Tópicos | Comissão Especial do Impeachment

A partir de segunda-feira (1º), os corredores vazios das últimas semanas de recesso branco do Senado devem voltar a ficar movimentados e as atenções, mais uma vez todas, voltadas para a Comissão Especial do Impeachment.

Com a leitura do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), marcado para terça-feira (2), os partidos que apoiam a presidenta afastada Dilma Rousseff passarão o fim de semana elaborando dois votos em separado em defesa do mandato da petista. O instrumento é apresentado quando algum parlamentar não concorda com o conteúdo do relatório oficial.

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Um deles está sendo preparado por senadores do PT e do PDT - Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), José Pimentel (PT-CE) e Telmário Mota (PDT-RR). O segundo, pelos senadores Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues ( Rede-AP).

“Estamos decidindo se apresentamos à comissão dois votos ou se vamos juntar os argumentos em um só”, adiantou Vanessa Grazziotin. A senadora acrescentou que a estratégia será resolvida em uma reunião dos aliados de Dilma na própria segunda-feira. O mais provável, no entanto, é que os dois votos em separado sejam apresentados na comissão. Na votação da pronúncia no plenário da Casa eles devem ser condensados em um só.

Apesar do mesmo objetivo, as duas peças têm linhas diferentes. Um deles se concentra em questões técnicas e insiste que Dilma não cometeu crime de responsabilidade e que argumentos nesse sentido indicam “tentativa de golpe”.

“Será muita forçação de barra do relator apresentar um voto dizendo que pedalada foi crime. Acho que sobre isso, depois de tudo que foi apurado, não há mais dúvida, não houve. A própria pericia do Senado disse que a presidenta Dilma não atuou em pedaladas. O Ministério Público diz o mesmo sobre essa questão. E sobre os decretos, se a gente aplicar toda a legislação e a conduta dos anos anteriores , está claro, não houve dolo”, defendeu Vanessa.

 

Voto em separado

Como o regimento do Senado só prevê a leitura de voto em separado quando o relatório oficial é rejeitado, o que não deve ocorrer, as negociações com o presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), já começaram.

Os defensores da petista pediram ao senador 30 minutos para, mesmo sem efeito prático, lerem um relatório paralelo. No encontro, Lira chegou a falar da possibilidade da leitura apenas do resumo de um dos votos, mas ainda não decidiu nada a respeito.

“Vou voltar a me reunir na segunda-feira com o senador Anastasia, que também está fora de Brasília, para decidir sobre o assunto, que ainda está totalmente pendente. Vou conversar com ele e com minha consultoria para definir o melhor caminho. É preciso analisar o impacto que eventualmente essa decisão terá entre os demais senadores e até se seria o caso de eu colocar essa possibilidade em votação ou não”, acrescentou o presidente da comissão.

Na fase de admissibilidade do processo contra Dilma no Senado, não foi permitida leitura de voto em separado. A leitura do parecer de Anastasia durou quase três horas. Dessa vez, o tucano também terá o tempo que for necessário para ler o relatório. Mais uma vez, a sessão promete ser longa, já que a promessa é de um texto ainda mais consistente.

 

Reuniões

O cenário político do Senado deve ser movimentado não somente pelos trabalhos da comissão, que vota o relatório de Anastasia na quinta-feira (4). Também estão previstas reuniões com a própria presidenta Dilma.

Entre outras ações, ela deve divulgar oficialmente uma carta de compromisso com o país. Nela, o tema central é o comprometimento com o plebiscito para que a população decida se deseja novas eleições presidenciais. A proposta, defendida por Dilma em conversas anteriores, foi bem recebida por alguns membros do Congresso, mas é vista por outros com ceticismo. Uma reunião entre a petista e seus apoiadores para tratar de tudo isso ocorrerá terça-feira (2) em Brasília.

Nos próximos dias a preocupação é dar uma perspectiva à população brasileira sobre como será a governabilidade caso Dilma consiga sair vitoriosa do processo. Para conseguir mais apoio das ruas, Dilma quer passar a ideia de que o retorno ao poder não seria em um cenário de insegurança e de confusão.

“Não queremos que ela volte para continuar a confusão. Não é esse o objetivo. Além do resgate da democracia, o mais importante é mostrar que é possível debelar a crise econômica”, avaliou um parlamentar próximo à presidenta afastada.

Para os parlamentares que apoiam Dilma Rousseff, o problema maior é que os partidos que defendem o impeachment conseguiram uma maioria parlamentar e apoio na opinião pública. Por outro lado, eles avaliam que, pelas pesquisas de opinião sobre o atual governo, esse cenário está se desfazendo. Por isso, lembram a pressa dos aliados do presidente interino Michel Temer em julgar logo o processo.

“Ele [Temer] pode buscar o filho na escola, ir para os jogos olímpicos, mas nada disso adianta, porque os compromissos que ele assumiu para chegar ao poder são contrários à maioria da nação. Estou falando das reformas nocivas aos tralhadores e à sociedade que ele defende”, criticou Vanessa Grazziotin.

