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No primeiro dia de trabalho após o recesso do meio do ano, a decisão do relator da Lava Jato, Edson Fachin, de derrubar o compartilhamento de dados das forças-tarefa de Curitiba, São Paulo e Rio com a Procuradoria-Geral da República escancarou as divisões internas na Corte em questões politicamente delicadas, como os métodos de investigação da operação. Fachin contrariou o entendimento de ninguém menos que o presidente do STF, Dias Toffoli, que havia autorizado o envio a Brasília de todas as bases de dados obtidas nas investigações. "Uma confusão", resumiu um ministro sobre a "guerra de liminares".

Fachin é um dos expoentes da ala do STF mais alinhada à Lava Jato. Toffoli, um dos porta-vozes do grupo mais crítico à atuação dos procuradores de Curitiba.

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O cabo de guerra deve pautar o tribunal neste semestre, em meio à troca de comando na presidência, com a posse no próximo mês de Luiz Fux, da linha pró-Lava Jato.

De um lado, o Supremo se mantém unido contra ataques do Palácio do Planalto, de ameaças da estridente militância bolsonarista e em julgamentos relacionadas à pandemia. De outro, a pauta vai expor as tensões internas em questões que atingem a classe política e podem redesenhar a corrida eleitoral de 2022.

Um dos temas que devem dividir a Corte, por exemplo, é a questão sobre busca e apreensão em gabinetes de parlamentares, alvo de decisões conflitantes de ministros. Há quem ache que juiz de primeira instância pode autorizar operações no Congresso. Há quem discorde. Em plena quarentena, é preciso que o STF coloque ordem na casa. 

O ex-governador e candidato tucano ao governo de Roraima, José Anchieta Junior, tem reiterado a lideranças nacionais do partido que apoiará Geraldo Alckmin. Anchieta, porém, priorizou a pauta da segurança pública para associar a campanha à candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL). Ao mesmo tempo em que ressalta sua fidelidade a Alckmin, Anchieta disse que é o "Bolsonaro de Roraima".

A situação de Alckmin é de risco também em dois palanques onde é aliado ao DEM no Centro-Oeste. No Distrito Federal, o deputado Alberto Fraga, postulante ao Palácio do Buriti, disse que "respeita" Alckmin, mas apoia Bolsonaro.

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Em Goiás, o senador Ronaldo Caiado tentará conquistar o Palácio das Esmeraldas contra o governador José Eliton (PSDB), por isso rejeita receber Alckmin e acena para o candidato do Podemos a presidente, o senador paranaense Alvaro Dias, e também a Bolsonaro.

Na visita de Bolsonaro a Goiânia e Rio Verde, no mês passado, os apoiadores do candidato espalharam faixas com fotos dele e do senador. Caiado chegou a subir num carro de som onde Bolsonaro estava num evento de ruralistas, em maio, em Brasília.

O presidenciável do PSDB poderá ainda sofrer com traições nas regiões Nordeste e Norte. Apesar de o PTB ter se aliado nacionalmente ao tucano, o senador Armando Monteiro, candidato ao governo de Pernambuco, é histórico aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o visitou na cadeia em Curitiba.

Em 2014, quando perdeu a eleição para o Palácio das Princesas, Monteiro foi apoiado por Lula. Do PSD, que também coligou-se com Alckmin nacionalmente, o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, é outro nordestino que defende Lula e tentou visitar o petista na prisão.

No MDB, na maior parte das "traições" candidatos a governador do partido também tentam atrair para si eleitores de Lula.

O petista conta com o apoio de João Arruda, deputado que deve ser lançado na disputa ao governo do Paraná pelo presidente estadual da legenda, o senador Roberto Requião. Ele é opositor do governo Temer e da candidatura de Meirelles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O papa Francisco pediu, neste domingo, na Filadélfia (leste dos EUA), que sejam deixadas de lado as "divisões estéreis" e para se "proteger" o mundo, em uma missa multitudinária que encerrou sua bem sucedida visita aos Estados Unidos, após se reunir com vítimas de padres pedófilos.

"Nossa casa comum não tolera mais divisões estéreis. O desafio urgente de proteger nossa casa inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca por um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar", disse o papa.

Em sua despedida, após seis dias de viagem por Washington, Nova York e Filadélfia, o sumo pontífice argentino, de 78 anos, fez um apelo à unidade, ao diálogo e à tolerância diante de centenas de milhares de pessoas vindas de todo o mundo para participar do VIII Encontro Mundial da Família.

Francisco percorreu as ruas da cidade a bordo do papamóvel em meio a uma grande ovação de milhares de pessoas, até chegar ao palco gigante montado na avenida Benjamin Franklin Parkway, constatou a AFP.

Acompanhado de bispos americanos, o papa iniciou, passadas as 16H00 locais (17H00 de Brasília), os primeiros ritos da cerimônia, em uma tarde nublada e fresca.

Uma multidão lotava as ruas da Filadélfia para a missa, na qual são aguardadas 1,5 milhão de pessoas de todas as partes do mundo.

"Queremos viver todo o clima com a multidão, com toda esta gente que está aqui pela mesma razão", disse Rwan Oneill, um americano de 27 anos, acompanhado de uma amiga.

"Nunca vi tanto entusiasmo. Todo mundo está unido", disse o guatemalteco Manuel Portillo, de 54 anos, que mora há 22 na Filadélfia.

Para Nicole, de 31 anos, disse "apreciar que Francisco tenha o espírito mais aberto que seus antecessores", embora não se declare católica.

Ao fim da missa, anunciou-se que o próximo Encontro das Famílias será celebrado em 2018 em Dublin, Irlanda.

