A relação entre gestores e equipes de trabalho precisa ser pautada no profissionalismo e no respeito mútuo. Mesmo quando há divergências nessas trocas, os indivíduos envolvidos precisam dialogar para tentarem entrar em um consenso, evitando prejudicar as demandas do dia a dia, ou até mesmo o bom desenvolvimento conjunto. Isso ajuda, inclusive, o funcionário a entender em que ponto precisa melhorar e em quais está acertando. Já para o chefe, serve para compreender como seus subordinados sentem-se no trabalho. Nada se faz sozinho. Por isso os feedbacks precisam integrar a rotina dos profissionais.
Muitas vezes, quando um funcionário é chamado pelo seu chefe para uma conversa, desperta nervosismo e um medo de ser questionado, desvalorizado ou até mesmo demitido. Alguns gestores também temem esse momento por receio de que críticas possam fazer a produtividade daquele funcionário diminuir, bem como que ele se sinta constrangido ou subestimado. Na verdade, de acordo com especialistas em gestão de pessoas, o erro pode estar na maneira como esse contato é feito.
##RECOMENDA##“O feedback não está ligado à pessoa, mas sim à performance profissional. Deve ser aberto sem a preocupação de represálias, ressaltando que o mesmo deve ser sempre relacionado à performance profissional. Não pode ser encarado como algo punitivo. As pessoas tendem a levar para o lado pessoal quando são chamadas para alinhar diretrizes de performance, isso se dissipará dependendo como a gestão irá conduzir”, explica o coordenador do curso superior de gestão de Recursos Humanos da UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco, Jessé Barbosa de Araújo.
Quando bem executada, essa conversa contribui para todos, sendo fundamental para a manutenção da saúde e da felicidade das pessoas envolvidas. Profissionais passam a enxergar-se mais, mesmo nos erros, e aprendem a corrigir e trilhar bons caminhos na empresa. Quando a companhia passa a ouvir o colaborador, podem ser disseminadas melhorias que vão além da gestão.
“Também é uma ótima oportunidade de engajamento, pois ao reconhecermos e valorizamos o que há de melhor nesse profissional, seus méritos e suas atitudes, isso gera mais confiança e auto motivação para desempenhar um bom trabalho”, ressalta a gestora de gente e hospitalidade do RioMar, Cinta Tereza.
Uma das sugestões é que ao final de todo processo seja realizado um plano de ações que precisam ser feitas a partir dali, para que seja possível verificar futuramente quais metas foram alcançadas e como o profissional agiu perante as críticas. E quais as formas de passar um feedback?
Via de mão dupla
De acordo com a especialista Cintia Tereza, para que o resultado da conversa seja o mais positivo possível, é ideal que o empregador saiba ouvir seu colaborador. “Precisa ser utilizada de forma madura por ambas as partes, pois ambos precisam sinalizar os pontos fortes e de melhoria com o objetivo de ajudar no crescimento de todos os envolvidos nos processos organizacionais”.
Individual e reservado
Ninguém precisa ficar sabendo sobre o que é aquele chamado entre os gestores e os membros de sua equipe. É preciso uma preocupação com a individualização das mensagens e que seja em um ambiente que reforce a troca de ideias, e traga até certo relaxamento aos envolvidos. “O gestor pode realizar a conversa, caso haja liberalidade da organização, até mesmo em ambiente externo, pode ser em um café, em um almoço para tornar o processo mais ameno e transparente. É necessário que se ressalte que este momento é ímpar e de desenvolvimento mútuo”, orienta o professor Jessé Barbosa.
Clareza evita confusão
A forma como se fala é fundamental para o entendimento da mensagem. Expor situações reais ajudam na visualização de atitudes que merecem atenção e mudança. Evitar arrodeios e subjetividade na hora da conversa deve ser prática importante no feedback, simplesmente porque permite que as partes entendam exatamente o que está sendo colocado na mesa.
Feedback positivo
O reconhecimento público dos bons resultados conquistados pelos colaboradores pode ser dado, por exemplo, em uma reunião. A iniciativa serve de incentivo para quem foi merecedor da avaliação positiva, mas também para os demais companheiros de equipe, que podem verificar quais atitudes devem seguir para ter um trabalho bem avaliado pela empresa.
“Acredito muito na visão do professor Mário Sérgio Cortella: Elogie em público e oriente no particular, um líder corrige sem ofender e ensina sem humilhar”, cita o Jessé Barbosa.