A temporada 2020 do Circuito Mundial de Surfe ainda não começou, mas Italo Ferreira poderá faturar mais um troféu nesta segunda-feira, na cerimônia de premiação do Laureus, o "Oscar do Esporte", em Berlim, na Alemanha. O surfista é o favorito a levar o prêmio na categoria "Melhor Atleta de Ação". Para tanto, terá que superar uma compatriota, a jovem skatista Rayssa Leal, a Fadinha, que concorre na mesma disputa. A Chapecoense é outra esperança de prêmio para o Brasil.
Campeão mundial no ano passado, Italo vai tentar levar o troféu que outros dois surfistas do País não conseguiram em 2019: seu rival Gabriel Medina e Maya Gabeira, ambos na mesma categoria. O surfista potiguar chega para a disputa no embalo também da conquista da vaga olímpica - o surfe estreará nos Jogos de Tóquio, em julho - e da vitória nos Jogos do ISA (competição no Japão que era pré-requisito para obter a classificação olímpica).
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"Me surpreendeu a indicação pelo fato de ter os melhores na premiação. Fico muito feliz de saber e ver o reconhecimento pelo meu trabalho no surfe", diz o brasileiro. "Se eu vencer, será um título muito importante para a minha carreira profissional."
Para ser premiado nesta segunda, Italo terá que superar outra surfista, a norte-americana Carissa Moore, também campeã mundial em 2019. Estão na disputa ainda a americana Chloe Kim e o canadense Mark McMorris, ambos do snowboard, e os skatistas Nyjah Huston, outro atleta dos EUA, e Rayssa Leal.
Fadinha, como ficou conhecida nas redes sociais, é uma das surpresas entre os indicados. Ela tem apenas 11 anos e foi a revelação de 2019 na modalidade street do skate. A indicação é resultado do título conquistado na etapa de Los Angeles, uma das mais importantes do circuito, e logo em sua terceira participação em um evento deste porte. Tornou-se a mais jovem da história a vencer a competição.
Neste momento, está na zona de classificação para a Olimpíada no street. E deve ser uma das favoritas ao pódio em Tóquio. Se superar Italo e os demais rivais em Berlim, a skatista se tornará a primeira mulher brasileira a levar o Laureus.
No total, o Brasil soma oito troféus na história do Laureus. O maior vencedor é o nadador Daniel Dias, com três conquistas, em 2009, 2013 e 2016, todas na categoria paralímpica. Na edição de 2003, foram duas vitórias. A seleção brasileira masculina de futebol levou o prêmio de equipe em razão do pentacampeonato, obtido no ano anterior, e Ronaldo faturou na categoria "Melhor Retorno", por ter sido o principal destaque daquela Copa do Mundo. Pelé também já foi premiado, logo na primeira edição do prêmio, em 2000, pela sua carreira vitoriosa. O skatista Bob Burnquist levou a melhor em 2002, na categoria onde brigam Italo e Fadinha nesta segunda. E a Chapecoense ganhou o "Momento Esportivo" em 2018.
Neste ano, o clube catarinense briga de novo na mesma disputa, que desta vez reuniu todos os vencedores anteriores desta categoria. A Chapecoense concorre ao prêmio como os "Eternos Campeões", em referência ao amistoso que homenageou as vítimas do acidente aéreo ocorrido em novembro de 2016. Na partida, em agosto de 2017, o lateral-esquerdo Alan Ruschel voltou ao campo defendendo a equipe brasileira contra o Barcelona. Ele jogou os primeiros 35 minutos da partida antes de ser substituído e foi aplaudido de pé.
Os demais "momentos esportivos" na briga pelo troféu são: "Tal pai, Tal filho", sobre o piloto alemão Mick Schumacher, filho de Michael; "Nos ombros de uma Nação", sobre a liderança de Sachin Tenulkar na seleção indiana de críquete; "Desafio do Destino", sobre o alpinista chinês amputado Xia Boyu, que subiu o Everest; e "O Poder da Mente", sobre a nadadora paralímpica sul-africana Natalie du Toit.