pessoas e condenados a 30 anos de prisão. O corpo da 58ª vítima não foi encontrado.

Estes foram os primeiros veredictos anunciados pelo tribunal de Manila. Mais de 100 pessoas foram acusados.

O caso provocou indignação internacional e deixou evidente o poder de algumas famílias intocáveis.

As famílias das vítimas denunciaram em várias ocasiões um processo judicial interminável, repleto de acusações de corrupção e marcado pelo assassinato de testemunhas.

A família Ampatuan goza de muito poder na província pobre de Maguindanao.

A ex-presidente filipina Gloria Arroyo autorizou o clã, em troca de apoio político, a criar uma milícia privada com milhares de homens para conter a insurreição muçulmana na região.

O Ministério Público acusou a família Ampatuan de ter cometido a matança a plena luz do dia, ao abrir fogo contra o comboio que transportava, entre outros, a esposa de seu rival Esmael Mangundadatu, vários integrantes de sua família, advogados e jornalistas.

O motivo era evitar a candidatura de Esmael Mangundadatu ao cargo de governador, que na época estava nas mãos do patriarca Andal Ampatuan Sr.

Mangundadatu foi eleito governador em 2010. Andal Ampatuan Sr faleceu em 2015, mas quatro de seus filhos estavam entre os acusados.

A organização Human Rights Watch elogiou o veredicto e pediu uma reforma do sistema judicial no país "para acabar com a impunidade".

"Este veredicto deveria estimular os líderes políticos do país a agir para reduzir o apoio do Estado aos exércitos privados e as milícias que contribuem para o surgimento de chefes de guerra como os Ampatuan".

O veredicto não encerra o caso, pois outros 80 suspeitos se encontram em liberdade, incluindo policiais corruptos e outros membros do clã Ampatuan que representam uma ameaça para a segurança das testemunhas e as famílias das vítimas.

Estas últimas temiam uma absolvição e possíveis atos de vingança.

Libertado sob fiança em 2015 contra a opinião do MP, Sajid Ampatuan, outro filho do falecido patriarca, foi eleito prefeito de Shariff Aguak, reduto do clã, e reeleito este ano.

Os bebês cujos cérebros crescem mais rápido que a média durante seu primeiro ano de vida têm mais chances de ser diagnosticados com autismo aos dois anos, e tal crescimento pode ser identificado em uma ressonância magnética, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica Nature.

Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá realizou exames de ressonância magnética para estudar os cérebros de 106 bebês que tinham um irmão com distúrbios relacionados ao autismo - e, portanto, tinham alto risco de desenvolver a doença - e os de 42 bebês sem casos de autismo na família. Os exames foram realizados entre os seis meses e os dois anos de idade.

O estudo encontrou um crescimento mais rápido da superfície do córtex cerebral aos seis e aos 12 meses de idade nos bebês do grupo de alto risco que foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) mais tarde, aos dois anos, em comparação com as crianças não afetadas.

Este aumento da superfície do córtex cerebral se traduziu depois em um crescimento maior do volume total do cérebro. Os cientistas já sabiam que as crianças com TEA costumam ter o cérebro mais volumoso que a média, mas ainda não havia sido estabelecido em que idade esta diferença aparece. 

O autismo pode ser diagnosticado a partir dos dois anos de idade, que é quando os problemas comportamentais e de comunicação começam a se tornar evidentes.

Intervenção "pré-sintomática"

Com base em suas descobertas, a equipe desenvolveu um algoritmo de computador para prever, com uma precisão de cerca de 80%, quais crianças irão desenvolver TEA.

"Nosso estudo mostra que biomarcadores do desenvolvimento precoce do cérebro poderiam ser muito úteis na identificação de bebês com maior risco de autismo antes dos sintomas comportamentais aparecerem", disse o autor sênior do estudo Joseph Piven, da Universidade da Carolina do Norte.

Tal teste pode ser útil para intervir "pré-sintomaticamente", em uma idade em que o cérebro humano é mais maleável, disse uma declaração da universidade. "Essas intervenções podem ter uma maior chance de melhorar os resultados do que os tratamentos iniciados após o diagnóstico", acrescentou.

É necessário realizar pesquisas adicionais e em maior escala antes de que as ressonâncias magnéticas possam ser usadas como uma ferramenta clínica para a detecção precoce do autismo, advertiram os pesquisadores. O TEA é um grupo de transtornos do desenvolvimento cerebral que inclui condições como o autismo e a síndrome de Asperger, todos caracterizados por dificuldades de interação social e comunicação.

Os afetados geralmente apresentam comportamentos repetitivos, enquanto alguns se destacam em habilidades não verbais, como a matemática. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de uma em cada 160 crianças tem TEA. Não há cura para o TEA, mas os problemas podem ser atenuados através da realização de um tratamento precoce adequado, e por isso é importante estabelecer um diagnóstico o quanto antes.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando