Tópicos | Festa de Agosto

O jovem Deivison de Menezes, de 22 anos, está desaparecido desde a última quinta-feira (9), quando foi visto pelos amigos em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Familiares pedem ajuda nas redes sociais para localizar o rapaz e já registraram um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Camaragibe. 

Ítalo trabalha na Metalúrgica Passos e estava na tradicional Festa de Agosto, realizada pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) da cidade. A mãe do jovem, Rosileide da Silva, explicou ao LeiaJa.com que o filho saiu de casa por volta das 8h30 e nunca mais voltou.

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"Ele estava em casa e decidiu ir para a festa do padroeiro em São Lourenço. Lembro que ele saiu com o celular e com um cartão de crédito, mas não levou documento. Já fomos na polícia, na delegacia de Camaragibe, no IML e em hospitais pela cidade e não o achamos. Agora, estamos aguardando alguma notícia da polícia", detalhou Rosineide. 

Os familiares pedem que quem tiver informações que possam ajudar na localização de Ítalo Deivison de Menezes pode entrar em contato com a família através dos números (81) 9 8810-8386 / (81) 9 9648-1674 / 3525-2199 / (81) 9 9630-1917.

O prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), afirmou, nesta quarta-feira (2), que a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de cancelar as comemorações da festa do padroeiro da cidade, mais conhecida como Festa de Agosto, é oriunda da má condução da gestão anterior, administrada pelo ex-prefeito da cidade e atual vice-presidente da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), Gino Albanez (PSB). De acordo com Pereira, o socialista deixou uma dívida de R$ 18 milhões aos cofres municipais. 

"O TCE é um órgão neutro, tenho certeza disso, mas que houve muita denúncia da oposição dizendo que a festa ia custar R$4, R$5 e até R$6 milhões isso teve. A oposição tem culpa sim. Assumimos a prefeitura com um débitos de folhas atrasadas e INSS com o valor de R$18 milhões, assumimos as contas, pagamos dois salários atrasados à vista e dividimos um terceiro. O que fez com que o TCE tomasse esta decisão", salientou, em entrevista coletiva na manhã de hoje.

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Bruno Pereira também argumentou que a Festa de Agosto, que iniciaria nessa terça (1º) e seguiria até o próximo dia 10 - trazendo nomes da música como Luan Santana, Wesley Safadão e Aviões do Forró, não custaria R$ 4 milhões como previu inicialmente o TCE. "O próprio relator admitiu que os custos seriam de R$ 1,2 milhões. A partir das informações que apresentamos, então o que corrobora nosso argumento de que a festa não vai acontecer por débitos da antiga gestão", declarou.

Quanto o decreto de Estado de Emergência nas contas munnicipais, também citado na decisão do TCE, o prefeito salientou que a medida expirou no último dia 12 de julho. 

Segundo o petebista, na decisão o TCE reconheceu que ele tem trabalhado com "responsabilidade fiscal", apesar do cenário financeiro. "O Tribunal nos elogiou quanto a isso. Não temos débitos da nossa gestão. Estamos reconstruindo uma cidade que deixaram no caos e que prejudicou a economia do município", cravou, pontuando que adiantou uma parcela do décimo terceiro salário para os servidores tendo em vista uma maior movimentação da economia neste período.

Festa cancelada

Apesar de ser contrário a determinação, o prefeito disse que vai "seguir à risca" a determinação do TCE. "Se fossemos fazer uma festa menor, o prejuízo seria o mesmo. Então vamos seguir à risca a Medida Cautelar do Tribunal", declarou. Segundo Pereira, a não realização da festa vai gerar um prejuízo estimado em R$ 6 milhões.

"Vários comerciantes fizeram empréstimos, investiram um valor alto pois a expectativa era de um retorno grande. Nos dias de atrações menos conhecidas estimávamos 30 mil pessoas circulando aqui. Tínhamos esperança que o Tribunal voltasse atrás da decisão, mas quem sofre é o povo com tudo isso. Não culpamos o TCE, mas a oposição que fez inúmeras denúncias. Fui oposição, mas nunca fiz críticas a Festa de Agosto porque sei que beneficia a população", ressaltou.

Em sessão extraordinária realizada nesta segunda-feira (31), a Segunda Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE) referendou a Medida Cautelar, expedida monocraticamente pelo conselheiro Dirceu Rodolfo, mantendo a suspensão da realização da Festa de Agosto, prevista para acontecer de 1 a 10 de agosto, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

A programação da festa, divulgada no dia 13 de julho, previa a apresentação de artistas como Wesley Safadão, Luan Santana, Aviões do Forró, Faringes da Paixão, entre outros. A estimativa de gastos com o evento, feita pelos técnicos do Tribunal, ficou em torno de R$ 4 milhões. O valor, de acordo com o TCE, mesmo valor da folha salarial do mês de dezembro de 2016, que se encontra inadimplente, sendo paga em 10 parcelas aos servidores.

