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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem cada vez mais subindo o tom contra Israel. Após resgatar 32 brasileiros de Gaza, que chegaram na noite de segunda-feira (13), a Brasília, ele comparou o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, a "atos terroristas" de Israel. As declarações foram alvo de críticas da comunidade judaica.

Representantes da comunidade judaica brasileira contestaram as declarações de Lula. O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, pediu mais equilíbrio ao presidente. "Devemos nos esforçar para não importarmos o trágico conflito do Oriente Médio para o cenário já tão polarizado do Brasil", disse. "Por isso, gostaríamos de ver mais equilíbrio no posicionamento do governo brasileiro."

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"O presidente pode ter suas simpatias, mas é errado equiparar as ações de uma democracia como Israel com ações do grupo terrorista Hamas, que massacrou barbaramente 1,2 mil civis, de várias nacionalidades, inclusive brasileiros", afirmou. "E ainda mantém centenas de pessoas sequestradas e se esconde covardemente atrás da população civil de Gaza, usada como escudo humano."

"Quando o governo brasileiro demoniza Israel, pode inflamar seus milhões de apoiadores. Isso pouco depois de as autoridades terem desbaratado um plano terrorista do Hezbollah contra alvos judaicos brasileiros. Estamos aguardando uma oportunidade de sermos recebidos pelo presidente pra podermos expressar essas nossas preocupações a ele."

Crítica

A StandWithUs, ONG presidida por André Lajst, também criticou as "falsas equivalências" de Lula. "O presidente segue equiparando Israel, um Estado democrático, a um grupo terrorista com intentos abertamente genocidas", diz uma nota assinada por Lajst.

O Instituto Brasil-Israel lamentou as declarações do presidente. "É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", disse a entidade.

As declarações de Lula foram dadas no desembarque dos brasileiros em Brasília. "Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que crianças não estão em guerra, que mulheres não estão em guerra", disse Lula. "São mais de 5 mil crianças mortas, mais de 1,5 mil desaparecidas, que certamente estão no meio dos escombros."

Divisões

A guerra vem causando dor de cabeça para muitos governos - de direita e de esquerda. Nos EUA, o presidente Joe Biden vem sofrendo pressão da ala mais progressista do Partido Democrata, que questiona o apoio irrestrito a Israel.

Mais de 500 funcionários de 40 agências do governo enviaram uma carta ao presidente com críticas à posição americana. Pesquisas apontam ainda uma queda na aprovação de Biden entre a base do partido, o que complica ainda mais suas chances de reeleição.

No Reino Unido, passeatas em Londres contra a guerra vêm afetando o controle do líder da oposição, Keir Starmer, sobre o Partido Trabalhista. Starmer adotou uma posição pró-Israel, parecida com a do premiê conservador, Rishi Sunak, que na segunda-feira demitiu sua secretária do Interior, Suella Braverman, que havia criticado a polícia de Londres por permitir manifestações em favor dos palestinos.

Na França, o presidente centrista, Emmanuel Macron, vem sendo criticado por vetar marchas pró-Palestina e a opositora Marine Le Pen, distanciando-se do discurso antissemita histórico da extrema direita francesa, defendeu Israel.

Nos países do Sul Global, como na América Latina, na África e na Ásia, o movimento palestino é identificado com a luta anticolonial, o que atrai a simpatia da esquerda. O tema é sensível principalmente na África do Sul, que viveu décadas de um regime de apartheid.

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, compara constantemente a situação dos palestinos com a segregação racial vivida no país até os anos 90. "Como sul-africanos, nos identificamos com o que está acontecendo com palestinos", disse o presidente, durante uma cúpula no Egito, no fim de outubro. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Força Aérea da Ucrânia bombardeou ontem a cidade de Melitopol, um importante ponto estratégico no sul da Ucrânia, como parte de sua contraofensiva para retomar território ocupado pela Rússia. Ao menos duas pessoas morreram na operação, que indica uma nova fase do contra-ataque ucraniano contra os russos, a poucas semanas da chegada do duro inverno da região.

O ataque atingiu uma igreja que estava sendo usada como base por soldados russos, segundo o prefeito da cidade, Ivan Fedorov, que postou do exílio um vídeo feito à noite de um grande incêndio queimando à distância. A Tass, agência de notícias estatal russa, citou o governador em exercício pró-Rússia da região de Zaporizhzia, Yevgeni Balitski, dizendo que um ataque em Melitopol, usando um sistema Himars, matou duas pessoas e feriu outras 10.

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Os guerrilheiros ucranianos que trabalham atrás das linhas russas lançaram durante meses ataques contra alvos ao redor de Melitopol, incluindo um no verão perto do escritório de Balitski. Fedorov disse que também houve outros ataques na cidade nos últimos dias, bem como um bombardeio à cidade portuária de Berdiansk, mais a leste.

A Ucrânia recapturou a cidade de Kherson em meados de novembro, obrigando Moscou a retirar suas tropas para a margem leste do Rio Dnipro, após meses de pressão militar, abrindo uma nova fase da batalha pelo sul do país.

O avanço permitiu à Ucrânia usar artilharia de longo alcance para atingir alvos mais profundos dentro do território controlado pela Rússia, entre a margem oriental do rio e o Mar de Azov. A próxima fase da batalha, no entanto, será lenta em virtude do reforço das defesas russas no sul e no leste do país, além da chegada do inverno. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As forças russas estão em dificuldades no norte da região de Kherson, no sul do país, onde o exército ucraniano sustenta uma ofensiva há várias semanas, segundo declarações de autoridades pró-russas de ocupação e blogueiros especializados que acompanham os movimentos no local.