"Deus chora"

Antes da missa, pela manhã, Francisco reuniu-se com vítimas de padres pedófilos, além de educadores e membros das suas famílias, e declarou que "Deus chora" por esses crimes, no último dia de sua passagem pelos Estados Unidos.

"Deus chora. Os crimes contra menores não podem ser mantidos em segredo por mais tempo", afirmou Francisco, em reunião com bispos norte-americanos pela manhã, quando falou sobre o encontro com vítimas de pedofilia da Igreja.

"Eu me comprometo com a zelosa vigilância da Igreja para proteger os menores e prometo que os responsáveis vão responder por seus atos", declarou o papa.

Francisco recebeu durante meia hora em um seminário três mulheres e dois homens, "vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero, educadores e membros de suas famílias", informou em um comunicado do Vaticano.

"Irmãos bispos, bom dia. Carrego gravado em meu coração essas histórias, o sofrimento e a dor dos menores que foram abusados sexualmente por sacerdotes", afirmou o a Papa no início da reunião com os bispos, acrescentando que "aqueles que sofreram, tornaram-se verdadeiros heróis da misericórdia".

A Filadélfia, cidade da costa oeste americana a meio caminho entre Washington e Nova York, foi uma das regiões mais atingidas nos Estados Unidos por este escândalo na década de 1980.

"O Papa escutou os testemunhos dos visitantes e lhes dirigiu algumas palavras, antes de falar com cada um individualmente", informou o Vaticano.

Francisco já havia tratado o caso em várias ocasiões durante esta viagem, mas sempre de forma discreta.

Seu antecessor, Bento XVI, encontrou-se com vítimas da pedofilia em Boston, em 2008.

Para a ala mais dura dos afetados, a rede de sobreviventes dos abusados por sacerdotes (Snap, na sigla em inglês), a reunião foi "uma simples operação de relações públicas", segundo um comunicado.

Visita à prisão

Após o encontro com as vítimas e sua apresentação diante dos bispos, o papa fez uma atividade que costuma integrar suas viagens oficiais: visitou a prisão de Curran-Fromhold, nos arredores da Filadélfia.

"Estou aqui como pastor mas sobretudo como irmão para compartilhar de sua situação e fazê-la minha também", disse em discurso antes de cumprimentar com um aperto de mãos cada um dos detentos, sentados em filas numa grande sala.

Francisco chegou a trocar palavras com alguns deles e recebeu de presente uma cadeira fabricada pelos detentos.

Em sua mensagem em espanhol, disse que é "triste constatar que os sistemas prisionais não buscam curar as feridas, sanar as feridas, dar novas oportunidades".

Esta décima viagem do primeiro papa das Américas começou em Cuba, onde pediu que o país continue no caminho da reconciliação.

Muito envolvido no restabelecimento do diálogo entre Havana e Washington, Francisco foi recebido muito calorosamente e pessoalmente pelo presidente Barack Obama no aeroporto e na Casa Branca.

Desde sua chegada a Washington, que também incluiu um discurso inédito na quinta-feira ante as duas casas do Congresso, Francisco despertou grande alegria, com multidões que o seguiram para todas as partes.

Tratado como uma estrela do rock, o Papa se manteve firme em seus princípios de humildade e proximidade com os setores mais vulneráveis, despertando a admiração de líderes de todas as classes políticas, da imprensa e até mesmo dos não-católicos.

Em Nova York, deixou uma forte mensagem na ONU contra a opressão financeira sobre o mundo em desenvolvimento e a favor da luta contra as mudanças climáticas, antes de visitar o Memorial do 11 de Setembro.

Paladino dos imigrantes

Para os milhões de imigrantes em situação irregular que vivem nos Estados Unidos, Francisco tornou-se um verdadeiro paladino, defendendo-os e pedindo respeito pela sua dignidade e identidade.

Filho de italianos, exortou-os no sábado a "não desanimar" e "nunca se envergonhar" em um discurso simbólico no local da declaração de independência dos Estados Unidos em 1776.

Através de exemplos históricos como Abraham Lincoln ou Martin Luther King, ele pediu aos americanos para lembrar os valores fundadores da nação.

Muitos imigrantes latino-americanos acreditam que o Papa mudou o rumo do debate sobre a reforma da imigração nos Estados Unidos, uma das pedras angulares da campanha presidencial de 2016.

"O Papa pode interceder para ajudar os imigrantes e parar as deportações", disse à AFP Marta Dominguez, uma mexicana que vive em Norristown (32 km ao norte da Filadélfia) que esteva no Independence Hall.

Capaz de um diálogo franco, sem frases enigmáticas, também defendeu a família como a "fábrica de esperança", em um discurso improvisado para uma multidão.

Com a sabedoria popular que provoca tanta admiração entre os seus seguidores, Francisco pediu para que as famílias superem suas dificuldades com paciência e amor e nunca terminem o dia "sem se reconciliar".

A oitava edição do Prêmio Santander de Universidades está com inscrições abertas, que podem ser realizadas no endereço eletrônico do evento.

Existem quatro as divisões no prêmio. Uma delas, a Santander Ciência e Inovação estimula a pesquisa científica e possui quatro categorias. Serão R$ 200 mil em prêmios distribuídos de forma igual, bem como 12 bolsas ibero-americanas para os finalistas.

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O Santander Empreendedorismo tem como foco o ensino e fomenta o empreendedorismo. Essa premiação tem cinco categorias e cada uma vencedora ganhará R$ 50 mil, além das dez bolsas na Babson College.

Já a Universidade Solidária tem como objetivo fortalecer a extensão universitária apoiando projetos sociais. Será destinado o total de R$ 400 mil para os oito projetos vencedores. A última categoria é o Guia do Estudante Destaques do Ano, direcionado para as Instituições de Ensino Superior (IES), que premiará as IES com divulgação em veículos de expressão nacional.

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