Tópicos | Eleições 2014

Durante o período eleitoral a cidade ganha cara nova. Estão espalhadas pelas ruas da cidade bandeiras e cavaletes dos candidatos que almejam um cargo político. Mas esse excesso de material de campanha acaba incomodando a população. A estudante de fisioterapia, Renata Batista é um exemplo. Ela acredita que a utilização de tais materiais, nas vias públicas, além de causar certos transtornos pode interferir na escolha adequada do candidato. “A classe trabalhadora é a que mais sofre com a exposição de bandeiras e cavaletes nas ruas da cidade, pois interferem na circulação do povo. As pessoas acabam tendo que desviar para não receber uma ‘bandeirada’. A população tem dificuldade, muitas vezes, até na hora do voto, pois são induzidas a escolher determinado candidato porque seu subconsciente armazenou não a proposta de campanha, mas a imagem do individuo”, afirmou Renata.    

Muita gente acaba utilizando as redes sociais para expor sua indignação quanto à exposição do material nas vias públicas. O estudante de administração e coordenador de marketing Ednilson Nascimento compartilhou um post no Facebook onde ele se mostra chateado com a utilização desses materiais. Para o estudante, a distribuição inadequada dos cavaletes também pode ocasionar acidentes. “Vejo o tempo todo o inconveniente pelas ruas do meu bairro, bem como do centro da cidade.  Hoje já temos bastante poluição visual nos grandes centros. Considero que há uma  falta de bom senso por parte dos candidatos que acabam colocando uma enorme quantidade de cavaletes em vias públicas, como calçadas, rotatórias e canteiros. Além de dificultar o trânsito dos pedestres, eles acabam, muitas vezes, também obstruindo a visão dos motoristas nos retornos e desvios, podendo causar acidentes”, relatou o coordenador. 

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De acordo com a comerciária Maria José Miranda, que trabalha na Rua da Imperatriz, área central do Recife, os atos políticos deixam seu ‘rastro’ por onde passam, pois a distribuição dos impressos resulta na poluição da cidade. “Eu lamento profundamente quando os candidatos passam, porque a cidade já é suja naturalmente e eles ainda fazem questão de piorar a situação. Recentemente, um candidato passou fazendo campanha por aqui, e além de distribuir os santinhos e adesivos, fizeram uma chuva de papel picado. Isso é um verdadeiro absurdo, como políticos eles deveriam proibir esse tipo de atitude. Sabemos que a política é suja, mas emporcalhar a cidade já é demais”, desabafou Maria José.  

Segundo o juiz titular da Comissão de Propaganda do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), Alexandre Freire Pimentel, a utilização de propaganda nas vias públicas é permitida, mas devem seguir algumas exigências. “Se uma via não tem espaço suficiente peço que não ponham bandeiras, cavaletes e mesas. Havendo espaço não vamos proibir o que a Lei permite”, informou o magistrado.  De acordo com a Comissão, a colocação de equipamentos de propaganda na Avenida Agamenon Magalhães dificulta a passagem dos pedestres, por isso a utilização está vetada. 

O que muita gente desconhece é que se pode denunciar o excesso de propaganda eleitoral. O uso indevido de bandeiras, cavaletes, mesas ou veiculação de jingles em carros de sons estão sujeitos à punição. A Comissão de Propaganda do TRE está recebendo as queixas através do email propaganda@tre-jus.br

 

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