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Segundo TCE, outro fato que chamou a atenção do conselheiro, relator das contas do município em 2017, foi o descaso do gestor ao não responder um ofício do Tribunal solicitando dados oficiais sobre o procedimento administrativo para realização do evento. Também não foram cumpridos, por parte da administração municipal, os prazos para alimentação de dados do módulo de Licitações e Contratos - LICON, do Sistema de Acompanhamento da Gestão de Recursos da Sociedade - SAGRES, fato que, segundo a auditoria, sugeriu uma atitude intencional de burlar a fiscalização do Tribunal.

Após ser notificado, o prefeito encaminhou defesa ao Tribunal alegando que a suspensão do evento traria prejuízo à economia local e à população da cidade, que há 46 anos celebra tradicionalmente a festa do padroeiro nesta época do ano.    

O Ministério Público de Contas, representado na sessão pelo procurador Gustavo Massa, reiterou a importância de manter a Cautelar, por uma questão de prioridade do município. "Se estão sobrando recursos, eles devem ser usados para pagar os servidores públicos que estão com salários atrasados. O gestor tem que se responsabilizar por isso", afirmou.

Sendo assim, o conselheiro Dirceu Rodolfo votou pela manutenção da Cautelar, mantendo suspensos todos os atos e ações direcionados à realização da festa, decisão aprovada por unanimidade. O conselheiro Valdecir Pascoal, que preside as sessões da Segunda Câmara do TCE, afirmou que a não realização da festa se dá por falta de planejamento e ineficiência do gestor. "O Tribunal de Contas está cumprindo a sua parte de proteger o cidadão e o erário", disse ele.

Durante a sessão, os conselheiros foram informados pela equipe técnica de auditores que se encontrava na cidade, que a prefeitura de São Lourenço da Mata estaria dando continuidade às obras de estrutura do palco para realização da festa, o que aponta para um indício de descumprimento da determinação do TCE. Segundo o conselheiro Dirceu Rodolfo, tal fato será apurado por meio de uma auditoria especial instaurada por determinação dele.

O relator também determinou o encaminhamento dos autos ao Ministério Público do Estado para providências legais cabíveis. 

A Cautelar foi expedida no último dia 25 por sugestão da equipe técnica do TCE, após auditoria realizada pela Inspetoria Metropolitana Sul. A fiscalização ocorreu em função de uma denúncia encaminhada à Ouvidoria do Tribunal de Contas, dando conta dos gastos excessivos com a organização da festa e com a contratação de artistas, mesmo o município estando em situação de emergência, decretada pelo atual prefeito em janeiro deste ano. 

*Com informações do TCE

O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) determinou à prefeitura do município de São Lourenço da Mata, no Grande Recife, que suspenda a contratação de shows musicais para a 'Festa de Agosto', prevista para acontecer entre os dias 1° e 10 do próximo mês, em comemoração ao padroeiro da cidade.

A Medida Cautelar, expedida monocraticamente pelo conselheiro Dirceu Rodolfo, também determinou a suspensão do procedimento administrativo de credenciamento de empresas para a exploração do espaço público do pátio de eventos da cidade.

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A decisão do conselheiro Dirceu Rodolfo se baseou numa auditoria feita pela Inspetoria Metropolitana Sul, após denúncia registrada na Ouvidoria do TCE dando conta dos gastos da prefeitura com a organização da festa e da contratação de bandas e artistas como Luan Santana, Wesley Safadão, Dorgival Dantas, Aviões do Forró, entre outros.

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Em janeiro de 2017, a prefeitura de São Lourenço decretou estado de emergência no município, alegando dificuldades financeiras e suspendendo pagamentos de contratos e convênios firmados em exercícios anteriores. Apesar disso, os gastos para a realização da festa e pagamentos dos altos cachês cobrados pelas atrações anunciadas foram estimados pelo TCE em R$ 4 milhões.

A folha de pagamento dos servidores públicos, referente ao mês de dezembro de 2016, também está em atraso, em um valor aproximado de R$ 4 milhões. Por isso, o relatório de auditoria diz que "a realização do referido evento pelo município, a par da não realização/concretização de inúmeras demandas de adimplemento obrigatório, soa como afronta e desprezo ao cidadão destinatário de serviços públicos essenciais".

De acordo com o conselheiro Dirceu Rodolfo, ao realizar do evento nas condições financeiras declaradas, a prefeitura estaria pondo em risco os cofres públicos e o direito alheio da população da cidade. De acordo com a Cautelar, a suspensão dos contratos e credenciamento das empresas organizadoras da festa ficam suspensas até ulterior deliberação do Tribunal de Contas.

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