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Os casos das lesões cutâneas, que causam coceiras nas pessoas, só estão aumentando no Grande Recife. Esse surto, que começou com 79 casos no Recife, já passa dos 300, em seis cidades da região. Como tratar de algo que ainda não se sabe o que é? A dermatologista Márcia Horowitz fala sobre os cuidados que os pacientes devem ter.

Evitar ao máximo coçar

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Márcia salienta que deve-se evitar ao máximo coçar. “Pode lesionar a pele, criando uma porta de entrada para a contaminação por bactérias, podendo ter que fazer o uso de antibióticos por conta dessa infecção”, diz.

Também deve-se evitar passar álcool, usar sabonete de aroeira e sabão amarelo, já que esses produtos podem acabar irritando a pele e ocasionar uma lesão por cima da coceira, atrapalhando o diagnóstico e o tratamento médico. 

Evitar a automedicação

A dermatologista detalha que de nenhuma forma os pacientes devem se automedicar. “Principalmente com pomadas com corticóide, porque elas vão tirar um pouco a vermelhidão, o inchaço das lesões e nós, dermatologistas, trabalhamos com a hipótese e diagnóstico justamente observando as lesões”, explica.

Como diminuir as coceiras

Até conseguir uma ajuda médica, Márcia Horowitz aconselha que o paciente procure por locais mais arejados, porque o calor pode piorar as lesões. Além disso, também é indicado fazer compressas frias nos locais, sem gelo, para uma sensação de maior alívio. 

No entanto, a especialista aponta que é essencial que as pessoas procurem uma ajuda médica para poder ser prescrito o tratamento indicado para os sintomas. 

“Esse tratamento deve ser a base de antialérgicos, que vai depender do quadro do paciente e, principalmente, excluir outros tipos de coceira como a própria escabiose, infecção por fungo ou dermatite”, salienta a dermatologista. 

Qual profissional devo procurar?

Márcia orienta que qualquer médico está apto a tratar essas lesões cutâneas que estão acontecendo, mas é importante que o paciente se dirija a uma unidade de saúde, mesmo que esteja medicado, para que o profissional notifique a Secretaria de Saúde, que está investigando os casos.

Foi constatado que 180 presos do Centro de Detenção Provisória (CDP), do Distrito Federal, estão com escabiose, conhecido popularmente como sarna. O único medicamento para tratamento da doença de pele está em falta no sistema. Por conta disso, o presídio liberou que visitantes levem o remédio aos presos até que a compra emergencial do medicamento seja feita pelo sistema prisional.

A sarna se espalhou no Complexo Penitenciário da Papuda, localizado no Distrito Federal. A identificação aconteceu quando promotores do Núcleo de Controle de Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) encaminharam ofício à Gerência de Saúde Prisional da Secretaria de Saúde para que a doença não se espalhasse.

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Segundo o Correio Braziliense, uma equipe do Centro de Detenção Provisória realizaram um mutirão de atendimento, além de higienização das celas, alas e o início do processo administrativo para implementação de lavanderias no sistema.

As unidades penitenciárias do Piauí estão sofrendo com um surto de escabiose, patologia conhecida popularmente como sarna. Em um dos presídios mais atingidos, Esperantina, até o diretor da unidade contraiu a doença. A superlotação das unidades e a falta de higiene são as principal suspeitas de impulsionar o número de casos. 

Segundo números oficiais, 1620 presos contraíram a sarna, um total de 39% da população carcerária piauiense, composta de 4100 presos – o Estado possui apenas 2230 vagas. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) contabiliza 98% da população carcerária infectada. “A secretaria [de Justiça] se baseia apenas naqueles em que foi detectada a sarna de forma externa, só que quando o detento está infectado ele passa para todos os outros com quem ele tem contato, então todos os presos que estão na carceragem foram atingidos sim”, argumenta o presidente do sindicato, José Roberto.

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O presidente do sindicato conta que os primeiros casos datam de novembro de 2016, mas só em abril houve a explosão de casos. “Já cobramos o tratamento desses presos no ano passado. A Secretaria de Justiça até tentou fazer sua parte, encaminhou um ofício, mas dependia dos medicamentos da Secretaria de Saúde. Apenas após a gente fazer denúncias, procurar os direitos humanos, a Secretaria de Saúde começou a liberar os medicamentos a conta-gotas”, critica. 

A Secretaria de Justiça informou que já está realizando o tratamento dos detentos. De acordo com a pasta, foram adquiridos e distribuídos mil frascos de benzoato e dois mil comprimidos de ivermectina. Mais mil frascos de benzoato foram solicitados para dar continuidade ao tratamento e prevenção.

As penitenciárias que registraram casos de escabiose foram Casa de Custódia, Casas de Detenção de Altos e São Raimundo Nonato, Colônia Agrícola Major César, Irmão Guido e Esperantina – com maior incidência nas duas últimas citadas. Como parte do tratamento, a Secretaria de Justiça afirma que os presídios também estão sendo higienizados e que estão avançando na implementação da Política de Saúde Prisional. Com o fim do período chuvoso, os casos estariam diminuindo.

O Sinpoljuspi não sabe precisar quantos agentes também foram atingidos. “Os detentos querem externar o problema. O agente evita dizer que está com problema por causa do orgulho. Mas em Esperantina, que tem 30 agentes, um terço contraiu a doença, sendo um deles o próprio diretor da unidade”, destaca José Roberto. 

Além de manchas vermelhas, a sarna causa bastante coceira. “A coceira é tão grande que o cara não consegue tirar um minuto de cochilo. No período noturno é que é pior, que é o período de reprodução do ácaro. Os presos estão passando por uma vida de cão. Eles não vão sair melhor do que entraram”, conclui o presidente do sindicato. 

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