 

Cartas Marcadas

Entre os senadores ouvidos pela Agência Brasil não será surpresa se a decisão da maioria da comissão for pela continuidade do processo de Dilma. O mesmo deverá ocorrer no plenário na fase de pronúncia. Essas duas votações serão as últimas com exigência de maioria simples de votos, ou seja, metade mais um dos presentes à sessão.

Caso as previsões se confirmem, a partir daí para afastar definitivamente Dilma Rousseff do cargo e torná-la inelegível por oito anos o julgamento final do processo exigirá 2/3 dos votos, isto é, 54 dos 81 votos dos senadores. É aí que os defensores da presidente afastada esperam mudanças. Eles acreditam que não será fácil atingir essa meta entre os senadores.

Sobre as acusações de que a comissão especial é um jogo de cartas marcadas, o presidente do colegiado disse que, no momento em que os blocos de defesa e de acusação participam integralmente de todas as reuniões e do processo de funcionamento da comissão, não há jogo de cartas marcadas.

“O que há é uma maioria e uma minoria. Isso é tradicional em qualquer parlamento e em em qualquer comissão. O que pode ser dito é que não há um equilibrio entre as forças políticas. Cartas marcadas, não.

 

Alegações finais

Até o fim da tarde desta quinta-feira (28), as alegações finais da defesa da presidenta afastada devem ser entregues à Comissão do Impeachment pelo advogado José Eduardo Cardozo. O prazo de 15 dias terminaria na quarta-feira (27), mas, como durante esse período o sistema eletrônico do Senado ficou indisponível por algumas horas, impedindo a consulta do processo, a pedido da defesa o prazo foi estendido até hoje.

Os senadores petistas decidiram, nesta quarta-feira (25), encaminhar pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) de suspensão dos trabalhos da Comissão Especial do Impeachment. No recurso, a bancada solicita que as atividades do colegiado fiquem suspensas até que se obtenham os conteúdos das provas referentes ao processamento do pedido de afastamento de Dilma Rousseff.

De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), o pedido será feito com base na divulgação de áudios por parte da imprensa que "comprovam o vício de origem" do processo. O senador petista avalia que agravação de Romero Jucá (PMDB-RR), com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado trata-se de uma “trama suja articulada para tirar Dilma da Presidência da República com o objetivo de paralisar a Operação Lava Jato”.

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A bancada do PT no Senado decidiu encaminhar o recurso ao Supremo depois que o presidente da Comissão do Impeachment na Casa, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), rejeitou uma questão de ordem apresentada hoje (25) para suspender os trabalhos do colegiado.

“A conversa comprova tudo aquilo que sempre falamos: o processo está maculado e manchado desde a sua origem e tem como sustentação a derrubada de Dilma do Palácio do Planalto com o objetivo de fazer um acordão para paralisar a Operação Lava Jato”, critica Humberto. 

Para parlamentar petista, Jucá é “o maior articulador do impeachment na Casa” e por este motivo a apreciação do processo deveria ser suspensa no Senado. 

O senador Lindbergh Farias (RJ) leu a questão de ordem apresentada pelo PT e  pediu que a Comissão do Impeachment suspenda todos os trabalhos e oficie o STF e a Procuradoria-Geral da República.

Diante das justificativas apresentadas pela bancada petista, o presidente Raimundo Lira disse que a questão do vício de origem já foi resolvida e superada. Em relação aos fatos novos, Lira disse que a comissão especial analisará tudo o que for alegado pela defesa. Com a negativa do presidente da comissão, a questão foi levada diretamente ao STF pelos senadores petistas.

Trabalhos da comissão - Na retomada dos trabalhos do colegiado nesta quarta, o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) elencou o plano de trabalho para os próximos meses. Porém, os senadores do PT pediram vista e o prazo para tratar o tema deve ir até o dia 2 de junho.

Segundo o cronograma apresentado pelo relator, no dia 27 de julho ocorreria a votação do relatório no colegiado. As datas para a discussão e votação do parecer no plenário do Senado estavam marcadas para 1º e 2 de agosto. 

A advogada Janaína Paschoal começou sua explanação na Comissão Especial do Impeachment do Senado negando ser filiada a partido político. Ela foi convidada pela comissão para defender o pedido de impedimento da presidenta Dilma Rousseff, que apresentou junto com os advogados Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo.

Além de dizer que não tem filiação partidária, a advogada disse que não é golpista. "O processo não é partidário. Depois [de apresentado o pedido] os partidos de oposição abraçaram nosso pedido”, disse. “Não quero mais ouvir que sou tucana. Nós apresentamos esse pedido porque eles [tucanos] são uma oposição fraca. Veja bem a minha personalidade e me diga se eu sou tucana.”

