Tópicos | Festival BB Seguridade de Blues e Jazz

O primeiro parque para cachorros do Recife, o Santana, situado no bairro de Casa Forte, Zona Norte da cidade, recebeu seus visitantes também neste sábado de música e atividades especiais. Os pets compareceram em peso ao Festival BB Seguridade de Blues e Jazz e, acompanhando seus donos, puderam curtir uma boa música.

Acompanhados de seu dono, o publicitário Rodrigo Melo, Bela e Lion corriam e brincavam. Eles sempre vêm ao parque e, hoje, pareciam estar curtindo bastante a movimentação. "A gente gosta deste ambiente familiar. Ano passado viemos e trouxemos os cachorros. A gente acha muito legal o clima 'de família' deste evento", disse Rodrigo. A arquiteta Paula Albuquerque também estava com sua "filha", a cadelinha Pina: "Trouxe porque ela ia ficar sozinha em casa, mas está sendo ótimo porque ela está conhecendo muitos cachorros", brincou a arquiteta.

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Ao lado, a buldogue Carlota observava atenciosamente o movimento. Sua dona, a servidora pública Cristina Reina, se divertia com a animação da pet. "Foi uma maneira de juntar as duas coisas, a gente queria assistir aos shows e trazer a família, trouxe minhas duas filhas e a Carlota".

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ParCão

O Parque Santana conta com um espaço reservado para que os cães possam aproveitar o parque com seus donos. A área é cercada e possui aparelhos de agility recreativo destinados a cães das mais diversas áreas. O funcionamento é durante todos os dias da semana, das 5h às 23h.


O Parque Santana, na Zona Norte do Recife, recebeu neste sábado (23), o Festival BB Seguridade de Blues e Jazz. Pela segunda vez na capital pernambucana, o evento trouxe grandes nomes, nacionais e internacionais, para o palco do parque, como o trompetista americano Leroy Jones e o multi instrumentista brasileiro, Hermeto Pascoal. A festa reuniu adultos e crianças numa tarde - que entrou pela noite regada de boa música.

A programação começou cedo, às 14h, com atividades para as crianças. A molecada pôde aproveitar o parque e as oficinas de colagem e musicalização. Logo depois, às 14h30, a música tomou conta do Santana. A primeira a subir ao palco foi a Banda de Chão, seguida pelos pernambucanos da Renato Bandeira & Som de Madeira e o Tributo aos Deuses da Guitarra com 'O Bando'. Depois, o público curtiu o jazz  de Leroy Jones, que se derreteu pela plateia: “Sempre que venho ao Brasil eu digo, vocês são o público mais atencioso e caloroso pra quem já toquei”. E o guitarrista luso-brasileiro Nuno Mindelis tocou seu blues, literalmente, para a ‘galera’, descendo do palco e manobrando sua guitarra no meio da plateia.

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Mas, foi à noite que subiram ao palco as atrações mais esperadas. Passava um pouco das 20h quando o ‘bruxo’ Hermeto Pascoal começou seu show, que mais pode ser considerado uma apresentação de magia. Com seus músicos, ele brincou no palco e encantou os presentes com sonoridades e performances ímpares. Fechando a noite, o cantor Zeca Baleiro mostrou o seu blues. Com uma apresentação especial, apenas com canções deste gênero, ele mandou um repertório que foi de Albert Collin a Sérgio Sampaio.

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Trânsito

Repetindo o acontecido em 2016, o trânsito ficou complicado nas mediações do Parque Santana, logo no início da tarde. Desde o Shopping Plaza, no bairro de Casa Forte, os carros já transitavam lentamente devido ao alto fluxo. As entradas do Parque estavam bloqueadas, o que dificultou um pouco o acesso para quem escolheu ir de carro ao festival. A volta também foi complicada com um fluxo intenso de veículos. Em contrapartida, muitas pessoas preferiram usar suas bicicletas e até skates para chegar ao local.

O cantor Zeca Baleiro foi uma das atrações do festival BB Seguridade de Blues e Jazz, neste sábado (23), no Parque Santana, Zona Norte do Recife. Apresentando um repertório só de blues, Zeca encerrou a programação do evento em um show vigoroso e emocionante. Antes de subir ao palco, o cantor conversou com o LeiaJá sobre tocar o gênero e revelou alguns projetos futuros.

Baleiro falou como monta o repertório para o show de blues. "Tem muito de blues na música brasileira, na minha música também. Desde o início do festival, há alguns meses, desde Curitiba, o repertório vem mudando. A gente vem experimentando. A gente tem homenageado compositores brasileiros que têm uma veia de blues como Luiz Melodia, às vezes Raul Seixas e aqui e ali tocamos um clássico internacional. Tem sido uma experiência. E adapto algumas canções ao formato mais blues, mais country". Sobre tocar no Recife, o músico garantiu que é sempre “gostoso”: “Especialmente numa situação como essa, aberto, num parque, no sábado à noite. Acho que torna a atmosfera ainda mais espontânea, mais calorosa. Eu gosto muito”.