O governador da ocupação imposto pelas Rússia em Kherson, Vladimir Saldo, admitiu um "avanço" dos ucranianos, especificamente mencionando a perda do controle da cidade de Dudchany, embora tenha afirmado que a aviação russa freou as tropas de Kiev, segundo uma entrevista publicada na segunda-feira em seu canal do Telegram.

Seu adjunto Kirill Stremousov disse nas redes sociais nesta terça-feira que o avanço ucraniano foi contido e que não há que entrar em "pânico".

O canal russo Rybar, que acompanha os movimentos das tropas de Moscou, revelou que os ucranianos estão avançando em Arkhanguelske e Dudchany com o objetivo de "cortar o abastecimento dos grupos russos que estão na margem direita do rio Dniepr".

A região de Kherson é um território-chave que tinha uma população de um milhão de pessoas antes da guerra. É de fundamental importância por ser uma grande área agrícola, mas também uma rota para a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Estima-se que 80% da região esteja sob o controle dos russos.

O Exército ucraniano continua a operação militar de contraofensiva em territórios parcialmente ocupados pela Rússia nesta segunda-feira (3), com movimentações confirmadas em duas frentes. Em Liman, na província de Donetsk, tropas leais a Kiev perseguiram unidades russas em retirada da cidade, enquanto autoridades de Moscou reconheceram recuos no sul da província de Kherson. Tanto Donetsk quanto Kherson foram anexadas irregularmente pela Rússia nos primeiros meses de conflito.

Embaladas pela recaptura de Liman no fim de semana, um centro ferroviário estratégico e porta de entrada para as regiões de Donetsk e Luhansk, autoridades ucranianas disseram que tropas que avançavam para o leste da cidade destruíram uma coluna de blindados russo perto da vila de Torske. O ataque deixou um rastro de tanques e veículos blindados queimados na densa floresta de pinheiros da região, disse Vladislav Podkich, porta-voz militar ucraniano.

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O ataque não pôde ser verificado de forma independente. Mas as autoridades russas admitiram contratempos no leste, dizendo que as forças ucranianas cruzaram a fronteira administrativa da autoproclamada República Popular de Luhansk, um território reivindicado por rebeldes apoiados por Moscou, e estabeleceram posições mais perto da cidade de Lisichansk.

"Apesar das baixas, as forças ucranianas conseguiram atravessar a fronteira administrativa da República Popular de Luhansk e para garantir suas posições na direção de Lisichansk", disse um porta-voz do grupo separatista, Andrei Marochko, à agência de notícias russa Interfax. Ele disse que as forças aéreas e terrestres russas estavam atirando contra os ucranianos que avançavam.

A centenas de quilômetros de distância, no sul, onde uma contraofensiva ucraniana tem avançado mais lentamente, houve novos sinais de progresso para as forças de Kiev. O Ministério da Defesa da Rússia reconheceu que unidades de tanques ucranianos conseguiram penetrar em sua linha de defesa em parte da região de Kherson.

Um funcionário russo na região, Kirill Stremousov, disse que as tropas ucranianas avançaram ao longo do rio Dnipro em direção à capital regional de Kherson, controlada pela Rússia, mas insistiu que "a situação está completamente sob controle".

Os anúncios sugeriram que as forças ucranianas estavam atacando as forças russas enquanto recuavam no leste e no sul da Ucrânia. "Os sucessos de nossos militares não se limitam apenas a Liman", disse o presidente Volodmir Zelenski em seu discurso noturno no domingo.

A capacidade da Ucrânia de avançar no sul parecia ser parte de uma estratégia que entrou em foco nas últimas semanas, quando suas forças começaram a aproveitar suas linhas de reabastecimento internas mais curtas para deslocar rapidamente as tropas entre os locais. Isso permitiu que a Ucrânia atacasse as forças russas em duas áreas ao mesmo tempo ao longo da longa linha de frente, dizem especialistas militares.

Analistas disseram que um risco para os militares ucranianos é que eles avancem muito rápido, esticando demais suas forças e tornando-se vulneráveis ao contra-ataque. Os combates no leste têm sido tão acelerados, disseram soldados de várias brigadas ucranianas em entrevistas, que não sabem para onde serão enviados na sequência. Algumas unidades que foram designadas para operações de limpeza na cidade recuperada de Izium no mês passado, por exemplo, foram redistribuídas para aldeias mais a leste no fim de semana.

Câmara da Rússia aprova anexação de províncias ucranianas

Em meio aos avanços ucranianos no campo de batalha, a Duma, equivalente a Câmara dos Deputados na Rússia, aprovou por unanimidade o projeto de lei enviado pelo Kremlin ao Congresso para confirmar a anexação das quatro regiões da Ucrânia reconhecidas pelo presidente Vladimir Putin como parte do território russo na última sexta-feira, 30.

A anexação dos territórios de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia foi aprovada pelos deputados russos sem nenhum voto contrário ou abstenção. Embora Moscou não detenha o controle de fato dos territórios reivindicados, o reconhecimento deles como parte da Rússia tem uma série de implicações práticas, autorizando, conforme a doutrina atômica russa, o uso de armas nucleares. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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