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O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aprovou, nessa terça-feira (17), o registro do órgão estadual do Partido Nacional Corinthiano (PNC), formado por torcedores do Corinthians, mas com o discurso de que é aberto para todos os cidadãos brasileiros. Com a aprovação estadual, o grupo agora busca o registro a nível nacional.

De acordo com o TRE-SP, o PNC cumpriu os requisitos exigidos na legislação eleitoral em relação à documentação necessária. Uma das exigências comprovadas pelo Partido é o apoio de quase 25 mil eleitores, tendo em vista que a quantidade mínima solicitada é de 21.262 pessoas, número que representa 0,1% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados.

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Ainda segundo o TRE-SP, a comprovação do apoio dos eleitores é feita a partir de listas ou formulários organizados pela legenda no período de criação. Assinaturas e dados dos eleitores são algumas das informações apuradas.

Presidido por Juan Moreno, o PNC tem como proposta despertar na sociedade o interesse pela política. “A manifestação de apoio à legitimação do Partido Nacional Corinthiano perante o Tribunal Superior Eleitoral é um direito não apenas do torcedor corinthiano. Queremos despertar o interesse real do brasileiro pela política. Isso hoje não existe e o futebol é uma ferramenta importante para reverter isso. Vozes derrotistas, que trabalham para a mantença e mesmice de uma política ultrapassada e corrupta, apregoam que temos partidos políticos demais no Brasil”, afirma Moreno, conforme texto publicado no site do Partido.

Regras

Resolução do TSE de número 23.465/2015 aponta algumas regras para a criação de partidos. Entre elas, os fundadores do partido, que não podem ser menos de 101 eleitores no exercício dos seus direitos políticos, com domicílio eleitoral em, pelo menos, nove Estados, devem elaborar o programa e o estatuto partidários. “A partir disso o partido precisa obter, no período de dois anos, o apoio de eleitores equivalente a, no mínimo, 0,5% dos votos válidos na última eleição para a Câmara dos Deputados, distribuídos por um terço ou mais dos Estados e equivaler a, no mínimo, 0,1% do eleitorado que votou em cada um desses locais”, consta no site do TRE-SP.

Depois desses procedimentos, o partido solicita registro da legenda nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Por último, o grupo entra com o pedido do registro do estatuto e do respectivo órgão de direção nacional do TSE. 

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ) aprovou nesta quarta feira, 16, Proposta de Emenda à Constituição que aumenta o número mínimo de assinaturas de eleitores exigidas para a criação de um partido político. A proposta vai a Plenário, onde passará por cinco sessões de discussão e será votada em dois turnos.

A proposta (PEC 58/2013) estabelece que a criação de uma agremiação dependerá do apoio de eleitores em número equivalente a, pelo menos, 1% do eleitorado nacional, o que hoje corresponde a cerca de 1,3 milhão de apoiadores.

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Pelas regras atuais, são exigidas assinaturas equivalentes a 0,5% dos votos válidos - o que corresponde a cerca de 500 mil assinaturas. O especialista em Direito Eleitoral Eduardo Nobre, sócio do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados, acredita que a medida deve ser avaliada futuramente e que é necessária, mas não o suficiente. Ele faz um alerta.

"Acredito que essa é uma das medidas que devemos tomar em uma futura e ampla reforma política. Os problemas em torno do tema partidos políticos são muito maiores do que apenas os critérios para constituição de novas agremiações. Devemos reavaliar essa quantidade de partidos e as questões que envolvem cláusulas de desempenho também. A medida proposta é inegavelmente válida e necessária, porém não suficiente."

Para o vice-presidente do Instituto do Advogados de São Paulo (IASP), Paulo Henrique dos Santos Lucon, é positiva a emenda à Constituição Federal que aumenta o número de assinaturas de eleitores para a criação de um partido político. Em sua avaliação com 1% da assinatura dos eleitores existentes o partido político já inicia a sua trajetória com maior representatividade comparado ao porcentual anterior de 0,5%.

Mas Lucon argumenta que "um dos graves problemas no cenário político atual diz respeito às legendas de aluguel, partidos que apoiam outros ao sabor de interesses momentâneos".

"Há muitos partidos políticos e, com isso, perde-se a sua substância, que é representar parcela da população a partir de um conjunto de ideias e ações", destaca o vice presidente do IASP.

Lucon recomenda que os partidos políticos devem formar as futuras gerações de políticos do País. "Muitos partidos causam inconstância na política brasileira. Gradativamente há um movimento para melhor disciplinar a existência dos partidos. Positiva é a proibição da transferência da maior parte do fundo partidário e do tempo de propaganda política no rádio e na televisão para legendas que não participaram da última eleição nacional. Objetivo é louvável: melhorar a credibilidade das instituições políticas brasileiras."

A PEC estabelece ainda que os apoiadores do novo partido devem ser eleitores de pelo menos 18 estados, incluindo o Distrito Federal, com ao menos um em cada região. Prevê também que as assinaturas de apoio correspondam a, no mínimo, 0,3% dos eleitores de cada Estado. Atualmente, a exigência de apoio se limita em apenas cinco Estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado em cada um deles.

O Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Política, coordenado pelo deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), se colocou a favor de trâmites mais fáceis para a criação de partidos políticos no Brasil. A proposta votada pelo grupo, que se reuniu nesta quinta-feira (10), reduz a exigência de assinaturas para criar uma legenda de 0,5% para 0,25% do total de eleitores.

Ainda conforme a proposta aprovada pelo GT, somente terão acesso a tempo de rádio e TV, fundo partidário, lideranças, funcionários e espaço físico na Câmara e no Senado os partidos que obtiverem pelo menos 3% do total de votos válidos no País e no mínimo 3% dos votos válidos em nove unidades da Federação.

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O colegiado também aprovou a posição de manter a regra atual de fidelidade partidária: só é possível trocar de legenda sem perder o mandato com a criação ou fusão de partido.

A ideia, segundo a Agência Câmara, é entregar formalmente uma proposta do grupo ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em 1º de novembro.

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