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O artista falou sobre como faz para conciliar seu processo criativo às necessidades do mercado da música: “Fiz 20 anos de carreira agora, não é? Desde que eu comecei, as coisas mudaram muito. Já tivemos o advento da pirataria, o enfraquecimento do CD, agora vêm as plataformas digitais. As coisas têm mudado muito rápido por causa da tecnologia. A gente que faz música tem que estar atento a esses movimentos, das formas novas de aproximação com o público”. Ele ainda pontuou: “Acho que o grande desafio do artista é equilibrar até onde isso é mercado, até onde isso é verdade anterior. Até onde o que você está falando ainda é pertinente. São perguntas que eu acho que o artista tem que se fazer sempre. Senão você acaba ficando negligente, preguiçoso, só indo a favor da corrente. Às vezes você quer agradar você, às vezes você procura agradar o público, é sempre um certo jogo, uma negociação”.

Novidades

Baleiro está lançando uma série de discos digitais - o primeiro saiu em setembro, 'Duetos Vol.1' - em comemoração às duas décadas de carreira. Já em dezembro, vem outra novidade para os fãs: “Serão só gravações feitas mas não jogadas ao público”. E, em 2018, o cantor lança mais um disco voltado para o público infantil (o primeiro, Zoró, foi lançado em 2014).

“Agora vou fazer o 'Zureta, o vol. 2'. São canções que eu fiz para os meus filhos, há 19 anos. Como pai, eu sei que a gente padece buscando coisas interessantes para os filhos. De lá pra cá tem mais coisa bacana, como o Palavra Cantada, o projeto lindo da Adriana Calcanhoto. Para mim é desafiador. Eu comecei trabalhando com teatro infantil, no Maranhão, é um retorno às raízes pra mim”.

Aos 81 anos de idade, Hermeto Pascoal, um dos maiores gênios da música brasileira, tem a vivacidade de um menino de 18. E foi ainda menino que ele começou sua trajetória musical, tocando flauta e sanfona, no interior de Alagoas, onde nasceu. Hoje, o artista conta com dezenas de discos lançados, parcerias com músicos de todo o mundo, 10 mil músicas em partitura e o título de Doutor Honoris Causa, conferido pela escola New England Conservatory, de Boston (EUA), em maio de 2017. Hermeto se apresenta no Recife, neste sábado (23), dentro da programação do Festival BB Seguridade de Blues e Jazz, no Parque Santana, e falou, em entrevista ao LeiaJá.com, sobre este show, música e, uma das coisas que melhor pode defini-lo, liberdade. 

O que o público pernambucano pode esperar do seu show, no BB seguridade de Blues e Jazz?

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Isso é o mesmo que você me perguntar: 'hoje chove ou não chove?'. Nos meus shows sempre chove, rola som. Em primeiro lugar sempre a criatividade. Cada show tem no mínimo 15 músicas com os arranjos já ensaiados, acontece que essa liberdade que a gente tem no palco é que quando o show começa, fia nas minhas mãos. Começa com aquela primeira música da lista, aí no meio do 'negócio' já vem uma outra música na cabeça. Aí, aquela que ia, já não vai mais, eu substitui aquela. A gente tem essa liberdade de criar porque no show a gente toca vários ritmos, a gente mistura e toca o que vem na cabeça. Eu começo tocando um instrumento e aí eles (os músicos) já sabem o que acontece. Tem a parte do improviso, mas é coisa de 20%. O mais importante é tocar os arranjos, eu acho lindo os arranjos e eu já venho fazendo isso há 40 anos e o público responde muito bem. Antigamente, era um costume dos outros grupos repetir a mesma coisa. Só que, por exemplo, tocava o Bebê, uma música de quando comecei, tocava ela em dois shows e quando o pessoal pedia de novo eu dizia: 'o bebê cresceu'. A intenção é justamente não ficar preso, premeditar o que vai ser, vai rolando conforme um jogo de futebol.

Você viveu no Recife, ainda pequeno. Qual sua relação com a cidade?

Essa terra é a terra que cheguei aos 15 anos. Não me esqueço nunca dessa minha terra, essa é uma das minhas terras. Me casei aqui e meu filho Fabio, nasceu aqui, no quintal da casa da avó dele, em Porto da Madeira, perto de Beberibe, onde eu morei também. Foi aqui o começo da minha luta, comecei a tocar sanfona aqui. Recebi muita força de Sivuca, de Jackson do Pandeiro. Sempre que estou aqui me lembro dessa turma, dos lugares que eu toquei, é uma coisa sensacional. Quando eu venho pra Recife é um céu. 

E qual é a importância da música nordestina para a música brasileira e mundial, na sua opinião? 

Não existe música de lugar nenhum, existe música universal que é misturada. Você já imaginou quanta colonização teve aqui no Nordeste? O país mais colonizado do mundo é o Brasil. A música feita no Nordeste não é diferente de outras músicas, todas têm semelhanças. Quando não é na linha melódica é o ritmo ou no tema. Eu acho, e acho que Deus também acha, Ele não botou nada na Terra igual justamente para não ficar na mesmice. Então, isso que eu chamo de música universal ela está nesse contexto, mas sem aquele: 'ah, a melhor música do mundo'. Esse negócio da vaidade, isso tudo é besteira.   

