Um discurso do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) arrancou risos dos parlamentares que participavam da sessão plenária na Câmara dos Deputados nessa terça-feira (21). Ao se colocar contra medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), ele disse que era hora da Casa conversar com o presidente e se colocou como uma pessoa ideal para tal articulação porque, segundo ele, “para conversar com doido só outro doido”.
“É chegada a hora de buscar uma interlocução. Essa Casa precisa tirar uma comissão ou um parlamentar para conversar com o presidente da República. Pelo perfil dele me sinto preparado para ir até ele, se for necessário, porque venho da Bahia, sou conhecido com o doido e para conversar com um doido só outro doido”, declarou o parlamentar no momento.
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Ao discursar, o deputado argumentava que era contra o decreto que flexibiliza o porte e a posse de armas assinado por Bolsonaro e ponderou ainda acreditar que o diálogo com o presidente seria uma forma de “pacificar nossa nação”.
No vídeo da própria Câmara, em que o discurso é registrado, é possível ver a surpresa dos parlamentares. Entre eles, está a deputada Sâmia Bomfim (PSOL). Ao repercutir a fala, ela publicou no Twitter: “A Câmara quase sempre é um ambiente desgastante, mas de vez em quando a gente dá umas risadas”.
Uma rápida pesquisa na internet e é possível encontrar vários vídeos da torcida do Juventude cantando: “Lisca, Lisca, doido”. Nas imagens, um senhor de aproximadamente 40 anos dançando e pulando no alambrado junto com a torcida. Pois bem, é essa figura que deve treinar o Náutico em 2014. Mas, vamos com calma, essa foi a primeira informação que recebemos. A segunda é de que conhecemos pouco ele. E como é possível criticá-lo antes mesmo de ele começar o trabalho?
Seguindo na rápida pesquisa - que nem foi tão rápida assim - encontra-se o texto de Diogo Olivier, do Zero Hora. Data de 14 de setembro de 2013. À época, o Juventude estava às vésperas de iniciar o mata-mata que o levaria de volta à Série C. Diga-se de passagem, objetivo conquistado. Em oito parágrafos, Diogo contou um pouco da história de Lisca, que apesar de ter 41 anos e não ter jogado futebol profissionalmente, tem uma experiência considerável no ramo. Aos 24, surgiu na base do Inter e por lá revelou atletas como: Daniel Carvalho, Rochemback, Lúcio, Rafel Sóbis, Nilmar e Pato. Revelou milhões de reais para o Colorado.
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Saiu em meados de 2000 e iniciou a carreira no time profissional do Ulbra-RS. Por pouco tempo. Pois, logo, voltou às categorias de base, desta vez, no Grêmio e, em seguida, no Internacional. Só em 2007 retornou ao futebol profissional e de onde não saiu mais. Rodou por Brasil de Pelotas, Caxias e Novo Hamburgo – sempre no interior do Rio Grande do Sul.
Mas foi no Juventude em que o "Doido" de fato ganhou destaque. Este ano foi vice-campeão do 2° turno do Campeonato Gaúcho, eliminando o Grêmio na semifinal e perdendo a decisão para o Internacional. Na Série D, elevou o Alviverde de Caxias à Terceira Divisão e ficou com o vice da competição ao ser derrotado pelo Botafogo-PB.
Além das conquistas em 2013, Diogo Olivier destaca o dia a dia do novo técnico do Náutico. Sem dinheiro, no Juventude, fez o que poucos esperavam. E trabalhou bem nos bastidores, mesmo sendo chamado de louco, por muitas vezes. Não renovou com a equipe gaúcha, mas é ídolo por lá.
Agora, no Náutico, Lisca terá de superar a desconfiança da imprensa e da torcida. Chega como um ilustre desconhecido e com salário baixo, se comparado a outros clubes – entre R$ 30 e 35 mil. Por tudo o que já foi dito e pelo valor, o Timbu faz uma aposta válida, sai do lugar comum e arrisca. Contrata um treinador com outra visão de mercado, com experiência em revelar atletas da base e acostumado a trabalhar com pouco dinheiro.
Pode dar certo. Como também pode dar errado e como já deu com tantos outros técnicos de “grife”. Por enquanto, fiquem com o texto de Diogo Olivier e um vídeo do próprio Lisca sobre sua história. O que vale, pelo momento, é esperar o "Doido" trabalhar e mostrar de quantas loucuras o Náutico precisa para voltar a conquistar e títulos e ascender à elite.