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Antes de Janaína, o advogado Miguel Reale falou por cerca de 25 minutos e, em seguida, respondeu a uma pergunta do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O senador disse que a edição de créditos suplementares é autorizada pela Lei Orçamentária de 2015 e que não houve dolo nas atitudes da presidenta Dilma Rousseff. “Um pedido de impeachment sem crime de responsabilidade, e eu estou convencido de que não houve crime de responsabilidade da presidente da República, é golpe”, afirmou Lindbergh Farias.

Reale disse que as práticas atribuídas à presidenta não foram isoladas em 2015, mas constituem uma ação continuada desde 2013. Ele respondeu ao senador que a presidenta praticou, sim, crimes ao editar decretos sem autorização do Congresso Nacional. “Um crime de responsabilidade sem punição é uma forma de golpe”, resumiu Reale. 

 

 

A Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados aprovou há pouco o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade da abertura do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Foram 38 votos a favor e 27 contrários.

O parecer aprovado será encaminhado ao plenário da Câmara, onde será lido na sessão imediatamente após a votação. A leitura do relatório deve ocorrer amanhã (12) em sessão ordinária da Casa. Posteriormente, a peça será publicada no Diário Oficial da Câmara veiculado na próxima quarta-feira (13).

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Após a publicação, 48 horas depois, o parecer entrará na pauta de votações da Câmara, como primeiro item a ser discutido e votado. A previsão, até o momento, é que a discussão seja iniciada na próxima sexta-feira (15). A votação em si deve ocorrer no próximo domingo (17).

Para ser aprovado, serão necessários os votos de dois terços dos deputados, ou seja, 342, dos 513 parlamentares. Se aprovado, o parecer será encaminhado ao Senado, que analisará a admissibilidade do processo em sessão plenária. Se o relatório não obtiver os 342 votos  na Câmara, a denúncia será arquivada.  

Trinta e quatro deputados federais que participam da comissão especial do impeachment da Câmara dos Deputados optaram por manifestar de forma visual se estão a favor ou contra o pedido de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. Desde o início da sessão de debates, na tarde desta sexta-feira (8), os parlamentares mostram com cartazes suas intenções de voto. Pelo levantamento da Agência Brasil, dos 34 deputados que se manifestaram dessa forma, colocando pequenos cartazes à frente de seus computadores, 23 eram favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff e 11 contrários.

Os cartazes favoráveis ao impeachment eram todos padronizados, com a palavra de ordem Impeachment Já. Os contrários ao impeachment apresentavam dois padrões. Em um deles estava escrito “#VemPraDemocracia - Brasil contra o golpe!”, e nos demais “Impeachment sem crime é golpe”.

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A comissão é formada por 65 deputados titulares e igual número de suplentes. Para que o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que é favorável ao prosseguimento do processo de impeachment avance, é necessária a metade mais um dos votos dos parlamentares presentes.

A expectativa é de que, em função da relevância do assunto, todos os deputados participem da votação. Caso isso se confirme, serão necessários 33 votos para que a matéria seja aprovada na comissão.

Ficou marcada para as 18h da próxima segunda-feira (28), a conversa entre o presidente da Comissão Especial do Impeachment, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), e o relator do processo, Jovair Arantes (PSD-GO), com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Roberto Barroso. Rosso havia anunciado que tentaria um encontro informal para tratar sobre os trabalhos do colegiado.

O parlamentar explicou que o encontro não tem o propósito de esclarecer qualquer dúvida, mas ele pretende deixar claro para a Corte que está conduzindo as atividades dentro dos limites definidos na decisão defendida pelo próprio ministro sobre o rito do impeachment. Quando o STF foi provocado por questionamentos do Legislativo acerca do procedimento legal para conduzir este tipo de pedido, Barroso votou pela anulação da votação secreta para eleição da comissão especial, considerou inaceitável a eleição de chapa avulsa formada por deputados oposicionistas e ainda afirmou que o Senado pode arquivar o pedido de impeachment, limitando à Câmara a autorização ou não da instauração do processo.

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A agenda, classificada pela assessoria de Rosso como “visita de cortesia”, foi acertada hoje e será acompanhada por jornalistas. Assessores do parlamentar também confirmaram que Rosso usará os dias anteriores ao encontro para continuar estudando a denúncia, requerimentos e questionamentos levantados pelos integrantes do colegiado. O presidente da comissão recebeu mais de dez questões de ordem e 64 pedidos de informação, dados e convocação ou convite de pessoas que os parlamentares consideram importantes para esclarecer o processo.

O presidente da comissão especial, alinhado com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vem se reunindo com frequência com técnicos e consultores legislativos para se munir de informações e evitar o êxito de qualquer manobra para protelar o processo. Por outro lado, Rosso também garantiu que não vai permitir uma “carnificina política” nos debates do colegiado e, para isso, está estudando cada um dos requerimentos.

Rosso assegurou que a comissão só votará os pedidos que possam ajudar a esclarecer se a denúncia procede ou não e lembrou que a Câmara tem que decidir apenas sobre a admissibilidade do impeachment e é o Senado quem produzirá provas e dará a palavra final sobre o futuro da presidenta Dilma Rousseff.

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