Você recebeu o importante título de Doutor Honoris Causa, pela escola New England Conservatory, recentemente. Como é ser doutor?

Fui pessoalmente lá e recebi, esse é o prêmio mais importante que tem no mundo. Mas, vou achar quer sou melhor agora? Não, senhor! EU sozinho não seria nem faria nada. A gente tem que somar, nos amar pra fazer as coisas. Mas foi uma surpresa. Foi uma coisa que me deixou ainda feliz, essa coisa espetacular, de repente. Eu não tenho palavras.   

Este ano você trabalhou no disco Hermeto Pascoal e Big Band (lançamento previsto para outubro de 2017), com mais de 20 músicos. Como foi lidar com um grupo tão grande? Você achou grupos que se enquadram nesse seu estilo 'livre' de criar?   

A Big Band impressiona pela quantidade de músicos, a maneira de escrever é diferente, muda o estilo. Mas trabalhar com um grupo pequeno é até mais difícil, às vezes. A minha função no grupo, além de ser instrumentista, mas sou até menos no grupo, pra chamar a atenção pro arranjador e compositor Hermeto Pascoale sou aquele que rege, que orienta o grupo, pra dar até mais liberdade ainda pra ninguém ficar preso. Pra mim o sentir tem que vir em primeiro lugar, você não pode premeditar uma coisa. O pensamento ele vem pra você, é isso que faz essa música universal. 

E como você consome música hoje? Você ouve na internet, ouve rádio?

Eu não tenho tempo. Não ouço nem a minha própria música. A não ser que você me convide pra um jantar, e coloque uma música minha na sua casa. Eu não quero me influenciar por mim mesmo. Pra não ficar uma imitação de mim mesmo. Quando eu trabalhava em estúdio, me davam um arranjo pra eu fazer, eu relaxo, até ter vontade de fazer. Sou 100% intuitivo. Eu respeito muito a minha criatividade, quando ela vem, não para. Eu faço música em tudo, até na bacia do banheiro. Hoje mesmo, na hora do almoço, eu trouxe dois guardanapos pra fazer música. Eu tenho aproximadamente 10 mil músicas em partitura. Quando falo isso, não é por causa da quantidade, é porque é quantidade em qualidade. Eu quero alcançar ainda, muitas coisas, nessa Terra, não tudo, mas algumas coisas ainda quero, se Deus quiser.

 

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A 3ª edição do Festival BB Seguridade de Blues e Jazz já tem data e atrações confirmadas. No Recife, o evento será no dia 23 de setembro, a partir das 14h30, no Parque Santana Ariano Suassuna, Zona Norte da cidade. O festival é gratuito e traz uma programação que mescla blues, jazz e atividades para crianças.

O trompetista americano Leroy Jones, o cantor Zeca Baleiro e o multinstrumentista Hermeto Pascoal compõem a line up da edição 2017. Entre os nomes confirmado, até o momento, também estão o guitarrista Nuno Mindelis e bandas locais, entre elas a Renato Bandeira & Som de Madeira. Este é o segundo ano que a capital pernambucana recebe o Festival BB Seguridade, que também tem edições em Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e São Paulo. 

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Serviço

Festival BB Seguridade de Blues e Jazz

Sábado (26) | 14h30

Parque Santana Ariano Suassuna (Rua Jorge Gomes de Sá, s/n, Casa Forte)

Gratuito

Após passar por São Paulo e Brasília, será a vez da capital pernambucana receber a segunda edição do Festival BB Seguridade de Blues e Jazz, marcada para acontecer no dia 1° de outubro, no Parque Santana, Zona Norte do Recife. A programação que mescla blues, jazz e MPB, trará shows inéditos de artistas como Maria Gadú, Dudu Lima Trio, Hamilton de Holanda, Orleans Street Jazz Band e outros mais.

O festival foi concebido a partir do desejo do patrocinador BB Seguridade em utilizar os grandes espaços públicos, como parques, para difundir cultura e entretenimento de forma gratuita e democrática, com realização da Marolo produções. Com a proposta de unir cantores da Música Popular Brasileira com o Blues, o evento trará parcerias de Maria Gadú com o cantor paulistano Tony Gordon, o músico Dudu Lima Trio com o cultuado Santaley Jordan, entre outras harmonias musicais.

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O festival ainda passará este ano por Porto Alegre. O evento é aberto ao público e irá ocorrer às 14h30.

As informações do evento também estão disponíveis na página do festival  no Facebook. Confira a programação completa das atrações:

Serviço

Festival BB Blues e Jazz

Sábado (01.10) |14h30

Parque Santana, Casa Forte

Gratuito

Programação

- Maria Gadú (participação de Tony Gordon)

- Dudu Lima Trio e Stanley Jordan

- Hamilton de Holanda Trio

- Blues Etílicos

- O Bando

- Orleans Street Jazz Band

- Uptown Blues Band

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