Tópicos | coronel Brilhante Ustra

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que os presos políticos da ditadura militar foram tratados com 'toda dignidade' no DOI-Codi, considerado o principal posto de repressão mais violentos do período. Nesse domingo (20), em uma conversa publicada no canal do Youtube do filho, o deputado federal Eduardo (PSL), Bolsonaro voltou a homenagear o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado como um dos responsáveis pelas torturas.

Embora o relatório da Comissão Nacional da Verdade, que apura os crimes cometidos durante a o período de exceção, contabilize 434 mortos ou desaparecidos no período, o presidente desconsiderou o depoimento de presos sobreviventes, que relatam uma série de torturas nos porões do centro de repressão paulista. "Não era preso político, não. Os terroristas eram tratados no DOI-Codi com toda dignidade, inclusive as presas grávidas. Isso são fatos, histórias verdadeiras", disse o presidente.  

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Ele fez o comentário após chamar o coronel Brilhante Ustra de "herói nacional" e elogiar seu livro, "A Verdade Sufocada", no qual apresenta sua perspectiva da ditadura. Bolsonaro já o havia homenageado nos tempos de deputado, quando votou pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Roussef.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal pode instaurar, na próxima terça-feira (28), o processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O parlamentar é acusado de fazer apologia à tortura ao homenagear o coronel Brilhante Ustra ao declarar seu voto durante a sessão que analisou a abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), no dia 17 de abril. A instauração do processo vem sendo adiado desde que o colegiado concluiu a análise da representação que pedia a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A representação contra Bolsonaro é de autoria do PV. Ustra foi o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador no período da ditadura no Brasil. Bolsonaro, no entanto, afirma que não existe sentença transitada em julgado contra o coronel e lembra que deputados têm imunidade parlamentar por seus votos e palavras.

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Na ocasião, Bolsonaro justificou o voto a favor da admissibilidade do processo “pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim."

Na terça, o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), deve sortear o relator do processo contra Bolsonaro. "Nós vamos instaurar o processo e vamos sortear três nomes. Dos três, eu escolho um que será o relator e terá prazo regimental para apresentar um relatório prévio, que será votado. E, daí em diante, se aprovado, tanto o partido que representou quanto o deputado Jair Bolsonaro e o relator indicam as suas testemunhas", explicou.

 

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